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Apresentação
A análise ergonômica do trabalho (AET) é um documento que deve ser elaborado por fisioterapeutas
do trabalho e demais profissionais com formação em ergonomia. A elaboração desse documento
segue etapas que exigem atenção, pois estão relacionadas à empresa, ao trabalhador e ao ambiente
de trabalho, com muitas variáveis envolvidas. A Norma Regulamentadora 17, conhecida como
norma da ergonomia, traz recomendações sobre as adequações necessárias no ambiente de
trabalho, no posto de trabalho e nos mobiliários, necessárias na avaliação da adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá a elaborar uma análise ergonômica do trabalho
por meio de etapas e com o uso de diferentes recursos ergonômicos, como questionários e
métodos de avaliação de posturas, força e carregamento de peso. Ao final, estará apto a aplicar
esses conhecimentos em sua prática clínica diária, como a fisioterapia do trabalho.
Bons estudos.
Suponha que você é um fisioterapeuta que faz parte da equipe de uma empresa de saúde
ocupacional e atua como ergonomista, sendo o responsável pela elaboração das análises
ergonômicas do trabalho. Acompanhe a situação a seguir:
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A partir do cenário descrito, identifique no posto de trabalho o que pode ser analisado em relação
às funções e condições de atuação, com base no que é recomendado na Norma Regulamentadora
da Ergonomia nº 17.
Infográfico
A postura é parte crucial na avaliação de condições de trabalho, feita pelo fisioterapeuta do
trabalho na elaboração da análise ergonômica do trabalho. Estudar sobre as medidas
antropométricas com apoio normativo, como o da Norma Regulamentadora nº 17, é importante,
assim como a compreensão das relações entre a postura sentada e outros fatores, como as
alterações no assento, cadeira e apoio de pés; dessa forma, pode-se obter uma análise completa
desse item.
Neste Infográfico, você estudará sobre a postura sentada na AET e compreenderá como identificar
posturas inadequadas que resultam na sobrecarrega de estruturas do sistema musculoesquelético
e, consequentemente, em algias e lesões na coluna vertebral.
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Conteúdo do livro
A atuação do fisioterapeuta do trabalho engloba o estudo dos aspectos da saúde do trabalhador,
seu ambiente de trabalho e a relação com o empregador; esses aspectos são importantes na
elaboração de um documento fundamental para o conhecimento do estado do trabalhador no seu
ambiente ocupacional. Dessa forma, os itens como características pessoais, contratos, salários,
meios técnicos e atividades de trabalho são fundamentais na análise ergonômica do trabalho (AET),
considerada um documento esclarecedor sobre as condições da relação entre homem e trabalho.
No capítulo Análise ergonômica do trabalho, da obra Fisioterapia: saúde do trabalhador, base teórica
desta Unidade de Aprendizagem, você verá conceitos e itens importantes que devem ser
implementados durante a elaboração da análise em consonância com as legislações e normas
técnicas.
Boa leitura.
FISIOTERAPIA:
SAÚDE DO
TRABALHADOR
Introdução
Neste capítulo, você conhecerá o conceito de análise ergonômica do trabalho,
bem como o objetivo desse tipo de análise, que é voltada à ergonomia de
correção, não se limitando apenas a essa forma de ergonomia. Essa é uma
abordagem ampla sobre as relações entre trabalhador e empresa, a qual deve
ter todas as suas características estudadas para posterior aplicação prática.
As características de uma análise ergonômica do trabalho envolvem as fases
de análise de demanda, tarefa e atividade, bem como avaliações posteriores
do posto de trabalho, como análises de conforto ambiental, conforto acústico,
de luminosidade, entre outras variáveis analisadas. Nesse sentido, deve-se
respeitar as características do trabalhador e contribuir para o seu processo
de adequação ao trabalho, visando ao seu bem-estar no ambiente laboral.
Dessa forma, com o conhecimento conceitual e das características da análise
ergonômica do trabalho elencadas, você conhecerá os recursos ergonômicos
mais utilizados na complementação desse documento, que é obrigatório em
empresas e elaborado por profissionais com conhecimento em ergonomia,
como, por exemplo, o fisioterapeuta do trabalho. Após esse estudo, você verá
como elaborar análises ergonômicas do trabalho com informações concisas
e coesas sobre o trabalhador, o seu ambiente de trabalho e suas condições
de trabalho.
2 Análise ergonômica do trabalho
Trabalhador Empresa
Tarefas prescritas
Escolaridade, Chefia, grupos, liderança
Formação profissional,
experiência Organização
Atividade de
trabalho
Produção
Saúde, erros, acidentes,
absenteísmos
Qualidade
Discussão e restituição
Análise das tarefas,
Explicitação da dos resultados aos
atividades e situções
demanda do estudo trabalhadores
de trabalho
envolvidos
Ombros
relaxados Ombros
relaxados
Postura ereta
Postura ereta
Figura 4. Alturas das mesas recomendadas para o trabalho em pé, semissentado e sentado.
Fonte: Adaptada de CGBear/Shutterstock.com.
10 Análise ergonômica do trabalho
Limite superior
do campo visual
r
ula
oc
ção ma
ta i
Ro máx
Linha de visão
Rotação
ocular ideal
ZONA IDEAL Visão d
DE VISUALIZAÇÃO e pé
PARA Visão
MONITORES senta
da
Ângulo mínimo
para visão em
Limite de discriminação veículos
de cores
Ângulo mínimo
para visão em
Limite inferior cabines de avião
do campo visual
Método OWAS
O método OWAS é utilizado na análise das posturas das costas, dos braços,
das pernas e do esforço do trabalhador (Figura 6), fornecendo uma categoria
de ação em que se pode analisar a frequência e o tempo em que o traba-
lhador fica em cada postura em sua tarefa. Assim, é possível avaliar cada
postura, fornecendo pontos, bem como o nível de esforço avaliado por carga.
A porcentagem de tempo em determinada postura apresenta categorias de
ação, mensurando também a força empregada e as propostas de categorias
de ação conforme a pontuação. De acordo com Souza et al. (2019), existem
quatro classes de posturas, conforme descrito a seguir.
DORSO
Inclinado
1 Reto 2 Inclinado 3 Reto e torcido 4 e torcido
ex: 2151 RF
BRAÇOS
DORSO
Inclinado 2
Dois braços Um braço Dois braços BRAÇOS
1 para baixo 2 para cima 3 para cima
Dois para baixo
1
PERNAS
Uma perna
ajoelhada 5
PESO
Até 10 kg
LOCAL 1
Duas pernas Uma perna Duas pernas Remoção de
1 retas 2 reta 3 flexionadas refugos RF
PERNAS
Método RULA
O método RULA é uma adaptação do OWAS, utilizando esquemas de postura
do corpo com tabelas de risco de exposição a fatores de cargas externos.
Assim, a demonstração do risco de desenvolver doenças ocupacionais é
mais simples. Esse método é muito utilizado para a análise das sobrecargas
concentradas no pescoço e nos membros inferiores durante execução das
atividades laborais (SOUZA et al., 2019).
Análise ergonômica do trabalho 15
Braço
Antebraço Total grupo A + músculo + força = total C
Pulso
Pontuação
final
Pescoço
Total grupo B + músculo + força = total D
Tronco
Método NIOSH
O NIOSH é um órgão do governo norte-americano que desenvolveu uma
equação que permite calcular o limite de peso recomendável, levando-se em
consideração fatores como a manipulação assimétrica de cargas, a duração da
tarefa, a frequência dos levantamentos e a qualidade da pega. Essa equação
considera os critérios a seguir para estabelecer os limites de carga, de acordo
com o Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17 (BRASIL, 2002).
Vertical Ponto de
Vista superior
projeção (Mp)
Horizontal
Distância
H
horizontal
Lateral
V Distância
vertical
Horizontal
H
Ponto médio entre
os tornozelos (MT) Ponto de projeção do
ponto médio da pega (MP)
Distância
horizontal
LPR = LC × HM × VM × DM × AM × FM × CM
Método REBA
O método REBA avalia as posturas não previstas. Derivado do OWAS e do
RULA, a análise do REBA consiste na somatória de pontos dos grupos A (tronco,
pescoço e pernas) e B (braços e pulsos), sendo adicionadas as pontuações
de carga, força e apoio.
A pontuação de carga e força consiste em:
Nível de Nível de
Pontuação Intervenção e posterior análise
ação risco
Referências
BRASIL. Ministério do Trabalho (MTE). Nota técnica nº 287/2016/CGNOR/DSST/SIT.
Esclarecimentos acerca do profissional capacitado para realizar Análise Ergonômica
do Trabalho, segundo a Norma Regulamentadora 17, e para ministrar treinamentos
em Ergonomia. Brasília, DF: MTE, 2016. Disponível em: https://468b17be-8669-4429-
bb63-5a9dab66c920.filesusr.com/ugd/b608fa_a6516a8202484715b2945f9c35bd8898.
pdf.Acesso em: 7 out. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho (MTE). Portaria nº 3.751, de 23 de novembro de 1990.
Norma regulamentadora nº 17. Brasília, DF: MTE, 1990. Disponível em: https://enit.
trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-17.pdf. Acesso em: 7 out. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho (MTE). Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT). Manual
de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17. 2 ed. Brasília, DF: MTE, SIT, 2002.
BRASIL. Ministério do Trabalho (MTE). Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT). Portaria
SIT nº 8, de 30 de março de 2007. Norma Regulamentadora nº 17 – Anexo 1. Brasília, DF:
MTE, 2007a. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/
SST_NR/NR-17-Anexo-01.pdf. Acesso em: 7 out. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho (MTE). Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT). Portaria
SIT nº 9, de 30 de março de 2007. Norma Regulamentadora nº 17 – Anexo 2. Brasília, DF:
MTE, 2007b. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/
SST_NR/NR-17-Anexo-02.pdf. Acesso em: 7 out. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL (COFFITO). Resolução
nº 465, de 20 de maio de 2016. Disciplina a Especialidade Profissional de Fisioterapia do
Trabalho e dá outras providências. Brasília, DF: COFFITO, 2016. Disponível em: https://
www.coffito.gov.br/nsite/?p=5020. Acesso em: 7 out. 2020.
Leitura recomendada
MASCULO, F. S.; VIDAL, M. C. (Orgs.). Ergonomia: trabalho adequado e eficiente. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2011.
22 Análise ergonômica do trabalho
Nesta Dica do Professor você saberá mais sobre a análise ergonômica do trabalho no
teleatendimento e telemarketing, as principais diferenças entre as atuações e os pontos de atenção
no mobiliário, postos de trabalho, condições ambientais, organização do trabalho e condições
sanitárias de conforto.
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Exercícios
I - Análise de demanda.
II - Análise de tarefas.
III - Análise de atividade.
( ) Nessa etapa, são verificadas as condições que os trabalhadores são submetidos em suas
tarefas reais e verificadas as tarefas prescritas, assim como o posto de trabalho e forma
como o trabalhador exerce suas atividades.
( ) É a etapa onde é feita a busca ativa pelos problemas ergonômicos possíveis no ambiente
laboral, englobando a empresa e os trabalhadores, com seus problemas em relação ao
trabalho.
A) I, II, III.
B) II, I, III.
C) III, II, I.
D) II, III, I.
E) I, III, II.
2) O uso de recursos ergonômicos, como aplicativos, questionários e métodos com tabelas com
verificação de análises de posturas de braços, pernas, tronco e outros segmentos corporais,
é relevante na elaboração de análises ergonômicas de trabalho.
Entre os recursos ergonômicos que podem ser usados, qual método permite o cálculo do
índice de levantamento de cargas do trabalhador?
A) OWAS.
B) RULA.
C) REBA.
D) NIOSH.
E) NASA-TLX.
E) São instalados apoios móveis para os pés, caso haja espaço disponível para seu uso.
A) Fator de pega.
B) Fator de altura.
E) Fator de frequência.
Sobre a elaboração de uma AET, assinale a alternativa correta sobre as exigências mínimas
necessárias.
B) I, III e IV.
C) III e IV.
D) I, II e III.
E) I e II.
Na prática
A análise ergonômica do trabalho em empresas bancárias é ampla, pois o ambiente laboral tem
muitos trabalhadores e recursos físicos. Todas essas variáveis devem ser avaliadas pelo
fisioterapeuta, de acordo com a Norma regulamentadora nº 17 e seus anexos, além de outros
apoios normativos estabelecidos no corpo dessa norma.
OWAS
Neste link, você acessa o aplicativo OWAS para análises ergonômicas do trabalho. Ele tem o intuito
de tornar simples a aplicação do método OWAS sem o uso de papéis ou perda de dados
importantes.
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