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SAÚDE DO
TRABALHADOR
Introdução
Neste capítulo, você conhecerá o conceito de análise ergonômica do trabalho,
bem como o objetivo desse tipo de análise, que é voltada à ergonomia de
correção, não se limitando apenas a essa forma de ergonomia. Essa é uma
abordagem ampla sobre as relações entre trabalhador e empresa, a qual deve
ter todas as suas características estudadas para posterior aplicação prática.
As características de uma análise ergonômica do trabalho envolvem as fases
de análise de demanda, tarefa e atividade, bem como avaliações posteriores
do posto de trabalho, como análises de conforto ambiental, conforto acústico,
de luminosidade, entre outras variáveis analisadas. Nesse sentido, deve-se
respeitar as características do trabalhador e contribuir para o seu processo
de adequação ao trabalho, visando ao seu bem-estar no ambiente laboral.
Dessa forma, com o conhecimento conceitual e das características da análise
ergonômica do trabalho elencadas, você conhecerá os recursos ergonômicos
mais utilizados na complementação desse documento, que é obrigatório em
empresas e elaborado por profissionais com conhecimento em ergonomia,
como, por exemplo, o fisioterapeuta do trabalho. Após esse estudo, você verá
como elaborar análises ergonômicas do trabalho com informações concisas
e coesas sobre o trabalhador, o seu ambiente de trabalho e suas condições
de trabalho.
2 Análise ergonômica do trabalho
Trabalhador Empresa
Tarefas prescritas
Escolaridade, Chefia, grupos, liderança
Formação profissional,
experiência Organização
Atividade de
trabalho
Produção
Saúde, erros, acidentes,
absenteísmos
Qualidade
Discussão e restituição
Análise das tarefas,
Explicitação da dos resultados aos
atividades e situções
demanda do estudo trabalhadores
de trabalho
envolvidos
Ombros
relaxados Ombros
relaxados
Postura ereta
Postura ereta
Figura 4. Alturas das mesas recomendadas para o trabalho em pé, semissentado e sentado.
Fonte: Adaptada de CGBear/Shutterstock.com.
10 Análise ergonômica do trabalho
Limite superior
do campo visual
r
ula
oc
ção ma
ta i
Ro máx
Linha de visão
Rotação
ocular ideal
ZONA IDEAL Visão d
DE VISUALIZAÇÃO e pé
PARA Visão
MONITORES senta
da
Ângulo mínimo
para visão em
Limite de discriminação veículos
de cores
Ângulo mínimo
para visão em
Limite inferior cabines de avião
do campo visual
Método OWAS
O método OWAS é utilizado na análise das posturas das costas, dos braços,
das pernas e do esforço do trabalhador (Figura 6), fornecendo uma categoria
de ação em que se pode analisar a frequência e o tempo em que o traba-
lhador fica em cada postura em sua tarefa. Assim, é possível avaliar cada
postura, fornecendo pontos, bem como o nível de esforço avaliado por carga.
A porcentagem de tempo em determinada postura apresenta categorias de
ação, mensurando também a força empregada e as propostas de categorias
de ação conforme a pontuação. De acordo com Souza et al. (2019), existem
quatro classes de posturas, conforme descrito a seguir.
DORSO
Inclinado
1 Reto 2 Inclinado 3 Reto e torcido 4 e torcido
ex: 2151 RF
BRAÇOS
DORSO
Inclinado 2
Dois braços Um braço Dois braços BRAÇOS
1 para baixo 2 para cima 3 para cima
Dois para baixo
1
PERNAS
Uma perna
ajoelhada 5
PESO
Até 10 kg
LOCAL 1
Duas pernas Uma perna Duas pernas Remoção de
1 retas 2 reta 3 flexionadas refugos RF
PERNAS
Método RULA
O método RULA é uma adaptação do OWAS, utilizando esquemas de postura
do corpo com tabelas de risco de exposição a fatores de cargas externos.
Assim, a demonstração do risco de desenvolver doenças ocupacionais é
mais simples. Esse método é muito utilizado para a análise das sobrecargas
concentradas no pescoço e nos membros inferiores durante execução das
atividades laborais (SOUZA et al., 2019).
Análise ergonômica do trabalho 15
Braço
Antebraço Total grupo A + músculo + força = total C
Pulso
Pontuação
final
Pescoço
Total grupo B + músculo + força = total D
Tronco
Método NIOSH
O NIOSH é um órgão do governo norte-americano que desenvolveu uma
equação que permite calcular o limite de peso recomendável, levando-se em
consideração fatores como a manipulação assimétrica de cargas, a duração da
tarefa, a frequência dos levantamentos e a qualidade da pega. Essa equação
considera os critérios a seguir para estabelecer os limites de carga, de acordo
com o Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17 (BRASIL, 2002).
Vertical Ponto de
Vista superior
projeção (Mp)
Horizontal
Distância
H
horizontal
Lateral
V Distância
vertical
Horizontal
H
Ponto médio entre
os tornozelos (MT) Ponto de projeção do
ponto médio da pega (MP)
Distância
horizontal
LPR = LC × HM × VM × DM × AM × FM × CM
Método REBA
O método REBA avalia as posturas não previstas. Derivado do OWAS e do
RULA, a análise do REBA consiste na somatória de pontos dos grupos A (tronco,
pescoço e pernas) e B (braços e pulsos), sendo adicionadas as pontuações
de carga, força e apoio.
A pontuação de carga e força consiste em:
Nível de Nível de
Pontuação Intervenção e posterior análise
ação risco
Referências
BRASIL. Ministério do Trabalho (MTE). Nota técnica nº 287/2016/CGNOR/DSST/SIT.
Esclarecimentos acerca do profissional capacitado para realizar Análise Ergonômica
do Trabalho, segundo a Norma Regulamentadora 17, e para ministrar treinamentos
em Ergonomia. Brasília, DF: MTE, 2016. Disponível em: https://468b17be-8669-4429-
bb63-5a9dab66c920.filesusr.com/ugd/b608fa_a6516a8202484715b2945f9c35bd8898.
pdf.Acesso em: 7 out. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho (MTE). Portaria nº 3.751, de 23 de novembro de 1990.
Norma regulamentadora nº 17. Brasília, DF: MTE, 1990. Disponível em: https://enit.
trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-17.pdf. Acesso em: 7 out. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho (MTE). Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT). Manual
de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17. 2 ed. Brasília, DF: MTE, SIT, 2002.
BRASIL. Ministério do Trabalho (MTE). Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT). Portaria
SIT nº 8, de 30 de março de 2007. Norma Regulamentadora nº 17 – Anexo 1. Brasília, DF:
MTE, 2007a. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/
SST_NR/NR-17-Anexo-01.pdf. Acesso em: 7 out. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho (MTE). Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT). Portaria
SIT nº 9, de 30 de março de 2007. Norma Regulamentadora nº 17 – Anexo 2. Brasília, DF:
MTE, 2007b. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/
SST_NR/NR-17-Anexo-02.pdf. Acesso em: 7 out. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL (COFFITO). Resolução
nº 465, de 20 de maio de 2016. Disciplina a Especialidade Profissional de Fisioterapia do
Trabalho e dá outras providências. Brasília, DF: COFFITO, 2016. Disponível em: https://
www.coffito.gov.br/nsite/?p=5020. Acesso em: 7 out. 2020.
Leitura recomendada
MASCULO, F. S.; VIDAL, M. C. (Orgs.). Ergonomia: trabalho adequado e eficiente. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2011.
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