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Capacitação do Comitê

Ergonômico

Débora Soledade
Psicóloga Especialista em Ergonomia
Normas Regulamentadoras

As Normas Regulamentadoras são obrigatórias para


qualquer empresa/órgão que possua empregados regidos
pela CLT. Isso inclui empresas privadas e públicas, órgãos
públicos da administração direta e indireta e órgãos dos
poderes Legislativo e Judiciário.

Quais são as NRs?


São no total 37 Normas Regulamentadoras. Entretanto, duas
delas estão revogadas, enquanto a última é bastante
recente, criada em dezembro de 2018.

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Normas Regulamentadoras

Normas Regulamentadoras relacionadas à Ergonomia:


NR1 – Disposições Gerais: Define o campo de aplicação das NRs e quem deve
cumpri-las, bem como os direitos e obrigações do governo, dos empregadores e
dos trabalhadores.
NR2 – Inspeção Prévia: Coloca como obrigatório que todos os novos
estabelecimentos realizem uma inspeção prévia antes de iniciarem as atividades.
NR3 – Embargo ou Interdição: Define as situações em que as empresas podem
ter seus serviços, máquinas ou equipamentos paralisados. Também estabelece o
processo a ser seguido pela fiscalização trabalhista nesses casos.
NR4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança em Medicina do
Trabalho: Coloca como obrigatória a criação e funcionamento de SESMT nas
empresas. O número de integrantes e especialidades necessários é definido
pelos anexos da NR, de acordo com o tamanho da empresa e sua atividade
principal.
NR5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: Determina obrigatória a
criação da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).
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Normas Regulamentadoras

NR6 – Equipamentos de Proteção Individual: Define os tipos de equipamentos


que o empregador deve fornecer aos funcionários.
NR7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional: Estabelece como
obrigatórios os exames ocupacionais, que atestam a saúde física dos
trabalhadores.
NR11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais:
Trata de medidas preventivas para todo tipo de material/equipamento de
transporte, seja mecânico ou manual. A norma inclui operações de elevadores,
guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras.
NR12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos: Define as
obrigações para os locais de instalação, máquinas e equipamentos utilizados
pelos funcionários. Estabelece medidas de segurança, higiene, manutenção e até
mesmo comércio e importação.
NR15 – Atividades e Operações Insalubres: Define limites de tolerância para os
possíveis riscos no ambiente de trabalho. Também inclui medidas preventivas
para proteger a saúde dos trabalhadores.
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Normas Regulamentadoras

NR17 – Ergonomia: Tem como foco as características psicofisiológicas dos


trabalhadores associadas às condições de trabalho
NR21 – Trabalho a Céu Aberto: Determina a existência de abrigos, mesmo que
simples, para proteger os trabalhadores contra intempéries.
NR24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: Estabelece
condições básicas de conforto e higiene nas empresas e locais de trabalho,
garantindo a dignidade dos trabalhadores.
NR26 – Sinalização de Segurança: Regulamenta as cores a serem usadas nas
sinalizações de segurança.
NR28 – Fiscalização e Penalidades: Estabelece os critérios para fiscalização
trabalhista de segurança e medicina do trabalho.

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NR-17

A Norma Regulamentadora 17 trata sobre ergonomia no


trabalho e foi criada oficialmente em 23 de novembro de 1990
pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A partir de então inicia-
se uma busca de recursos legislativos que contribuam para
prevenir essas e outras lesões causadas por esforço laboral.

A NR 17 foi criada com o principal objetivo de estabelecer


parâmetros que permitam a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores,
proporcionando assim um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente entre máquina e colaborador.

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NR-17

De acordo com o Manual de Normas Regulamentadoras do MT, são


características psicofisiológicas do ser humano e devem ser
respeitadas no ambiente de trabalho:
 postura; alternância da musculatura – sendo que não é plausível que
o colaborador cumpra toda a jornada de trabalho somente em pé ou
sentado;
 tolerância quanto ao tempo exigido para o cumprimento de uma
tarefa, especificamente quando este tempo for menor do que levaria
normalmente para executá-la sem que ocorra um desgaste do
trabalhador;
 o corpo e a mente de cada pessoa funcionam dentro de certos
limites e estes devem ser respeitados;

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NR-17

O próprio trabalhador conhece os seus limites e ele poderá confirmar


ou não se as adequações realizadas no seu ambiente de trabalho
solucionaram os problemas ergonômicos encontrados anteriormente.

Normalmente as inadequações são originadas devido a separação que


existe entre a concepção das condições e organização do trabalho e a
sua execução.

É essencial que a empresa consulte o trabalhador no que diz respeito a


qualidade das ferramentas utilizadas, o mobiliário e o tempo exigido
até a realização da tarefa. A ergonomia surge para colocar o
colaborador como um agente de transformações dentro da empresa.

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ERGONOMIA

Na prática, ela é o conjunto de regras e procedimentos


que estudam a organização do ambiente de trabalho e
as interações entre o homem, as máquinas e
equipamentos. Seu objetivo é reduzir riscos, atuando
nas condições dos espaços físicos da empresa e
organização de processos corporativos.
Além de proporcionar conforto para o trabalhador, ela
busca prevenir doenças ocupacionais. Como por
exemplo lesões, dores no corpo e preservação das
capacidades físicas e psicológicas do colaborador.
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OBJETIVO

Com a intenção de prevenir acidentes, corrigir erros e


diminuir riscos, seu principal objetivo é aumentar o
conforto, a saúde e a segurança do trabalhador.
Por meio da análise da postura, dos movimentos
corporais, dos equipamentos usados e dos fatores físicos
do ambiente de trabalho, ela busca
promover a perfeita integração entre as capacidades e li
mitações do trabalhador
, suas condições de trabalho e a eficiência do sistema
produtivo.

10/
OBJETIVO

A ergonomia tem uma abordagem bastante ampla


que considera diferentes fatores. Sendo eles físicos,
cognitivos, ambientais, sociais, organizacionais e
outros que sejam relevantes. Por isso, pode ser
classificada em tipos de especialização com
abordagens mais aprofundadas.
Muito se fala sobre a ergonomia e como ela é
fundamental para garantir conforto e bem-estar para
aos trabalhadores, além de reduzir os riscos de
acidentes e doenças laborais.
11/
OBJETIVO

A ergonomia tem uma abordagem bastante ampla que


considera diferentes fatores. Sendo eles físicos, cognitivos,
ambientais, sociais, organizacionais e outros que sejam
relevantes.
A Ergonomia se divide em três grandes áreas :
• Ergonomia física
• Ergonomia organizacional
• Ergonomia cognitiva

12/
Ergonomia Física
Estuda a relação entre a anatomia do ser humano,
sua fisiologia, biomecânica e antropometria com as
atividades físicas que ele realiza. Envolve aspectos como:
posturas;
 manuseio de materiais;
 movimentos repetitivos;
 distúrbios musculoesqueléticos.
Analisa, por exemplo, se a cadeira utilizada favorece uma
postura correta ou se a movimentação para manipular e
levantar determinado objeto é adequada ou prejudicial.
13/
Ergonomia Organizacional

Envolve clima organizacional, cultura, processos e políticas


da empresa. Considera as pessoas como partes inerentes do
sistema. Alguns aspectos são:

trabalho em grupo;
tempo de trabalho;
gestão de qualidade;
processos comunicativos;
projetos participativos.

Feedbacks de equipe ou programas para promover maior


interação entre setores são alguns exemplos de aplicação.
14/
Ergonomia Cognitiva

Trata de processos mentais, como raciocínio e memória —


utilizados pelo trabalhador na realização de funções —, e sua
influência na interação com outros fatores. São aspectos
como:
tomadas de decisão;
confiabilidade humana;a
estresse profissional;
carga mental;
interação homem-máquina.
Intervenções desse tipo envolvem ações de treinamento e
desenvolvimento dos funcionários.
15/
Ergonomia Cognitiva

Trata de processos mentais, como raciocínio e memória —


utilizados pelo trabalhador na realização de funções —, e sua
influência na interação com outros fatores. São aspectos
como:
tomadas de decisão;
confiabilidade humana;a
estresse profissional;
carga mental;
interação homem-máquina.
Intervenções desse tipo envolvem ações de treinamento e
desenvolvimento dos funcionários.
16/
Riscos Ergonômicos

Quais são os riscos ergonômicos mais comuns?

1. Esforço físico e levantamento de peso como fator para


riscos ergonômicos
2. Postura inadequada é um dos riscos ergonômicos mais
frequentes.
3. Monotonia e repetitividade
4. Imposição de rotina intensa
5. Controle rígido de produtividade
6. Situação de estresse
7. Jornada de trabalho prolongada
17/
Análise Ergonômica do Trabalho.

Todos os fatores de riscos ergonômicos são detectados,


analisados e corrigidos a partir da AET – Análise Ergonômica
do Trabalho.

Esse documento é essencial para a avaliação (quantitativa e


qualitativa) dos riscos ergonômicos presentes nas
máquinas, postos de trabalho e na execução da atividade
profissional.

Quando bem aplicada em um espaço corporativo, a


ergonomia pode proporcionar uma série de benefícios,
tanto aos funcionários quanto à empresa.
18/
Análise Ergonômica do Trabalho.

Para levantar as informações necessárias, é preciso levar


em conta estes aspectos:
normas de produção;
modo operatório;
exigência de tempo;
ritmo de trabalho;
conteúdo das tarefas;
determinação do tempo.

19/
Análise Ergonômica do Trabalho.

Após observar e avaliar, é possível documentar, por meio da


AET, as relações existentes entre as doenças, acidentes
ocupacionais e a produtividade com as condições laborais, os
sistemas e a organização do trabalho. Dessa forma, a
documentação deve contemplar, no mínimo, as seguintes
informações:
levantamento de materiais;
transporte de cargas;
descarga de materiais;
adequação ao mobiliário e aos equipamentos;
adequação às condições ambientais do local de trabalho;
organização do trabalho.
20/
Análise Ergonômica do Trabalho.

A AET é realizada por um profissional especializado que orienta


o comitê, essa análise é obrigatória, como previsto pela NR 17.
O documento da análise é construído em cinco etapas, incluindo
pesquisas, entrevistas, vistorias e estudos de registros
anteriores:
• Avaliação da demanda (da empresa para os funcionários);
• Avaliação da tarefa (como é solicitada e como é executada);
• Avaliação da atividade (comportamento do funcionário);
• Diagnóstico (possíveis riscos ergonômicos nas etapas
anteriores);
• Recomendações (soluções ou adequações para os problemas
encontrados).
21/
Comitê Ergonômico

A formação do comitê é uma das etapas da implantação da


ergonomia na empresa e tem como objetivo formar uma equipe
multidisciplinar com profissionais de diferentes setores da
empresa, para atuarem de forma objetiva nas melhorias
ergonômicas, com foco nas resoluções das situações de riscos
apontadas na AET.
O comitê objetiva tornar o ambiente de trabalho mais seguro,
confortável e mais adequado para que os trabalhadores
desempenhem bem suas funções.
Eles podem verificar, por exemplo, a eficácia de um projeto de
iluminação ou do mobiliário da empresa, bem como a sua
disposição no ambiente de trabalho. Podem também verificar a
conscientização postural e a participação na ginástica laboral.
22/
Comitê Ergonômico

O Comitê de Ergonomia atua de forma ativa nas tomadas de decisões


referentes às ações corretivas e preventivas.

Implantação:
Definir quais serão os membros que farão parte do comitê;
Orientar e treinar os membros;
Realizar um mapeamento das condições ergonômicas com base na AET;
Definir as prioridades a serem tratadas, baseadas nas categorias de
resolução;
Elaborar um plano de ação com as adequações ergonômicas;
Realizar uma análise das melhorias implementadas, documentando e
anexando formulários de avaliação;
Realizar treinamentos de conscientização com todos os trabalhadores.

23/
Plano de Ação

Para o comitê de ergonomia desenvolver suas ações, a AET


será o instrumento base, pois é a partir dela que serão
traçados indicadores para nortear as intervenções e o
planejamento que contemple o plano de ações do time.
É importante definir, também, as metas que o comitê
deseja alcançar, quais são as prioridades e as ações
imediatas e quais são as metas de curto, médio e longo
prazo.
Para o plano de ações, existe também uma ferramenta
interessante chamada de 5W2H. Traduzida do inglês, ela
pode ser explicada assim:

24/
Plano de Ação

25/
PLANO DE AÇÃO

26/
5W2H

A ferramenta 5W2H é um checklist administrativo de atividades,


prazos e responsabilidades que devem ser desenvolvidas com
clareza e eficiência por todos os envolvidos em um projeto.
Os 5W:
What (o que será feito?)
Why (por que será feito?)
Where (onde será feito?)
When (quando será feito?)
Who (por quem será feito?)
Os 2H:
How (como será feito?)
How much(quanto vai custar?)

27/
5W2H

A ferramenta 5W2H é um checklist administrativo de atividades,


prazos e responsabilidades que devem ser desenvolvidas com
clareza e eficiência por todos os envolvidos em um projeto.
Os 5W:
What (o que será feito?)
Why (por que será feito?)
Where (onde será feito?)
When (quando será feito?)
Who (por quem será feito?)
Os 2H:
How (como será feito?)
How much(quanto vai custar?)

28/
Recomendações a serem implantadas

Recomendações Ergonômicas Adinistrativas e Operacionais:

Troca de Mobilares
Treinamentos
Organização de Intervalos
Capacitações e Palestras
Ginástica Laboral

29/
Blitz Postural

Na análise ergonômica do trabalho, é possível avaliar a


ergonomia do mobiliário corporativo e fazer os ajustes
necessários para que a qualidade de vida e a saúde dos
colaboradores sejam priorizadas.

A Blitz Postural também é uma atividade válida dentro das


corporações em busca de mais produtividade, funcionários
mais saudáveis e felizes, um ambiente de trabalho mais
agradável para todos, menos afastamentos de
colaboradores por problemas de saúde e melhores
resultados.

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Blitz Postural

Como implantar uma Blitz Postural?


Ter uma Blitz Postural dentro do ambiente profissional é dar
início à análise postural dos funcionários e à realização de
algumas atividades importantes, como:
1 - Palestras de Qualidade de Vida
2 - Treinamentos e Conscientização
3 - Programa de Orientação Postural
4 - Exercícios
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Palestras de Qualidade de Vida

1 - Palestras de Qualidade de Vida: É possível oferecer aos colaboradores


uma palestra com a temática de orientação postural. Nestes eventos, serão
destacados os benefícios de ter uma boa postura e os cuidados diários que
todos devem ter para fazer a correção postural.
Temas Sugeridos
A importancia da Ergonomia do Trabalho
Postura e bem estar
Ergonomia no Trabalho e Doenças Ocupacionais Relacionadas
Programa de postura para cada atividade;
Esforço repetitivo; (LER/DORT)
Ajustes dos mobilares de trabalho.
Ginástica laboral; (Importância)
Condicionamento físico e emocional básico para o trabalho.
Síndrome de Burnout
Organização da estação de trabalho: importância e benefícios Saúde Mental no
ambiente organizacional Retrospectiva Ergonomica
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Treinamentos e Conscientização

2 - Treinamentos e Conscientização:
A empresa pode promover treinamentos específicos e
programas de conscientização sobre postura saudável.

NR17 – ERGONOMIA
INTEGRAÇÃO

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Jornada de Trabalho
 A duração das jornadas de trabalho somente poderá prolongar-se além
do limite previsto nos termos da lei em casos excepcionais.
 São garantidas saídas do posto de trabalho, mediante comunicação, a
qualquer momento da jornada, para que os operadores atendam às suas
necessidades fisiológicas, ressalvado o intervalo para refeição previsto na
CLT.

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Pausas para Relaxamento

 Para prevenir sobrecarga psíquica e muscular estática de pescoço,


ombros, dorso e membros superiores e inferiores, a organização deve
permitir a fruição de pausas de descanso e intervalos para repouso e
alimentação aos trabalhadores. Durante o descanso é recomendado que o
colaborador faça exercícios de relaxamento mentais e físicos.

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Ginástica Laboral

A Ginástica Laboral é a prática de atividades físicas leves no local


de trabalho, ou seja, seções de alongamentos que variam de 5 a 10
minutos no máximo com o objetivo de colocar em boas condições
físicas e mentais a equipe.

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Ginástica Laboral

A ginástica laboral possui algumas classificações, podendo


assim focar no objetivo principal conforme a necessidade dos
colaboradores. A partir do tempo disponibilizado, podem ser
trabalhados especificamente cada um desses objetivos. São
elas:
 Ginástica preventiva
 Ginástica corretiva
 Ginástica preparatória
 Ginástica compensatória
 Ginástica de relaxamento
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Capacitações e Treinamentos
 Todos os trabalhadores de operação e de gestão devem receber
capacitação que proporcione conhecer as formas de adoecimento
relacionadas à sua atividade, suas causas, efeitos sobre a saúde e medidas
de prevenção.

 Devem haver informações sobre a utilização correta dos mecanismos de


ajuste do mobiliário e dos equipamentos dos postos de trabalho visando
promover o bem-estar físico.
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Capacitações e Treinamentos
 O treinamento deve ser realizado durante a jornada de trabalho.

 Os trabalhadores devem receber treinamento eventual obrigatório


quando forem introduzidos novos fatores de risco decorrentes de métodos,
equipamentos, tipos específicos de atendimento, mudanças gerenciais ou
de procedimentos.
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OBRIGADO!
!!!

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