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Módulo VI

Ergonomia no Ambiente de Trabalho


Olá!

Eu sou o Prof. Saulo Soares e estou aqui novamente neste módulo Ergonomia no
Ambiente de Trabalho do curso Cadista para Construção Civil.
Ao concluí-lo, você poderá alcançar os seguintes objetivos de aprendizagem:

● Identificar, apropriar-se e ressignificar conceitos e dimensões relacionados


à Ergonomia, Saúde e Trabalho.
● Desmistificar conceitos de Ergonomia e Trabalho sob uma perspectiva da
Educação Física;
● Compreender as implicações à saúde do trabalhador na atividade laboral.

Fique atento, leia e continue praticando.

Bons estudos!

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Apresentação

Inicialmente, a proposta aqui é desmistificar os conceitos e definições por trás


dos termos “Ergonomia” e “Trabalho” sob a perspectiva da Educação Física.
No segundo momento, iremos identificar a importância da Ergonomia no
Trabalho na saúde do trabalhador em plena atividade laboral, a fim de
compreendermos melhor as relações de segurança e eficiência no modo como
homem, máquina e ambiente interagem entre si.
É deste modo que iremos adquirir as noções da Ergonomia no Trabalho, como
proposta para melhorar o ambiente de trabalho às condições física e
psicofisiológicas do trabalhador.
Preparado? Sigamos adiante, então!

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Noções Básicas de Ergonomia no Trabalho

Para iniciarmos, é importante que você saiba que o termo Ergonomia, também
chamado Fatores Humanos, vem do grego ergon que significa “trabalho”, e
nomos, que quer dizer “leis ou normas”. Para muitos estudiosos, Ergonomia é
uma disciplina ou área de estudo que investiga as relações ou interações entre
homem, máquina e meio ambiente de modo a identificar fatores associados à
segurança e eficiência entre eles.

Ergonomia é, antes de mais nada, uma atitude profissional que se agrega à


prática de uma profissão definida (VIDAL et al., 1976). Dessa forma, é possível
falar de um médico ergonomista, de um psicólogo ergonomista, e por que não de
um Profissional de Educação Física Ergonomista também? No caso, este aqui
que vos apresenta essa disciplina.

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Noções Básicas de Ergonomia no Trabalho

Pois então, só para frisarmos, o termo atitude profissional é uma herança da própria definição da
ABERGO - Associação Brasileira de Ergonomia quando diz que:

A Ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar a


atividade nele existente às características, habilidades e limitações das
pessoas com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro
(ABERGO, 2000).

Estes ergonomistas, citados pela Abergo, contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de
tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as
necessidades, habilidades e limitações das pessoas.

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Noções Básicas de Ergonomia no Trabalho

Por fim, de modo simplificado, você deve ter


compreendido que Ergonomia, na verdade, está
diretamente relacionada à capacidade produtiva e saúde
do trabalhador.
Até o momento, este é o principal aspecto que você tem
de memorizar quando se pensa em Ergonomia no
Trabalho.

Sigamos em frente!

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Domínios de Especialização da Ergonomia

Uma característica importante da Ergonomia no Trabalho é que sua abrangência é multidisciplinar e sua
influência está sob constante reformulação e transformação. Esse fato permite que os ergonomistas
adotem uma postura um tanto quanto “holística”, no modo de ação da Ergonomia nos aspectos físicos e
cognitivos, como sociais, organizacionais, ambientais, etc.

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De maneira geral, segundo a ABERGO (2000), os domínios de especialização da Ergonomia são três:

Ergonomia Física Ergonomia Cognitiva Ergonomia Organizacional

relaciona-se com as refere-se aos processos mentais, é sobre à otimização dos


características da anatomia tais como percepção, memória, sistemas sociotécnicos, incluindo
humana, antropometria, raciocínio e resposta motora às suas estruturas organizacionais,
fisiologia e biomecânica em sua interações entre seres humanos políticas e de processos. Os
relação a Atividade Física. Os e outros elementos de um aspectos mais relevantes
pontos mais importantes neste sistema. Abrange o estudo da incluem comunicações,
domínio incluem o estudo da carga mental de trabalho, gerenciamento de recursos de
postura no trabalho, manuseio tomada de decisão, desempenho tripulações (CRM - domínio
de materiais, movimentos especializado, interação homem aeronáutico), projeto de trabalho,
repetitivos, distúrbios computador, stress e organização temporal do
musculoesqueléticos treinamento conforme esses se trabalho, trabalho em grupo,
relacionados ao trabalho, relacionem a projetos projeto participativo, novos
projetos de posto de trabalho, envolvendo seres humanos e paradigmas do trabalho,
segurança e saúde. sistemas. trabalho cooperativo, cultura
organizacional, organizações em
rede, teletrabalho e gestão da
qualidade.

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O que se apreende deste tópico é que a Ergonomia
no Trabalho, de forma orgânica, se assemelha a um
complexo de sistemas no qual fatores mensuráveis e
não-mensuráveis exercem influência direta e indireta
no resultado final do produto da mão ou serviço do
trabalhador.

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Você sabia?

Norma Regulamentadora n° 17

Segundo a redação dada pela Portaria MTPS nº 3.751, de 23 de novembro de 1990 no item
17.1., esta norma Regulamentadora visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação
das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

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Norma Regulamentadora n° 17

Perceba que os parâmetros de adaptação das condições de trabalho têm que


necessariamente obedecer às características emocionais e físicas do trabalhador.
Nesse sentido, cabe ao empregador atender a esses pré-requisitos estabelecidos
pela NR17. Por isso, vamos dar uma espiada no que diz o subitem 17.1.2 sobre as
tratativas do empregador:

“Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às


características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao
empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo
a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho,
conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora”.

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Riscos Ergonômicos

É visto também que o trabalhador está exposto a inúmeros riscos ergonômicos que pode causar
comprometimentos musculoesqueléticos prejudicando assim sua saúde e produtividade. Segue abaixo, os
riscos mais comuns ao trabalhador:

● Jornada de trabalho predominantemente em posição ortostática (em pé)


● Esforços repetitivos (LER)
● Levantamentos de cargas
● Monotonia

Para saber mais sobre a NR17, acesse:


https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-17.pdf

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Ergonomia Física
A Ergonomia Física vai relacionar-se com as características biomecânicas e antropométricas do trabalhador
em relação aos materiais de uso diário no sentido de reduzir os impactos na produtividade, aumentar a
eficiência e segurança do ambiente de trabalho.

Em geral, a Ergonomia Física preocupa-se


com o manuseio de objetos e materiais
que possam ser erguidos ou levantados
repetitivamente, a execução de tarefas
repetitivas por longo período de tempo e
à sobrecarga musculoesquelética
decorrente de má postura ao longo do
período de trabalho.

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Ergonomia Cognitiva
Abrange o estudo de toda a carga mental de trabalho e seus efeitos nos processos que envolvem o homem e
o ambiente de trabalho.

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Ergonomia Organizacional
Quando falarmos de Ergonomia Organizacional, lembre-se da estrutura organizacional de uma empresa
onde as divisões hierárquicas colaboram entre si para um melhor funcionamento das relações entre homem e
trabalho.

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Hora de Praticar
Chegamos ao final do Módulo 6 - Ergonomia e Ambiente de Trabalho.
Agora você deve realizar os exercícios deste módulo.

No ambiente virtual do curso, acesse o espaço deste módulo e siga as orientações para colocar em
prática o conhecimento adquirido.

Avaliação Formativa - Questionário 8: questões sobre o conteúdo abordado com correção


automática e tentativas ilimitadas para que você possa praticar.

Avaliação Somativa - Questionário 9: questões sobre o conteúdo abordado com correção


automática, limite de até três tentativas e atribuição de nota.

Caso ainda tenha dúvidas, retorne ao conteúdo antes de prosseguir.

Você também pode interagir com o/a Professor/a Mediador/a do curso e com os demais colegas.

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Hora de Revisar!
Parabéns! Você finalizou o Módulo 6 - Ergonomia no Ambiente de Trabalho.

Mas, lembre-se de que você pode sempre retomar o que foi estudado para seguir adiante.

Para se apropriar dos conteúdos vistos até aqui, você precisa


entender que:

1. A disciplina Ergonomia ou Fatores Humanos estuda as


relações entre o homem, máquina e meio ambiente visando
identificar fatores associados à segurança e eficiência entre
eles.
2. O objetivo da Ergonomia é modificar os sistemas de trabalhos
para atender às características, habilidades e limitações das
pessoas em prol da eficiência, segurança e produtividade.
3. São três os domínios de especialização da Ergonomia no
Trabalho: 1) Física; 2) Cognitiva; e 3) Organizacional.
4. A NR17 é a norma regulamentadora dos parâmetros
relacionados às adaptações do ambiente de trabalho ao
trabalhador.
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Referências

ABERGO. Associação Brasileira de Ergonomia. A Certificação do Ergonomista Brasileiro. Editorial do


Boletim 1/2000.

NR-17. Norma Regulamentadora nº 17. Ergonomia. Disponível em: <


https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-17.pdf > Acesso em: 15 jul. 2020.

Portaria MTE n° 3.214, de 08 de junho de 1978. Ministério do Trabalho. Disponível em: <
http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/ORGAOS/MTE/Portaria/P3214_78.html > Acesso em: 15 jul.
2020.

VIDAL, M.; MEIRELES, L. A.; MASCULO, F.; COMTE, F. Introdução à Ergonomia. Apostila para curso de
Graduação. PEP/COPPE, 1976.

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Minicurrículo do Autor

Saulo Rodrigo Sampaio Soares


Doutorado (2018) e Mestrado (2013) em Educação Física pela UnB. Especialização em
Fisiologia do Exercício e Prescrição de Exercícios pela Universidade Gama Filho (2008),
Especialização em Musculação e Treinamento de Força pela Universidade de Brasília (2011).
Possui graduação em Educação Física - Licenciatura Plena pela Universidade Tiradentes
(2006). Tem experiência na área de musculação e treinamento de força, atuando
principalmente nos seguintes temas: dano muscular e recuperação neuromuscular, treinamento
de força para grupos especiais (ex.: idosos, diabéticos e obesos), treinamento de potência e
preparação física para atletas. É professor substituto no Instituto Federal de Brasília - Câmpus
Taguatinga.

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