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ERGONOMIA

Ela é o conjunto de regras e procedimentos que estudam a organização do


ambiente de trabalho e as interações entre o homem, as máquinas e equipamentos.
Seu objetivo é reduzir riscos, atuando nas condições dos espaços físicos da
empresa e organização de processos corporativos.

Por isso, práticas como a ginástica laboral, podem ser consideradas ergonômicas.

Além de proporcionar conforto para o trabalhador, ela busca prevenir doenças


ocupacionais. Como por exemplo lesões, dores no corpo e preservação das
capacidades físicas e psicológicas do colaborador.

De maneira resumida, podemos entender ergonomia como o estudo da relação que


existe entre o homem e a forma como ele executa seu trabalho – presente,
inclusive, na legislação por meio da Norma Regulamentadora 17.

HISTÓRIA DA ERGONOMIA
Apesar de ser um tema atual, sua história mostra como a preocupação com a
adaptação do trabalho vem de muito tempo atrás. Isso porque ela nasceu
oficialmente no século XX, mas desde a pré-história o ser humano busca soluções
para adaptar o trabalho e tarefas às suas próprias condições.

A ergonomia, portanto, consiste em possibilitar a uma pessoa realizar uma


determinada atividade adequando os recursos e o meio a seu favor.

Os ancestrais pré-históricos do ser humano perceberam que era necessário adaptar


armas para garantir a sua sobrevivência. Facilitando assim, a caça e a defesa.
Também desenvolveram objetos, utensílios e ferramentas para modificar o ambiente
ao seu redor.

Mesmo com uma tradição tão antiga, o conceito de ergonomia foi utilizado pela
primeira vez apenas em 1857, pelo polonês Wojciech Jarstembowsky. A partir daí,
ele passou a ser explorado não apenas no ambiente de trabalho, mas também nas
atividades rotineiras, no esporte e até mesmo no lazer.

PRINCIPAL OBJETIVO DA ERGONOMIA


Com a intenção de prevenir acidentes, corrigir erros e diminuir riscos, seu principal
objetivo é aumentar o conforto, a saúde e a segurança do trabalhador.

Por meio da análise da postura, dos movimentos corporais, dos equipamentos


usados e dos fatores físicos do ambiente de trabalho, ela busca promover a perfeita
integração entre as capacidades e limitações do trabalhador, suas condições de
trabalho e a eficiência do sistema produtivo.

Ao analisar esses fatores em um local de trabalho, pode surgir a necessidade de


intervenções que informem, sensibilizem e corrijam problemas. A partir daí, é
possível obter aumento na eficiência organizacional e, consequentemente, na
produtividade e nos lucros da empresa.

ERGONOMIA FÍSICA
Estuda a relação entre a anatomia do ser humano, sua fisiologia, biomecânica e
antropometria com as atividades físicas que ele realiza. Envolve aspectos como:

● posturas;
● manuseio de materiais;
● movimentos repetitivos;
● distúrbios musculoesqueléticos.
Analisa, por exemplo, se a cadeira utilizada favorece uma postura correta ou se a
movimentação para manipular e levantar determinado objeto é adequada ou
prejudicial.

Exemplos práticos
A ergonomia física avalia se a cadeira utilizada por um trabalhador favorece que ele
se mantenha em uma postura correta. Além de analisar se a movimentação
realizada para manipular e levantar determinado objeto é adequada ou prejudicial.
É importante destacar que, mais do que avaliar, a ergonomia física tem o papel de
conscientizar e orientar. A fim de buscar a preservação da saúde física do
trabalhador

ERGONOMIA ORGANIZACIONAL
Envolve clima organizacional, cultura, processos e políticas da empresa. Considera
as pessoas como partes inerentes do sistema. Alguns aspectos são:

● trabalho em grupo;
● tempo de trabalho;
● gestão de qualidade;
● processos comunicativos;
● projetos participativos.
Feedbacks de equipe ou programas para promover maior interação entre setores
são alguns exemplos de aplicação.

Exemplos práticos
Esse tipo de ergonomia pode orientar mudanças no modo de liderança executado,
apontando melhorias na forma de gestão. Visto que considera as pessoas como
parte do sistema, um exemplo de aplicação é a consideração do feedback da equipe
para propor novas formas de trabalho, políticas ou outras mudanças.

Há também a adoção de canais de comunicação mais eficazes, programas para


promover maior interação entre equipes e setores e a organização lógica da
produção

ERGONOMIA COGNITIVA
Trata de processos mentais, como raciocínio e memória — utilizados pelo
trabalhador na realização de funções —, e sua influência na interação com outros
fatores. São aspectos como:

● tomadas de decisão;
● confiabilidade humana;
● estresse profissional;
● carga mental;
● interação homem-máquina.
Intervenções desse tipo envolvem ações de treinamento e desenvolvimento dos
funcionários. Um exemplo é a promoção da alimentação saudável dos
colaboradores, por ser um tipo de ação em prol do bem-estar e da saúde física e
mental.

Exemplos práticos
As intervenções desse tipo de ergonomia envolvem as ações de treinamento e
desenvolvimento dos funcionários. O intuito é oferecer a eles o conhecimento
necessário para desempenhar as suas tarefas de forma mais prática, minimizando o
esforço e a carga mental.

Também envolve programas e ações que visam a melhoria nas relações entre
colegas e líderes. Aqui estão inclusas as iniciativas de boa convivência que tiram o
foco do trabalho, além de políticas que visam o bem-estar e a saúde mental do
trabalhador.

De maneira resumida, podemos dizer que a diferença entre os três tipos citados de
ergonomia está no seu objeto de estudo e na forma de intervenção.

A ergonomia física trata do funcionamento orgânico do ser humano, a


organizacional diz respeito aos estímulos externos na empresa e a cognitiva estuda
a relação mental e emocional entre o trabalhador e o trabalho.

A segmentação da área de conhecimento favorece o entendimento acerca da saúde


do homem e suas necessidades.

IMPORTANCIA DA ERGONOMIA
A ergonomia se preocupa em oferecer melhores condições de trabalho aos
funcionários de uma empresa, adequando os espaços físicos e processos
organizacionais.
São objetos de estudo da área fatores que causam problemas à saúde física e
mental dos trabalhadores, uma vez que a principal causa da baixa produtividade é o
desconforto decorrente da má adequação dos postos e instrumentos de trabalho.

Esse desconforto pode ser causado por ruídos, temperatura e até iluminação.
Desse modo, a ergonomia minimiza esses problemas, atuando diretamente nos
fatores que contribuem para o baixo desempenho, redução na capacidade de
entregas, de produção com qualidade, entre outros aspectos.

A exposição a ruídos excessivos no ambiente de trabalho pode influenciar


diretamente na saúde auditiva do trabalhador. Logo, a falta de medidas preventivas
pode causar perda temporária ou total da audição. Já a falta de uma iluminação
adequada pode causar danos à visão, proporcionar dores de cabeça e causar
problemas relacionados a capacidade de produção do colaborador. Por fim, a
exposição a elevados índices de temperaturas, seja de calor, seja de frio, seja de
umidade, aumenta o índice de erros, causando, inclusive, danos à saúde do
funcionário.

Investir em melhorias nos postos de trabalho e nos instrumentos utilizados é


indispensável para se ter uma boa qualidade de vida no trabalho.

Valorização profissional
A preocupação com a ergonomia no trabalho gera um impacto positivo e imediato
aos trabalhadores. Proporcionar boas condições de trabalho possibilita mais
disposição para exercer suas funções no espaço determinado, além de sentirem-se
mais valorizados e confiantes com a postura de preocupação da empresa.

Essa valorização é um excelente caminho para a retenção de talentos, bem como


aumento de qualidade de vida no trabalho, deixando a empresa com vantagens
competitivas frente à concorrência.
redução do absenteísmo
Atualmente, o absenteísmo é um dos grandes desafios a serem contornados pelos
gestores das empresas. Faltas e afastamentos podem ocorrer, mas quando são
frutos de impactos do trabalho na saúde do colaborador, há erros sendo cometidos.

Essas ocorrências, além de prejudicar todo o trabalho de uma equipe, possibilita


prejuízos financeiros para a companhia. Ao considerar a ergonomia no trabalho, é
possível evitar problemas como dores nas costas devido à má postura, LER, DORT
e doenças psicossociais. Bem como evitar o surgimento de doenças laborais e
acidentes de trabalho que, a longo prazo, impactam diretamente no quadro de
afastamentos e faltas.

BENEFÍCIOS DA ERGONOMIA NO TRABALHO


Os programas de ergonomia são bastante eficazes na busca pelo bem-estar e
saúde do trabalhador. Afinal, permitem minimizar os impactos das atividades por
meio do cuidado com a saúde física e mental do colaborador, garantindo seu
conforto e segurança.

A ideia de encarar os desafios existentes no ambiente de trabalho e corrigir as


situações que causam dor, desconforto, fadiga excessiva e afastamento realmente
traz muitos benefícios.

Além de promover mais satisfação com o trabalho, a saúde do trabalhador é


preservada, garantindo boas condições para suas atividades fora da empresa. Em
um tempo em que se fala tanto da busca por equilíbrio entre vida profissional e
pessoal, esse fator tem grande peso e é extremamente importante em qualquer
setor.

Embora cada área tenha ganhos específicos, podemos afirmar que os benefícios da
ergonomia, tanto para o trabalhador quanto para a empresa, abrangem todos os
setores.
Aumento da produtividade
Ao garantir ao trabalhador as condições necessárias para desempenhar suas
atividades, no que se refere ao espaço físico e aos fatores mentais,
automaticamente obtém-se um ganho na produtividade.

Sob as condições adequadas, o profissional não encontra empecilhos para executar


seu trabalho, se sente muito mais confortável e não precisa conviver com dores.
Assim, tem uma concentração maior e pode explorar todo o seu potencial
.
Clima organizacional favorável
Como o trabalhador não encontra grandes dificuldades para realizar suas atividades
e funções, o resultado é a redução da ansiedade e do estresse. Com isso, ele
consegue se relacionar melhor com seus líderes e colegas de trabalho.

Dessa forma, o clima organizacional se torna mais saudável, o que se dá, também,
pela fluidez da produção. A pressão por resultados é minimizada e,
consequentemente, as interações são favorecidas e tornam o ambiente mais leve

Trabalhadores satisfeitos
Pelos dois últimos benefícios, você pôde perceber que a ergonomia proporciona
satisfação para o trabalhador. Ela ocorre, em primeiro lugar, devido às condições
favoráveis para que o colaborador exerça sua função de forma confortável e segura.

Em segundo, ele fica satisfeito porque percebe a preocupação da empresa com sua
saúde e seu bem-estar físico, emocional e mental. A organização se torna um lugar
agradável para trabalhar e o profissional se sente bem por estar ali.

Menos riscos de acidentes e doenças ocupacionais


Com todo o ambiente adaptado para suas necessidades, o colaborador não precisa
fazer um grande esforço para desempenhar suas funções, não coloca sua
integridade em risco e se posiciona da melhor forma para trabalhar.

Por não precisar se adaptar ao espaço, mas sim encontrar recursos adaptados a
ele, reduz os riscos ergonômicos, que poderiam provocar acidentes e o
desenvolvimento de doenças ocupacionais. Mais uma vez, a saúde do profissional é
garantida

O QUE A NR 17 ESTABELECE
As Normas Regulamentadoras foram criadas para regulamentar e fornecer
informações acerca dos procedimentos obrigatórios relacionados à Segurança e
Medicina do Trabalho.
Aprovadas pela Portaria MTPS (Ministério do Trabalho e Previdência Social), n.°
3.214, 8 de junho de 1978, são obrigatórias a todas as empresas regidas em
formato de trabalho CLT.
A NR 17 é a Norma Regulamentadora que aborda a ergonomia no trabalho, como o
conforto para os trabalhadores, redução de dores e lesões e aumento da
produtividade.

No parágrafo 1, a NR 17 cita:
visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho
às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um
máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
Além disso, a norma aborda questões diretamente ligadas às estações de trabalho,
máquinas e equipamentos usados, condições da função desempenhada e
prevenção de possíveis problemas de saúde com prescrições ergonômicas.
O não cumprimento da NR 17 pode acarretar em várias consequências, como
notificação para a empresa (na 1ª vez), recebendo o prazo de até 60 dias para
corrigir as irregularidades.
Em caso de não cumprimento da determinação, a empresa recebe uma multa. Se o
problema persistir, terá de responder judicialmente.
Já para o trabalhador pode acarretar em demissão por justa causa.

SEGURO DO ACIDENTE DE TRABALHO S.A.T


O Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma contribuição paga pelas empresas
para ajudar a cobrir as despesas da Previdência Social com benefícios decorrentes
de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. Essa contribuição tem
natureza jurídica de tributo e incide sobre a remuneração paga pela empresa
a seus empregados e trabalhadores avulsos. Ele foi criado para cobrir os riscos
previsíveis para uma determinada atividade empresarial. Em caso de doenças
ocupacionais ou acidentes de trabalho, provocados por negligência do empregador
no cumprimento das normas de segurança e saúde do trabalho
este será obrigado a ressarcir a Previdência Social pelos prejuízos suportados
Ele é previsto pela Constituição Federal, no artigo 7º, XXVIII, portanto, é um direito
fundamental do trabalhador.
Apesar do nome “seguro”, na verdade, essa verba é um tributo. E não se confunde
com os seguros de vida ou contra acidentes pessoais contratados pelos
empregadores em favor de seus colaboradores.
O seguro é um recolhimento mensal feito junto com as demais verbas recolhidas
sobre a folha de pagamento do colaborador, como INSS, FGTS etc. Porém, apesar
de o valor ser usado para custear os benefícios em decorrência de acidente, isso
não exclui a obrigação da empresa de pagar a indenização eventualmente devida
ao trabalhador.
Além disso, a empresa tem a obrigação de emitir a Comunicação de Acidente de
Trabalho (CAT) diante de todas as ocorrências. O prazo é de um dia útil. Mas caso o
trabalhador venha a óbito em decorrência do acidente, a emissão deve ser imediata.
Isso deve ser feito mesmo quando o acidente não resulta em afastamento do
empregado. E a falta de comunicação é punível com multa que varia entre o limite
mínimo e máximo do salário de contribuição da previdência. Respectivamente R$
998,00 e R$ 5.839,45, em 2019. Em caso de reincidência, a penalidade é dobrada.

Como é calculado o valor do SAT?


O valor do SAT é definido de acordo com os riscos da atividade exercida pela
empresa. Conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE),
sempre calculado com base na remuneração paga aos empregados. Funciona
assim, considerando-se o grau do risco em questão:

● leve: alíquota de 1%;


● médio: alíquota de 2%;
● grave: alíquota de 3%.
É preciso também considerar o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), criado pelo
Decreto 3.048/99. Trata-se de um multiplicador aplicado à alíquota que varia entre
0,5 e 2 conforme o desempenho da empresa em relação à segurança, considerando
a atividade exercida.
Assim, ele pode aumentar ou reduzir o SAT básico, o que influencia diretamente nos
custos da organização. Por exemplo, ao adotar todos os cuidados para reduzir os
acidentes, é possível conseguir um FAP menor que 1, diminuindo o valor básico do
seguro.
De acordo com a Súmula 351 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nas empresas
que possuem diversos estabelecimentos, o recolhimento deve observar o grau de
risco de cada um individualmente. Quando houver mais de um CNPJ ou o risco da
atividade preponderante, nos casos em que há um único registro

Quais benefícios são cobertos pelo SAT?


As verbas recolhidas a título de SAT auxiliam no custeio de benefícios relacionados
aos acidentes de trabalho que acometeram empregados da empresa. Incluindo as
doenças ocupacionais e os acidentes de trajeto. Veja só:

● auxílio-doença acidentário;
● aposentadoria por invalidez;
● auxílio-acidente;
● habilitação e reabilitação profissional e pessoal;
● pensão por morte.
Quais as categorias beneficiadas pelo seguro?
As categorias que são amparadas pelos benefícios de acidente de trabalho e,
consequentemente, pelo SAT são:

● empregados formais, incluindo os domésticos;


● trabalhador avulso;
● segurado especial (agricultor familiar, pescador artesanal etc.).
Os contribuintes individuais e facultativos têm direito aos benefícios previdenciários,
mas eles não são custeados pelo SAT — já que não há o recolhimento da verba
nesses casos.
Pronto! Agora que você já conhece as regras do seguro de acidente de trabalho e
como ele funciona. Portanto lembre-se de que é fundamental investir em medidas
de segurança para evitar essas ocorrências na organização, garantindo a saúde e a
integridade física dos trabalhadores.
Importante também são os cuidados que o empregador deve ter no seu ambiente de
trabalho
.

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