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BERNARD P. RANGÉ
ELIANE MARY DE OLIVEIRA FALCONE
PAULA CASTILHO
WILSON VIEIRA DE MELO
■■ INTRODUÇÃO
Há diferentes tipos de abordagens psicoterápicas ainda em uso abrigadas dentro de um enquadre
amplo inserido sob o termo terapias cognitivo-comportamentais (TCCs). Essas diferentes formas
de psicoterapia incluem:
Neste capítulo, tem-se como objetivo descrever um panorama desses diferentes tipos de abordagens
psicoterápicas.
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■■ OBJETIVOS
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
■■ ESQUEMA CONCEITUAL
Modelos cognitivos
Dialética na terapia
comportamental dialética
Resolução de problemas e
Terapia comportamental
validação emocional na terapia
dialética
comportamental dialética
Treino de habilidades na terapia
comportamental dialética
Conclusão
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■■ MODELOS COGNITIVOS
A segunda onda começou com Albert Ellis, que já não se definia como psicanalista e havia
começado a desenvolver a sua forma de psicoterapia racional, como a denominou no artigo “Rational
Psychotherapy”, publicado na revista Journal of General Psychology.3
A TREC foi se tornando uma forma de psicoterapia com uma popularidade crescente. Tal modalidade
terapêutica tornou-se um método orientado para a solução de problemas de forma direta e eficiente,
a fim de produzir mudanças emocionais e comportamentais por meio do desafio aos pensamentos
autoderrotistas. O sucesso da sua prática clínica, seus livros e seu instituto de treinamento
testemunham que tais métodos funcionam, tendo se tornado um dos terapeutas mais influentes
dos Estados Unidos da América (EUA).
Uma das marcas da TREC é a ideia de que os seres humanos funcionam baseados em crenças,
algumas delas racionais e outras irracionais. As crenças racionais estão relacionadas com estados
emocionais negativos equilibrados, como:
■■ tristeza;
■■ mágoa;
■■ pesar;
■■ desprazer;
■■ aborrecimento.
■■ pânico;
■■ depressão;
■■ fúria.
Os estados emocionais equilibrados têm uma relação direta com comportamentos saudáveis,
como aqueles relacionados com as crenças racionais; os comportamentos problemáticos,
que são ativados por crenças irracionais, causam as emoções perturbadoras.
Albert Ellis também introduziu o modelo ABC, que ressalta claramente as relações entre:
e comportamental. Também sustentou que as crenças irracionais podem ser muito efetivamente
combatidas (os “D”, de disputar, combater) pelo uso dos métodos lógico-empíricos da ciência.
A TREC afirma que a perturbação psicológica depende da tendência dos seres humanos de fazerem
avaliações absolutistas dos acontecimentos em suas vidas. Essas avaliações, que têm a forma
de “tenho que”, “deveria”, “devo” e “tenho a obrigação de” dogmáticos, são os aspectos centrais
de uma filosofia de religiosidade dogmática que Ellis afirma ser o aspecto central da perturbação
emocional e comportamental humana.
Há, inclusive, um termo, infelizmente intraduzível, que aparece com frequência em seus escritos:
musturbation. O termo refere-se a uma mistura de masturbação mental com “tenho que”, gerando
um conjunto de conclusões irracionais (Quadro 1).
Quadro 1
EXEMPLOS DE CONCLUSÕES IRRACIONAIS SEGUNDO
A TERAPIA RACIONAL-EMOTIVA-COMPORTAMENTAL
Termo Descrição
Caracteriza-se pelo uso de palavras como “horrível”, “terrível”, “catastrófico”, ao
Terrivelização descrever alguma coisa, p. ex., “seria terrível se”, “seria a pior coisa que poderia
(awfulizing) acontecer”, “seria o fim do mundo”. Isso acontece quando um acontecimento é
avaliado como mais do que 100% ruim.
Ver um acontecimento como insuportável, como em afirmações do tipo “não suporto
“Não aguentoíte” isso”, “é absolutamente insuportável”, “vou morrer se eu for rejeitado”. Diz respeito
(I-can’t-stand-it-itis) a uma pessoa acreditar que não possa conseguir experimentar felicidade alguma
se de fato ocorre um acontecimento que não deveria ocorrer.
Usar “deveria” (moralizar) ou “tenho que” (musturbating, masturbação mental),
Exigência p. ex., “eu não devia ter feito aquilo”, “eu não posso falhar”, “preciso ser amado”,
“eu tenho que tomar uma bebida”.
Rotulação Rotular ou avaliar todo o seu self (ou o de outras pessoas), p. ex., “sou um estúpido/
de pessoas desesperado/inútil/sem valor”.
Ellis defendia também que todos os seres humanos são basicamente hedonistas, uma vez que têm
uma forte tendência biológica a ficarem vivos e a buscar um grau razoável de felicidade. Hedonismo
é uma escolha, mais do que uma necessidade absoluta; assim, parece provável que seja uma
predisposição inata fazer essa escolha fundamental. No entanto, uma pessoa pode escolher entre
satisfações imediatas e de longo prazo.
Se uma pessoa escolher conscientemente ter satisfações imediatas e aceitar as implicações dessa
decisão, é uma prerrogativa sua, e isso não é necessariamente irracional. Entretanto, se uma
pessoa escolher ter gratificações imediatas, em vez de satisfações futuras, mas, depois, exigir tê-las
também no futuro e se rebela quando isso não acontece, esse não é um comportamento racional.
Da mesma forma, se uma pessoa escolhe ter satisfações futuras, mas não consegue impor a si
mesma a disciplina necessária para isso, também não é racional. Essa forma de terapia alcançou
uma repercussão inicial significativa que, em parte, ainda se mantém.5
13
Uma pessoa poderia desejar experimentar heroína, por exemplo. Poderia fazê-lo apesar de saber
ATIVIDADES
A) F — F — V — V.
B) F — V — V — F.
C) V — V — F — F.
D) V — F — F — V.
Resposta no final do capítulo
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3. O modelo ABC de Ellis refere-se a uma prática psicoterápica que enfatiza o combate a:
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
A) dogmatismos.
B) sentimentalismos.
C) subjetivismos.
D) emoções.
Resposta no final do capítulo
4. Ellis afirma que uma marca da TREC é o fato de envolver fundamentalmente uma mudança:
A) egoísta.
B) empírica.
C) emocional.
D) filosófica.
Resposta no final do capítulo
5. Cite três conclusões irracionais que, de acordo com Ellis, são consequências da
mistura de musturbation com avaliações absolutistas dos indivíduos.
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Resposta no final do capítulo
Para ilustrar a concepção da TCC, considere-se o seguinte exemplo: um elevador que conduz
duas pessoas, de repente para; a primeira diz “droga, vou chegar atrasada ao médico”, o que faz
experimentar uma certa irritação; a outra pensa “não vou conseguir respirar”, o que lhe produz
uma reação de medo intenso. O exemplo ilustra a existência de interpretações diferentes de uma
mesma situação, o que demonstra que avaliações de perigo geram experiências de medo; de perdas
produzem tristeza; de injustiça geram raiva; de ganhos ocasionam alegria etc.
LEMBRAR
Diferentes estados emocionais provocam comportamentos relacionados: se houver
medo, haverá uma tendência de fugir; se houver raiva, haverá luta; caso haja tristeza,
ocorrerão comportamentos como choro; em caso de sentimentos de alegria, haverá
uma tendência ao sorriso.
Tríade cognitiva foi o conceito usado por Beck para descrever uma visão negativa que
os pacientes depressivos têm sobre si, sobre o mundo (isto é, as outras pessoas e
todo o resto) e sobre o futuro, envolvendo desesperança e às vezes ideação negativa.
Uma pessoa é do jeito que é, com a sua massa física, estatura, cor dos olhos, pelos fatores genéticos
que determinam também o seu funcionamento neurobiológico. Contudo, muito do comportamento
decorre das experiências pelas quais se passa na vida.
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Os pais se dirigem aos filhos bebês construindo frases com uma certa ordem nas palavras e com
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
determinados sotaques que, quando o bebê reproduz esse comportamento verbal, mostra que está
aprendendo a falar português. Aprendem-se comportamentos como:
Uma mãe insegura, que a todo momento diz “Cuidado!” para sua filha, em várias circunstâncias (por exemplo,
ao atravessar a rua ou quando a filha não estuda), favorece que a criança se torne um adulto preocupado.
As crenças condicionais são do tipo “se... então...”. Podem ser positivas — “se me esforçar e
treinar muito, posso melhorar meu jogo de tênis (ou estudo, ou trabalho, ou a mim mesmo)” — ou
negativas — “se, mesmo me esforçando eu não conseguir, isso mostra que sou um fracasso no
tênis (ou no estudo, ou no trabalho, ou eu mesmo)”, o que fortalecerá uma crença nuclear.
A partir de uma entrevista inicial em que o paciente apresenta a(s) sua(s) queixa(s), o terapeuta
começará a construir uma “teoria” sobre ele: chama-se de conceitualização cognitiva do paciente.
O paciente relata situações de dificuldades que experimenta na vida; para cada uma delas, há uma
interpretação específica feita pelo paciente, que gera uma reação emocional correspondente, bem
como um comportamento específico. No exemplo do elevador, a interpretação “não vou conseguir
respirar” gerou uma vivência de medo intenso e comportamentos de querer sair do elevador, além
de fortalecer crenças de vulnerabilidade do paciente e de um mundo traiçoeiro.
Examinando as experiências precoces do paciente com uma mãe insegura e um pai ausente,
por exemplo, o terapeuta começaria a construir uma conceitualização de um paciente que parece
acreditar ser “frágil” e viver em um mundo “perigoso”. O terapeuta pode, então, fazer perguntas
para identificar crenças condicionais positivas e negativas, bem como estratégias comportamentais
frequentes e compensatórias. Isso auxilia o terapeuta a definir como lidar com o paciente específico.
O processo terapêutico se centra em primeiro lugar, tal como descrito no passado por Carl Rogers,
em uma aliança terapêutica de:
■■ aceitação incondicional;
■■ compreensão empática;
■■ interesse genuíno.
17
Trata-se de uma terapia estruturada, pois segue uma sequência de passos de forma ordenada, diretiva,
A TCC é orientada para as queixas dos pacientes, não para a personalidade ou para
processos inconscientes.
O terapeuta cognitivo apresenta uma atuação ativa, participando das sessões por meio de perguntas,
ajudando o paciente a refletir sobre suas interpretações por meio de questionamentos socráticos,
para que este aprenda a pensar de forma mais objetiva e de modo a inserir alguma racionalidade
nas suas avaliações, buscando fatos e/ou provas que apoiem ou não as suas interpretações.
Além disso, há uso da introspecção, pois o questionamento é feito sobre as interpretações que
os pacientes fazem, buscando evidências que apoiem ou não aquelas interpretações, de forma
socrática, isto é, de modo a que eles acabem reconhecendo eventuais avaliações distorcidas, o que
caracteriza um teste da realidade, alcançando, assim, um novo insight. A TCC também envolve a
aquisição de novas habilidades de pensar, sentir e agir, incluindo as tarefas de casa.
LEMBRAR
A TCC é uma terapia indutiva, pois passa de questionar os pensamentos automáticos,
isto é, o nível mais superficial do processamento consciente, ao segundo nível, dos
pressupostos condicionais, e, depois, ao terceiro nível, das crenças centrais ou
nucleares, a partir das quais são produzidos os pensamentos automáticos.
No que diz respeito a sua efetividade, a TCC é mais eficaz do que tratamentos farmacológicos em casos de:10
que é o sistema britânico de orientação da população no que diz respeito a tratamentos efetivos;
pelo National Institute of Mental Health (NIMH), dos EUA;11 pelo Institut National de La Santé et de
La Recherche Médicale,12 da França, e por muitos outros centros de pesquisa clínica do mundo.
Se a psicologia é uma ciência, a questão principal é: quais são os fatos científicos? Quais são as
psicoterapias baseadas em evidências? Não se defende aqui que apenas a TCC seja baseada em
evidências: algumas outras formas de psicoterapia também demonstram que são empiricamente
fundamentadas para problemas específicos.
ATIVIDADES
A) ao modelo ABC.
B) a pensamentos automáticos, esquemas e modos.
C) a crenças sobre si, sobre o mundo e sobre o futuro.
D) a situações, pensamentos e afetos.
Resposta no final do capítulo
A) A terapia cognitiva desenvolvida por Beck, assim como a TREC, não conseguiu obter
reconhecimento cientificamente fundamentado.
B) A terapia cognitiva se baseia na concepção de que são os acontecimentos que influenciam
as experiências emocionais que experimentamos e os comportamentos que apresentamos.
C) O comportamento humano, de acordo com estudos mais recentes, decorre exclusivamente
de fatores genéticos.
D) O conceito de distorções cognitivas se refere a erros no processamento cognitivo,
de modo a produzir avaliações enviesadas dos acontecimentos.
Resposta no final do capítulo
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Resposta no final do capítulo
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10. Sobre as crenças de acordo com a terapia cognitiva, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
A) F — F — V — V.
B) V — V — F — F.
C) V — F — V — F.
D) F — V — F — V.
Resposta no final do capítulo
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do capítulo
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do capítulo
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13. O questionamento socrático diz respeito:
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
A) a indagar sobre o passado dos pacientes para buscar as causas de seus problemas.
B) a fazer perguntas sucessivas para tentar evidenciar contradições.
C) a persuadir os pacientes de seus erros, tal como Sócrates o fazia com os sofistas.
D) ao terapeuta se questionar sobre seu desempenho em cada sessão.
Resposta no final do capítulo
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do capítulo
Mindfulness é “um tipo de consciência que emerge por prestar atenção propositalmente
no momento presente e de forma não julgadora para a experiência que se apresenta
em cada momento”.13
21
O programa de redução de estresse baseado em mindfulness (MBSR, do inglês mindfulness-based
■■ meditação mindfulness;
■■ escaneamento do corpo;
■■ posturas simples de yoga.
Quem pratica mindfulness pratica o não fazer. Para isso, uma atitude cética, mas curiosa,
é a melhor maneira de vivenciar o não fazer.
■■ não julgar;
■■ ser paciente;
■■ ver com mente de iniciante;
■■ confiar;
■■ não se esforçar;
■■ aceitar;
■■ “deixar rolar”.
Quadro 2
Uma terceira atitude é a da mente que está querendo ver tudo como se fosse pela primeira
vez. Experimente isto: ao ver um conhecido, verifique se você o está vendo com um olhar
Ver com
novo ou se você o está vendo por meio de seus pensamentos, juízos e sentimentos. Faça
mente de
o mesmo com seus cães e gatos, filhos, cônjuges etc. Faça com o céu, com as estrelas,
iniciante
com as árvores, com a água. (Para quem trabalha com TC, isso será uma tarefa difícil: você
terá de ser capaz de deixar de ser influenciado por seus próprios esquemas.)
Uma quarta atitude é a de confiar em si mesmo e na sua bondade e sabedoria básicas,
o que é muito importante em todos os aspectos da prática da meditação. Algumas pessoas,
quando iniciam a prática de meditação, se deixam ser levadas pela reputação e autoridade
Confiar de seus professores que não honram suas próprias vivências. Essa atitude é o contrário
do espírito da meditação, que enfatiza a importância de ser você mesmo e compreender
o que significa ser você mesmo. Ao praticar mindfulness, você está praticando se tornar
responsável por ser você mesmo e a aprender a ouvir e a confiar em seu próprio ser.
A quinta atitude é de não se esforçar: em última instância, meditação é não fazer.
É simplesmente estar. Se você quiser meditar e se disser “vou ficar mais relaxado, ou ficar
Não se iluminado, ou vou controlar a minha dor ou me tornar uma pessoa melhor”, você estará
esforçar introduzindo uma ideia em sua mente sobre como você deveria estar, o que traz junto à
noção de que você não está bem agora. Essa atitude subverte a cultivação de mindfulness,
que envolve simplesmente prestar atenção ao que estiver acontecendo.
A sexta atitude diz respeito a aceitar as coisas como elas são no momento presente.
Isso se refere a aceitar uma dor de dentes, um diagnóstico de câncer ou a morte de uma
pessoa querida. Às vezes, a aceitação só ocorre depois de períodos de negação e raiva,
como nos quatro estágios de Elizabeth Kubler-Ross sobre a morte e o morrer: negação,
raiva, barganha, aceitação.
Aceitar
Aceitação não significa que você tenha que gostar de tudo ou que você tenha uma atitude
passiva em relação a tudo e abandone seus princípios e valores, nem que você deve
se resignar e tolerar “as coisas como são”. Também não significa que você deve tolerar
injustiça ou evitar envolvimento com mudanças no mundo porque ele é do jeito que é e,
portanto, sem esperança.
A sétima atitude é mais bem representada em português pela expressão “deixar rolar” ou,
simplesmente, “soltar” ou, ainda, desapegar-se. Um exemplo apropriado é o jeito inventivo
de pegar macacos na Índia: dizem que os caçadores faziam um buraco em um coco de
“Deixar
tamanho grande o suficiente para que um macaco pudesse enfiar a sua mão nele. Então,
rolar”
faziam dois buraquinhos para prender o coco em uma árvore e colocavam dentro um pedaço
de banana. O buraco é feito de modo que a mão pode entrar sem problemas, mas não sair
segurando algo: assim o único jeito de conseguir tirar a mão, é deixar a banana lá dentro.
16. Quais são as setes atitudes que constituem os pilares da prática de mindfulness?
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Resposta no final do capítulo
A) F — F — V — V.
B) F — V — V — F.
C) V — F — V — F.
D) V — F — F — V.
Resposta no final do capítulo
24
18. Entre as características das estratégias de atenção plena, está:
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
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Resposta no final do capítulo
Tais abordagens juntam a constatação, a partir da terapia comportamental, cujo aspecto mais importante
é a função, mais do que a forma ou a frequência dos acontecimentos internos, e a junção radical do
mindfulness e aceitação, que desafiam a aplicação universal das estratégias de mudança, a partir da
TC. A enorme relevância que tem sido dada ao contato com o momento presente, associada aos
resultados alcançados com o mindfulness, fortaleceu essa mudança de foco na terapia.23
LEMBRAR
Apesar de a DBT dividir elementos com sistemas psicodinâmicos, centrados no paciente,
na gestalt e em estratégias paradoxais,27 é a aplicação da ciência comportamental,
de mindfulness e da filosofia oriental que define suas características essenciais.
Os ambientes invalidantes seriam aqueles nos quais a criança tem as suas necessidades
emocionais invalidadas ou desconsideradas e também se sente punida por ser do
modo como age, sente ou pensa.
Vários elementos da DBT dão uma estrutura claramente definida para a intervenção terapêutica. Essa
estrutura, por sua vez, se traduz em uma postura terapêutica colaborativa e em objetivos e metas
de tratamento que são hierarquicamente organizados de acordo com a importância a ela atribuída.29
Como se pressupõe que os pacientes são ineptos em lidar com as suas emoções, existe nesse
modelo de tratamento um papel psicoeducacional muito importante, em que há o treinamento
de habilidades de:25
Tais aspectos fazem parte daquilo que é prioritariamente ensinado aos pacientes. Na DBT, as
habilidades não devem ser esperadas, mas sim ensinadas.25
A DBT é uma abordagem com uma estrutura de intervenção bastante clara, na qual é necessário
um total compromisso com as metas do tratamento.30
que interferem no tratamento e que oferecem algum risco à qualidade de vida (QV) do paciente.25
Uma das habilidades ensinadas no módulo de mindfulness é a denominada mente sábia. Linehan25
diferencia três estados mentais primários,32 conforme consta no Quadro 3, a seguir.
Quadro 3
LEMBRAR
Na DBT, as metas e os objetivos terapêuticos não consistem apenas em suprimir
comportamentos disfuncionais graves, mas sim em construir uma vida que qualquer
pessoa consideraria razoavelmente digna de ser vivida.25 Assim, é fundamental o trabalho
realizado com foco no senso de autorrespeito, no domínio de seus comportamentos e de
suas emoções, na autoeficácia, a fim de que o paciente desenvolva uma QV aceitável.
O objetivo da DBT não é fazer com que o paciente esqueça as experiências dolorosas
do passado, mas sim tornar possíveis as lembranças sem sofrimento ou, pelo menos,
conseguir que essas lembranças não acarretem um descontrole devido à hiperativação
emocional. Assim como em outras abordagens para o tratamento do trauma,33 a DBT
incentiva a aquisição de competências em um nível suficiente para que se tenha uma
QV razoável, bem como estabilidade do controle comportamental, antes da exposição
sistemática a estímulos que estão associados a traumas passados.
27
Dialética na terapia comportamental dialética
Na DBT, o termo “dialética” fornece os meios práticos para terapeuta e paciente manterem
a flexibilidade e o equilíbrio ao longo de todo o processo terapêutico.25 Algo pode ser, simultaneamente,
bom e ruim; alguém pode querer e não querer um relacionamento amoroso, e um paciente suicida
pode querer viver e morrer ao mesmo tempo. A visão de mundo dialética permeia toda a DBT,
e tal perspectiva sustenta que não se pode dar sentido às partes sem considerar o todo e que a
natureza da realidade é holística.30
Existem vários sistemas com os quais o indivíduo interage o tempo todo em sua vida. O terapeuta
que interage com o paciente na terapia individual, o treinador de habilidades e o grupo, a família
que convive com o paciente diariamente, os amigos que interagem com ele no trabalho ou a
pessoa com quem mantém uma relação íntima. Cada perspectiva é verdadeira, mas cada uma é
somente parcial. Na DBT, não há interpretações em termos de ou isso ou aquilo, e sim de ambas
as alternativas, e o que mais, além disso, pode ser.25
Para tal, utiliza-se um conjunto de estratégias terapêuticas próprias da DBT. A abordagem é muito
mais próxima do modelo da análise funcional do comportamento do que da própria TCC.
ATIVIDADES
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do capítulo
28
22. Sobre a DBT, considere as afirmativas a seguir.
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
A) Apenas a I.
B) Apenas a I e a II.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do capítulo
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Resposta no final do capítulo
24. Sobre metas, objetivos e estados mentais na DBT, assinale a alternativa correta.
Quatro pilares sustentam o processo de mudança nos padrões relacionados aos comportamentos-problema:25
■■ treino de habilidades;
■■ procedimento de exposição;
■■ manejo de contingências ambientais;
■■ restruturação cognitiva.
30
Se a análise em cadeia revela um déficit nas capacidades, como a falta de habilidades necessárias no
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
repertório do paciente, tais habilidades devem ser ensinadas. No entanto, se o indivíduo apresenta as
habilidades, mas emoções, contingências ambientais e distorções cognitivas interferem no comportamento
mais habilidoso, o terapeuta usa os princípios básicos de exposição, manejo de contingências e
restruturação cognitiva para ajudar o paciente a transpor tais barreiras, usando suas capacidades.23
Em qualquer uma das situações, é a análise em cadeia que proporciona os elementos que definirão
qual a melhor estratégia a ser utilizada em cada um dos diferentes casos.
Tratar pacientes com graves, crônicos e múltiplos transtornos, requer conhecimento acerca
de diferentes protocolos de tratamento para cada uma das diferentes psicopatologias, mas
também exige que o terapeuta apresente uma forma coesa de integrá-los para tratar um
cenário nunca antes modificado.34
A tarefa se torna ainda mais complexa porque o trabalho deve estabelecer e manter uma relação
terapêutica colaborativa e produtiva. Se, por um lado, é importante trabalhar as mudanças e
desenvolver estratégias de resolução de problemas, por outro é fundamental trabalhar a aceitação
e validação emocional.23
Mesmo um comportamento claramente inválido pode ser válido em termos de sua eficácia.35 Quando
um paciente diz que odeia a si mesmo, o ódio pode ser válido, pois é uma resposta justificável se a
pessoa agiu de uma forma que viola valores importantes, como, por exemplo, se ela, deliberadamente
e por raiva, prejudicou outra pessoa.
Validar a emoção não é o mesmo que aprovar o comportamento. Cortar os braços em resposta
ao estresse emocional esmagador é válido, isto é, faz sentido, visto que muitas vezes produz alívio
de emoções insuportáveis; contudo, é inválido, uma vez que impede o desenvolvimento de outros
meios de regulação da emoção, provoca cicatrizes e afasta as outras pessoas.25,36
O mesmo comportamento pode ser válido e inválido ao mesmo tempo.25,36 A partir dessa
perspectiva, todos os comportamentos podem ser válidos de alguma forma, e o terapeuta
deve se esforçar para identificar e comunicar o que é válido com cada paciente.
Em quase todas as situações dentro da DBT, o terapeuta pode validar o sentimento de que os
problemas do paciente são importantes, que a tarefa é difícil, que a dor emocional e a sensação de
estar fora de controle é compreensível.23 Da mesma forma, frequentemente é útil validar o ponto de
vista do paciente acerca dos problemas de vida e das crenças sobre como as mudanças poderiam
ou não ser realizadas.
31
O processo de validação na DBT é essencial para a mudança dos padrões disfuncionais
LEMBRAR
O treinador de habilidades tem a função específica de desenvolver as habilidades
que estão deficitárias no funcionamento do paciente e deve manter contato semanal
com o terapeuta individual. Na DBT, é atribuída ao terapeuta individual a tarefa
de planejamento do tratamento e orientação dos demais membros da equipe que
interagem diretamente com o paciente.
O treinamento das habilidades de regulação emocional ensina uma série de estratégias comportamentais
e cognitivas para reduzir respostas emocionais indesejadas, bem como comportamentos disfuncionais
impulsivos no contexto de intensas emoções.30,35 Dessa forma, busca-se ensinar aos pacientes
maneiras de:
ATIVIDADES
26. Sobre a resolução de problemas e validação emocional na DBT, assinale a alternativa correta.
A) F — F — V — V.
B) V — V — F — F.
C) F — V — F — V.
D) V — F — F — V.
Resposta no final do capítulo
34
TERAPIA FOCADA NA COMPAIXÃO
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
A TFC, como uma abordagem terapêutica de terceira geração, foi desenhada para ajudar as pessoas
a se relacionarem consigo próprias com compaixão.38,39
LEMBRAR
A (auto)compaixão implica uma sensibilidade genuína para o sofrimento do eu e
dos outros, em um profundo compromisso de ajudar na sua diminuição/alívio. Ser
compassivo pressupõe compreender, com profundidade, que o sofrimento é inerente à
experiência humana e que não é controlado ou eliminado totalmente. Pode-se treinar
a tolerância e aceitação (abertura) a partir da (auto)compaixão, o que constitui uma
resposta multidimensional ao sofrimento e inclui bondade, empatia, generosidade e
aceitação. Também participam dessa resposta a coragem, a tolerância e a equanimidade.
Relação terapêutica
A relação terapêutica exerce um papel central na TFC, em que se presta particular atenção a micro-
skills do compromisso terapêutico, expressão, amplificação, inibição e/ou medo da emoção, vergonha,
validação e mindfulness do terapeuta.40 Por meio de um processo reflexivo, procura-se criar um espaço
de segurança para explorar, descobrir, experimentar e desenvolver, ou seja, um contexto emocional
no qual o paciente experimente (e internalize) o terapeuta como “compassivamente ao seu lado”.41
O ser humano possui um cérebro antigo, com várias emoções e motivações partilhadas com muitos
dos outros animais, mas também um cérebro novo, com capacidade para pensar, refletir, observar
e construir um sentido de identidade. As dificuldades que surgem derivam da forma como esses
dois cérebros interagem (e/ou conflitam).38
Quanto maior for a vivência de ameaça, mais a atenção e o estilo cognitivo se focam nela, o
que incrementa as intrusões associadas ao sistema de ameaça-defesa.43 Dessa forma, as
preocupações, a ruminação e a autocrítica circulam constantemente na corrente de consciência,
estimulando o sistema de ameaça-defesa central e periférico (sistema nervoso simpático [SNS]
e parassimpático [SNP]) (em círculo vicioso), em que essa trajetória com o tempo se torna mais
forte e superestimulada.
Quadro 4
LEMBRAR
A mentalidade de prestação de cuidados na qual a (auto)compaixão está associada
implica que a pessoa reconheça o sofrimento no outro (ou no eu), avalie as necessidades,
preste atenção e esteja próxima do objeto de cuidado, com empatia e simpatia. Para
responder dessa forma, o cérebro necessita suprimir ou bloquear os circuitos neuronais
responsáveis pelos comportamentos de agressão e de defesa/ataque (agonísticos)
no grupo social.
36
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
ATIVIDADES
A) F — F — V — V.
B) F — V — V — F.
C) V — F — V — F.
D) V — F — F — V.
Resposta no final do capítulo
31. A TFC é um modelo de tratamento que fundamenta seu entendimento em duas áreas
de conhecimento principalmente, a saber:
A) neurociência e filosofia.
B) filosofia e fisiologia.
C) neurociência e psicologia evolucionista.
D) psicologia evolucionista e filosofia.
Resposta no final do capítulo
A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a I e a III.
D) Apenas a II e a III.
Resposta no final do capítulo
37
33. Sobre a TFC, considere as afirmativas a seguir.
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do capítulo
A formulação da TFC é um processo nuclear que visa compreender a natureza, a origem das
estratégias defensivas, a sua função e o medo da mudança. Tais estratégias defensivas emergem
de diversos tipos de ameaça e de necessidades emocionais insatisfeitas (mais do que se centrar
na identificação de sintomas específicos, crenças nucleares ou esquemas).44
Assim, o racional direcionado para indivíduos com elevada vergonha e autocrítica integra vários
modelos (cognitivo, comportamental e de vinculação), focando-se em quatro domínios:
Nessa fase, o terapeuta usa determinadas ferramentas, como a descoberta guiada, o diálogo socrático e a
devolução da informação (em síntese), introduzindo a ideia-chave de que as dificuldades experimentadas
“não são culpa do paciente”, e sim apenas o espelho da natureza da mente humana (partilhado por todos
os humanos) e das experiências precoces adversas e tóxicas (para a maioria das pessoas).39 Além disso,
procura-se identificar as emoções não processadas associadas às memórias emocionais negativas.
38
Apesar de a ligação entre experiências (passadas e recentes), medos nucleares e
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
A psicoeducação na TFC integra a informação referente aos três sistemas de regulação de afeto,
importantes para a compreensão do paciente acerca da forma como lida com as situações externas e
internas e como as regula emocionalmente, à formulação e à natureza da mente (cérebro, como produto
complexo do processo evolutivo — cérebro velho versus cérebro novo, desenhado para proteção/defesa).38
LEMBRAR
O cérebro humano é composto por três cérebros diferentes, com funções distintas
resultantes do longo processo evolutivo. O sistema límbico presente no cérebro dos
mamíferos é o responsável biológico pela vida em grupo, pela construção de alianças
e cooperação, interação social e estatuto social. A posição que cada elemento ocupa
em um grupo com base na hierarquia social definida permite manter esse grupo sem
lutas e ataques — coesão social. Com isso, o indivíduo sente-se protegido e concretiza
seus objetivos biossociais.
O sistema de ameaça-defesa é comum a todos os seres vivos e funciona a partir da regra “é melhor
prevenir do que remediar”.38 O que se pretende é que o paciente desenvolva uma compreensão
compassiva da forma como a mente humana funciona.
Em seguida, formulam-se objetivos e tarefas terapêuticas por meio do monitoramento dos pensamentos e
das emoções (sistema de defesa-ameaça), de experiências comportamentais e de tarefas hierarquizadas
que promovam e facilitem o desenvolvimento da mente compassiva (por exemplo, eu compassivo).
Antes do treino da mente compassiva, é preciso entender o contexto da mente de ameaça versus
a mente compassiva e o papel do medo e da compaixão na manutenção da ameaça.
LEMBRAR
A vergonha é a emoção humana mais difícil de lidar, aversiva e com frequência
incapacitante. Essa emoção envolve habitualmente uma avaliação negativa do eu (na
sua globalidade) e o sentimento de inadequação e diminuição aos olhos dos outros.46
39
Sabe-se que memórias emocionais negativas (subordinação, trauma) e estilos parentais disfuncionais
Uma forte evidência empírica tem demonstrado que a autocrítica constitui um marcador de
vulnerabilidade para as psicopatologias, como depressão, ansiedade social e transtornos da
personalidade.38
Com base no exposto, percebe-se que a autocrítica e a vergonha atuam como processos internos
associados ao sistema de ameaça-defesa, que, quando ativado, gera emoções negativas defensivas
difíceis de regular (Gilbert e colaboradores, 2009).
A autocrítica é uma relação interna hostil dominante que desencadeia (ativa) o sistema
de processamento defesa-ameaça, que surge, via de regra, quando se falha em tarefas
importantes, ou se algo corre mal ou não corre como esperado.
Pode-se praticar a autocrítica por modelação e como estratégia para lidar com outros
hostis, como forma de lidar com as crenças de que se existe na mente dos outros de
forma negativa (vergonha externa) e para gerir a raiva sentida por incapacidade de a
processar. Estratégias de aproximação, confiança e abertura aos outros podem ser
altamente disfuncionais em contextos de hostilidade e de ataque (físico ou verbal).
40
O papel do medo da compaixão na manutenção da ameaça
|
PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
Alguns autores postulam que nessas condições relacionais invalidantes as tentativas de afiliação e
busca de segurança por parte dos outros podem gerar ansiedade e desregulação emocional, por
ativarem o sistema de ameaça.45
Quadro 5
Estudos recentes têm salientado o impacto que os medos afiliativos podem ter na psicopatologia.
Mais especificamente, encontraram uma associação entre o medo de receber compaixão (dos
outros e do eu) com:39,40
■■ a autocrítica;
■■ a depressão;
■■ a ansiedade;
■■ o estresse.
■■ bondade;
■■ compreensão;
■■ tranquilidade;
■■ tolerância;
■■ aceitação.
A presença compassiva do terapeuta e a sua capacidade para criar uma base segura
são imprescindíveis para que a terapia seja eficaz.
Quadro 6
Lidar com Um dos grandes objetivos da aplicação da TFC é ajudar os pacientes a se tornarem
as emoções mais tolerantes e compassivos com os seus sentimentos e emoções (negativos e
de forma positivos). Os pacientes são encorajados a abordarem as emoções com abertura, de
compassiva forma não julgadora e gentil.
A TFC ajuda os pacientes a equilibrarem os pensamentos focados na ameaça com cognições
de conforto e suporte que promovem o bem-estar, por meio da sua validação como normais
Raciocínios e
e compreensíveis.38 Dito de outra forma, treinam maneiras mais saudáveis e flexíveis de se
pensamentos
relacionarem consigo próprios, com um foco especial na diminuição da autocrítica, vergonha
compassivos
e comparação social negativa e texturas emocionais associadas (raiva, aversão, ansiedade,
tristeza), por meio da amabilidade, bondade e tolerância autodirigidas.38,53
Exercícios e práticas compassivas baseadas na imagery (por exemplo, lugar seguro, meditação do
amigo compassivo) e que se centram no treino dos diferentes fluxos da compaixão (dar compaixão
aos outros, receber compaixão dos outros e autocompaixão) ajudam os pacientes a estabelecerem
relações mais positivas com os outros e consigo próprios (sentido do eu mais aceito e validado).38,53
Outra forma pode ser se imaginar como um ser compassivo (com todas as qualidades e atributos da
compaixão) comprometido e presente de forma responsável com as suas dificuldades e fragilidades
e que o ajuda a fazer o que necessita para se sentir com vitalidade e bem-estar.38 Os pacientes
são convidados (a abordagem não é diretiva ou confrontativa) a se tornarem mais conscientes
da autocrítica (formas e funções) e da vergonha, e a mudarem para uma tonalidade interna mais
afiliativa, suportiva e compassiva.
35. A mente humana é composta por três cérebros diferentes, com funções específicas e
que reagem de forma diferenciada em função do contexto. Quanto ao comportamento
agônico, focado nas hierarquias de dominância e subordinação, considere as afirmativas.
A) Apenas a I.
B) Apenas a I e a II.
C) Apenas a III.
D) Apenas a II e a III.
Resposta no final do capítulo
44
36. Sobre a autocrítica, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
A) V — V — F — F.
B) F — V — V — F.
C) V — F — V — F.
D) F — F — V — V.
Resposta no final do capítulo
37. Sobre a mente de ameaça, de acordo com a TFC, assinale a alternativa correta.
LEMBRAR
Na ACT, o compromisso firmado é o de praticar ações significativas, não de atingir
um resultado específico.55
Ainda que a ACT possua diversas características semelhantes às abordagens mais tradicionais
em TCC,56 é importante salientar, desde o início, uma diferença fundamental no que diz respeito
aos seus pressupostos teóricos. Compreender as diferenças nesses pressupostos é importante
na medida em que cada pressuposto conduz a um modelo explicativo de psicopatologia distinto;
da mesma forma, cada pressuposto conduz a propostas de intervenção terapêutica específica.57
Apesar de nenhum desses pressupostos implicarem que a mudança cognitiva seja necessária ou
suficiente para a obtenção das mudanças comportamentais e de humor desejadas, fica claro que
a mudança cognitiva é o principal veículo na busca da mudança terapêutica.58 No entanto, tais
pressupostos não são compatíveis com o modo como a ACT entende a atividade cognitiva.
Dessa teoria se deriva o modelo de psicopatologia utilizado em ACT como base para a conceitualização
de caso.60 Como consequência, esse modelo de psicopatologia é a pedra angular sobre a qual se
baseiam as intervenções terapêuticas em ACT. A inflexibilidade psicológica seria a principal causa
do sofrimento mental e dos processos psicopatológicos derivados delas.61
46
Mais especificamente, a inflexibilidade psicológica é o resultado da ação conjunta de seis processos
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
Desse modo, há uma tendência de intensificação da dor experimentada frente a eventos indesejados,
o que, por sua vez, predispõe a pessoa a lançar mão de uma abordagem de resolução de problemas
na tentativa de aliviar a dor sentida.64
Esse modo de resolução de problemas está fadado ao fracasso quando o alvo são eventos internos (por
exemplo, ansiedade, pensamentos intrusivos), uma vez que não há nada a ser objetivamente “resolvido”.64
LEMBRAR
A ACT difere da TC convencional por não trabalhar a restruturação de pensamentos
ou crenças, e sim pelo processo de desfusão.
Evitação experiencial
A evitação experiencial pode ser considerada como um protótipo do entendimento da psicopatologia em ACT.62
As experiências internas indesejadas não são indesejadas por representarem uma real ameaça à
pessoa. Antes disso, esses eventos internos adquiriram suas propriedades aversivas na medida em
que o indivíduo passou a responder a eles da mesma maneira que responderia às ameaças reais.65
Fusão cognitiva
O termo “fusão” significa que há uma junção de coisas para que se tornem uma
só. Assim, dentro do contexto da ACT, os pensamentos e a realidade tornam-se
indistinguíveis.67
Sob a ótica da ACT, o que leva a pessoa a sair de seu caminho em busca de uma vida significativa não
tem a ver com o fato de os pensamentos distorcerem a realidade, mas sim com o fato de a pessoa reagir
a seus pensamentos da mesma forma que reagiria aos eventos concretos por eles representados.68
pode levar a uma inflexibilidade psicológica. Desse modo, entende-se que o tempo se
move em uma única direção: do presente para o presente.
A psicopatologia, para a ACT, ocorre quando o comportamento do indivíduo não está contribuindo
para a construção de uma vida que lhe seja significativa.62 Contudo, aquilo que se considera uma vida
significativa é diferente para cada um. Assim, conceitos como “vida significativa” e “funcional” somente
podem ser definidos como tal a partir daquilo que é importante para a pessoa, ou seja, seus valores.70
LEMBRAR
Os comportamentos do indivíduo são funcionais na medida em que estão contribuindo
para a construção de uma vida significativa, e uma vida significativa é aquela que
reflete seus valores.70
Uma vida significativa só pode ser construída na medida em que se age de modo a avançar na
direção escolhida.62 O fato de o ser humano possuir valores bem definidos, por si só, não o leva
automaticamente a agir de maneira consistente com esses valores. Desse modo, uma vida significativa
não depende daquilo que se deseja, mas sim daquilo que efetivamente se faz.71
Desse modo, a ACT parte de uma série de pressupostos que provavelmente soarão
contraintuitivos para terapeutas que trabalham com a tradicional noção de que a
psicopatologia é definida em função dos sintomas apresentados pelo paciente.62
LEMBRAR
Embora a TCC tradicional e a ACT possuam fundamentos filosóficos e teóricos
bastante distintos, o mesmo não vale para as intervenções praticadas. Por esse
motivo, a ideia de um modelo integrativo de TCC e ACT é um tanto temerária do
ponto de vista epistemológico. Isso não significa, contudo, que tal integração não
possa ocorrer na prática clínica.
49
A) comprometimento com os valores pessoais, pois os valores são como um farol que
guia as ações.
B) compromisso com a terapia e com as metas estipuladas no trabalho com o terapeuta.
C) compromisso com a restruturação das crenças e distorções cognitivas presentes nas
psicopatologias.
D) compromisso firmado, que se caracteriza pelo ato de atingir um resultado específico.
Resposta no final do capítulo
A) F — F — V — V.
B) F — V — V — F.
C) V — F — V — F.
D) V — F — F — V.
Resposta no final do capítulo
50
42. A ACT busca adotar uma maneira de lidar com os pensamentos por meio da:
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
A) restruturação cognitiva.
B) desfusão cognitiva.
C) reelaboração cognitiva.
D) alocação cognitiva.
Resposta no final do capítulo
43. A ACT postula que o sofrimento humano está diretamente ligado à maneira como o
indivíduo representa tal situação em sua mente. Para isso, um processo cognitivo
diretamente envolvido no contexto de sofrimento é o papel da:
A) atenção.
B) memória.
C) linguagem.
D) aprendizagem.
Resposta no final do capítulo
A) F — F — V — V.
B) F — V — V — F.
C) V — F — V — F.
D) V — F — F — V.
Resposta no final do capítulo
45. De acordo com a ACT, quando o comportamento do indivíduo pode ser considerado funcional?
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do capítulo
51
TERAPIA DO ESQUEMA
■■ dependência química;
■■ transtornos alimentares;
■■ transtornos do humor;
■■ transtornos de ansiedade;
■■ conflitos conjugais.
■■ utilizar um modelo desenvolvimental que explora as origens dos problemas do paciente a partir
de suas relações parentais, assim como o seu temperamento e estratégias de enfrentamento
ao longo da vida;
■■ enfatizar técnicas emocionais vivenciais, com o objetivo de buscar os significados das emoções
do paciente que estão enraizados em suas memórias infantis, bem como de relacionar essas
memórias aos problemas atuais;
■■ promover a reparação parental, na qual o terapeuta atua como o adulto saudável que oferecerá
atenção, afeto, apoio, aceitação, limites etc., em diferentes contextos do processo terapêutico;
■■ atingir o processamento cognitivo não consciente do paciente, ajudando-o a atribuir significados às
suas emoções não compreendidas, bem como de seus estilos disfuncionais de interagir com os outros.
O modelo de Bolwby foi conceitualizado em termos cognitivos, a partir da teoria dos esquemas,
definidos como representações do self e do outro, que guiam o comportamento interpessoal.73,55
LEMBRAR
Os esquemas funcionam como filtros através dos quais as pessoas fazem interpretações
e predições acerca de suas experiências, das outras pessoas e do mundo. Experiências
precoces são salvas na memória autobiográfica, por meio dos esquemas, desde os
primeiros anos de vida.77
52
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
■■ abandono;
■■ abuso;
■■ negligência;
■■ rejeição.
As memórias conscientes de situações traumáticas são estabelecidas por um sistema que envolve
o hipocampo e áreas corticais relacionadas, enquanto as memórias inconscientes operam por um
sistema baseado nas amígdalas.78
Young78 identificou 18 EIDs, os quais se encontram agrupados dentro de cinco domínios esquemáticos,
de acordo com as necessidades não atendidas, conforme detalhado no Quadro 7.
53
Quadro 7
■■ hipercompensação;
■■ evitação;
■■ resignação.
Esses estilos de enfrentamento operam fora da consciência do indivíduo, o qual, mesmo diante
de opções mais adequadas, permanece aprisionado ao seu esquema.78 Em outras palavras, esses
estilos correspondem a padrões de comportamento utilizados na tentativa de atingir as próprias
necessidades emocionais. Entretanto, acabam fortalecendo os esquemas.
54
Os estilos de enfrentamento são apresentados no Quadro 8, a seguir, em termos comportamentais,
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
cognitivos e afetivos.
Quadro 8
MANIFESTAÇÕES COGNITIVAS, AFETIVAS
E COMPORTAMENTAIS DOS ESTILOS DE ENFRENTAMENTO
Estilos de enfrentamento Comportamento Pensamentos Sentimentos
Processamento
Repetir os padrões
seletivo, vendo as
Resignação ao esquema interacionais da Sentir diretamente
informações que
(entregar-se ao esquema e infância, escolhendo a dor emocional do
confirmam o esquema
adaptar-se a ele) pessoas semelhantes esquema
e ignorando as que
aos seus cuidadores
desconfirmam
Evitação do esquema
Evitação ativa e Negação de eventos
(esquiva de atividades
passiva de situações ou de memórias, Encobrir ou negar
que disparam o esquema,
disparadoras do despersonalização ou sentimentos
impedindo experiências
esquema dissociação
corretivas)
Supercompensação do
esquema
Mascarar sentimentos
(ações opostas ao tema
desconfortáveis
central do esquema para Comportar-se de Pensamentos
relacionados ao
não ser atingido por forma opositora ao opositores ao
esquema (p. ex.,
ele; superestimativa da esquema (geralmente esquema; negação
arrogância para
influência do esquema; exagerada) do esquema
esconder sentimento
atitude excessivamente
de inferioridade)
assertiva, agressiva ou
independente)
Fonte: Falcone (2014).73
Após o paciente compreender como se formaram os seus esquemas e em que contextos eles são
ativados, inicia-se a fase de intervenção cognitiva, que tem a finalidade de ajudar o paciente a
se distanciar de seus esquemas, em um nível intelectual.72,79
Em outras palavras, o paciente passa a entender que suas reações emocionais intensas frente às
situações fundamentam-se em significados guiados pelos EIDs, e não pelo contexto em si. Nessa
fase do tratamento, o paciente compreende, ainda, em um nível intelectual, que os seus esquemas
são resultantes de um ambiente familiar tóxico. Em vez de considerar as suas reações como
indicativas de psicopatologia, estas na realidade foram recursos adaptativos que ele encontrou
para se proteger dos padrões parentais disfuncionais no qual foi criado.72,79
56
Na TE, por meio da confrontação empática, o paciente é estimulado a refletir as vantagens
|
PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
Na fase vivencial da TE, o paciente passa a lidar com as emoções ativadas pelo esquema. O
objetivo é o de alcançar a ativação e a expressão emocional, seguida pela reflexão da experiência
e desenvolvimento de novos significados, uma vez que a capacidade de processar informações
tem demonstrado ser mais efetiva na presença das emoções.83
Por meio da ligação entre memórias infantis carregadas de emoção e de situações atuais aflitivas,
o paciente passa a expressar as suas necessidades emocionais frustradas, defendendo os seus
direitos a ter essas necessidades atingidas.
Em função do envolvimento das memórias implícitas nos EIDs, o foco nas sensações
corporais do presente pode ser uma porta de acesso ao passado. O terapeuta, então, a
partir de uma situação atual que esteja ativando esquemas importantes, pode solicitar
ao paciente para acessar imagens relacionadas ao mesmo tema vivenciado no passado.
Ou seja, o paciente é solicitado a relatar a situação atual, na imagem, identificando as
sensações corporais e emoções associadas.72,83
Com o tempo, passa a cuidar se suas próprias necessidades de modo efetivo, podendo atingir
autonomia e funcionamento interpessoal saudável. O terapeuta pode realizar a RPL para cada
modo de esquema específico do seu paciente (para uma revisão mais detalhada, consulte Farrell
e colaboradores).74
Em síntese, a TE tem sido considerada como uma das mais importantes abordagens de terceira
geração das TCCs. Seu caráter integrador, seu foco nas estratégias vivenciais e na relação
terapêutica como um ingrediente ativo de mudança tem contribuído para a sua crescente projeção
no campo das TCCs.
ATIVIDADES
46. A TE representa uma ampliação da TCC. Qual das alternativas a seguir representa
essa ampliação?
47. Os EIDs funcionam como filtros cognitivos que guiam a percepção das experiências,
contribuindo para os padrões autoderrotistas de funcionamento. Sobre os EIDs,
assinale a alternativa correta.
50. No que se refere ao processo terapêutico, qual das alternativas a seguir é mais
característica da TE?
Ao final do encontro, chegou-se à conclusão de que são evoluções de uma mesma árvore, mas
cada uma com a sua especificidade. Mesmo que este capítulo ainda inclua a TE e a TFC, todas as
variantes mencionadas podem ser pensadas como modos diferentes de tratar problemas específicos
por meio de métodos também efetivos.
Atividade 2
Resposta: C
Comentário: As crenças racionais estão relacionadas a estados emocionais negativos equilibrados,
como tristeza, mágoa, pesar, desprazer e aborrecimento; as crenças irracionais causam reações
emocionais perturbadas, como pânico, depressão, fúria, entre outros. Eliss sustentou que as crenças
irracionais podem ser muito efetivamente combatidas pelo uso dos métodos lógico-empíricos da ciência.
Atividade3
Resposta: A
Comentário: A TREC combate visões dogmáticas que seus pacientes trazem em suas queixas.
São uma ou mais das onze crenças irracionais por ele descritas em seu livro Reason and emotion
in psychotherapy. Essas visões envolvem crenças de que “tenho que ser amado e aprovado”,
“tenho que ser competente” e “é terrível e catastrófico quando as coisas não são como eu quero”.
Atividade 4
Resposta: D
Comentário: Ellis defende que a mudança deve ser filosófica no sentido de o paciente deixar de ser
dogmático e ser mais flexível e tolerante, envolvendo uma mudança filosófica.
60
Atividade 5
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
Atividade 6
Resposta: B
Comentário: Hedonismo é uma escolha, mais do que uma necessidade absoluta; assim, parece
provável que seja uma predisposição inata fazer essa escolha fundamental. Se uma pessoa
escolhe conscientemente ter satisfações imediatas e aceitar as implicações dessa decisão, é uma
prerrogativa sua, e isso não é necessariamente irracional. Se uma pessoa escolhe ter satisfações
futuras, mas não consegue impor a si mesmo a disciplina necessária para isso, ela incorre em uma
atitude não racional.
Atividade 7
Resposta: C
Comentário: Tríade cognitiva foi o conceito usado por Beck para descrever uma visão negativa que
os pacientes depressivos têm sobre si, sobre o mundo, sobre as outras pessoas e sobre o futuro,
envolvendo desesperança e às vezes ideação negativa.
Atividade 8
Resposta: D
Comentário: Aaron T. Beck, ao desenvolver a sua TC, conseguiu obter um reconhecimento cientifi-
camente fundamentado. A TC se baseia na concepção de que as interpretações dos acontecimentos
influenciam as experiências emocionais experimentadas e os comportamentos apresentados. Uma
pessoa é do jeito que é pelos fatores genéticos que determinam o seu funcionamento neurobiológico,
mas muito do seu comportamento decorre também das experiências pelas quais passa na vida.
Atividade 9
Resposta: São tipos de distorções cognitivas pensamento “tudo ou nada”, inferência arbitrária ou
obtenção precipitada de conclusões, catastrofização, leitura mental e desqualificação de positivo.
Atividade 10
Resposta: D
Comentário: As crenças condicionais negativas podem fortalecer as crenças nucleares, como as que
refletem incapacidade, por exemplo. Uma mãe insegura pode favorecer que o filho se torne uma
pessoa preocupada, assim como uma mãe crítica pode gerar no filho a crença de ele ser incapaz.
Atividade 11
Resposta: C
Comentário: O termo certo é “conceitualização cognitiva”. A partir de uma entrevista inicial, em que
o paciente apresenta a(s) sua(s) queixa(s), o terapeuta começa a construir uma “teoria” sobre ele,
que é chamada de conceitualização cognitiva do paciente.
61
Atividade 12
Atividade 13
Resposta: B
Comentário: Sócrates fazia perguntas sucessivas para seus discípulos de modo que eles acabassem
reconhecendo erros nas suas interpretações. A TCC usa a mesma estratégia como um modo de
não usar a persuasão, o que tende a fazer com que os pacientes abandonem a terapia.
Atividade 14
Resposta: D
Comentário: Layard e Clark, em seu livro Thrive, demonstram que a efetividade da TCC é reconhecida
por ser melhor do que medicamentos para tratamentos de todos os quadros de ansiedade, depressão
e transtornos alimentares. A TCC também é efetiva para tratamentos de esquizofrenia e TB, com
uso de medicamentos, usando práticas baseadas em evidências.
Atividade 15
Resposta: A
Comentário: O MBSR é um programa de 8 semanas ensinado por treinadores certificados que envolve
sessões semanais em grupo de 2 horas e 1 dia de retiro de 6 horas entre a sexta e a sétima sessões,
bem como tarefas de casa de 45 minutos diariamente. O escaneamento do corpo é a primeira técnica
formal de mindfulness ensinada durante as primeiras 4 semanas do workshop e envolve deitar-se
calmamente de costas e focar a atenção em várias partes do corpo, começando pelos dedos dos
pés e movendo a atenção vagarosamente até o topo da cabeça. Outros exercícios formais, além
do escaneamento corporal, podem ser os de meditar sentado e o de meditar caminhando. Quem
pratica mindfulness pratica o não fazer, então uma atitude cética, mas curiosa, é a melhor maneira
de vivenciar esse não fazer.
Atividade 16
Resposta: As sete atitudes que constituem os pilares da prática de mindfulness são não julgar,
paciência, mente de iniciante, confiança, não se esforçar, aceitação e “deixar rolar”.
Atividade 17
Resposta: B
Comentário: Mindfulness é cultivado por prestar atenção intensa na sua experiência em cada
momento, tão bem quanto possível, sem se deixar levar por ideias e opiniões, gostos e desgostos.
Ao dizer “vou ficar mais relaxado”, o indivíduo estará introduzindo uma ideia em sua mente sobre
como ele deveria estar, o que traz junto a noção de que ele não está bem agora.
62
Atividade 18
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
Resposta: D
Comentário: O piloto automático é um modo em que as pessoas agem sem consciência do que
estão fazendo, com frequência no futuro ou no passado e evitando experiências desagradáveis.
O modo de atenção plena envolve aproximar-se de todas as experiências com interesse, curiosidade
e respeito.
Atividade 19
Resposta: B
Comentário: Como atenção plena envolve estar atento e curioso, não faz sentido desejar que as
coisas sejam diferentes, ou querer mudanças, ir para o futuro ou para o passado ou confundir
pensamentos com realidade. Assim, a alternativa correta é ter uma atitude subjacente de aceitação
de si e da experiência.
Atividade 20
Resposta: As práticas de mindfulness têm sido usadas para manejo de dor crônica, estresse e
quadros de ansiedade, depressão recorrente, abuso e dependência de álcool e drogas, tratamento
de TAG, TB e transtornos alimentares, bem como manejo de crianças.
Atividade 21
Resposta: D
Comentário: De fato, novas abordagens que convergem em alguns pressupostos básicos acerca
dos fenômenos psicológicos e da terapia estão a emergir, quer da corrente comportamental,
quer da corrente cognitiva das TCCs. Essas novas abordagens pressupõem uma mudança de
paradigma. Não se focam na modificação do conteúdo do pensamento (reestruturação), mas na
mudança da relação do conteúdo e da visão dos fenômenos mentais. Em parte, essa mudança
deve-se à compreensão de que, muitas vezes, certos padrões cognitivos sobrepraticados não são
reestruturáveis. Ao acentuarem estratégias de mudança mais experienciais (foco central no corpo
e menos nos processos da linguagem), tornam-se em si mesmas mais dirigidas ao que importa e
ao treino de competências.
Atividade 22
Resposta: A
Comentário: Apesar de dividir elementos com sistemas psicodinâmicos, centrados no paciente,
gestalt e estratégias paradoxais, é a aplicação da ciência comportamental, mindfulness, e a filosofia
oriental que definem as características essenciais da DBT. Na DBT, as habilidades não devem ser
esperadas, mas ensinadas, visto que pressupõem que os pacientes são ineptos em lidar com as
suas emoções. Há um importante papel psicoeducacional, e o treinamento de habilidades de atenção
plena (mindfulness), tolerância ao sofrimento/mal-estar, efetividade interpessoal e de regulação
emocional fazem parte daquilo que é prioritariamente ensinado aos pacientes.
Atividade 23
Resposta: As metas primárias abordadas no tratamento são aquelas focadas na alteração de
comportamentos que oferecem risco à vida, comportamentos que interferem no tratamento e
comportamentos que oferecem algum risco à QV do paciente.
63
Atividade 24
Atividade 25
Resposta: B
Comentário: A dialética pode tanto ser um método de persuasão quanto uma visão de mundo ou
um conjunto de pressupostos acerca da natureza da realidade. De acordo com a DBT, em função
da dialética, algo pode ser, simultaneamente, bom e ruim, alguém pode querer e não querer um
relacionamento amoroso, e um paciente suicida pode querer viver e morrer ao mesmo tempo.
Na DBT, as estratégias de modificação cognitiva fundamentam-se na persuasão dialética. Apesar
de o terapeuta algumas vezes desafiar as crenças disfuncionais com técnicas conhecidas da TCC
como disputa racional, diálogo socrático ou verificação de evidências e pensamentos disfuncionais,
há especial ênfase nas modificações cognitivas através da conversação, que cria uma experiência
de contradição inerente à própria posição.
Atividade 26
Resposta: C
Comentário: O processo de análise em cadeia, momento a momento ao longo do tempo, determina
quais variáveis controlam e influenciam a ocorrência de cada comportamento-problema apontado e
o modo como ele ocorre. São quatro os pilares que sustentam o processo de mudança nos padrões
relacionados aos comportamentos-problema: treino de habilidades, procedimento de exposição,
manejo de contingências ambientais e reestruturação cognitiva. As estratégias de validação da DBT
não são destinadas somente a comunicar um entendimento empático, mas também a comunicar a
validade das emoções do paciente, bem como a dos seus pensamentos e ações.
Atividade 27
Resposta: D
Comentário: Validar a emoção não é o mesmo que aprovar o comportamento. Um comportamento
claramente inválido pode ser válido em termos de sua eficácia. Em quase todas as situações dentro
da DBT, o terapeuta pode validar o sentimento de que os problemas do paciente são importantes,
que a tarefa é difícil, que a dor emocional e a sensação de estar fora de controle é compreensível.
Atividade 28
Resposta: D
Comentário: As habilidades de atenção plena (mindfulness), regulação emocional, tolerância ao
mal-estar/sofrimento e efetividade interpessoal são ensinadas na DBT, pois o modelo pressupõe que
há uma carência delas. Tais habilidades não seriam esperadas, e sim ensinadas de modo sistemático
no tratamento. A DBT apresenta um modelo estruturado de psicoeducação de tais habilidades, que
idealmente deve ser realizada em grupo, com encontros semanais que duram 12 meses.
64
Atividade 29
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
Resposta: C
Comentário: O treinador de habilidades tem a função específica de desenvolver as habilidades que
estão deficitárias no funcionamento do paciente, diagnosticadas pelo terapeuta, devendo manter
contato semanal com o terapeuta individual. O aumento da eficácia interpessoal é ensinado por
meio de uma variedade de habilidades de assertividade para alcançar um objetivo, mantendo os
relacionamentos e preservando o autorrespeito, enquanto as habilidades de controle da atenção
são trabalhadas por meio das estratégias de mindfulness, focando na conscientização e no
desenvolvimento de eficácia.
Atividade 30
Resposta: B
Comentário: A (auto)compaixão implica uma sensibilidade genuína para o sofrimento do eu e dos
outros, em um profundo compromisso de favorecer a sua diminuição/alívio. Ser compassivo pressupõe
compreender, com profundidade, que o sofrimento é inerente à experiência humana e que não é
controlado ou eliminado totalmente. Deve-se treinar a sua tolerância e aceitação (abertura) a partir
da (auto)compaixão, para uma resposta multidimensional ao sofrimento que inclui bondade, empatia,
generosidade e aceitação, assim como a coragem, a tolerância e a equanimidade.
Atividade 31
Resposta: C
Comentário: A TFC postula seus pressupostos na ideia de que a compaixão é uma emoção nobre,
desenvolvida ao longo dos milhares de anos, e que faz parte do processo de evolução do ser
humano enquanto espécie. Para isso, fundamenta suas intervenções na relação das emoções
com processos neurofisiológicos.
Atividade 32
Resposta: B
Comentário: A mentalidade de prestação de cuidados na qual a (auto)compaixão está associada
implica que a pessoa reconheça o sofrimento no outro (ou no eu), avalie as necessidades, preste
atenção e esteja próxima do objeto de cuidado, com empatia e simpatia. Para responder dessa forma,
o cérebro necessita suprimir ou bloquear os circuitos neuronais responsáveis pelos comportamentos
de agressão e de defesa/ataque (agonísticos) no grupo social.
Atividade 33
Resposta: B
Comentário: Quanto maior for a vivência de ameaça, mais a atenção e o estilo cognitivo se focam
nela, o que incrementa as intrusões associadas ao sistema de ameaça-defesa.
Atividade 34
Resposta: B
Comentário: A formulação da TFC é um processo nuclear que visa compreender a natureza, a origem
das estratégias defensivas, a sua função e o medo da mudança. A psicoeducação na TFC integra
a informação referente aos três sistemas de regulação de afeto, importantes para a compreensão
do paciente acerca da forma como lida com as situações externas e internas e como as regula
emocionalmente, à formulação e à natureza da mente. Há quatro domínios focados durante a
formulação: (1) influência do background e das experiências emocionais precoces; (2) ameaças
externas e internas e medos nucleares; (3) estratégias defensivas focadas externa e internamente;
(4) consequências não intencionais (por exemplo, autocrítica).
65
Atividade 35
Atividade 36
Resposta: D
Comentário: A autocrítica é uma relação interna hostil dominante que desencadeia (ativa) o sistema
de processamento defesa-ameaça, tipicamente quando há falha em tarefas importantes, ou se
as coisas correm mal, ou se não correm como esperado. Pode-se sobrepraticar a autocrítica por
modelamento e como estratégia para lidar com outros hostis, como forma de lidar com as crenças
de que se existe na mente dos outros de forma negativa (vergonha externa) e para gerir a raiva
sentida por incapacidade de a processar. Estratégias de aproximação, confiança e abertura aos
outros podem ser altamente disfuncionais em contextos de hostilidade e de ataque (físico ou verbal).
Atividade 37
Resposta: D
Comentário: A vergonha é a emoção humana mais difícil de lidar, aversiva e com frequência
incapacitante, que envolve habitualmente uma avaliação negativa do eu (na sua globalidade) e o
sentimento de inadequação e diminuição aos olhos dos outros. Estudos relativos ao mapeamento
cerebral mostraram que as experiências abusivas afetam a maturação do córtex orbitofrontal, zona
cerebral crucial para a regulação do afeto. A autocrítica (eu inadequado), cuja função é a tentativa
de melhorar e corrigir comportamentos ou características pessoais, revela-se menos patogênica
do que a autocrítica centrada em punir, perseguir, rebaixar e magoar o eu (eu detestado).
Atividade 38
Resposta: D
Comentário: A (auto)compaixão possui uma natureza multimodal e, na terapia, revela-se fundamental
articular competências funcionais do paciente (forças) com as novas a aprender e a desenvolver.
Uma prática nuclear na TFC é a respiração mindful e tranquila, em que o indivíduo é convidado a
trazer a atenção para as sensações da respiração no corpo e, caso a mente vagueie, a regressar
gentilmente ao corpo e aos movimentos da respiração. Já as técnicas de imagery compassivas se
revelam úteis na aprendizagem de competências de autocompaixão. Um dos grandes objetivos
da aplicação da TFC é ajudar os pacientes a se tornarem mais tolerantes e compassivos com os
seus sentimentos e emoções (negativos e positivos).
Atividade 39
Resposta: D
Comentário: Aceitar a realidade não significa aprová-la ou concordar com ela. Aceitação significa
tomar as coisas como elas são postas, ou seja, aceitar quando não podem ser modificadas, como
o passado, por exemplo, assim como aceitar a ansiedade experimentada ao longo do dia, sem
tentar suprimi-la.
66
Atividade 40
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
Resposta: A
Comentário: Os valores são a direção tomada. Diferem das metas, pois elas são atingíveis, enquanto
os valores apenas indicam a direção. Caso se siga para o Leste, por exemplo, jamais se chegará até
ele. As metas de vida são o que se precisa buscar para seguir os valores. Na ACT, o compromisso
firmado é o de praticar ações significativas, não de atingir um resultado específico.
Atividade 41
Resposta: A
Comentário: A ACT postula que o sofrimento psicológico intenso não é consequência da atividade
cognitiva ou das emoções em si, mas sim da maneira como a pessoa se relaciona e responde à própria
atividade cognitiva e aos demais eventos internos. A ACT reconhece que, mesmo experienciando
pensamentos distorcidos e emoções provocadoras de grande desconforto, é possível se agir de
modo a criar uma vida significativa.
Atividade 42
Resposta: B
Comentário: A desfusão cognitiva é um processo de distanciamento dos pensamentos de modo a
olhar de fora em vez de tomá-los como verdadeiros. Difere da TC convencional por não trabalhar
a restruturação de pensamentos ou crenças, e sim pelo processo de desfusão.
Atividade 43
Resposta: C
Comentário: A linguagem tem um papel fundamental na teoria das molduras relacionais que
fundamentam as intervenções em ACT. O modo como o indivíduo se relaciona com seus pensamentos
está intrinsecamente relacionado ao funcionamento da linguagem e ao modo como ela se estruturou
nos seres humanos.
Atividade 44
Resposta: C
Comentário: O self conceitualizado é definido como o conteúdo verbal utilizado para descrever
e definir a si mesmo, ou seja, é o conjunto de rótulos com os quais o indivíduo se identifica e constrói
sua identidade. A ruminação tem a ver com a mente vivendo o passado.
Atividade 45
Resposta: Os comportamentos do indivíduo são funcionais na medida em que contribuem para a
construção de uma vida significativa, e uma vida significativa é aquela que reflete seus valores.
Atividade 46
Resposta: C
Comentário: A teoria do apego de Bowlby exerce grande influência na TE, a partir dos modelos
internos de funcionamento, os quais passam a ser considerados por Young como EID. Compreender
a história desenvolvimental e os padrões parentais tóxicos torna-se essencial na identificação das
necessidades emocionais não atendidas na infância, assim como os EIDs.
67
Atividade 47
Atividade 48
Resposta: A
Comentário: O estilo desadaptativo de resignação do esquema representa uma repetição, na vida
adulta, dos padrões de relacionamentos experimentados na infância. Assim, uma pessoa que sofreu
abandono de seus cuidadores tende a escolher pessoas inconstantes e instáveis para seus pares.
Isso ocorre pela familiaridade com o estilo interpessoal vivenciado na infância.
Atividade 49
Resposta: B
Comentário: As técnicas cognitivas permitem que o paciente se conscientize de que suas percepções
são guiadas pelo esquema, e não pela situação que se apresenta. Assim, se um indivíduo se
considera indigno (esquema de defectividade/vergonha), tende a se sentir inadequado ou reprovado
em certo contexto social, mesmo que a outra pessoa esteja agindo de forma gentil e demonstrando
aceitação. Isso ocorre porque seus cuidadores o criticavam/reprovavam sistematicamente. Nesse
caso, ele reproduz sentimentos e pensamentos de experiências passadas em situações do presente,
as quais não indicam sinais negativos.
Atividade 50
Resposta: A
Comentário: A reparação parental representa um recurso primordial na TE, na medida em que
a parte adulta e saudável do terapeuta reparará as necessidades emocionais não atendidas do
paciente. Desse modo, o terapeuta modela o paciente para agir de maneira adulta, sem permitir
a interferência do EID e dos estilos de enfrentamento. A reparação parental pode ocorrer durante
os diálogos ocorridos nas sessões (por exemplo, quando o terapeuta aponta um comportamento
inadequado do paciente na relação terapêutica) ou em situações vivenciais (por exemplo, quando
o terapeuta pede para entrar na imagem e encoraja o paciente a enfrentar os seus cuidadores
abusivos ou mesmo repreende esses cuidadores). Posteriormente, a parte adulta do paciente
(modo adulto saudável) reparará a sua parte criança (criança vulnerável, abandonada, solitária etc.).
68
■■ REFERÊNCIAS
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PANORAMA ATUAL DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
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