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DE SEGURANÇA,
COMUNICAÇÃO E
TREINAMENTO
Caro(a) aluno(a),
Dispensem tempo específico para a leitura deste material, produzido com muita
dedicação pelos Doutores, Mestres e Especialistas que compõem a equipe docente
da Universidade Candido Mendes (UCAM).
Leia com atenção os conteúdos aqui abordados, pois eles nortearão o princípio de
suas ideias, que se iniciam com um intenso processo de reflexão, análise e síntese
dos saberes.
Atenciosamente,
Setor Pedagógico
SUMÁRIO
Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 3
REFERÊNCIAS BÁSICAS ............................................................................................................................ 68
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES .......................................................................................................... 68
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PSICOLOGIA NA ENGENHARIA DE SEGURANÇA, COMUNICAÇÃO E
TREINAMENTO
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ocupam a 3ª posição entre as causas de concessão de benefícios previdenciários (BRASIL,
2001).
As premissas acima nos mostram a importância de aprofundar os conhecimentos sobre
o trabalhador visto pela ótica da Psicologia.
Pois bem, ao longo desta apostila abordaremos tópicos relacionados com os aspectos
psicológicos e sociais que cercam o trabalhador, passando por análise das características da
personalidade e suas relações com os acidentes, bem como a importância do treinamento, a
utilização dos equipamentos de proteção individual, as técnicas de comunicação, as relações
humanas e as dinâmicas de grupo e como o Engenheiro de Segurança do Trabalho pode
contribuir de maneira educativa para que haja sempre um ambiente de segurança e saúde para os
trabalhadores.
Para tanto, nossa equipe pesquisou as obras e referências clássicas, bem como,
publicações recentes e, entre elas, privilegiamos aquelas mais abrangentes e diversificadas, bem
como, privilegiamos os Artigos Científicos por conta do tamanho e da abrangência, haja vista
que, Dissertações e Teses são muito extensas para um Guia de Estudos. Contudo, sugerimos a
leitura das mesmas para conhecimento, aprofundamento e escolha de uma linha de pesquisa para
possíveis futuros estudos, visando um Mestrado ou um doutoramento.
Isto porque, este tipo de estudo tem sido produzido em um conjunto significativo de
pesquisas visando o Estado da Arte ou Estado do Conhecimento que, de caráter bibliográfico,
elas trazem em comum o desafio de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em
diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo
destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições
têm sido produzidas certas Dissertações de Mestrado, Teses de Doutorado, publicações em
periódicos e comunicações em anais de congressos e de seminários.
Também são reconhecidas por realizarem uma metodologia de caráter inventariante e
descritivo da produção acadêmica e científica, acerca do tema que se busca investigar, à luz de
categorias e facetas que se caracterizam, enquanto tais, em cada trabalho e no conjunto deles, sob
os quais o fenômeno, tema ou assunto, passa a ser analisado.
Nesse sentido, temos que o Estado da Arte ou Estado do Conhecimento é o nível mais
alto de desenvolvimento, seja de um aparelho, de uma técnica ou de uma área científica,
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alcançado em um tempo definido, ou seja, o Estado da arte ou Estado do Conhecimento indica,
portanto, o ponto em que o produto em questão deixa de ser um projeto técnico para se tornar
uma obra-prima.
Enfim, esperamos que você faça uma leitura proveitosa, esclarecedora e aprofundada
dos textos disponibilizados neste Guia de Estudos, desejando uma carreira vitoriosa seja na
atuação profissional, seja em estudos acadêmicos sequenciais.
Nesse sentido, iniciaremos nossa empreitada acadêmica com uma introdução à
Psicologia e suas implicações.
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comunicação interpessoal, desenvolvimento, comportamento sexual, agressividade e
comportamento em grupo.
A metodologia de estudo da psicologia divide-se em duas grandes áreas: aquela que
entende esta disciplina como uma ciência básica ou experimental e utiliza um método científico
quantitativo (contrasta hipóteses com variáveis quantificáveis em contextos experimentais), e
outra que procura compreender o fenômeno psicológico mediante metodologias qualitativas que
enriqueçam a descrição e ajudem a interpretar os processos.
A psicologia também se pode dividir em psicologia básica (a sua função consiste em
gerar novos conhecimentos no que diz respeito aos fenómenos psicológicos) e em psicologia
aplicada (tem como objetivo a solução de problemas práticos através da aplicação dos
conhecimentos produzidos pela psicologia básica).
Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano e seus processos mentais,
ou seja, é a área da ciência que estuda o que motiva o comportamento humano - o que o sustenta,
o que o finaliza e também seus processos mentais, que passam pela sensação, emoção,
percepção, aprendizagem, inteligência.
Os conhecimentos produzidos pela Psicologia e a complexidade e capacidade de
transformação do ser humano, acabaram por ampliar em grande medida sua área de atuação,
possibilitando cada área uma gama infinita de descobertas sobre o homem e seu comportamento,
ou sobre o homem e suas relações.
O estado psicológico humano é fundamental para desfrutar do bem individual, e por
consequência o bem comum. Assim, a psicologia busca permanentemente métodos para o
desenvolvimento cognitivo, emocional e relacional dos indivíduos e sua interação social.
Segundo Santos (2000) em psicologia, o termo atividade se alinha conceitualmente às
diferentes abordagens que procuram explicar a natureza do comportamento e sua previsibilidade
social. A busca pela elaboração de modelos que permitam compreender os comportamentos do
homem, de um lado, como um sistema de recepção e tratamento da informação, e de outro lado,
como um sistema de transformação de energia, produziram diferentes formulações sobre o
desempenho das pessoas naquilo que elas fazem ou se proponham a fazer.
A visão de “homem” movido por determinantes internas (solicitações) ou submetido à
condicionantes externas (cargas de trabalho), originou, na psicologia do trabalho, concepções
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que contemplam ambas as definições. Na verdade, o trabalho pode ser visto como um subsistema
menor das coisas que fazemos para aliviar nossas tensões, mas também pode representar a
atividade principal de realização objetiva do ser humano. De uma forma ou de outra, o trabalho é
incorporado subjetivamente no nosso modo de perceber e fazer as coisas que necessitamos.
Além disso, podemos dizer que a diferença entre o trabalho formal (tarefa) e o trabalho
real (atividade), elemento fundamental do estudo do comportamento do homem no trabalho,
permite definir níveis da análise das atividades de trabalho, que podem servir à teoria psicológica
geral.
Segundo esta ótica, existem três grandes campos que são interdependentes, relativos ao
estudo das atividades de trabalho:
1. As comunicações: para agir é necessário efetuar trocas de informações sobre o
estado da situação na qual nos encontramos;
2. As regulações: toda ação consiste em reduzir a diferença entre um estado desejado
de uma determinada situação e o estado atual no qual nos encontramos;
3. As competências: as modalidades e as possibilidades de reduzir esta diferença
dependem diretamente das habilidades cognitivas e sensório motoras que o sujeito
dispõe (SANTOS, 2000).
Pois bem, os psicólogos buscam estudar conceitos como a percepção, cognição,
emoção, personalidade, comportamento, relacionamento interpessoal, individual e coletiva e do
inconsciente, incluindo-se aqui questões relacionadas com a vida quotidiana, por exemplo,
família, educação e trabalho. Focam também o tratamento de problemas de saúde mental,
buscando compreender o comportamento social e a dinâmica social, ao mesmo tempo que
incorpora os processos subjacentes fisiológicas e neurológicas em suas concepções de
funcionamento mental.
Inclui muitos subdomínios de estudo e de aplicação em causa em áreas como o
desenvolvimento humano, desporto, saúde, indústria, meios de comunicação social, direito
(ALVES, 2008).
A Psicologia do trabalho e das Organizações abrange uma grande área de conteúdos.
Em termos gerais o seu objeto de estudo é constituído pelas condutas e experiências dos sujeitos
numa perspectiva individual, social e grupal em contextos relacionados com o trabalho. Podemos
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dizer que o seu objetivo consiste em descrever, explicar e prever os fenômenos psicossociais que
ocorrem nesses contextos, assim como prever ou solucionar os possíveis problemas que aí se
apresentam. O seu objetivo último consiste em melhorar a qualidade de vida no trabalho,
conhecida como QVT, a produtividade e a eficácia laboral.
A Psicologia do trabalho interessa-se pelos processos na perspectiva micro e pela
conduta do indivíduo. Por exemplo, estudo de suas aptidões, conhecimentos, motivações,
satisfação no trabalho, estresse, rendimento, absenteísmo, dentre outros.
A Psicologia do trabalho na perspectiva macro interessa-se pelos processos e pela
conduta dos grupos, pela interação indivíduo-grupo e pelos fenômenos relacionados com a
conduta e os processos individuais face à estímulos sociais do trabalho. Como exemplo, temos os
grupos e equipes de trabalho, liderança, papéis, clima e cultura organizacionais, relações
interpessoais, etc.
Toledo (1986) considera a Psicologia Organizacional como o estudo do fator humano
na organização. Este estudo abrange a atração, retenção, treinamento e motivação dos recursos
humanos na empresa, assim como a criação de condições organizacionais de trabalho que
auxiliem na criação de clima propício para que funcionários possam atingir suas metas de
trabalho e desenvolvimento profissional. A psicologia organizacional em seu contexto mais
amplo, coloca ênfase nos aspectos grupais e organizacionais do trabalho.
Cabe, então à Psicologia Laboral, do Trabalho ou ainda Organizacional propiciar
condições adequadas para que os funcionários executem suas atividades, atinjam suas metas e se
desenvolvam junto a organização.
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CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRANSTORNO DEPRESSIVO NO
TRABALHO
INTRODUÇÃO
Vivemos hoje uma realidade de grandes transformações nos processos de trabalho
caracterizada, sobretudo, pela rapidez e pelas contínuas e diferentes exigências quanto às novas
formas de se trabalhar. Com o advento da tecnologia e da globalização da economia, inúmeros
postos de trabalho têm sido extintos e segmentos de trabalhadores são excluídos do sistema
1
Texto publicado pela Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. Versão impressa. ISSN 0303-7657. Rev. bras.
saúde ocup. vol.34 no.119 São Paulo jan./jun. 2009. http://dx.doi.org/10.1590/S0303-76572009000100009.
Autores: Gonçalo Glauco Justino Silva; Mônica Luiza Perin de Souza; Edward Goulart Júnior; Luiz Carlos Canêo;
Maria Cristina Frollini Lunardelli.
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formal de produção, promovendo impactos sociais relevantes e desumanização nas relações
sociais. Enquanto parte dos excluídos buscam, na economia informal, possibilidades de
sobrevivência, outros tantos vivenciam a pauperização, o fenômeno da migração aleatória, na
busca pela reinserção profissional.
Para os que se mantêm empregados, sem garantias de permanência, resta à
subserviência às metas e aos objetivos organizacionais, flexibilizando-se a todas as necessidades
advindas do sistema produtivo em que estão inseridos. Desse modo, são negligenciados em suas
necessidades de crescimento e desenvolvimento profissional e, portanto, impossibilitados de
concretizarem algum tipo de auto-realização.
Constatam-se exigências cada vez mais severas quanto à qualificação necessária para o
trabalho, assim como a intensificação do ritmo de trabalho, a diversificação das atividades e a
polivalência funcional como atributo de competência. Em contrapartida, o medo e a apreensão
pela demissão a qualquer momento, impedidos de serem expressos, são vivenciados
silenciosamente.
Não é difícil suspeitar que "esse novo mundo do trabalho" possa gerar decepções
sucessivas e, assim, levar os trabalhadores a transtornos. Dessa forma, faz-se presente uma
sobrecarga, principalmente mental, que contamina esse trabalhador em seus aspectos cognitivos
e emocionais com consequências psicossociais perversas também para as relações interpessoais.
Kalimo, El Batawi e Cooper (1988), ao reconhecerem a influência dos fatores
psicossociais no trabalho e suas relações com a saúde mental, chamam a atenção para a
necessidade de que evidenciemos a categoria "trabalho" como objeto de profunda investigação,
dando ouvidos à fala dos trabalhadores em seus aspectos de percepção das condições de trabalho
e das relações interpessoais entre colegas e superiores.
Esse cenário contemporâneo potencializa a necessidade de se aprofundar estudos sobre
o trabalho e suas consequências para a saúde dos trabalhadores, principalmente sobre os
transtornos mentais e do comportamento relacionados ao contexto laboral.
O conhecimento produzido, principalmente no Brasil, sobre os transtornos mentais e do
comportamento relacionados ao trabalho ainda são insuficientes e inconclusivos para uma
compreensão mais aprofundada dessa problemática, configurando-se como um acentuado
desafio para as organizações e, principalmente, para os profissionais da área da saúde, mais
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especificamente, da saúde ocupacional. Os transtornos mentais estão entre as principais causas
de perdas de dias no trabalho, sendo que os transtornos mentais menores (leves) causam em
média perda de quatro dias de trabalho/ano e os transtornos mentais maiores (graves), cerca de
200 dias/ano (DEMYTTENAERE et al., 2004).
O trabalho, com todas as suas implicações, pode acarretar ao trabalhador disfunções e
lesões biológicas, além de reações psicológicas, desencadeando processos psicopatológicos
relacionados às condições em que é desempenhado.
Várias são as condições que podem predispor o trabalhador a situações de sofrimento do
trabalho, todas impactando em sua saúde física e mental: fatores relacionados ao ritmo e ao
tempo, jornadas longas com poucas pausas, turnos à noite, pressões de chefias por maior
produtividade, entre outras.
Uma das principais dificuldades dessa área é o estabelecimento da relação de
causalidade entre as doenças e o trabalho, ou seja, correlacionar os transtornos mentais e do
comportamento ao trabalho, com toda sua implicação para o homem e para as organizações.
Outra dificuldade é identificar as situações laborais que estejam favorecendo o aparecimento e o
agravamento dessas doenças.
Ações preventivas dos transtornos mentais e do comportamento relacionados ao
trabalho envolvem, necessariamente, um diagnóstico preciso sobre as condições e os ambientes
de trabalho, ou seja, o reconhecimento prévio das atividades e dos locais de trabalho onde
existam fatores de risco potencial.
O Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde (BRASIL,
2001), de acordo com a Portaria nº 1.339, de 18 de novembro de 1999, reconhecem e apresentam
lista contendo 12 transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho que podem
acometer nossos trabalhadores:
a) demência em outras doenças específicas classificadas em outros locais;
b) delirium, não-sobreposto à demência, como descrita;
c) transtorno cognitivo leve;
d) transtorno orgânico de personalidade;
e) transtorno mental orgânico ou sintomático não especificado;
f) alcoolismo crônico;
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g) episódios depressivos;
h) estado de estresse pós-traumático;
i) neurastenia;
j) outros transtornos neuróticos especificados;
k) transtorno do ciclo vigília-sono devido a fatores não orgânicos;
l) síndrome de burnout ou síndrome do esgotamento profissional.
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sobrevivência no modo de produção atual, no qual o trabalho tem de ser vinculado ao retorno
salarial.
Estudos e produções teóricas sobre as transformações no mundo do trabalho são
recorrentes e se intensificaram nas últimas décadas. Entretanto, tais buscas explicativas não
lograram consenso, uma vez que algumas delas entendem as dimensões do trabalho como
mudanças positivas que acompanham as revoluções técnico-científicas e outras enxergam
grandes problemas sociais trazidos por tal contexto (LARANJEIRA, 2000).
Borges e Yamamoto (2004) descrevem a evolução do trabalho a partir do surgimento do
Capitalismo, conceituando-o como "objeto de múltipla e ambígua atribuição de significados e/ou
sentidos", os quais se relativizam de acordo com os filtros culturais de cada época.
Segundo esses autores, no começo do século XX, a estrutura socioeconômica e política
possibilitou condições favoráveis para que se refinassem e se operacionalizassem as formas de
gerenciar e organizar o trabalho. Um marco histórico para o tema foi a publicação de Taylor, em
1911, intitulada Princípios da Administração Científica. O taylorismo propagou-se como sistema
administrativo que supunha a possibilidade de que patrões e empregados tivessem interesses
próximos. Assim, justificava-se o processo de exploração baseado em incentivos salariais aos
trabalhadores que assimilassem o desejo de aumentar a produção. Na mesma época surgiu o
fordismo, movimento que consistiu em inovações tecnológicas - concretizadas na linha de
montagem, baseada na introdução da esteira rolante na organização da produção - e econômicas -
caracterizada pela produção em massa. Datam da época as primeiras preocupações quanto à
gestão estratégica de pessoas.
No final da década de 1940, na França, o movimento da "Psiquiatria Social" traz
consigo duas grandes correntes:
a) a organogênese (sendo Paul Sivadon o seu grande expoente), que
compreendia a doença mental de maneira organicista e dinâmica mas,
sobretudo, com ênfase nos aspectos orgânicos;
b) a sociogênese (sendo Louis Le Guillant sua figura de destaque), que via a
doença mental como uma questão social, olhando para o indivíduo doente no
contexto em que ele vive.
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Foi Sivadon (1993), da corrente organogênese, que usou pela primeira vez a expressão
"Psicopatologia do Trabalho", em 1952, atribuindo a certos tipos de trabalho possibilidades de
produzir adoecimento mental nos trabalhadores. Reconheceu também que, dependendo da forma
como fosse organizado, o trabalho poderia ser promotor de saúde. Já Le Guillant (1984), da
sociogênese, tinha como objetivo defender a predominância dos fatores sociais aos orgânicos na
constituição dos distúrbios mentais. Em se tratando da Psicopatologia do Trabalho, estava
imbuído da intencionalidade de estabelecer relações entre contextos de trabalho e distúrbios
mentais de funcionários que atuavam nesse contexto.
No Brasil, de acordo com o Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde do
Ministério do Trabalho e da Organização Pan-Americana da Saúde (BRASIL, 2001, p. 20), com
o objetivo de "subsidiar as ações de diagnóstico, tratamento e vigilância em saúde e o
estabelecimento da doença com o trabalho e com as condutas decorrentes", foi publicada uma
Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho por meio da Portaria/MS nº 1.339/1999. A mesma
lista passou a ser também usada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS)
com a finalidade de concessão de benefícios relacionados à incapacidade para o trabalho.
Corroborou-se, desse modo, a validação do conceito de Doença Profissional e de Doença
adquirida pelas condições em que o trabalho é realizado, segundo prescreve o artigo 20 da Lei
Federal nº 8.213/1991, constituindo o anexo II do Decreto nº 3.048/1999.
As medidas legislativas citadas demonstram significativa transformação da atenção
dada à saúde dos trabalhadores nos últimos anos. Ainda segundo o manual do Ministério da
Saúde (BRASIL, 2001), essa atenção pode ser desenvolvida em diferentes espaços institucionais,
ou seja, a responsabilidade é dividida entre Estado, empresas, sindicatos, planos de saúde e
serviços especializados de hospitais universitários. Nas organizações, passou a ser obrigatória a
criação dos Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), os quais
enfrentam um sério problema de gestão, pois funcionam quase que exclusivamente sob o
comando de empregadores, com pouca ou nenhuma participação do trabalhador.
Assim, no caminho histórico do lidar com o adoecimento laboral, foram realizadas no
país, a partir dos anos 1980, uma série de medidas, como a implantação dos Centros de
Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), cuja proposta era a criação de locais onde todas as
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questões sobre doenças do trabalho seriam tratadas, o que possibilitaria vasto armazenamento de
informações e produção de conhecimento sobre a temática.
Dados do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde (BRASIL,
2001) apontam que, no começo do século XXI, estavam em funcionamento cerca de 150
programas em todo o país, com ênfase na atenção à saúde de trabalhadores urbanos e com níveis
variados de organização, interligando o poder público nas esferas municipal, estadual e federal,
além de movimentos sociais e sindicais, o setor privado e sistemas mistos de parceria público-
privada. Alguns dos principais méritos desses programas foram o desenvolvimento de práticas e
metodologias de vigilância e o estabelecimento de modelos de como preparar profissionais para
atendimentos e ações em prol da saúde do trabalhador.
Existem quatro áreas distintas e inter-relacionadas no contexto de trabalho que
influenciam na saúde do trabalhador, a saber: as tarefas, as relações interpessoais, as normas e os
processos. Para que as tarefas sejam desempenhadas com sucesso, é preciso constante
treinamento e especialização como forma de acompanhamento do mercado e das freqüentes
mudanças tecnológicas. No entanto, quando esta atualização profissional não acontece, o
trabalhador pode sentir insegurança e dependência com relação a colegas e a superiores, podendo
gerar acentuada tensão (FIORELLI, 2001).
A carga psíquica do trabalho é outra dimensão do fator "tarefas" a ser considerada, pois
se relaciona diretamente com a motivação do empregado. Deve-se atentar para o que o
indivíduo quer e pode oferecer para o trabalho a ser desempenhado. Caso haja um desequilíbrio
nesses fatores, o ambiente de trabalho pode gerar angústia ao trabalhador, aumento da carga
psíquica do trabalho e redução da motivação.
Com relação ao trabalho, Fiorelli (2001) sinaliza que é preciso haver um equilíbrio entre
a capacidade física de produção e a quantidade exigida pela organização, visto que seu
desequilíbrio pode gerar ansiedade no profissional que não conseguir atingir sua meta. É preciso
também haver certa adequação entre o perfil do profissional selecionado para a realização da
tarefa e suas exigências.
Agentes nocivos e perturbadores no local de trabalho, como temperaturas elevadas,
gases, poeira, barulho etc., também podem levar ao adoecimento do trabalhador mesmo que ele
não tenha desenvolvido percepção sobre esses fatores.
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De acordo com o autor, normas são todo tipo de regras, instruções, política formal ou
informal da organização. Há pelo menos dois aspectos relacionados às normas que influenciam
diretamente o equilíbrio emocional dos profissionais: a congruência entre os diferentes
conteúdos e a sintonia entre as exigências normativas e as características idiossincráticas das
pessoas. Aqui, a importância da flexibilidade das normas se faz fundamental, uma vez que
instruções paradoxais e o descompasso dessas questões chegam a constituir autêntica tortura
emocional.
Albert e Ururahy (1997 apud FIORELLI, 2001) sinalizam para as questões referentes às
relações interpessoais como um dos principais fatores causadores de tensão exagerada nas
organizações. A inexistência ou insuficiência de treinamento para lidar com colegas ou clientes
agressivos, falta de treinamento em expressão verbal, preparo insuficiente de líderes e chefes,
falta de informações que originam interpretações equivocadas de motivos que levaram
determinado funcionário a agir de uma forma ou de outra, entre outros, podem caracterizar-se
como fatores que iniciam ou acentuam conflitos entre as pessoas da organização e,
consequentemente, favorecer o adoecimento delas. Conflitos disfuncionais no trabalho
atrapalham o bom desempenho dos trabalhadores, desencadeando situações de risco às doenças
emocionais. Para Robbins (2005), conflitos oriundos de relações interpessoais são quase sempre
disfuncionais; o atrito e a hostilidade interpessoais aumentam o choque de personalidade,
reduzindo a compreensão mútua, impedindo ou dificultando as tarefas organizacionais.
Existem também os fatores relacionados aos processos, dos quais podem-se destacar a
qualidade e a disponibilidade das informações e o exercício da autoridade. Falhas relacionadas
aos processos enviesam o trabalho, geram conflito entre as pessoas e aumentam a ansiedade do
trabalhador - que passa a sofrer por antecipação.
Os estilos de liderança também representam um importante influenciador do ambiente
de trabalho, podendo se configurar pelo autoritarismo e por acentuada centralização de poder,
estilo que pode levar à diminuição da motivação, ao descontentamento e ao baixo grau de
integração, elementos diretamente ligados à ansiedade, a comportamentos problemáticos, à
depressão, entre outros. A liderança também pode se manifestar de modo a gerar segurança e
certa autonomia, assim como o fortalecimento de emoções positivas, com sensações de
pertencimento, diminuindo a ansiedade e configurando um quadro propício para a busca e a
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aquisição de habilidades e, nesse sentido, a liderança democrática/participativa tem claramente
melhor espectro de consequências positivas em relação à autocrática.
É importante ressaltar também a diferença entre motivação e satisfação no trabalho.
Enquanto a primeira é um elemento intrínseco, ligado ao significado e ao caráter do trabalho em
si realizado, a última é extrínseca, ligada a aspectos como salário, benefícios, reconhecimento,
liderança, relacionamento interpessoal, dentre outras condições presentes no ambiente de
trabalho. Esses últimos são os elementos formadores do clima organizacional, o qual reflete uma
estimativa dos níveis de satisfação da organização e das pessoas integrantes (CODA, 1997).
A motivação no trabalho é estudada por diversos autores, resultando em diferentes
teorias para o fenômeno. Cury (2005) fala sobre uma delas - a teoria bifatorial, proposta por
Herzberg -, a qual estabelece duas classes representativas de fatores influenciadores da
motivação ocupacional. Os fatores higiênicos estariam relacionados ao contexto organizacional,
como salário, benefícios, condições de trabalho, relacionamento interpessoal. Os fatores
relacionados ao conteúdo, ao significado e ao reconhecimento do trabalho representam os fatores
motivacionais. Dessa forma, a motivação é vista como dependente da relação indivíduo-grupo,
considerando a subjetividade e a singularidade, assim como a cultura e o contexto.
As organizações possuem uma cultura própria, com valores, crenças, símbolos,
histórias, normas que permeiam, influenciam e/ou determinam o seu funcionamento e, para sua
sobrevivência no mercado atual, elas devem ser capazes de trocar relações com o ambiente
externo e modificarem-se, buscando adaptação às demandas presentes.
Limongi-França e Rodrigues (1999) apontam que a ambiguidade e a incompatibilidade
de papéis são fatores que podem representar estressores psicossociais no ambiente de trabalho.
Como consequência, poderiam aparecer a insatisfação no trabalho, prejuízo no vínculo em
relação às tarefas, redução da confiança na organização, motivação prejudicada, tendência ao
abandono do emprego, maior incidência de problemas de ordem psicológico-emocional e
fenômenos psicossomáticos.
Indicadores como prazer, satisfação, bem-estar, sofrimento e burnout (tipo de
acometimento de estresse específico de condições do trabalho) constituem elementos da
psicodinâmica do trabalhador, estudados sob a ótica de diferentes abordagens, como a Medicina
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do Trabalho, a Psicologia Social e a Psicologia Organizacional e do Trabalho (MENDES;
CRUZ, 2004).
Iório (2006) levanta alguns elementos predisponentes do ambiente corporativo para os
transtornos mentais, em especial a depressão. Destacam-se, assim, os fatores correlacionados ao
funcionamento da instituição, como valorização e exigência de ações de controle, altas cobranças
por resultados e produtividade, medo de desligamento arbitrário e imediato e, finalmente,
submissão às consequências de uma cultura organizacional comprometida. Para o autor, esse
contexto complexo de fenômenos gera diversas necessidades socio-organizacionais, entre elas a
crescente demanda pela presença de profissionais de saúde nas organizações, os quais ainda se
deparam com dificuldades, como baixos recursos voltados à promoção da saúde mental, além de
diagnósticos e encaminhamentos precoces. Sendo assim, o estado emocional do trabalhador
compromete-se gradualmente.
As relações interpessoais intra-organizacionais podem gerar também a supressão da
manifestação emocional do trabalhador, diminuição de atitudes espontâneas, exposição ao risco
dos efeitos colaterais negativos da competitividade, embotamento afetivo e funcionamento
grupal disfuncional e conflituoso (GONDIM; SIQUEIRA, 2004).
A conjuntura econômica interna e a externa também representam uma variável influente
e significativa, como, por exemplo, a suscetibilidade da unidade organizacional à instabilidade
macroeconômica. Muitas vezes, observa-se a lógica de baixar custos, na qual não prevalece o
interesse em desenvolver práticas cooperativas e mantenedoras do ambiente saudável no
cotidiano corporativo (IÓRIO, 2006).
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que ainda podem ser diagnosticadas, tais como depressivo menor, depressivo breve recorrente,
transtorno disfórico pré-menstrual, transtorno de humor devido a uma condição médica geral e
transtorno de humor induzido por substância.
O transtorno depressivo menor pode ser detectado pelos mesmos critérios diagnósticos
do transtorno depressivo maior, mantendo-se a duração da sintomatologia, porém com graus de
severidade acentuadamente menores. Já no transtorno depressivo breve recorrente ocorre ao
contrário, ou seja, os sintomas depressivos satisfazem o critério para transtorno depressivo maior
em termos de severidade, mas não em duração. O transtorno depressivo menor e o transtorno
depressivo breve recorrente diferem-se do transtorno distímico na medida em que este é um
transtorno depressivo crônico e não caracterizado por episódios distintos, enquanto aqueles
apresentam episódios delimitados. O transtorno disfórico pré-menstrual envolve sintomas do
humor, comportamentais e físicos em determinado período do ciclo menstrual (KAPLAN;
SADOCK; GREBB, 1997).
Os critérios diagnósticos para o transtorno depressivo maior, de acordo com o DSM-VI
e extraídos do Compêndio de Psiquiatria (KAPLAN; SADOCK; GREBB, 1997) são:
a) presença de cinco (ou mais) dos seguintes sintomas: humor deprimido; interesse ou
prazer acentuadamente diminuídos por todas ou quase todas as atividades; perda ou
ganho significativo de peso quando não está realizando dieta ou diminuição ou aumento
no apetite; insônia ou hipersonia; agitação ou retardo psicomotor; fadiga ou perda de
energia; sensação de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada; capacidade
diminuída para pensar ou concentrar-se, ou indecisão;
b) pensamentos recorrentes sobre morte, ideação ou tentativas de suicídio;
c) os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou comprometimento no
funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo;
d) os sintomas não são devido aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou uma
condição médica geral;
e) os sintomas não são melhor explicados por Luto.
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Estatístico de Transtornos Mentais) em função do acréscimo de critérios ligados ao
comprometimento no funcionamento social e ocupacional.
Estes sintomas podem aparecer como episódios de tristeza vivenciados em certos
momentos da vida. Somente quando se acentuam significativamente em frequência e
intensidade, aparecendo em conjunto, é que o transtorno depressivo maior é caracterizado. O
quadro sintomatológico para este transtorno configura-se como uma tristeza de maior intensidade
e frequência que uma tristeza cotidiana comum. Indivíduos acometidos com o transtorno
apresentam baixa responsividade em relação aos elementos do meio, incluindo o trabalho, com
sintomas como redução no nível de motivação, retardo psicomotor, lentidão do pensamento,
pessimismo extremo, baixa auto-estima e sentimentos de desvalorização. Aparecem também
pensamentos intrusivos, idealizações suicidas, sintomas e manifestações de ordem somática,
além de alterações e perturbações como perda de apetite, alterações do ciclo de sono-vigília e
perda do interesse sexual. Entretanto, ressalta-se que é preciso uma alteração significativa na
frequência e na intensidade desses elementos para caracterizar-se a depressão.
No texto, o termo "depressão" será utilizado para se referir ao transtorno depressivo
maior, bastante frequente nos dias atuais, considerado epidêmico por alguns estudiosos da área.
Kaplan, Sadock e Grebb (1997) classificam o transtorno depressivo maior em três níveis:
a) leve, com pequeno comprometimento no funcionamento ocupacional, de atividades
sociais habituais ou de relacionamento interpessoal;
b) moderado, de acometimento intermediário às outras formas;
c) severo, com aspectos psicóticos como delírios ou alucinações.
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executar ações que poderiam auxiliá-las a sair do quadro. Sendo assim, a retroalimentação leva o
indivíduo a não ter comportamentos socialmente significativos, tais como o estabelecimento de
bons relacionamentos interpessoais, trocas afetivas, atividades em grupo (profissionais ou não),
novas condições de trabalho etc., agravando ainda mais os sintomas depressivos. Assim, muito
da manutenção do quadro depressivo deve-se ao grande período em que o indivíduo se imerge
em um estado letárgico, que inclui pensamentos negativos, sobre si próprio, os outros e o
ambiente de uma forma geral.
As manifestações do transtorno depressivo maior têm sido, em geral, alvo de interesse
para diversos enfoques da Psicologia e ciências afins. O interesse se encontra na manifestação
deste transtorno em suas relações com o ambiente de trabalho, como objeto de estudo para a
Psicologia Organizacional e do Trabalho, enquanto área que visa à prevenção e à promoção de
saúde mental, à produção de conhecimento científico e à funcionalidade do trabalho
multiprofissional.
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O Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde do Ministério da Saúde e da
Organização Pan-Americana da Saúde (BRASIL, 2001) aponta "fatores de risco de natureza
ocupacional conhecida" para a depressão. Entre eles aparecem decepções sucessivas em
situações de trabalho frustrantes, as perdas acumuladas ao longo de anos de trabalho, perda do
posto de trabalho e demissão. Aponta, a partir de estudos comparativos, maior incidência de
depressão em digitadores, operadores de computadores, advogados, educadores especiais e
consultores. Entretanto, alguns episódios depressivos estão associados à exposição ocupacional a
certas substâncias químicas, como os solventes orgânicos neurotóxicos.
A depressão ocupacional atesta a ineficácia das possíveis mediações utilizadas pelo
trabalhador para se conservar saudável e afugentar o adoecimento no trabalho. Isso se dá por tais
mediações dependerem mais das condições objetivas de trabalho do que de características
individuais do perfil psicológico de cada trabalhador. Essas condições, portanto, impossibilitam,
muitas vezes, a subjetivação dos indivíduos e do coletivo, a realização profissional, o
desenvolvimento da identidade, podendo gerar frustração e a presença da depressão ocupacional
(MENDES; CRUZ, 2004).
A depressão está usualmente ligada ao estresse, ao esgotamento e à falta de prazer e
satisfação no exercício profissional, articulada à repetição contínua seguida de mal-estar e apatia
para desenvolver estratégias de enfrentamento dessa adversidade. A cristalização desse processo
conduz à denominação classificatória de doença ocupacional. Enquanto doença ocupacional, a
delimitação do quadro depressivo ainda pode subdividir-se em
situacional e estrutural (MENDES; CRUZ, 2004). Por meio da investigação científica caso a
caso, pode-se distinguir os subtipos, condicionando o diagnóstico ao fato do trabalho ter atuado
como colaborador ou desencadeador do quadro depressivo. No primeiro, a atividade laboral
"meramente" contribuiria com a formulação patológica. Já no segundo, o próprio trabalho
"desata o nó" para a manifestação dos sintomas depressivos no trabalhador. Ademais, em ambos
os casos, a depressão manifesta-se por meio de seus sintomas típicos supracitados.
O "controle" detido pelo trabalhador acerca de seu estado emocional é o principal
diferencial para que se faça a distinção diagnóstica entre um estado mais grave ou mais leve de
depressão. No âmbito do trabalho, a depressão situacional tem por característica marcante a
transitoriedade dos sintomas, bem como a aptidão que o trabalhador desenvolve para confrontar
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e eventualmente superar o estado depressivo, sendo considerada, portanto, leve. Na contramão
dessa possível superação, o quadro grave, típico da depressão estrutural, está atrelado à perda de
controle sobre si, vivenciada pelo trabalhador. O quadro se intensifica devido a sérios
comprometimentos na integridade física, psíquica e social do sujeito gravemente deprimido
(MENDES; CRUZ, 2004).
A estimativa norte-americana, de acordo com Timms (2006), revela que 30% dos
trabalhadores terão algum acometimento em saúde mental a cada ano, sendo a depressão um dos
mais comuns. O autor sinaliza que o adoecimento mental desencadeia comprometimento do
rendimento no trabalho, ocasionando elevação do quadro de absenteísmo por doença, acidentes
de trabalho e rotatividade de pessoal. O empregado acometido por depressão poderá apresentar,
segundo o autor, elevada taxa de erros nas tarefas, dificuldade de concentração, incapacidade de
delegar tarefas, lentidão, execução das atividades com intenso sofrimento psíquico, atrasos em
compromissos, entre outros.
A Organização Mundial da Saúde (HARNOIS, 1996) sinaliza a depressão como a
principal causa de perda de trabalho no mundo, projetando que, antes do ano de 2020, ela
aparecerá como a principal causa da incapacitação de trabalhadores para o trabalho.
Ressalta-se a relevância da necessidade de ajuda de outrem para que o indivíduo
enfrente o quadro depressivo em seu estado mais grave. Nessas ocasiões, é preciso que
profissionais especializados estejam preparados para realizar a devida leitura psíquica do
indivíduo que sofre desse mal, atentando para possíveis sinalizadores típicos de outros
transtornos, tais como manifestações de pânico e fobias resistentes a mudanças no contexto de
trabalho - e que por isso demandam intervenções específicas para sua remoção.
O tratamento e outras condutas para a depressão, de acordo com o Manual de
Procedimentos para os Serviços de Saúde do Ministério da Saúde e da Organização Pan-
Americana da Saúde (BRASIL, 2001), depende da gravidade e da especificidade de cada caso,
podendo envolver psicoterapia, tratamento farmacológico, dependendo da gravidade do caso, e
intervenções psicossociais. Como prevenção, propõe a vigilância dos ambientes, das condições
de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde do trabalhador. Para tal, requer ação integrada e
articulada entre os setores de trabalho, com suporte de equipe multiprofissional e interdisciplinar.
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Essas equipes devem estar capacitadas para o trato e o suporte ao sofrimento psíquico, aos
aspectos sociais e para intervenção no ambiente de trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Abordar o tema saúde/adoecimento mental no ambiente de trabalho envolve diversas
nuances, como interesses e pontos de vista nem sempre convergentes. O estabelecimento de uma
causalidade entre esses fatores também é uma questão polêmica e envolve aspectos éticos,
política previdenciária e burocracia intersetorial. Nesse sentido, Glina et al. (2001) apontam o
estabelecimento de nexo causal entre adoecimento e situação de trabalho como uma questão
complexa, visto que isso envolve idiossincrasias e características individuais, assim como
história de vida e de trabalho enquanto fatores influenciadores, configurando-se um processo
específico para cada indivíduo. Os autores defendem ser fundamental para o nexo causal entre o
agravo que acomete o trabalhador e o trabalho a descrição detalhada da situação de trabalho,
envolvendo o ambiente, a organização e a percepção da influência do trabalho no processo de
adoecer.
Diante das explanações teóricas até aqui descritas, com importantes estudiosos do tema,
resta-nos a intenção de tecer algumas considerações que possam expressar nosso posicionamento
frente à questão até então tratada.
Inicialmente, é de fundamental importância que os profissionais da área da Saúde
Mental e Trabalho resgatem, de fato, o trabalho como categoria transversal imprescindível na
vida humana para poder compreender o homem em sua complexa rede de relacionamentos entre
a subjetividade e a objetividade. Afastar-se da tendência de privilegiar quaisquer dessas
dimensões para efeito de análise é outra atitude necessária.
Foram os trabalhos de Guillant que trouxeram à tona a questão da relação entre
subjetividade e objetividade que, acreditamos, até hoje, melhor sustentam a relação
sujeito/objeto. Para ele, a experiência vivida pelos trabalhadores não deveria ser desconsiderada
e, por mais subjetiva que fosse, haveria nela embutida dimensões da realidade que os
trabalhadores teriam condições de resgatar.
Sendo assim, é possível, por meio da análise e da compreensão das condições de vida e
de trabalho dos trabalhadores (dimensões objetivas) e do resgate da história vivida (dimensões
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subjetivas), trazer à tona as questões do homem no seu contexto de trabalho, abordagem essa que
ele chamou de "pluridimensional" por permitir um trânsito de uma dimensão para outra.
O resgate das situações concretas de trabalho pode ser feito pela Análise Ergonômica do
Trabalho (para compreender o espaço real do trabalho) e pela Psicossociologia do Trabalho (para
compreender a subjetividade dos trabalhadores), enquanto disciplinas que podem auxiliar no
processo de compreensão das experiências subjetivas, intersubjetivas e objetivas dos
trabalhadores.
Para o processo de angariar informações, pode-se utilizar todos os instrumentos
disponíveis, tais como questionários, entrevistas, observações, além de consultas ao ambulatório
médico da organização, dados estatísticos existentes na literatura, contato com sindicatos da
categoria, órgãos que cuidam da saúde do trabalhador etc.
À medida que tivermos um profundo entendimento da atividade de trabalho, haverá
como compreender as vivências subjetivas dos trabalhadores e, dessa forma, surgirão
possibilidades mais concretas de torná-las objetivas. Com isso, será possível entender as
imbricadas relações entre saúde mental e trabalho que, se tratadas de maneira multiprofissional,
mostrarão que é possível trabalhar sem que isso traga prejuízos para a saúde do homem,
dependendo, portanto, da forma e das condições de organização do trabalho.
A importância da atuação de profissionais da saúde no combate e na prevenção do
adoecimento psíquico nas organizações é muito grande, principalmente em atividades de
diagnóstico organizacional e em programas de intervenção que venham ao encontro da
manutenção de um clima positivo de trabalho, favorecendo a saúde dos trabalhadores. Outra
questão relevante é dar atenção especial às incompatibilidades entre os requisitos técnicos e
humanos exigidos para o esperado desempenho nos cargos e as características apresentadas pelos
indivíduos. Para tal, processos seletivos bem planejados e conduzidos, assim como práticas de
gestão do desempenho, são condições essenciais. O desenvolvimento de programas de
Treinamento e Desenvolvimento (T&D), visando à capacitação e ao aprimoramento pessoal e
profissional dos trabalhadores, configura-se também como uma prática importante na busca do
equilíbrio entre exigências do trabalho e a capacidade dos profissionais para atendê-las. Nessas
práticas de gestão de pessoas, devem estar envolvidas equipes multiprofissionais e especialistas
ligados às áreas da saúde, técnicas e administrativas.
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Cabe às organizações reverem não apenas as condições ambientais e organizacionais
disfuncionais do trabalho, mas, sobretudo, seus modelos de gestão da saúde para o trabalhador.
As organizações devem viabilizar práticas que favoreçam a saúde de seus membros, visto que
iniciativas dessa natureza são economicamente mais interessantes do que a remediação dos
efeitos de eventuais transtornos mentais que possam afligi-los. Ao agirem dessa forma, as
empresas irão se mostrar social e eticamente comprometidas com a integridade física e mental de
seus trabalhadores.
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A INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS DE PERSONALIDADE NO
AMBIENTE LABORAL
CARACTERÍSTICAS DE PERSONALIDADE
Personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões
de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém. A formação da
personalidade é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. O termo é usado em
linguagem comum com o sentido de “conjunto das características marcantes de uma pessoa”, de
forma que se pode dizer que uma pessoa “não tem personalidade”; esse uso, no entanto leva em
conta um conceito do senso comum e não o conceito científico.
Buscaremos descrever algumas características da personalidade que podem influenciar
no ambiente laboral, mas como se observa pela definição acima, personalidade é um conceito
complexo, com várias facetas.
Carver e Scheier (apud VEIGA, 2010) definem personalidade como uma organização
interna e dinâmica dos sistemas psicofísicos que criam os padrões de comportar-se, de pensar e
de sentir característicos de uma pessoa. Esta definição de trabalho salienta que personalidade:
é uma organização e não um aglomerado de partes soltas;
é dinâmica e não estática, imutável;
é um conceito psicológico, mas intimamente relacionado com o corpo e seus
processos;
é uma força ativa que ajuda a determinar o relacionamento da pessoa com o mundo
que a cerca;
mostra-se em padrões, isto é, através de características recorrentes e consistentes,
expressa-se de diferentes maneiras - comportamento, pensamento e emoções.
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tempo; as diferenças interpessoais serem variações frequentes e normais; a personalidade ser
influenciada culturalmente.
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exercem relação direta na forma como essas lidam com seus recursos humanos (BASTOS,
1994).
As bases do Comprometimento Organizacional podem auxiliar no entendimento do
vínculo que o trabalhador estabelece com a empresa para a qual desempenha suas atividades
laborais, uma vez que cada base imprime posturas diferenciadas nos mesmos.
Como ressalta Costa e Bastos (2005), um profissional comprometido afetivamente com
sua instituição tende a apresentar menores índices de rotatividade, absenteísmo e intenção de
deixar seu trabalho, assim como desenvolve os melhores indicativos de desempenho e produção.
Nas situações em que o Comprometimento Afetivo é constatado como baixo, podem-se observar
atrasos, faltas injustificadas, fraco desempenho e esforço em relação à tarefa a ser exercida.
Aqueles que percebem custos elevados num possível rompimento de vínculo com a organização
apresentam-se menos motivados frente ao trabalho e dessa forma, seu nível de desempenho é
considerado mais baixo em comparação aos que identificam poucos custos com um futuro
desligamento.
Em uma perspectiva sintetizadora, Scheible e Bastos (2005) conceituam as três bases do
Comprometimento da seguinte forma:
Comprometimento Afetivo: corresponde à relação de identificação e envolvimento
entre o indivíduo e a organização;
Comprometimento Normativo: evidencia um sentimento de obrigação moral para
com a organização e,
Comprometimento Instrumental: consiste na avaliação dos custos e benefícios
envoltos de um rompimento com a organização.
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Podem-se dividir as causas dos acidentes, em causas humanas, materiais e fortuitas. As
causas humanas assentam em ações perigosas criadas pelo homem, cuja origem pode residir em
diversos fatores tais como, incapacidade física ou mental, falta de conhecimento, experiência,
motivação, stress, não cumprimento de normas, regras e modos operatórios, dificuldade em lidar
com a figura de autoridade, dentre outras.
As causas materiais fundamentam-se em questões técnicas e físicas perigosas,
apresentadas pelo meio ambiente, quer natural, quer construído e ainda por defeitos dos
equipamentos.
Causas fortuitas são as mais raras, mas que por vezes constituem a causa única dos
acidentes, nada tendo a ver com causas humanas e técnicas.
O fator humano é condicionado pelo meio ambiente interno, influindo e afetando o
comportamento dos indivíduos considerados isoladamente e em grupo. Diversos estudos
demonstram que muitos acidentes são atribuíveis a estes condicionamentos, separadamente, ou
na maior parte das vezes, cumulados (LÉPLAT, 2000).
Desse modo, para inferir que as características de personalidade podem ter
envolvimento na produção de acidentes, é preciso entender que os comportamentos, as atitudes e
as reações dos indivíduos em ambientes de trabalho não podem ser interpretados de maneira
válida e completa sem se considerar a situação total a que eles estão expostos, ou seja, todas as
inter-relações entre as diferentes variáveis, incluindo o meio, o grupo de trabalho e a própria
organização.
O acidente de trabalho, neste sentido, pode ser visto como expressão da qualidade da
relação do indivíduo com o meio social que o cerca, com os companheiros de trabalho e com a
organização. Dela Coleta (1991), defende que uma perturbação é sintoma de desequilíbrio
afetivo e que pode gerar acidentes. Concluindo que os traços característicos dos indivíduos
frequentemente acidentados é justamente a revolta contra a autoridade.
Estudos de Dela Coleta (1991) mostram que em 1941 Adler realizou um pesquisa que já
observava a influência dos traços de personalidade nos acidentes de trabalho.
Atitude de revolta contra os pais educadores, e assim o acidente seria um tipo de
suicídio para punir os pais;
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Medo de sucesso e desejo de fracasso, pois o sucesso é função do pai pelo qual se
tem sentimentos ambivalentes e com o acidente pode-se punir o pai cuja morte é
desejada;
Existência de processos mentais inconscientes em conflito com os processos
conscientes, esses conflitos seriam a origem dos acidentes;
Sentimentos de falta de sorte;
Necessidade de ser cercado de cuidados, que explicaria o acidente como a procura
de uma situação onde ele tivesse uma necessidade satisfeita;
Alto nível de ambição;
Medo à base de ansiedade.
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no ambiente de trabalho, além de ser o documento que orienta o processo de reconhecimento de
aposentadoria especial.
O Perfil Profissiográfico não foi instituído por uma Instrução Normativa do INSS. A
Instrução Normativa INSS/PR nº 20/2007 regulamenta e formata o PPP, cuja exigência encontra-
se prevista na Lei nº 8.213/91 e no Regulamento da Previdência Social (Decreto nº 3.048/99).
No artigo 58, parágrafo 4 da Lei 8.213/91, encontramos o seguinte:
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O PPRA é uma exigência da legislação trabalhista (NR 9) e o LTCAT da legislação
previdenciária.
Voltemos ao artigo 58, parágrafo 1º da Lei 8213/91: “A comprovação da efetiva
exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida
pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com
base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou
engenheiro de segurança do trabalho”.
O PPP é um documento que deve estar sempre disponível para a fiscalização, mas ele é
muito mais que isso. O PPP substitui, a partir de 01/01/2004, o formulário DIRBEN 8030 (antigo
SB-40). Ele não é um formulário a mais, ele concentra todas as informações do laudo técnico e
dos formulários antigos.
Até o momento, o PPP deve ser feito apenas para trabalhadores expostos a agentes
nocivos à saúde. A empresa deve elaborar e manter atualizado o PPP para todos os trabalhadores
expostos a agentes nocivos e fornecer cópia autêntica do documento ao trabalhador na ocasião da
rescisão do contrato de trabalho.
A relação de agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes
prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão de aposentadoria
especial, consta do Anexo IV do Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/99).
(BRASIL, 2009).
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O TREINAMENTO
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processo cíclico e contínuo composto de quatro etapas: diagnóstico, desenho, implementação e
avaliação”. O importante é lembrar que o treinamento tem a responsabilidade de atingir níveis de
desempenho estabelecidos pelas organizações, através da continuidade do seu desenvolvimento.
Entre os objetivos do treinamento, Marras (2001, p. 147) cita importantes objetivos: os
objetivos específicos – são os que trazem a qualificação do profissional e a oportunidade de
elevar os seus conhecimentos e de estarem sempre atualizados às inovações dentro das suas
atividades. Os objetivos específicos devem ser realizados em treinamentos claros e precisos de
acordo com a necessidade estabelecida. Eles podem ser:
Formação Profissional: que tem como base, elevar o conhecimento do profissional
à sua profissão, para elevar o seu desempenho nas suas atividades.
Especialização: oferece a oportunidade do empregado de treinamentos voltados a
uma área de conhecimento específico.
Reciclagem: é a oportunidade de se atualizar dos conhecimentos já aprendidos na
sua rotina de serviço.
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Cenário prospectivo ou ação preventiva – é a antecipação do treinamento para prevenir
possíveis falhas no andamento do serviço. Ações corretivas e preventivas são aplicadas
quando da ocorrência de uma não conformidade no processo do serviço (CENTÚRIA
2000, p. 10).
AVALIAÇÃO DO TREINAMENTO
Sabe-se que a avaliação do treinamento é a etapa de verificação de todo o processo para
saber se o treinamento ocorreu sem falhas. Será verificado desde a estratégia e a estrutura
aplicada ao resultado alcançado pelos treinados.
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Segundo Marras (2001, p. 159) a avaliação de treinamento: “Tem por finalidade aferir
os resultados conseguidos comparativamente àquilo que foi planejado e esperado pela
organização”. Entende-se que o que mais importará para a organização é estar ciente do tipo de
retorno que o programa de treinamento irá trazer para a empresa. Portanto, ao terminar um
treinamento deve-se avaliá-lo para saber se ele trouxe realmente retorno para a empresa.
Toledo e Milioni (1986, p. 89) comentam que ao se investir em treinamento espera-se
que haja aumento de produtividade, mudanças de comportamento, melhoria do clima humano na
organização, redução de custos e de acidentes, rotação de pessoal, além de outros resultados.
De acordo com os autores acima, o retorno do treinamento, deverá ser o maior
conhecimento por parte do empregado das atividades exercidas e com isso a melhoria da sua
atividade profissional dentro da organização.
Chiavenato (2000, p. 515) define a avaliação de treinamento sendo: “A etapa final do
processo de treinamento é a avaliação dos resultados obtidos. O programa de treinamento deve
ter uma avaliação de sua eficiência”.
Vê-se que o importante após a realização do treinamento é a constatação se as metas
sugeridas foram alcançadas. Esta etapa é de grande importância à organização, pois caso as
metas não sejam alcançadas, as etapas de treinamento deverão ser revistas e o treinamento
novamente realizado, para a conclusão real das suas necessidades.
Gil (1994, p. 78) busca como conceito de avaliação de treinamento o conceito de
Hamblin (1978), ou seja, “qualquer tentativa de obter informações sob os efeitos de um
programa de treinamento e para determinar o valor do treinamento à luz dessas informações”.
Comenta-se que a verificação da eficácia se torna a ferramenta para confirmação se o processo
realizado teve total assertividade na sua aplicação e confirmar se o tratamento foi realizado e
aplicado de acordo com a necessidade existente. Segundo Ferreira (1997, p. 75) “Avaliação e
controle engloba a coleta de dados que permitam comparar a situação anterior com a situação
pós-intervenção”.
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O PAPEL DO ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NA
EDUCAÇÃO PREVENCIONISTA
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ocorrem como processos de educação informal e podem ser potencializados. Pode-se, ainda,
criar canais de diálogo permanente para que os sujeitos possam expressar os desconfortos e
penúrias de seu trabalho e refletir em conjunto com o engenheiro para alterar tal situação. Pode-
se, também, criar canais de comunicação com os grupos pertencentes ao ambiente de trabalho
para compreender sua forma de ver, sentir e pensar o vivido no trabalho, para traçar alternativas
de interações mais frutíferas (MELLO, 1997).
Quanto à situação de ensino em si, seja na forma de exposição de determinados
conteúdos/técnicas, seja de orientação no posto de trabalho, o planejamento da interação do
engenheiro com um grupo de trabalhadores ou empregadores deve ser planejado. Encontra-se
aqui uma grande contribuição que a didática pode dar ao engenheiro-educador.
O planejamento pode ser vivido como um momento de reflexão do que se quer
desenvolver e de projeção de como isto pode ser feito. Os pontos tradicionalmente envolvidos
num planejamento de ensino são: o quê se quer ensinar, para quem, por quê e como. Estes pontos
podem ser organizados em itens como: objetivos, conteúdos, sujeitos, metodologia e avaliação.
Os objetivos podem ser desmembrados em gerais e específicos. Os gerais referem-se às
mudanças pretendidas num quadro mais amplo, explicitando-se motivos e necessidades (que no
caso do engenheiro devem, também, contemplar o bem estar do trabalhador). Os objetivos
específicos devem revelar com mais exatidão as mudanças de atitude que se quer desenvolver
nos sujeitos a quem a atividade educativa se destina.
Os conteúdos a serem ensinados podem ser de cunho técnico, científico e/ou atitudinal.
Pode-se, por exemplo, abordar o uso de novo equipamento de proteção que implica rotinas
diferentes das até então vividas. Isto poderia ser desdobrado em conteúdos científicos (os
processos fisiológicos e danos proporcionados ao organismo caso não se use o equipamento),
técnico (o funcionamento do equipamento e as possíveis formas de utilização) e atitudinal (a
formação de duplas de trabalho para colaboração mútua na utilização do equipamento).
A forma de desenvolvimento de cada um desses conteúdos para permitir acesso,
elaboração, interpretação e apropriação por parte dos sujeitos deve levar em conta quem são
estes trabalhadores, quais são suas expectativas, seu conhecimento tácito, seus hábitos. Deve,
também, levar em conta o que se quer ensinar e os recursos disponíveis para tal (MELLO, 1997).
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Por fim, prevê-se num planejamento a avaliação. Normalmente pensa-se em avaliação
como sinônimo de medir se o educando tornou-se ou não competente diante do processo de
ensino ao qual foi submetido. Esta visão é uma deturpação advinda das práticas pedagógicas
escolares em que se atribui a culpa da não aprendizagem ao aluno, desconsiderando-se se, de
fato, o processo utilizado foi o melhor para ensiná-lo, ou se lhe foram oferecidas condições
objetivas de aprendizagem. O que nos interessa é que a avaliação seja um processo de
acompanhamento do ensino e da aprendizagem, de forma que o educador possa interferir,
buscando condições objetivas de aprendizagem (linguagem e dinâmica apropriadas, tempo e
espaços adequados ao processo - prever-se, por exemplo, as atividades para o período de jornada
do trabalhador, não sendo sobreacréscimo). Assim, a avaliação deve ser referência para
replanejar o que está se mostrando inadequado.
Como se pode ver há uma grande possibilidade de, de posse de conhecimentos da área
educacional, mais especificamente da Didática, o engenheiro de segurança do trabalho assumir
intencionalmente um papel educacional junto aos trabalhadores.
No âmbito dos diversos postos de trabalho, estes profissionais podem criar situações
que favoreçam a interação entre os trabalhadores para, juntos, saberem identificar problemas,
buscar soluções imediatas ou comunicar as dificuldades em processos construtivos de avaliação
das condições de produção. Tendo clareza desta meta podem interferir na organização do
trabalho para concretizá-la (MELLO, 1997).
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Para Montenegro, Santana (2012) o trabalhador será mais receptível ao EPI quanto mais
confortável e de seu agrado. Para isso, os equipamentos devem ser práticos, proteger bem, ser de
fácil manutenção, ser fortes e duradouros.
Os equipamentos de proteção individual (EPIs) são ferramentas de trabalho que visam
proteger a saúde do trabalhador e reduzir os riscos de intoxicações decorrentes de determinada
exposição, portanto o uso de EPIs é uma exigência da legislação trabalhista brasileira através de
suas Normas Regulamentadoras.
O não cumprimento poderá acarretar em ações de responsabilidade cível e penal, além
de multas aos infratores.
A legislação trabalhista prevê que:
É obrigação do empregador: fornecer os EPIs adequados ao trabalho; instruir e
treinar quanto ao uso dos EPI’s; fiscalizar e exigir o uso dos EPIs; repor os EPI’s
danificados.
É obrigação do trabalhador: usar e conservar os EPIs.
O empregador poderá responder na área criminal ou cível, além de ser multado pelo
Ministério do Trabalho.
O funcionário está sujeito a sanções trabalhistas e pode até ser demitido por justa
causa.
É recomendado que o fornecimento de EPIs, bem como treinamentos ministrados,
sejam registrados, por meio de documentação apropriada, para eventuais
esclarecimentos em causas trabalhistas.
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O uso correto dos EPIs é um tema que tem evoluído rapidamente e exige a reciclagem
contínua dos profissionais.
A conscientização dos trabalhadores dos riscos que eles correm quando não utilizam os
EPIs é a melhor maneira de informar a importância de um equipamento de proteção e implantar
a sua utilização. Monitoramento, acompanhamento, fiscalização, advertência, enfim, qualidade e
ergonomia dos mesmos fazem parte das orientações fornecidas pelo EST.
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AÇÃO SINDICAL
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conhecimentos, ou pelo relativamente alto volume de investimentos realizado para a formação,
qualificação ou treinamento (ainda aquém dos padrões internacionais).
Desta forma, “a modernização através da automação tem se mostrado como um
processo unilateral, das empresas, e não um processo global de modernização do País ou da
sociedade como um todo. [...]” A desqualificação tem sido outra brutal consequência para a
categoria, isto é, preparadores se transformam em operadores de máquinas, torneiros, fresadores
e retificadores transformam-se em operadores multifuncionais. [...] ficando o trabalhador apenas
com as atribuições mecânicas mais simples, sendo um argumento que as empresas utilizam para
pagar salários cada vez menores.
Nesse contexto, os sindicatos devem continuar defendendo a discussão de mudanças na
organização do trabalho que representem o enriquecimento das tarefas, uma maior autonomia e
democracia no local de trabalho e que não resultem em aumento de ritmo, redução de mão-de-
obra, competição entre os trabalhadores etc., ou seja, a intervenção deve ser no sentido de que
haja, sim, mudanças na organização do trabalho, de forma a torná-lo mais humano (ODA, 1997).
Esta busca de intervenção tem sido realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC,
refletida nos processos de negociação e nos acordos estabelecidos entre empresas e Sindicato.
Ainda que estas negociações ocorram de forma não generalizada, percebe-se que o seu raio de
abrangência começa a extrapolar as fábricas montadoras de veículos indo em direção a outros
setores, particularmente o de autopeças.
Ao mesmo tempo, o acompanhamento cotidiano das iniciativas de formação
profissional e dos processos educacionais em curso nos locais de trabalho - enquanto estratégia
negocial - ainda que tímidos e embrionários tem possibilitado alguns avanços. E, são esses
pequenos passos, porém firmes e seguros, que tem possibilitado e encorajado outras iniciativas
como a participação dos diversos sindicatos em projetos experimentais coordenados pelas
diversas Secretarias Estaduais de Trabalho.
De toda forma, a busca da consciência cidadã e do desenvolvimento de ações que
envolvam toda a sociedade devem balizar o trabalho dos mais diversos profissionais, inclusive os
Engenheiros de Segurança do Trabalho em prol de uma categoria mais forte, e de trabalhadores
que estão subordinados a eles por melhores condições de trabalho.
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TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO
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Estas comunicações podem ser: Diretrizes especiais para as tarefas: instruções de cargo;
Informação destinada a produzir compreensão das tarefas e sua relação com outras funções
organizacionais: lógica do cargo; Informação sobre procedimentos e práticas organizacionais;
“Feedback” para o empregado sobre seu desempenho; Informação para desenvolver um senso de
missão: argumentação sobre objetivos (CARVALHO; SERAFIM, 1995).
As comunicações para baixo, sob a forma de ordem oral ou escrita, são fundamentais
para a empresa funcionar. Ela envolve diretrizes2e procedimentos3. É preciso salientar a
importância da coordenação, pois sem esta, as chances de fracasso são grandes.
Dentre as formas usuais deste tipo de comunicação tem-se: os memorandos, as reuniões,
os orçamentos, os manuais do empregado e as publicações da organização.
As comunicações de baixo para cima – ascendentes - têm como finalidade verificar se
os liderados assimilaram e agiram em função da orientação recebida (CARVALHO e SERAFIM,
1995, p. 88). Elas vão dos subordinados para os superiores.
Dentre os tipos de comunicação ascendente tem-se:
Relatórios transmitindo dados estatísticos (unidades produzidas ou vendidas,
pessoal contratado ou demitido, etc.);
Relatórios financeiros (aumento e oscilações do capital, nível de investimentos,
contas a pagar e a receber, etc.);
Opiniões, ideias, sugestões, reclamações, queixas e críticas;
Reclamações formais com fluxo por processamento próprio em seu caminho
ascendente, exigindo, via de regra, solução.
2
Orientações de caráter permanente, sustentando a tomada de certas medidas específicas, rígidas e oriundas dos
escalões superiores, constituindo-se em parâmetros necessários para o bom funcionamento da empresa.
3
Representação detalhada das etapas rotinas e métodos específicos a seguir na execução do que foi determinado por
uma diretriz.
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Para Carvalho e Serafim (1995, p.87) onde há trabalho em grupo, paralelamente há
necessidade de comunicações internas e externas.
Existem vários canais através dos quais a comunicação se faz dentro de uma empresa.
No quadro abaixo encontramos alguns destes instrumentos ou canais que embora sejam úteis
apresentam qualidades, defeitos ou limitações.
QUADRO DE INSTRUMENTOS – CANAIS/MEIOS DE COMUNICAÇÃO NA EMPRESA
INSTRUMENTO QUALIDADE DEFEITOS OU CONCLUSÕES
LIMITAÇÕES
Conversa informal Natural, prático e Pode facilmente Instrumento essencial e
bilateral degenerar em conversa de uso constante, precisa
sem objetivos. ser subordinado ao
planejamento para não
degenerar.
Entrevista Bastante pessoal e É difícil encontrar ou Instrumento básico
natural. Permite preparar bons muito usado e, quando
comunicação recíproca. entrevistadores (trabalho bem usado, de
Pode ajudar a levantar o estatístico, mais que possibilidades ilimitadas.
moral. técnico).
Aviso por sistema de Rápido. Permite à Impessoal, unilateral. Embora não essencial,
alto-falantes administração alcançar Serve apenas para constitui auxílio valioso
todos os empregados ao mensagens curtas. em algumas situações.
mesmo tempo.
Telefonema Muito útil. Prático. Não permite a Indispensável.
Bilateral. Rápido. comunicação face a face.
Reunião parlamentar Permite comunicação a É unilateral e quase Útil em determinadas
um número limitado de impessoal. situações. Seu uso
pessoas. deveria ser muito
restrito.
Reunião didática Instrumento muito útil Exige o concurso de São eficientes em alguns
ao treinamento indivíduos técnicos e tipos de treinamento.
empresarial. técnicas de ensino.
Reunião de debate Permite comunicação É difícil encontrar ou É instrumento de
nos dois sentidos. Bem formar líderes de inestimável valor em
liderada, leva a reuniões. muitas situações.
conclusões das quais o
grupo participa e aceita.
Pesquisa de atitude e É capaz de revelar É instrumento complexo, Instrumento de grande
opinião assuntos interessantes e que demanda em geral, o valor, quando usado com
desconhecidos. concurso de especialistas critério.
Potencialmente para não incorrer em
represente um levantador conclusões precipitadas.
do moral. As revelações podem
estar erradas.
Comunicação em quadro Rapidamente atinge Impessoal. Unilateral. Instrumento muito
de aviso grande número. Útil. valioso.
Comunicação nos Geralmente desperta a
Só permite Instrumento útil para
envelopes de pagamento atenção. comunicações muito comunicações muito
breves. breves.
Fonte: Hoyler (1970 apud Carvalho e Serafim, 1995, p. 83).
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Outros tipos de comunicações escrita são as atas, atestados, circulares, memorandos,
ofícios, os emails, bilhetes, carta comercial, carta oficial, circular, comunicado, contrato,
convocação, declaração, edital, estatuto, exposição de motivos, letra de câmbio, nota
promissória, ordem de serviço, procuração, protocolo, recibo, regulamento, telegrama
(CARVALHO, 2006).
O foco no público interno é justificado pela constatação de que as empresas, seus
processos de mudanças, os seus resultados, a cultura e a comunicação apenas se concretizam por
meio de pessoas.
A comunicação interna é um fator estratégico no sucesso dos negócios pois gera
resultados, é um agente humanizador das relações de trabalho e ajuda a consolidar a imagem da
organização junto aos seus públicos. As características da comunicação são determinadas pela
cultura organizacional e pelas mudanças no ambiente.
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ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS TÉCNICOS
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c) redação: recomenda-se uma revisão crítica do relatório, considerando-se os
seguintes aspectos: redação (conteúdo e estilo), sequência das informações,
apresentação gráfica e física.
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Adoção de verbos de voz ativa;
Revisão de frases e de parágrafos, dando destaque à clareza do texto emitido;
A comunicação escrita deve ser facilmente assimilada pelo destinatário;
Sempre que possível, buscar a palavra ou a frase que transmita uma ideia pelo
caminho mais curto possível.
Além de observar estes aspectos, a linguagem escrita empresarial, deve ter a marca da
própria organização e conter informações de natureza técnico-científica de interesse dos
receptores que delas precisam tomar conhecimento.
Abaixo encontram-se algumas definições para as características que devem impregnar
uma comunicação escrita:
Objetividade – dize com exatidão, apenas o necessário; o corte de adjetivos e
possessivos ajuda a alcançá-la;
Clareza – característica ligada, de forma íntima, à objetividade. Escrever de modo
claro pressupõe ideias claras; assim, antes de alinhar a mensagem no papel, é
imprescindível organizá-la de modo claro no pensamento;
Concisão – expressar o pensamento de modo rápido, isto é, colocar a mensagem no
menor número de palavras, sem sacrificar idéias ou considerações que ajudem no
seu entendimento;
Precisão – é o elemento que direciona para a concisão, visto que o uso de termos
exatos e informações claras torna a comunicação precisa, não conduzindo a
interpretações errôneas.
Harmonia – é necessário ajustes de palavras na frase, e da frase no período, com
todas as partes guardando relações entre si, criando unidade e coerência no texto;
Correção – o respeito às normas e princípios do idioma é fator básico para a
elaboração de uma redação técnica, sendo inadmissível qualquer erro. A linguagem
usada, compreendida por pessoa de cultura média, não pressupõe escrita ou
construções incorretas;
Polidez – as mensagens empresariais surgem para fins específicos, nem sempre
agradáveis, o que não impede o uso de cortesia e discriminação ao redigi-las. Faz
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parte desta polidez o emprego de palavras positivas, evitando-se as de sentido
negativo, tais como “erro”, “culpa”, “negligência” ou “esquecimento” (PARANÁ,
2002, p. 15).
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DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL
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Outros fatores que influenciam no desenvolvimento organizacional relacionam-se com a
cultura e o clima reinante na empresa, sendo o primeiro o modo de vida próprio que cada
organização desenvolve em seus participantes e o segundo, o meio interno de uma organização, a
atmosfera psicológica característica em cada organização. O clima organizacional está
intimamente ligado ao moral e à satisfação das necessidades humanas dos participantes, ele pode
ser saudável ou doentio, satisfatório ou insatisfatório, dependendo de como os participantes se
sentem em relação à sua organização.
Enfim, cada organização é um sistema complexo e humano, com características
próprias, com sua própria cultura e seu próprio clima organizacional. Todo esse conjunto de
variáveis deve ser continuamente observado, analisado e aperfeiçoado para que resultem
motivação, produtividade, o que, por conseguinte, pode gerar ou eliminar riscos a acidentes de
trabalho.
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RELAÇÕES HUMANAS, DINÂMICAS DE GRUPO
Para as empresas se manterem hoje, no mercado, não é fácil. Uma série de fatores pode
determinar a sua sobrevivência (ou não), dentre eles: a competitividade acirrada em escala
global, a pressão dos clientes e da sociedade por produtos de qualidade, a responsabilidade social
que cabe como resposta da empresa à comunidade que se insere, os empregados que querem ser
bem remunerados e reconhecidos e que se arriscam mais, quando o emprego não atende as suas
expectativas, a necessidade de processos ágeis e flexíveis para respostas rápidas ao mercado,
enfim, apesar de que parece clichê dizer que as organizações dependem das pessoas que nela
trabalham para atingir suas metas, isto nunca foi tão verdadeiro.
Neste sentido, as empresas têm buscado formatar modelos de gestão das pessoas que
possibilitem à organização atender a estas exigências, e o processo de atração e seleção de
pessoas para as vagas em aberto, passa a ter importância significativa, pois é através destas
pessoas que a empresa consegue materializar seus projetos e atingir suas metas.
Portanto, a seleção de pessoas está sendo levada a sério, pois é através deste processo
que se busca profissionais qualificados.
Para Chiavenato (2010), a gestão de pessoas representa a maneira como as organizações
procuram lidar com as pessoas que fazem parte de suas equipes. Por isso, esse período de
transição de profissionais passivos para ativos, criou uma nova percepção sobre a importância
das pessoas nas organizações para a área de gestão. As pessoas são profissionais que contribuem
com ideias novas, buscando melhorias para as organizações.
A gestão de pessoas tem assumido o espaço nas organizações com muita intensidade.
Assim, os profissionais de recursos humanos têm como objetivo treinar e contratar pessoas para
satisfazer as necessidades das organizações que, na maioria das vezes, estão atreladas à
lucratividade. Nessa concepção, buscam-se pessoas motivadas e com potencial para contribuir e
apoiar a empresa, como também serem capazes de enfrentar desafios competitivos (ANTUNES;
REIS; ALVES, 2011).
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Nesse contexto, a seleção de pessoas é o meio mais apropriado para encontrar
candidatos com potencial para serem inseridos nas organizações. Esta etapa é a abertura de uma
escolha assertiva para o sucesso de uma empresa.
Na seleção de pessoal o objetivo é encontrar pessoas aptas para exercer suas atividades,
buscando suprir as necessidades das organizações. Para Chiavenato (2010, p. 42), o entrevistador
busca fazer da seleção uma técnica com menos falhas possíveis, com comparação e escolha. A
escolha de pessoas certas, evita comprometer futuras ações na gestão.
Faissal et al (2009 p. 84), acrescentam que para realizar um processo de seleção com
qualidade, é importante para o selecionador conhecer o papel que cada etapa de seleção possui,
como também escolher as que forem mais adequadas às competências que serão avaliadas. Para
o autor, seria interessante que todas as etapas de seleção incluíssem: “triagem, análise do perfil
de competência, avaliação dos candidatos, decisão final, verificação das referências, exame
médico, feedback aos participantes e avaliação da seleção”. Entretanto, o tempo curto para
realização dos processos, contribui para não serem utilizadas todas as etapas pelos
selecionadores.
Para qualidade e assertividade nessas etapas, uma das primeiras decisões que o
selecionador deve tomar é escolher as técnicas que vai empregar e o planejamento de sua
utilização. As técnicas que mais se destacam em processo de seleção de pessoal são as dinâmicas
de grupo e a entrevista (FAISSAL et al, 2009).
De acordo Chiavenato (2010), além das dinâmicas de grupo e entrevista, pode se incluir
os testes psicológicos e projetivos como técnicas importantes para serem usadas no processo de
seleção de pessoal.
Essas técnicas de seleção possuem, como finalidade, colher informações sobre o
candidato, proporcionando ao selecionador a maior probabilidade de tomar uma decisão mais
adequada sobre a escolha dos candidatos (FAISSAL et al, 2009).
Os candidatos serão entrevistados e passarão por todos os instrumentos escolhidos para
a avaliação, para o responsável pelo processo finalizar sua análise do candidato com o perfil
mais apropriado às necessidades da empresa, naquele momento (FAISSAL et al, 2009).
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COMISSÕES DE SEGURANÇA DO TRABALHO
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A participação dos trabalhadores nesses órgãos tem variado a depender do nível de
democracia e da organização, força e poder de representação da classe trabalhadora em cada
país.
No Brasil, esta participação, prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), se
restringe à CIPA, onde os trabalhadores formalmente ocupam metade de sua composição após
eleições diretas e anuais.
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes é um instrumento que os trabalhadores
dispõem para tratar da prevenção de acidentes do trabalho, das condições do ambiente do
trabalho e de todos os aspectos que afetam sua saúde e segurança.
A CIPA é regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) nos artigos
162 a 165 e pela Norma Regulamentadora 5 (NR-5), contida na portaria 3.214 de 08 de junho de
1978, baixada pelo Ministério do Trabalho. O objetivo básico da CIPA é fazer com que
empregadores e empregados trabalhem conjuntamente na tarefa de prevenir acidentes e melhorar
a qualidade do ambiente de trabalho. A organização da CIPA é obrigatória nos locais de trabalho
seja qual for sua característica – comercial, industrial, bancária, com ou sem fins lucrativos,
filantrópica ou educativa e empresas públicas – desde que tenham o mínimo legal de empregados
regidos pela CLT conforme o quadro 1 da NR-5 (em anexo).
A CIPA é composta por representantes titulares do empregador e dos empregados e seu
número de participantes deve obedecer as proporções mínimas na NR –5.
Quanto ao registro da CIPA, a empresa deve solicitar ao órgão do Ministério do
Trabalho, através de requerimento, juntando cópias das atas de eleição, instalação e posse com o
calendário anual das reuniões ordinárias e o livro de atas com o termo de abertura e as atas acima
mencionadas transcritas.
O requerimento e as cópias das atas datilografadas devem ser em duas vias, sendo que
uma via será devolvida protocolada pelo agente fiscalizador. O registro deve ser feito no prazo
máximo de dez dias após a data da eleição. Comunicada a Delegacia Regional do Trabalho
(DRT), uma cópia protocolada deve ser enviada ao setor responsável pela segurança do trabalho
na empresa. Após ter sido registrada na DRT, a CIPA não pode ter o seu número de
representantes reduzidos nem pode ser desativada antes do término do mandato, ainda que haja
redução de empregados na empresa.
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Em relação ao processo eleitoral, os representantes do empregador são designados pelo
próprio, enquanto que os dos empregados são eleitos em votação secreta representando,
obrigatoriamente, os setores de maior risco de acidentes e com maior número de funcionários.
A votação deve ser realizada em horário normal de expediente e tem que contar com a
participação de, no mínimo, a metade mais um do número de funcionários de cada setor. A lista
de votação assinada pelos eleitores deve ser arquivada por um período mínimo de três anos na
empresa. A lei confere a DRT, como órgão de fiscalização competente, o poder de anular uma
eleição quando for constatado qualquer tipo de irregularidade na sua realização.
Os candidatos mais votados assumem a condição de membros titulares. Em caso de
empate, assume o candidato que tiver maior tempo de trabalho na empresa. Os demais
candidatos assumem a condição de suplentes, de acordo com a ordem decrescente de votos
recebidos. Os candidatos votados não eleitos como titulares ou suplentes devem ser relacionados
na ata da eleição, em ordem decrescente de votos, possibilitando uma futura nomeação. A CIPA
deve contar com tantos suplentes quantos forem os titulares sendo que estes não poderão ser
reconduzidos por mais de dois mandatos consecutivos.
A estrutura da CIPA é composta pelos seguintes cargos: Presidente (indicado pelo
empregador); Vice-presidente (nomeado pelos representantes dos empregados, entre os seus
titulares); Secretário e suplente (escolhidos de comum acordo pelos representantes do
empregador e dos empregados).
Cabe ao Ministério do Trabalho, através das Delegacias Regionais do Trabalho (DRTS)
fiscalizar a organização das CIPAs. A empresa que não cumprir a lei será autuada por infração
ao disposto no artigo 163 da CLT, sujeitando-se à multa prevista no artigo 201 desta mesma
legislação.
O mandato dos membros titulares da CIPA é de um ano e aqueles que faltarem a quatro
reuniões ordinárias, sem justificativa, perderão o cargo, sendo substituídos pelos suplentes. Não
é válida, como justificativa, a alegação de ausência por motivo de trabalho.
Os representantes dos empregados titulares da CIPA não podem sofrer demissão
arbitrária entendendo-se como tal a que não se fundamentar em motivo disciplinar, técnico ou
econômico. Esta garantia no emprego é assegurada ao cipeiro desde o momento em que o
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empregador tomar conhecimento da sua inscrição de candidatos às eleições da CIPA e prolonga-
se até um ano após o término do mandato.
Os cipeiros não podem também ser transferidos para outra localidade a não ser que
concordem expressamente. A reeleição deve ser convocada pelo empregador, com um prazo
mínimo de 45 dias antes do término do mandato e realizada com antecedência de 30 dias em
relação ao término do atual mandato. Os membros da CIPA eleitos e designados para um novo
mandato serão empossados automaticamente no primeiro dia após o término do mandato
anterior.
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ANEXOS
QUADRO I
Dimensionamento da CIPA
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QUADRO I
Dimensionamento da CIPA
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QUADRO I
Dimensionamento da CIPA
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QUADRO I
Dimensionamento da CIPA
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BÁSICAS
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
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Humanos. Vol. 2. São Paulo: Pioneira, 1995.
CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursos humanos nas organizações.
Rio de Janeiro: Campus, 1999.
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CHIAVENATO, I. Iniciação à administração de recursos humanos. São Paulo: Manole, 2010.
CLOT, Y. A função psicológica do trabalho. Tradução Adail Sobral. São Paulo: Vozes, 2006.
CUNHA, Marco Aurélio Pereira da. Análise do uso de EPI’s e EPC’s em obras verticais.
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DELA COLETA, José Augusto. Acidentes de Trabalho. São Paulo: Atlas, 1991.
JACQUES, M.G. O nexo causal em saúde/doença mental no trabalho: uma demanda para a
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LOPES NETO, André & BARRETO, Maria de Lourdes. A utilização do EPI neutraliza a
Insalubridade. Revista CIPA - Caderno Informativo de Prevenção de Acidentes. São Paulo:
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MENDES, L. Treinamento. Treinar RH (2004). Disponível em:
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Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 70