Análise Ergonômica do

Aluno moderno
Trabalho
Relatório
 A Ergonomia...
A ergonomia é a ciência do trabalho e envolve as pessoas que o fazem, a forma como é feito, as
ferramentas que elas usam, os lugares em que eles trabalham e os aspectos psicossociais das situações
de trabalho (Pheasant, 1998). De maneira bastante simplificada pode ser entendida como a adaptação
do trabalho ao homem. Segundo a Ergonomics Research Society, “Ergonomia é o estudo do
relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação
dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse
relacionamento” (Iida, 1991). “Ergonomia é um conjunto de ciências e tecnologias que procura a
adaptação confortável e produtiva entre o ser humano e seu trabalho, basicamente procurando adaptar
as condições de trabalho às características do ser humano” (Couto, 1995).
A ergonomia estuda uma diversidade de fatores que são: o homem e suas características físicas,
fisiológicas e psicológicas; a máquina que constituem todas as ferramentas, mobiliário, equipamento e
instalações; o ambiente que contempla a temperatura, ruídos, vibrações, luz, cores, etc.; a informação
que refere-se ao sistema de transmissão das informações; a organização que constitui todos os elementos
citados no sistema produtivo considerando horários, turnos e equipes; e as consequências do trabalho
onde entram as questões relacionadas com os erros e acidentes além da fadiga e o estresse (Iida, 1991).

“A boa ergonomia é a que se dedica detalhadamente, em

profundidade no olhar sobre o trabalho”

A Análise Ergonômica do Trabalho...

A expressão “análise ergonômica do trabalho” é pouco conhecida entre nós. Foi apenas a partir da
década de 1990, do século passado, que começou a ser mais empregada graças, principalmente, à
publicação de uma nova versão de uma das normas que disciplinam as matérias de segurança e saúde do
trabalhador no Brasil, a qual dizia textualmente: “cabe aos empregadores realizar a análise ergonômica
do trabalho”. Trata-se da Norma Regulamentadora de Ergonomia 17, ou NR 17, do Ministério do Trabalho
e Emprego (BRASIL, 1990) que, em sua nova versão, ampliava o campo normativo da ergonomia.

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 Pode-se definir a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) como um método de análise do trabalho
baseado na observação da atividade tal qual está acontecendo no momento da análise e cujo objetivo
maior é melhorar a situação de trabalho.
A AET é uma das formas de avaliação da ergonomia que trata da observação de aspectos físicos,
psicológicos e fisiológicos que norteiam as atividades desempenhadas pelo trabalhador no setor
produtivo. Seu papel é constituir uma ligação entre os entraves arrolados na organização do trabalho e
suas implicações geradas ao ser humano. Ela busca evitar ou sanar problemas que comprometem a saúde
dos trabalhadores.
Se constitui em um conjunto estruturado e intercomplementar de análises globais e sistemáticas
dos determinantes do trabalho e permite a compreensão do trabalho por meio da participação dos
trabalhadores e, sobretudo, a influência dos fatores organizacionais sobre as atividades de trabalho e
sobre o surgimento de agravos.
A produção de conhecimento sobre a atividade de trabalho permite compreender o uso do corpo,
do pensamento, das emoções nas situações de trabalho, os determinantes que pesam sobre as ações dos
trabalhadores, as estratégias utilizadas para atender às exigências a eles colocadas.
A AET permite uma nova lógica baseada na atividade de trabalho, pouco difundida nas empresas e
instituições e que pode ser usada tanto para a prevenção quanto para melhorar o desempenho dos
sistemas, uma forma de conhecer as falhas do processo de trabalho sob o ponto de vista dos próprios
atores.
A característica básica da AET é a observação sistemática de pessoas trabalhando. O foco é o
trabalho efetivo, o trabalho real! Um método de análise do trabalho feita em campo, baseada no trabalho
realizado pelos trabalhadores naa situações de trabalho.
O objetivo da AET é melhorar as condições de trabalho dos trabalhadores cujas práticas estavam
sendo analisadas.
A AET é caracterizada pela articulação entre o uso de métodos de observação e verbalização aliados
a uma construção social.
Decidir fazer uma AET no momento em que o trabalho é feito exige a elaboração e a utilização de
um conjunto especial de técnicas que possam ser usadas sem atrapalhar muito a atividade de quem está
trabalhando, nem alterar (muito) a situação que se quer compreender.

O que deve ser observado?

As observações precisam ser feitas em diferentes momentos (da jornada, da semana ou até da
temporada) para detectar suas variações e se referirem a diferentes trabalhadores.

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 “Nenhum instrumento de observação pode substituir o conhecimento
dos trabalhadores sobre as tarefas que realizam”

Se uma atividade tiver um componente físico predominante, procure seu componente mental. Por
outro lado, se tiver um componente mental predominante, procure seu componente físico. E tente
integrar os dois. Assim, a AET permite entender o homem na sua globalidade, na sua integralidade.

Desafio da AET
1. Aprofundar os aspectos teóricos do conceito de atividade. É um conceito tão complexo como o
trabalho, pode ser uma “atividade física” mas pode ser mais amplo, como a parte subjetiva do processo
de trabalho.
2. Aprofundar a compreensão das relações entre físico, cognitivo e emocional. Cargas de trabalho
físicas, mentais ( se desdobram em cognitiva e psíquica, ou emocional e afetiva).
3. Aprofundar a compreensão dos aspectos coletivos e sociais do trabalho.
4. Introduzir história nas análises. As histórias individuais, de classes sociais, de ofícios, de
profissões, de regiões, de países, de épocas, elementos indispensaveis para compreensão das situações
de trabalho.
5. Aprofundar o entendimento da análise da demanda e procurar associar a toda demanda de um
trabalho dos trabalhadores que o executam.

As premissas da AET são...

✓ Compreender a situação e suas implicações;
✓ Verificar as competências e restrições ergonômicas;
✓ Efetuar um diagnóstico para investigar as circunstâncias mais preocupantes;
✓ Analisar os postos de trabalho e o ambiente no qual as tarefas são cumpridas;
✓ Emitir pareceres;
✓ Buscar soluções de melhoria no trabalho.

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 Através dela é possível constatar diferenças entre a tarefa prescrita e a atividade real, possibilitando
identificar os problemas observados pelos trabalhadores que resultam em deterioração do conforto (e
queda da produtividade) interferindo na segurança do trabalho.

A AET é dividida em três fases:

1) ANÁLISE DA DEMANDA = definir os problemas a serem resolvidos.
Por meio dela é possível reconhecer a situação de trabalho e expor os problemas para se elaborar
um plano de estudo.
É preciso considerar nesta fase: a representatividade do autor da demanda; a origem da demana
(se ela é real e formal); os problemas evidentes e fundamentais; as perspectivas de ação; e os meios
disponíveis.

2) ANÁLISE DA TAREFA = estudar as condições de trabalho nas quais o trabalhador exerce suas
atividades.
Aqui “atividade” são as ações efetuadas para o cumprimento de uma tarefa ou atribuição.
Consiste em compreender o que é feito, de que forma, com que ferramentas/equipamentos. Onde,
quando e quantas vezes. É possível identificar os mecanismos de gestão da empresa também.
É realizada por meio da observação das atividades físicas e intelectuais do trabalhador.

3) ANÁLISE DA ATIVIDADE = estudar o comportamento humano no ambiente de trabalho.

A tarefa compreende o que é prescrito pela empresa e o que é imposto como deve ser concretizado.
Avalia-se os métodos de trabalho, as insturções, as condições de segurança, o tempo para realizar
a tarefa, o ritmo, os prazos, os fluxos, os recursos disponíveis, o ambiente físico de trabalho, as condições
cognitivas e coletivas, a hierarquia, os mecanismos de apoio, as formas de comunicação, a remuneração,
o controle, a acomodação, os equipamentos, o posto de trabalho, o mobiliário, etc...

A AET ocorre em três níveis:

1º. Descrição da tarefa em nível global.
2º. Descrição das ações em nível mais detalhado.
3º. Revisão crítica para reparar os problemas.

A AET pode ser complementada com outras estratégias de avaliação....

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EXEMPLOS DE APLICAÇÃO:
• Análise ergonômica da atividade de quebra tradicional do coco babaçu no município de
Itapecuru-Mirim/MA
• Um olhar interdisciplinar sobre o trabalho das merendeiras terceirizadas de escolas
estaduais do município de Campinas, SP
• Estudo ergonômico da expedição de uma empresa de distribuição de medicamentos
• Compreendendo o Trabalho da Costureira: um Enfoque para a Postura Sentada
• Análise ergonômica do ambiente de trabalho na fabricação de ferramentas florestais
• Impactos da reestruturação organizacional na saúde dos motoristas de ambulância em um
hospital universitário

LINK YOUTUBE:
o https://www.youtube.com/watch?v=ibaRiG11PYs&t=216s
o https://www.youtube.com/watch?v=B5puizFGh14&t=3s
o https://www.youtube.com/watch?v=cTQee07ikyg&t=10s