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SEGURANÇA DO TRABALHO

Definição, objetivos, métodos, técnicas e


recomendações da AET

A análise ergonômica do trabalho (AET) é prevista na Norma Regulamentadora


n.º 17 (NR-17), com o seguinte texto:

“Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características


psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a Análise
Ergonômica do Trabalho [...]”.

Sendo assim, é obrigatória a elaboração da AET, já que há exigência normativa.

O grande desafio no sentido de sua elaboração é torná-la uma ferramenta


verdadeiramente eficaz, evitando que seja feita uma análise superficial, na qual
apenas os elementos mais significativos são levados em consideração ou, por outro
lado, seja detalhada, mas não traga possibilidades de aplicação prática e correção dos
problemas.

Análise ergonômica do trabalho é um processo construtivo e participativo para a


resolução de um problema complexo que exige o conhecimento das tarefas, da
atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades enfrentadas para se atingir o
desempenho exigido.

Definição e objetivos

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A AET pode ser definida como uma análise que retrata as


condições ambientais e de trabalho de determinada tarefa ou
atividade, buscando relatar fatores de riscos ergonômicos
presentes e seu grau potencial gerador de danos ao
trabalhador.

Também chamada de laudo ergonômico, esta análise tem


como objetivo verificar qualitativamente e quantitativamente as
condições de trabalho de uma determinada atividade ou tarefa.

Esta análise deve levar em consideração vários aspectos relacionados à


execução, como mobiliário, iluminação, ritmo de trabalho, posturas e movimentos
adotados, conforto térmico e acústico, entre outros que podem influenciar na saúde do
trabalhador, causando danos físicos, psicológicos ou cognitivos.

Técnicas e recomendações

Habitualmente, a análise ergonômica tem caráter


corretivo ou de manutenção, tendo em vista que a tarefa é
analisada de acordo com a forma que já acontece ou que é
realizada atualmente pelo trabalhador. Neste sentido, podemos
citar duas técnicas de análise: técnicas objetivas e subjetivas.

Técnica objetiva (ou direta)

Ocorre pela observação da tarefa por um período de tempo e seu registro. Este é
o método mais utilizado, pois permite uma análise global da atividade, inclusive a
interação com o trabalhador. Também pode ser feita por meio de recursos audiovisuais
que facilitam a reanálise de determinados pontos, quando necessário.

Técnica subjetiva (ou indireta)

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Ocorre por meio da aplicação de questionários, checklists e entrevistas. O


questionário registra apenas a opinião dos entrevistados; a checklist, por ser aplicada
pelo próprio pesquisador, permite que se instiguem certos fatores, com o objetivo de
encontrar pontos fortes e fracos; já a entrevista permite uma interação maior com o
trabalhador, que tem oportunidade de explicar os detalhes de execução da tarefa.

Couto (1995) defende a divisão das análises em macroscópica, microscópica,


dos fatores ocultos e da inserção ambiental.

Clique ou Toque para visualizar o conteúdo

Macroscópica

Busca aplicar uma visão geral (ou global) do posto de trabalho,


observando os pontos facilmente percebíveis, como posturas inadequadas,
móveis desproporcionais etc.

Microscópica

Busca avaliar de forma mais detalhada e encontrar os pormenores


envolvidos, abrangendo questões relacionadas ao trabalho manual e ao
método de trabalho, com foco em pequenos detalhes, como o movimento
dos olhos.

Fatores ocultos

Busca identificar dados intangíveis, como o número de horas extras ou


o de erros/falhas presentes no processo, sendo muito útil na identificação
dos aspectos ergonômicos dos sistemas de trabalho.

Inserção ambiental

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Busca fazer uma espécie de “radiografia” da empresa onde o posto


trabalho analisado está inserido, pormenorizando suas características
demográficas e sua força de trabalho, o processo tecnológico existente, as
características sócio-econômico-culturais da região em que se encontra etc.

No mundo todo, há diversos modelos de roteiro para realização da AET,


buscando estruturar a forma de análise e os requisitos mínimos a serem observados.
No Brasil, temos um modelo proposto pelo (até então) Ministério do Trabalho por meio
do Manual de Aplicação da NR-17, que pode ser facilmente aplicado por uma
sequência de passos, descritos a seguir:

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Análise da demanda: expondo o problema a ser analisado e resolvido.

Análise global da empresa: posição no mercado, evolução técnica e


tecnológica (para que as ações sejam realmente viáveis).

Análise da população de trabalhadores: faixa etária, rotatividade, tipos de


contrato, categorias profissionais, absenteísmo, nível de escolaridade,
características antropométricas.

Definição das situações de trabalho a serem estudadas: essa escolha


parte necessariamente da demanda dos primeiros contatos com os
operadores e das hipóteses iniciais que já começam a ser formuladas.

Descrição das tarefas prescritas, tarefa real e atividades desenvolvidas. A


tarefa prescrita pode ser conceituada como o objetivo fixado pela
empresa. A tarefa real é objetivo que o trabalhador se dá, ou seja, o que
ele realmente consegue produzir, por exemplo. Atividade é tudo que o
trabalhador faz para executar a tarefa: gestos, palavras, raciocínios etc.

Pré-diagnóstico: deve ser explicitado às várias partes envolvidas que


poderá ser validade ou abandonado como hipótese explicativa do
problema.

Observação sistemática da atividade: observar a atividade durante vários


períodos buscando identificar se posições, posturas, gestos se repetem
de forma semelhante ao longo do dia ou há variação.

Diagnóstico e recomendações: de acordo com as situações analisadas, é


possível formular um diagnóstico. Este diagnóstico deve ser dividido em
local e global.

Validação do diagnóstico: o diagnóstico é apresentado a todos os


envolvidos que poderão aceitá-lo, rejeitá-lo ou propor sugestões a
respeito.

Projeto de modificações/alterações: o analista deve propor melhorias


para resolver os problemas identificados. A intervenção ergonômica só
pode ser considerada completa quando os postos de trabalho foram
finalmente adaptados, ou seja, corrigidos.

Cronograma de implementação das modificações: este é fundamental


para estipular prazos para realização das modificações de acordo com
seu grau de complexidade. Estes prazos devem levar em consideração
período de modelagem, testes, ajustes e implementação final.

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Acompanhamento das modificações: é precioso posteriormente avaliar os


impactos das modificações, verificando se houveram melhoras nos
indicadores iniciais e se as alterações feitas atendem ao proposto.

Quando falamos de análises ergonômicas, podemos perceber que é uma longa


caminhada a ser percorrida e o processo se torna complexo, pois estamos falando de
dados qualitativos e que dependem de uma avaliação subjetiva, que inclusive pode
variar de um indivíduo para outro.

Nesse sentido, algumas ferramentas nos ajudam a precisar com mais detalhes os
impactos ergonômicos de uma atividade sobre o trabalhador.

Métodos de análise ergonômica


Cada uma das ferramentas tem características e focos de aplicação diferentes,
por isso sua utilização dependerá do contexto e dos objetivos esperados.

Vamos conhecer um pouco sobre os métodos mais utilizados?

RULA
Rapid upper limb assessment (RULA) é um método utilizado para uma análise
rápida dos membros superiores – tradução do próprio nome. Esta análise pode ser
utilizada para verificar necessidades específicas ou confirmar quando se tem dúvidas
de que há movimentos repetitivos na tarefa. É uma ferramenta simples que busca
investigar se os postos de trabalho têm potencial para causar desordens
musculoesqueléticas.

Uma de suas vantagens é permitir uma análise rápida de um grande número de


trabalhadores.

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OWAS
Ovaco working posture analysin system (OWAS) é um método desenvolvido para
analisar a postura de trabalhadores da indústria do aço por pesquisadores finlandeses.
Estes pesquisadores definiram 72 posturas mais comuns na atividade laboral e
aplicaram a ferramenta mais de 36 mil vezes, em 52 atividades, com o objetivo de
testar o método.

Este método consiste em observar as atividades em intervalos constantes e


variáveis, buscando identificar a frequência e o tempo gasto em cada postura. São
observadas as posturas de costas, braços, pernas e aplicação de força, além da fase
da atividade. Os criadores do método sugerem que devem ser realizadas pelo menos
100 observações para que se possa chegar a uma conclusão.

OCRA
Occupational repetitive actions (OCRA), que traduzindo significa “ações
ocupacionais repetitivas”, é um método criado para identificação de fatores de risco
com potencial de causar distúrbios musculoesqueléticos nos membros superiores.
Estas ações têm como objetivo avaliar e quantificar fatores de risco presentes nas
atividades por meio de um modelo de cálculo, estabelecendo um índice de exposição
de acordo com o confronto entre as variáveis encontradas e o que a ferramenta indica
como recomendável.

Na aplicação deste método, são levados em consideração fatores como o tempo


de duração do trabalho, a frequência de ações técnicas executadas, a força
empregada pelo operador, as posturas inadequadas dos membros superiores, a
repetitividade, a carência de períodos de recuperação fisiológica e os fatores
complementares, como temperaturas extremas, vibração, uso de luvas, compressões
mecânicas, emprego de movimentos bruscos, precisão no posicionamento dos objetos
e a natureza da pega dos objetos a serem manuseados.

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Algumas das vantagens deste método são: capacidade de considerar diversos


elementos/fatores de risco; facilidade na identificação dos fatores críticos da atividade;
avaliação de tarefas com ciclos de trabalho longos e multitarefas.

REBA
Rapid entire body assessment (REBA) é derivado dos métodos RULA e OWAS e
proporciona uma simplificação na obtenção e na análise de dados posturais. Embora
generalista (por se aplicar a muitos casos), ele é sensível ao manuseio de cargas, mas
não considera aspectos como vibração e emprego de energia.

Esta ferramenta estabelece relações de “pega”, variando de zero a três, de pega


boa a inaceitável. A tradução do nome significa "avaliação rápida de corpo inteiro" e
podemos dizer que seu objetivo é avaliar posturas dinâmicas e estáticas, buscando
identificar fatores de riscos biomecânicos.

Equação NIOSH
Ferramenta aplicada ao levantamento manual de cargas criada pela NIOSH –
National Institute for Occupational Safety and Health. Por meio dela foram definidas
capacidades de levantamento, gerando uma equação de levantamento de cargas.

A equação é apresentada a eguir (limite de peso recomendado – LPR):

LPR = LC x HM x AM x DM x AM x FM x CM

Para resolvê-la, é necessário conhecer cada uma das variáveis:

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LC – Load constant (carga constante): 23 kg

HM – Horizontal multiplier (multiplicador horizontal): 25/H

VM – Vertical miltiplier (multiplicador vertical): 1-(0,003|V-75|)

DM – Distance multiplier (multiplicador de distância): 0,82 + (4,5/D)

AM – Asymmetric multiplier (multiplicador assimétrico): 1-(0,0032.A)

FM – Frequency multiplier (multiplicador de frequência): de acordo com


tabela

CM – Coupling multiplier (multiplicador de pega): de acordo com tabela

Assim como o significado de cada variável destas equações:

H (localização horizontal) – Diferença do ponto médio das mãos ao pegar


o objeto até o ponto médio localizado entre tornozelos, em polegadas ou
centímetros.

V (localização vertical) – Distância das mãos ao pegar o objeto até o


chão, em polegadas ou centímetros (deve ser medido na origem e no
destino do levantamento).

D (distância percorrida) – Diferença entre as distâncias verticais de


origem e destino, em polegadas ou centímetros.

A (ângulo assimétrico) – É o ângulo gerado pela rotação do tronco ao


movimentar a carga. Tendo como referência uma reta traçada no ponto
médio entre os dois tornozelos, medido em graus.

Veja a representação gráfica destas variáveis na figura a seguir:

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Figura 1 – Representação gráfica das variáveis apresentadas no método


equação de NIOSH
Fonte: WATERS, Putz-Anderson; GARG, 1994.

Imagem com um homem em vista lateral segurando uma caixa retangular,


projetada a uma altura menor com setas indicando a distância D que se refere a altura
da caixa suspensa com relação ao piso, distância V que se refere a altura da caixa
projetada com relação ao piso e distância H que se refere a distância que o homem
mantem com relação a caixa que está suspensa. Ao lado, homem em vista superior
segurando a caixa retangular com indicação da variável A que se refere a rotação do
corpo.

Com base no resultado da equação LPR, podemos encontrar o IL, expresso pela
equação a seguir:

IL = peso da carga/LPR

Após obtenção do resultado, a conclusão é baseada no quadro que segue:

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IL < 1 Risco baixo

1 < IL <2 Risco moderado

IL > 2 Risco alto

A partir dessa classificação de risco, o responsável pela avaliação deverá propor


as medidas de controle necessárias para que se diminua o risco a níveis aceitáveis.

Cada método tem suas peculiaridades e por isso devemos ter atenção na
escolha. Conhecer a atividade que será avaliada e suas características principais é
fundamental para a escolha correta da ferramenta.

Psicologia do trabalho – ergonomia


cognitiva, ergonomia física e
organizacional

Ergonomia pode ser conceituada como o estudo das relações ou de interações


entre seres humanos e sistemas de trabalho, seja nas interfaces física, cognitiva ou
organizacional, levando em consideração que o ser humano é o centro dos processos
de trabalho.

Pode-se dizer que, em ergonomia, a psicologia do trabalho vem para discutir os


aspectos intangíveis do trabalho, aqueles relacionados ao intelecto e às interações
não visíveis que exigem tanta ou maior atenção do que os aspectos físicos ou

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facilmente perceptíveis.

Ao desenvolver suas atividades laborais, o trabalhador interage com diferentes


componentes do sistema: equipamentos, instrumentos e mobiliários, por meio de
interfaces sensoriais, energéticas e posturais e com a organização e o seu ambiente
por interfaces cognitivas, emocionais, ambientais e organizacionais. Esta interação
pode ser conferida na figura a seguir:

Figura 2 – Diferentes interfaces de interação do homem com o trabalho

Uma pessoa sentada desempenhando atividades em frente ao computador com


sinalização em setas indicando interações com componentes do sistema e interfaces.

Estas interações ocorrem de forma sistemática e é papel da ergonomia estudá-


las e buscar formas de otimizá-las, adequando o trabalho ao homem de forma a torná-
lo mais confortável, eficiente e seguro.

Ergonomia cognitiva

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Os estudos sobre a ergonomia cognitiva foram iniciados


com a chegada do computador, por volta de 1980, e a maioria
deles dizia respeito às características da interação entre
trabalhador e computador, levando em consideração aspectos
semânticos e cognitivos.

Ao longo do tempo, esta ergonomia cognitiva passou por


novos entendimentos e pode-se afirmar que esta relacionada
diretamente a processos mentais, como percepção, atenção,
controle motor, memória e cognição. Ergonomia cognitiva,
também chamada de engenharia psicológica, busca entender
como o ser humano atua em conjunto com o sistema, utilizando

Sua carga mental

Vigilância

Habilidade de tomar decisões

Interação com computador

Treinamento

Estes aspectos estão diretamente ligados à capacidade de trabalho e a


incidentes. Muitos são os estudos no sentido de averiguar o impacto destas interações
citadas no trabalho do indivíduo, observando que não se trata apenas de uma interface
homem-computador e sim de todo seu processo de trabalho, em que até mesmo
cores, tamanho de letra e fontes influenciam no desenvolvimento da atividade.

Embora a ergonomia cognitiva desperte muita curiosidade e seja um tema que


ainda tem muito a ser explorado, ele é um dos mais complexos do ponto de vista da
ergonomia, tendo em vista que depende de características que muitas vezes não são
perceptíveis em uma análise rápida ou superficial, sendo necessário compreender
todo o processo de trabalho desenvolvido e todos os esforços que o trabalhador impõe
sobre os recursos psicológicos e físicos que gerencia.

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Um exemplo bem comum sobre a ergonomia cognitiva é o uso da memória.

Estudos apontam que as informações vindas do meio ambiente ficam


armazenadas por períodos muito curtos no cérebro, algo em torno de 1 segundo;
depois, a informação passa para a memória de curto prazo, sendo mantida por mais
alguns segundos ou minutos; e só depois a informação passa para a memória de
longa duração, onde permanecerá por tempo indeterminado. Todo este processo
influencia na energia despendida pelo trabalhador para a realização da atividade e é
neste sentido que estudos para otimizar o uso de memórias de curto prazo podem
auxiliar na diminuição do cansaço e da fadiga do trabalhador.

Para a avaliação da ergonomia cognitiva, são utilizados estudos da vida real,


estudos em laboratório, todos tendo algum cunho empírico, o que torna a avaliação um
pouco mais difícil, por isso são utilizadas ferramentas como entrevistas, técnicas de
histórias contadas, observação da atividade e análise, simulações em cenários criados
e mapas cógnitos/conceituais, tornando a avaliação mais efetiva.

Ergonomia física
Outra esfera da ergonomia se refere à ergonomia física, que é definida pela
ABEPRO (Associação Brasileira de Ergonomia) como aquela que está relacionada
com características da anatomia humana, da antropometria, da fisiologia e da
biomecânica envolvidas com a atividade física.

A ergonomia física é mais intuitiva e perceptível ao observarmos um posto de


trabalho, pois está relacionada a posturas adotadas, manuseio de ferramentas,
movimentos repetitivos, movimentação de cargas, postos de trabalho e outros,
fisicamente visíveis. Para a avaliação neste sentido, é necessário levar em
consideração as características anatômicas, antropométricas, fisiológicas e
biomecânicas dos trabalhadores. Para entender um pouco melhor, veja o
detalhamento de cada uma delas:

Antropométricas

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Estão relacionadas às medidas e dimensões do corpo do indivíduo e são


influenciadas pelo sexo, idade e etnia. Suas variáveis podem ser: altura, comprimento
de membros, proporções corporais e alcances. Ao desenvolvermos equipamentos e
dimensionarmos postos de trabalho, estas características devem fundamentalmente
ser levadas em consideração.

Fisiológicas

Estão relacionadas ao consumo energético do trabalhador, ao esforço, à fadiga, à


frequência cardíaca e ao ciclo circadiano (ciclo biológico de 24 horas do ser humano).
Estes itens estão diretamente relacionados ao ritmo de trabalho, pausas, descansos e
trabalhos em turno e noturno, sendo que fatores como luminosidade, temperatura,
umidade, velocidade do ar e ruído podem influenciar diretamente.

Biomecânicas

Estão relacionadas às posturas assumidas, à força empregada, a movimentos de


alavanca, ao manuseio de cargas e à operação de máquinas, ou seja, tudo que está
relacionada à mecânica do corpo.

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Ergonomia organizacional

A ergonomia organizacional também é avaliada por meio da macroergonomia.


Muito ligada à administração científica do trabalho por estar diretamente relacionada à
racionalização do trabalho fazendo um estudo de tempos e movimentos, ganha um
enorme espaço no sentido de melhorar a eficiência de trabalho. Embora ela seja
extremante importante por estar diretamente ligada à organização do trabalho, ocorre
que estes estudos de tempos e movimentos acabaram sendo desenvolvidos por áreas
de gerência, qualidade ou cronometria, visando a uma diminuição do tempo
empregado nas tarefas e maior produtividade do trabalhador. No entanto, sob ponto de
vista ergonômico, isso se torna um problema, uma vez que a padronização de
movimentos pode acabar ocasionando outros prejuízos, como a geração de
movimentos repetitivos ou esforços centralizados.

Atualmente, esta abordagem vem dando espaço a macroergonomia, na qual são


avaliados os sistemas sociotécnicos, como a estrutura organizacional, as políticas e os
processos, favorecendo o trabalho cooperativo e participativo. Neste sentido, são

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estudados fatores como a programação do trabalho, a satisfação do trabalhador,


motivação, supervisão, trabalho em equipe ou à distância e a ética.

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