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LEGISLAÇÃO E NORMAS

TÉCNICAS PARA A
SEGURANÇA DO TRABALHO
Caro(a) aluno(a),

A Universidade Candido Mendes (UCAM), tem o interesse contínuo em


proporcionar um ensino de qualidade, com estratégias de acesso aos saberes que
conduzem ao conhecimento.

Todos os projetos são fortemente comprometidos com o progresso educacional


para o desempenho do aluno-profissional permissivo à busca do crescimento
intelectual. Através do conhecimento, homens e mulheres se comunicam, têm
acesso à informação, expressam opiniões, constroem visão de mundo, produzem
cultura, é desejo desta Instituição, garantir a todos os alunos, o direito às
informações necessárias para o exercício de suas variadas funções.

Expressamos nossa satisfação em apresentar o seu novo material de estudo,


totalmente reformulado e empenhado na facilitação de um construto melhor para
os respaldos teóricos e práticos exigidos ao longo do curso.

Dispensem tempo específico para a leitura deste material, produzido com muita
dedicação pelos Doutores, Mestres e Especialistas que compõem a equipe docente
da Universidade Candido Mendes (UCAM).

Leia com atenção os conteúdos aqui abordados, pois eles nortearão o princípio de
suas ideias, que se iniciam com um intenso processo de reflexão, análise e síntese
dos saberes.

Desejamos sucesso nesta caminhada e esperamos, mais uma vez, alcançar o


equilíbrio e contribuição profícua no processo de conhecimento de todos!

Atenciosamente,

Setor Pedagógico
Caro (a) aluno(a),

O Instituto Pró Saber tem o interesse contínuo em proporcionar um ensino de


qualidade, com estratégias de acesso aos saberes que conduzem ao conhecimento.
Todos os projetos são fortemente comprometidos com o progresso educacional para o
desempenho do aluno-profissional permissivo à busca do crescimento intelectual.
Através do conhecimento, homens e mulheres se comunicam, têm acesso à
informação, expressam opiniões, constroem visão de mundo, produzem cultura, é desejo desta
Instituição, garantir a todos os alunos, o direito às informações necessárias para o exercício
de suas variadas funções.
Expressamos nossa satisfação em apresentar o seu novo material de estudo,
totalmente reformulado e empenhado na facilitação de um construto melhor para os respaldos
teóricos e práticos exigidos ao longo do curso.
Dispensem tempo específico para a leitura deste material, produzido com muita
dedicação pelos Doutores, Mestres e Especialistas que compõem a equipe docente do Instituto
Pró Saber.
Leia com atenção os conteúdos aqui abordados, pois eles nortearão o princípio de
suas ideias, que se iniciam com um intenso processo de reflexão, análise e síntese dos saberes,
lembrando que este módulo está disponível apenas como base para os estudos deste curso.
Não obstante, o material aqui ofertado não tem sua comercialização permitida, em
nenhum formato, sendo, os créditos de autoria dos conteúdos deste material, dados aos seus
respectivos autores citados nas Referências que devem ser consultadas, para aprofundar seus
conhecimentos acerca dos temas dessa disciplina.
Desejamos sucesso nesta caminhada e esperamos, mais uma vez, alcançar o
equilíbrio e contribuição profícua no processo de conhecimento de todos!

Atenciosamente,
Setor Pedagógico

Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 3
SUMÁRIO

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS PARA A SEGURANÇA DO TRABALHO .................................................... 6


INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 6
LEGISLAÇÃO E HIERARQUIA: Constituição, Lei, Decreto, Portaria, Legislação Federal, Estadual, Municipal
.................................................................................................................................................................... 11
LEGISLAÇÃO E FONTES FORMAIS DO DIREITO ........................................................................................ 11
A CONSTITUIÇÃO .................................................................................................................................... 11
A LEI......................................................................................................................................................... 12
REGULAMENTO ....................................................................................................................................... 12
DECRETO-LEI ........................................................................................................................................... 13
MEDIDA PROVISÓRIA .............................................................................................................................. 13
HIERARQUIA DAS LEIS ............................................................................................................................. 14
LEGISLAÇÃO ACIDENTÁRIA, PREVIDENCIÁRIA E SINDICAL ......................................................................... 16
BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS ............................................................................................................... 17
AUXÍLIO-DOENÇA ................................................................................................................................ 17
AUXÍLIO- ACIDENTE ............................................................................................................................. 17
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ....................................................................................................... 18
PENSÃO POR MORTE .......................................................................................................................... 19
ESTABILIDADE PROVISÓRIA ................................................................................................................ 19
SEGURO ACIDENTE DO TRABALHO - SAT ............................................................................................ 19
O DIREITO DO TRABALHO E A LEGISLAÇÃO SINDICAL ............................................................................ 23
RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DO EMPREGADOR .......................................................................... 25
EFEITOS DO ACIDENTE DO TRABALHO ................................................................................................... 26
INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ............................................................................................... 29
A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO E O TRABALHO DA MULHER E DO MENOR ........................... 31
TRABALHO DA MULHER .......................................................................................................................... 31
TRABALHO DO MENOR ........................................................................................................................... 32
ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO ENGENHEIRO E TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO E A
IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA ................................................................... 34
PROGRAMA DE SEGURANÇA .................................................................................................................. 35

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ESTRUTURA E RESPONSABILIDADE ......................................................................................................... 35
TREINAMENTO, CONSCIENTIZAÇÃO E COMPETÊNCIA ........................................................................... 35
CONSULTA E COMUNICAÇÃO ................................................................................................................. 36
DOCUMENTAÇÃO ................................................................................................................................... 37
MONITORAÇÃO DO DESEMPENHO ........................................................................................................ 37
A FUNDAMENTAÇÃO LEGAL ACERCA DOS EMBARGOS OU INTERDIÇÕES ................................................. 38
CONVENÇÕES E RECOMENDAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO - OIT ................ 39
RATIFICAÇÃO........................................................................................................................................... 39
VIGÊNCIA................................................................................................................................................. 40
VALIDADE ................................................................................................................................................ 40
REVISÃO .................................................................................................................................................. 40
ÁREA DE APLICAÇÃO ............................................................................................................................... 40
NORMAS TÉCNICAS, PORTARIAS NORMATIVAS, NORMAS NACIONAIS, ESTRANGEIRAS E
INTERNACIONAIS ........................................................................................................................................ 43
AS NORMAS REGULAMENTADORAS ....................................................................................................... 44
TÉCNICAS DO PREPARO DE NORMAS, INSTRUÇÕES E ORDENS DE SERVIÇO. IMPORTÂNCIA DA
UTILIZAÇÃO DE NORMAS TÉCNICAS INTERNAS PARA A ENGENHARIA DE SEGURANÇA ............................ 54
ANEXO ......................................................................................................................................................... 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................... 67
REFERÊNCIAS BÁSICAS ............................................................................................................................ 67
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES .......................................................................................................... 67

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LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS PARA A SEGURANÇA DO
TRABALHO

INTRODUÇÃO
Para a elaboração desse Guia de Estudos foram pesquisadas, além das Leis e Normas, as
recentes publicações acadêmicas que tratam do tema e os principais estudos desenvolvidos nesta
área, em revistas científicas de renome.
Isto porque, este tipo de estudo tem sido produzido em um conjunto significativo de
pesquisas visando o Estado da Arte ou Estado do Conhecimento que, de caráter bibliográfico,
elas trazem em comum o desafio de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em
diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo
destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições
têm sido produzidas certas Dissertações de Mestrado, Teses de Doutorado, publicações em
periódicos e comunicações em anais de congressos e de seminários.
Também são reconhecidas por realizarem uma metodologia de caráter inventariante e
descritivo da produção acadêmica e científica, acerca do tema que se busca investigar, à luz de
categorias e facetas que se caracterizam, enquanto tais, em cada trabalho e no conjunto deles, sob
os quais o fenômeno, tema ou assunto, passa a ser analisado.
Nesse sentido, temos que o Estado da Arte ou Estado do Conhecimento é o nível mais
alto de desenvolvimento, seja de um aparelho, de uma técnica ou de uma área científica,
alcançado em um tempo definido, ou seja, o Estado da arte ou Estado do Conhecimento indica,
portanto, o ponto em que o produto em questão deixa de ser um projeto técnico para se tornar
uma obra-prima.
Ao contrário do que se pensa, por conta da palavra 'arte' inserida, o termo foi originado
por tecnólogos e, seu primeiro uso documentado foi em 1910, em um manual de Engenharia, de
Henry Harrison Suplee (1856 - depois de 1943), intitulado Gas Turbine: progress in the design
and construction of turbines operated by gases of combustion. Há uma passagem no livro, onde
se lê: "In the present state of the art this is all that can be done" ('No atual Estado da arte, isto é
tudo o que pode ser feito').

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Também podemos encontrar a expressão "Estado da arte" na composição de Teses e
Dissertações acadêmicas, seja como parte da introdução ou no capítulo seguinte, que se destina a
documentar o que está a ser feito atualmente no campo ou tema em estudo. Este capítulo é
fundamental para explicar os acréscimos da tese ao estado de conhecimento atual.
No entanto é também frequente o uso da expressão "Estado da arte" em relatórios
técnicos, para referir-se ao estágio atual de um trabalho em andamento. Por exemplo: "O estado
da arte do projeto é o seguinte: [...]". Este é um uso incorreto da expressão, que poderia ser
substituída por "estado atual" ou simplesmente "estado do projeto".
A origem da expressão está, possivelmente, no Livro I da Metafísica, onde Aristóteles
discorre sobre o conhecimento e expõe as noções de έμπειρία (translit. empeiría) e de τέχνη
(téchne), isto é, 'experiência' e 'arte', referindo-se à experiência como o conhecimento dos
singulares, e à arte, como o conhecimento dos universais. Aristóteles julga haver mais saber e
conhecimento na arte do que na experiência, considerando os homens de arte mais sábios que os
empíricos. Isto porque, os primeiros conhecem a causa, e os outros não, ou seja, enquanto os
empíricos sabem o "quê", mas não o "porquê", os homens de arte sabem o "porquê" e a causa.
Assim, a verdadeira Ciência é, para Aristóteles, a que resulta do conhecimento teorético,
especulativo, não prático, cujo objeto é o saber das causas ou da razão de ser.
Não obstante, a expressão estado da técnica é usada alternativamente a 'estado da arte'.
No contexto da concessão de patente europeia, o estado da técnica (ou estado da arte) integra os
critérios para avaliar inovações, com vistas à concessão de patentes. Segundo a Convenção sobre
a Patente Europeia (EPC 1973) "uma invenção é considerada nova se não estiver incluída no
estado da técnica" (ou estado da arte), sendo que o estado da técnica constitui-se de tudo o que já
era acessível ao público, antes da data de depósito do pedido de patente europeia.
Assim, sobre esse tipo de investigação, Cachapuz destaca:
A primeira orientação é de índole epistemológica e diz respeito à necessidade de
desenvolver estudos de sistematização da pesquisa já desenvolvida. No fundo,
corresponde a melhor precisar o estado da arte. Trata-se de levar a cabo os estudos
transversais de índole meta-analítica que permitam responder, ainda que tentativamente,
a questões como: Quais as perspectivas de pesquisa que são dominantes (acadêmica...)?
quais os estudos teóricos de referência? Quais as linhas de pesquisa dominantes? Tais
estudos são raros... (CACHAPUZ, 2008).

Nesse sentido, entendemos que esta é a melhor forma de se especializar e aprofundar-se


em um tema, tendo como suporte, os textos de Artigos Científicos produzidos pelas maiores e

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melhores autoridades brasileiras e estrangeiras sobre o assunto. Dessa forma, tomamos
conhecimento sobre as pesquisas que estão sendo desenvolvidas pela Academia (quando falamos
da academia, falamos de Universidades, Centros de Pesquisa, Faculdades, Institutos acadêmicos,
Associações nacionais e órgãos de fomento da pesquisa, etc), bem como, aquelas desenvolvidas
recentemente e, para onde vai o Estado da Arte (ou seja, o rumo das pesquisas e do
conhecimento produzido) do tema desenvolvido neste curso.
Isto porque, as pesquisas sobre “estado da arte”, em diferentes campos, em geral, tratam
de sistematizar o conhecimento acumulado, de forma atualizada, ou seja, de apresentar um
retrato atualizado da área:
Definidas como de caráter bibliográfico, elas parecem trazer em comum o desafio de
mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do
conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e
privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições têm
sido produzidas certas dissertações de mestrado, teses de doutorado, publicações em
periódicos e comunicações em anais de congressos e de seminários. (FERREIRA,
2002).

Para tanto, nossa equipe pesquisou as publicações recentes e, entre elas, privilegiamos
aquelas mais abrangentes e diversificadas, bem como, privilegiamos os Artigos Científicos por
conta do tamanho e da abrangência, haja vista que, Dissertações e Teses são muito extensas para
um Guia de Estudos. Contudo, sugerimos a leitura das mesmas para conhecimento,
aprofundamento e escolha de uma linha de pesquisa para possíveis futuros estudos, visando um
Mestrado ou um doutoramento.
Enfim, esperamos que você faça uma leitura proveitosa, esclarecedora e aprofundada
dos textos disponibilizados neste Guia de Estudos, desejando uma carreira vitoriosa seja na
atuação profissional, seja em estudos acadêmicos sequenciais.
Isto porque, a Saúde e Segurança do Trabalho é matéria constitucional, regulamentada e
normalizada.
A Constituição Federal, em seu Capítulo II (Dos Direitos Sociais), artigo 6º e artigo 7º,
incisos XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, dispõem, especificamente, sobre segurança e saúde dos
trabalhadores.
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
[...]

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XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos
termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e
de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos [...].
Igualmente a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT - dedica o seu Capítulo V à
Segurança e Medicina do Trabalho, de acordo com a redação dada pela Lei 6.514, de 22 de
dezembro de 1977.
O Ministério do Trabalho, por intermédio da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978,
aprovou as Normas Regulamentadoras - NR - previstas no Capítulo V da CLT. Esta mesma
Portaria estabeleceu que as alterações posteriores das NR seriam determinadas pela Secretaria de
Segurança e Saúde do Trabalho, órgão do atual Ministério do Trabalho e Emprego.
A segurança do trabalho rural tem regulamentação específica através da Lei nº 5.889, de
5 de junho de 1973, cujas Normas Regulamentadoras Rurais - NRR - foram aprovadas pela
Portaria nº 3.067, de 12 de abril de 1988. Há pouco tempo essa portaria foi revogada e a
regulamentação do trabalho rural está concentrada em uma norma regulamentadora específica,
que é a NR-31.
Incorporam-se às leis brasileiras, as Convenções da OIT - Organização Internacional do
Trabalho, quando promulgadas por Decretos Presidenciais. As Convenções Internacionais são
promulgadas após submetidas e aprovadas pelo Congresso Nacional.
Além dessa legislação básica, há um conjunto de Leis, Decretos, Portarias e Instruções
Normativas que complementam o ordenamento jurídico dessa matéria.
Além disso, há a legislação acidentária, pertinente à área da Previdência Social. Aqui se
estabelecem os critérios das aposentadorias especiais, do seguro de acidente do trabalho,
indenizações e reparações.

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Completando essa extensa legislação, devemos lembrar que a ocorrência dos acidentes
(lesões imediatas ou doenças do trabalho) pode dar origem a ações civis e penais, concorrendo
com as ações trabalhistas e previdenciárias (MATTOS, 2012).
Veremos então neste último módulo básico, a legislação, as convenções, as portarias
normativas e outros dispositivos legais que fornecem o suporte legal para que o Engenheiro de
Segurança do Trabalho atue de maneira hábil, justa e competente no desenvolvimento de sua
profissão.
Esperamos que apreciem o material e busquem, nas referências anotadas ao final da
apostila, subsídios para sanar possíveis lacunas que possam surgir ao longo dos seus estudos.

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LEGISLAÇÃO E HIERARQUIA: Constituição, Lei, Decreto, Portaria,
Legislação Federal, Estadual, Municipal

LEGISLAÇÃO E FONTES FORMAIS DO DIREITO


A hierarquia das fontes formais no nosso sistema de direito é a seguinte:
 1°, Constituição e leis constitucionais (emendas constitucionais);
 2°, leis complementares;
 3°, leis ordinárias e tratados internacionais incorporados ao direito interno. Dentre
as leis, as federais predominam sobre as estaduais e estas sobre as municipais,
enquanto a complementar prevalece sobre a lei ordinária;
 4°, costume;
 5°, contratos coletivos de trabalho, que, desde que não transgridam norma de ordem
pública, têm valor de lei ordinária;
 6°, regulamentos. Princípios gerais do direito, quando inexistir norma a ser aplicada
ao caso concreto, isto é, no caso de lacuna;

Essa hierarquia das fontes formais, ou seja, das normas do direito positivo significa que
o juiz, ao ter de decidir um caso, só deve aplicar uma fonte quando não existir outra
imediatamente superior (GUSMÃO, 2011).

A CONSTITUIÇÃO
A Constituição é a pedra angular de toda a ordem jurídica estatal, fonte de validade de
todo o direito do Estado, estabelecedora do processo de criação do direito estatal. Está acima de
qualquer lei, sendo, por isso, a lei suprema. É a fonte principal do direito do Estado, a lei
fundamental, à qual devem adaptar-se todas as demais leis, pois se com ela conflitarem são
inconstitucionais.
A Constituição é expressão do poder constituinte que detém a sociedade política
(Estado). Como lei fundamental, organiza e estrutura o Estado e o governo, bem como prescreve
os direitos individuais, que devem ser respeitados pelo poder público, prevendo para tal fim

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procedimentos eficazes, aptos a garanti-los, como o habeas corpus, para a defesa da liberdade, ou
o mandado de segurança, para a proteção de direito líquido e certo.
A Constituição, por isso, é lei de organização do Estado e lei de garantias. É, repetindo,
a lei das leis que estrutura e organiza o Estado e o governo, dando-lhes forma jurídica,
estabelecendo as suas funções e os seus limites, bem como prescreve os direitos individuais e os
procedimentos aptos a defendê-los. Enuncia os princípios fundamentais a serem observados pela
legislação. Transforma o Estado em Estado constitucional; pode sofrer modificações através de
emendas constitucionais, que não podem alterá-la substancialmente, por decorrerem do poder de
reforma, que é limitado, derivado do poder constituinte.

A LEI
A lei é a principal fonte do direito moderno. Historicamente, (promovendo breve
retrospectiva) a primeira legislação que se tem notícia é o Código de Hamurabi, que depois se
apurou não ser o mais antigo, mas o mais completo que se conhece. Depois, entre os romanos, a
Lei das XII Tábuas, e o corpus iuris civilis (§ 164). Anteriormente a ela predominou o costume.
E entre nós e em países que optaram pela codificação, como, por exemplo, a França, a Itália, a
Alemanha, Portugal, a Espanha etc., e toda a América Latina, não há outra acima dela. É a
principal fonte do direito estatal, com validade, eficácia e aplicabilidade no território do Estado
(princípio da territorialidade do direito).
A lei não é produto espontâneo como o costume, mas fruto de elaboração discursiva, de
estudos, discussões, debates, votações, sanção, publicação, que permite, com facilidade,
determinar o momento em que se torna ela obrigatória, o que não ocorre com o direito
consuetudinário, isto é, o direito resultante de costume.

REGULAMENTO
É a norma jurídica emanada, exclusivamente, da Administração Pública (Poder
Executivo) em virtude de atribuição constitucional de poder normativo. É também denominado
lei material, em contraposição à lei formal, ou, então, decreto.
Em sentido amplo, os regulamentos são internos ou administrativos e externos ou
normativos. Os primeiros têm por objeto a organização de um órgão, ou de um ente público. Daí

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serem denominados regulamentos de organização; não vinculam terceiros. Os “externos” ou
“normativos” alcançam terceiros, isto é, pessoas estranhas à Administração.
Os regulamentos podem ser ainda de execução, independentes, delegados ou por
autorização especial. Os de execução contêm normas especiais para a aplicação de lei, sendo,
assim, normas secundárias em relação à lei, que é, então, a norma primária. Pressupõem,
portanto, lei anterior, que limita, previamente, a sua matéria, não podendo ampliá-la ou
modificá-la. Nesse caso, a Administração possui poder normativo limitado, subordinado ao
preceituado na lei.
Os regulamentos independentes resultam de poder normativo genérico, atribuído pelo
legislador à Administração. O fundamento desses regulamentos está no fato de a Administração
necessitar de competência para formular normas para desempenhar a sua função: administração e
serviços públicos; não podem dispor sobre a matéria reservada, constitucionalmente, à lei
(GUSMÃO, 2011).

DECRETO-LEI
Regra de direito baixada pelo chefe do Poder Executivo, quando monopolizar o poder
legiferante com ou sem autorização constitucional. É também denominado, impropriamente,
decreto legislativo, ou, ainda, ordenança de necessidade ou de urgência, ou, como em alguns
países, decreto, denominação que o confunde com regulamento. Tem força de lei e vale como
lei. Nos países em que impera divisão de poderes não há lugar para essa norma. Querendo defini-
lo, pode se dizer ser a lei ditada pelo Executivo. No Brasil, de 1930 a 1934, o Presidente da
República legislava através de decretos (leis), porque a Revolução de 1930 havia dissolvido o
Congresso, mas, durante o Estado Novo (Constituição de 1937), por decreto-lei. Assim, entre
nós, só a partir de 1937 foi oficialmente empregada a expressão decreto-lei.

MEDIDA PROVISÓRIA
Ato normativo, editado pelo Presidente da República, com força de lei, em havendo
extraordinária urgência e necessidade, cuja eficácia cessa, retroativamente, se não aprovado pelo
Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado). Aprovando-a, transforma-se em lei.

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A Medida Provisória é medida normativa de extraordinária necessidade e urgência,
exigida pela ordem econômico-financeira, pela paz social ou pela ordem e segurança públicas.
Extraordinária necessidade e urgência a justificam, desde que não possam aguardar a elaboração
de uma lei. Matéria penal está dela excluída por não haver crime no Estado de direito sem ser
previsto em lei (§§ 71 e 105). Prevista no art. 62 de nossa Constituição Federal de 1988, em
“caso de relevância e urgência”, editada, produz efeitos da data de sua publicação, devendo o
Presidente da República imediatamente submetê-la ao Congresso Nacional, que, se em recesso,
deve ser convocado para se reunir extraordinariamente, no prazo de cinco dias, para apreciá-la.”
Perde a eficácia retroativamente se não convertida em lei pelo Congresso no prazo de trinta dias
(parágrafo único do art. 63). Rejeitada, deverá o Congresso elaborar, com urgência, lei
disciplinadora da matéria da medida provisória não aprovada.
Porém, o Presidente da República (art. 84, XXVI, da Constituição Federal), no caso de
o Congresso retardar a aprovação da medida, antes de expirar o prazo fatal de trinta dias, para
evitar a insegurança das relações jurídicas dela decorrentes, pode, e deve, baixar outra idêntica
ou semelhante, encaminhando-a, de imediato, ao Congresso. Se rejeitada, não pode ser repetida
sob pena de inconstitucionalidade.

HIERARQUIA DAS LEIS


No Brasil, Estado Federado, a Constituição Federal fundamenta a validade de todas as
regras jurídicas da União, dos Estados e dos Municípios. Uma lei federal só é válida se estiver no
seu âmbito de atuação, traçado na Constituição Federal. Uma lei estadual vale enquanto esteja de
acordo com a esfera de competência do Estado para regular determinada matéria, nos termos da
mesma Constituição Federal. Da mesma forma, uma lei municipal retira seu fundamento de
validade no rol de competência que foi conferido ao Município pela Constituição Federal.
Assim, se uma lei federal invade a competência estadual ou municipal, torna-se inválida
e inconstitucional. Porém, por óbvio, não se trata de hierarquia, mas de conflito de competências,
a ser resolvido sempre com base na Constituição Federal.
Não há, portanto, que se falar em hierarquia entre normas oriundas de entes estatais
distintos, autônomos, como na nossa Federação. Em caso de conflito entre lei federal, estadual e

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municipal, prevalecerá sempre aquela competente para o trato da matéria. Caso a lei federal
esteja, por exemplo, invadindo competência do município, a lei municipal é que prevalecerá.

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LEGISLAÇÃO ACIDENTÁRIA, PREVIDENCIÁRIA E SINDICAL

A legislação brasileira referente a acidentes de trabalho tem acontecido de forma lenta e


gradual e tem a finalidade de amparar o trabalhador, assim como os seus dependentes, por
ocasião de um acidente fatal. Atualmente existe uma legislação que compreende a proteção
ampla, da mesma forma que outros direitos têm sido criados ainda pela jurisprudência.
O Código Comercial - 1850, foi o primeiro diploma a tratar da matéria e nele eram
previstos a garantia de pagamento de três meses de salários ao preposto que sofresse acidente de
trabalho (art. 78).
Vamos começar por entender algumas diferenças existentes entre benefícios
acidentários e previdenciários.

O Regime Geral de Previdência Social compreende os seguintes benefícios gerais:


Quanto ao segurado: Quanto ao dependente: Quanto ao segurado e
dependente:
a) aposentadoria por invalidez; a) pensão por morte; a) pecúlio;
b) aposentadoria por idade: b) auxílio-reclusão. b) serviço social; e
e) aposentadoria por tempo de e) reabilitação
serviço; profissional.
d) aposentadoria especial;
e) salário-família;
g) salário-maternidade;
f) auxílio-acidente.

Quando ocorre acidente de trabalho, a Previdência Social proporciona auxílio-doença


acidentário, na hipótese de redução temporária, ou incapacitação temporária para o trabalho;
auxílio-acidente na hipótese de redução parcial e permanente da capacidade para o trabalho;
aposentadoria por invalidez acidentária quando ocorre incapacitação total e permanente para o
trabalho; pensão por morte acidentária e por fim, abono anual que obedece às mesmas normas
do décimo terceiro salário e é pago a quem vem recebendo prestações acidentárias em
decorrência desses benefícios (GONÇALVES, 2009).

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BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
AUXÍLIO-DOENÇA
O auxílio-doença será devido ao segurado que, cumprido o período de carência exigido
pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, ficar incapacitado para o seu trabalho ou
para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Durante os primeiros
quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à
empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral.
A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou em convênio, terá a seu cargo o
exame médico e o abono das faltas correspondentes aos primeiros quinze dias, devendo
encaminhar o segurado empregado à perícia médica da Previdência Social quando a
incapacidade ultrapassar os quinze dias.
O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua atividade
habitual, deverá submeter-se a processos de reabilitação profissional para o exercício de outra
atividade.
Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova
atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não-recuperável, for aposentado
por invalidez.
O segurado empregado em gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa como
licenciado.

AUXÍLIO- ACIDENTE
O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após a
consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que
impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-
doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado,
vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria. O recebimento de salário ou concessão de
outro benefício, exceto de aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do
auxílio-acidente.

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A Previdência Social prevê que a perda da audição, em qualquer grau, somente
proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade
entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para
o trabalho, que habitualmente exercia.

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ


A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência
exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for
considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta
a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação mediante exame
médico pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se
acompanhar de médico de sua confiança.
Concluindo a perícia médica inicial pela existência de incapacidade total e definitiva
para o trabalho, a aposentadoria por invalidez será devida ao segurado empregado, a contar do
décimo sexto dia do afastamento da atividade, ou a partir da entrada do requerimento, se entre o
afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de trinta dias.
Durante os primeiros quinze dias de afastamento da atividade por motivo de invalidez,
caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário.
O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua
aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.
Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, será
observado o seguinte procedimento:
I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados da data do início da
aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a anteceda sem interrupção, o benefício
cessará de imediato para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que
desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista, valendo
como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela Previdência Social.
II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados da
data da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a anteceda sem interrupção, ou

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ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual
habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade.
Observe-se que o beneficiário empregado em gozo de uma das prestações, acima
citadas, tem direito ao abono anual, equivalente ao 13º salário.

PENSÃO POR MORTE


A pensão por morte, seja por acidente típico, seja por doença ocupacional, é devida aos
dependentes do segurado.

ESTABILIDADE PROVISÓRIA
O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo de doze meses, a
manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença
acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
Em se tratando de contrato por prazo determinado, a rescisão contratual poderá ser
efetuada no término do prazo ajustado, não havendo que se falar em estabilidade.
Ressalte-se que, se o empregado se afasta apenas por até 15 (quinze) dias da empresa,
não há concessão do auxílio-doença e não haverá garantia de emprego.
A garantia de emprego de doze meses só é assegurada após a cessação do auxílio-
doença. Caso o empregado se afaste com periodicidade para tratamento médico, com percepção
de auxílio-doença acidentário, será computada a garantia de doze meses a partir do retorno do
empregado ao trabalho, isto é, quando da cessação definitiva do auxílio-doença acidentário.
Destaque-se, também, que o contrato de trabalho do empregado encontra-se
interrompido até o décimo quinto dia e suspenso a partir do décimo sexto dia ao do acidente.

SEGURO ACIDENTE DO TRABALHO - SAT


O Seguro Acidente do Trabalho - SAT tem sua base constitucional estampada no inciso
XXVIII do art. 7º, Inciso I do art. 195 e inciso I do art. 201, todos da Carta Magna de 1988,
garantindo ao empregado um seguro contra acidente do trabalho, às expensas do empregador,
mediante pagamento de um adicional sobre a folha de salários, com administração atribuída à
Previdência Social.

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A base infraconstitucional da exação é a Lei nº 8.212/91, que estabelece em seu art. 22,
II: “Art.22 – A contribuição a cargo da empresa destinada à Seguridade Social, além do disposto
no art. 23, é de:
I - .............................................................................................................
II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei 8.213/91, de 24
de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou
creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de
acidentes do trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de
acidentes do trabalho seja considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de
acidentes do trabalho seja considerado grave.

A atividade preponderante da empresa, para fins de enquadramento na alíquota de grau


de risco destinada a arrecadar recursos para custear o financiamento dos benefícios concedidos
em razão de maior incidência de incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais, é
aquela que ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos
(CENOFISCO, 2012).
O enquadramento das atividades da empresa é de responsabilidade da própria empresa
como, também, estabelece o Decreto nº 3.048/99, em seu art.202, § 4º, que a empresa o faça de
acordo com a Relação de Atividades Preponderantes e correspondentes graus de risco, prevista
em seu Anexo V, obedecidas as seguintes disposições:
a) a empresa com estabelecimento único e uma única atividade enquadrar-se-á na
respectiva atividade;
b) a empresa com estabelecimento único e mais de uma atividade econômica para
enquadrar-se simulará o enquadramento em cada uma delas, prevalecendo como
preponderante aquela que tenha o maior número de segurados empregados e
trabalhadores avulsos;

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b1) para fins de enquadramento não serão considerados os empregados que prestam
serviços em atividades-meio, assim entendidas aquelas atividades que auxiliam ou
complementam indistintamente as diversas atividades econômicas da empresa, como,
por exemplo, administração geral, recepção, faturamento, cobrança, etc.;
c) a empresa com mais de um estabelecimento e diversas atividades econômicas
procederá da seguinte forma:
c1) enquadrar-se-á, inicialmente, por estabelecimento, em cada uma das atividades
econômicas existentes, prevalecendo como preponderante aquela que tenha o maior
número de segurados empregados e trabalhadores avulsos e, em seguida, comparará
os enquadramentos dos estabelecimentos para definir o enquadramento da empresa,
cuja atividade econômica preponderante será aquela que tenha o maior número de
segurados empregados e trabalhadores avulsos, apurada dentre todos os seus
estabelecimentos;
c2) na ocorrência de atividade econômica preponderante idêntica (mesmo CNAE), em
estabelecimentos distintos, o número de segurados empregados e trabalhadores
avulsos dessas atividades será totalizado para definição da atividade econômica
preponderante da empresa;
d) apurando-se, no estabelecimento, na empresa ou no órgão do poder público, o mesmo
número de segurados empregados e trabalhadores avulsos em atividades econômicas
distintas, será considerado como preponderante aquela que corresponder ao maior
grau de risco.

Importante frisar que, para o financiamento dos benefícios de aposentadoria especial,


segundo a Lei nº 9.732/98 (DOU de 14.12.98), com vigência a partir da competência de abril/99,
as alíquotas (1%, 2% ou 3%) serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais,
conforme a atividade, exercida pelo segurado a serviço da empresa, que permita a concessão
desse benefício após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente
(CENOFISCO, 2012).

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Observe-se que o acréscimo incide exclusivamente sobre o total das remunerações
pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos
sujeitos a condições especiais.
Com relação aos demais empregados da empresa, que não estiverem expostos a agente
nocivo e, consequentemente, não fizerem jus à aposentadoria especial, não haverá qualquer
acréscimo na alíquota destinada ao SAT. Cabe destacar que, com a revogação do § 9º, do art.
202 do Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto nº 3.048/99 pelo art. 4º do
Decreto nº 3.265/99, a microempresa e a empresa de pequeno porte não optantes pelo SIMPLES,
que recolhiam a contribuição sobre o percentual mínimo de 1% para o financiamento das
aposentadorias especiais, ficam sujeitas às alíquotas normais de 1%, 2% ou 3%, conforme o
enquadramento.
Havendo agente nocivo, que propicie ao empregado o benefício de aposentadoria
especial, deverá ser observada a majoração de alíquota contida na Lei nº 9.732/98.
Ressalte-se que a Medida Provisória nº 83, de 12.12.2002, publicada no DOU de
13.12.02, que dispõe sobre a concessão da aposentadoria especial ao cooperado de cooperativa
de trabalho e de produção, em seu § 1º do art. 1º, criou para as empresas tomadoras de serviços
de cooperado, que labore em condições especiais, contribuições adicionais de 9%, 7% e 5%,
incidentes sobre o valor bruto da nota fiscal ou sobre a fatura de prestação de serviços.
A Medida, em seu art. 6º, majorou para 4%, 3% e 2% os percentuais de retenção do
valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços relativos a serviços prestados
mediante cessão de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário, por segurado
empregado, cuja atividade permita a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos
de contribuição. A MP também criou, em seu art. 4º, para as empresas a obrigação de arrecadar a
contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da respectiva
remuneração, e recolher o valor arrecadado juntamente com a contribuição a seu cargo até o dia
02 do mês seguinte ao da competência. No caso do contratado não ser inscrito no INSS, a
empresa deverá inscrevê-lo no INSS como contribuinte individual.
Em seu art. 10, a MP disciplinou que a alíquota de um, dois ou três por cento, destinada
ao financiamento do benefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do
grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho,

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poderá ser reduzida, em até cinquenta por cento, ou aumentada, em até cem por cento, conforme
dispuser o regulamento, em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva atividade
econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de
frequência, gravidade e custo, calculados segundo a metodologia aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdência Social.
A Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação, ou seja 13.12.02,
produzindo seus efeitos, quanto aos §§ 1º e 2º do art. 1º e aos arts. 4º a 6 e 9º, a partir do dia
primeiro ao nonagésimo dia da sua publicação (CENOFISCO, 2012).

O DIREITO DO TRABALHO E A LEGISLAÇÃO SINDICAL


O Direito do Trabalho vem passando por um processo evolutivo que amplia cada vez
mais o papel do empregador nos infortúnios laborais decorrentes de uma ordem de serviço. Essa
evolução tem implicações nas esferas civil e criminal do Direito cuja deflagração independe da
vontade da vítima, ou seja, os processos de acidente do trabalho passam pela intervenção do
Ministério Público (TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN, 2008).
As implicações, diante da legislação vigente, dizem respeito à conscientização dos
prepostos que exercem cargos de chefia, pelo desenvolvimento de mentalidade prevencionista.
Legalmente, acidente do trabalho é aquele decorrente do exercício do trabalho a serviço
da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda
ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Cabe à empresa adotar medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde
do trabalhador, bem como informar os riscos da operação a ser executada e do produto
manipulado.
Sempre que for constatado um acidente do trabalho ou doença profissional, esse deve
ser comunicado pela empresa ao INSS, através do Cadastro da Comunicação de Acidente de
Trabalho (CAT), sob pena de multa em caso de omissão. A comunicação é obrigatória, e cópia
fiel do documento será fornecida ao empregado ou à sua família e ao sindicato. Cabe ressaltar a
importância da comunicação, principalmente o completo e exato preenchimento do formulário,
tendo em vista as informações nele contidas não apenas do ponto de vista previdenciário,
estatístico e epidemiológico, mas também trabalhista e social.

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Conforme Tavares, Ribeiro Neto e Hoffmann (2008) no caso da contratação de serviços
prestados por empresas especializadas (limpeza, construção civil, jardinagem, etc.), cabe à
empresa e seus prepostos a fiscalização dos serviços prestados, visando eximir possível
responsabilidade de ordem trabalhista. Para tanto, cabe ao preposto da empresa:
 exigir o cumprimento das normas de higiene e segurança;
 permitir que somente pessoas habilitadas executem o serviço;
 reportar-se ao chefe de cada equipe nomeado pela contratada, que deve estar
presente em todos os momentos do trabalho.

O descumprimento das normas de higiene e segurança do trabalho por parte da


contratada deve ser comunicado ao gestor do contrato, para as providências cabíveis.
Embora se reconheça a importância do conhecimento das normas regulamentadoras,
não se pode perder de vista a valoração do ser humano, não pela penalização imposta ao infrator,
mas principalmente pelas garantias dos direitos individuais e da preservação da saúde e da vida
(TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN, 2008).
De acordo com a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, o montante das despesas
decorrentes de acidente do trabalho é pago pelo empregador por meio do recolhimento de uma
taxa ao INSS cuja variação percentual obedece à graduação de risco da empresa. Uma vez
enquadrada a empresa, caberá ao Ministério do Trabalho e à Previdência Social proceder, se
necessário, ao reenquadramento, caso as estatísticas de acidente do trabalho o justifiquem,
visando estimular investimentos em prevenção de acidentes.
Empregador/preposto/chefe ao determinar a realização de certa atividade, deve observar
três princípios básicos: viabilidade da execução da tarefa, habilitação do empregado para
executá-la e condições de segurança para a execução.
Viabilidade de execução da tarefa – existem determinadas tarefas que, embora não
sejam de risco, poderão apresentá-lo, por exemplo: substituição de uma lâmpada. Se
houver presença de tensão, há risco; se não houver, não há risco. O interruptor desliga
apenas um polo (neutro ou fase); portanto, a cautela manda que desliguemos neutro e
fase pelo disjuntor.

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Habilitação do empregado para a tarefa – ainda nos reportando ao exemplo da troca da
lâmpada, tarefa aparentemente simples, se realizada por pessoa inabilitada, que
desconheça os princípios básicos de eletricidade, poderá causar acidentes, isto é, a
pessoa pode tomar um choque e, estando sobre uma escada, poderá cair, acidentando-se.
Condições de segurança para a execução – usando ainda o exemplo da lâmpada,
imaginemos que a troca seja feita por uma pessoa habilitada para essa tarefa. Ela desliga
o disjuntor elétrico, mas passa por um piso molhado e os sapatos, consequentemente
molhados, fazem-na escorregar do alto da escada, ocasionando o acidente com lesões.

Nos exemplos anteriores, selecionamos uma situação extremamente fácil, visando a


sensibilização da chefia, pois, por mais simples e corriqueira que possa parecer, toda situação
requer cuidados.

RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DO EMPREGADOR


Em alguns casos, pode-se invocar para um mesmo fato tutela jurisdicional das esferas
cível e penal. Para tanto, é necessário que o fato concreto seja tipificado como crime e importe
em prejuízo de ordem material, podendo este ser a suspensão temporária ou perda da capacidade
de trabalho do empregado (TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN, 2008).
É oportuno conhecermos um conceito básico de definição do crime, que consiste na
ação ou omissão do agente. Não necessariamente o crime se constitui quando a ordem leva a
uma condição insegura. A simples omissão em permitir que determinada atividade seja realizada,
cuja condição insegura esteja presente ou seja presumível, levará o agente (supervisor, chefe) a
responder por ato, que, por dever de ofício, deveria impedir. A responsabilidade civil independe
da penal; todavia, a sentença penal torna indiscutível a responsabilidade reparatória na esfera
civil.
Mesmo em casos de sentença absolutória (absolvição) na esfera penal, existem casos em
que é possível intentar ação de reparação de danos na esfera civil. Para tanto, é necessário que a
absolvição tenha se dado por falta ou insuficiência de provas, cuja imputação do crime não fique
de todo comprovada. Assim, é correto afirmarmos que doravante a possibilidade de termos ações

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cíveis acumuladas com ações penais deve constituir a regra, excetuando-se os casos em que só
haja ações cíveis (TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN, 2008).
Em algumas empresas com determinadas características, muitas vezes torna-se difícil
identificar o responsável pela ordem, podendo este ser desde o chefe imediato até o superior que
assinou a Ordem de Serviço (OS), o técnico que a elaborou, ou outros. Pode haver ainda a
coautoria. Assim, se a gerência, por meio de uma OS ou outro documento oficial, manda que
seja executado um serviço sob as condições inadequadas e essa posição é ratificada em campo,
resultando assim acidente do trabalho com vítima, todos os culpados estarão sujeitos a responder.
Nos casos de dúvida, a questão deve ser discutida internamente, e, se não se chegar a
um consenso, deve ser acionado o SESMT, que emitirá laudo vislumbrando o desfecho da
questão.
Aqui é importante ressaltar que, com o advento do novo Código Civil, é obrigatório no
contrato social das empresas a identificação do(s) administrador(es) da sociedade, que, em tese,
é(são) o(s) primeiro(s) responsável(eis) pela má gestão e incompetência empresarial; surgindo
assim, a imediata responsabilidade acidentária (TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN,
2008).

EFEITOS DO ACIDENTE DO TRABALHO


Ao ser constatado um acidente do trabalho com vítima, por cuja ocorrência a chefia seja
culpada, esta estará sujeita às sanções cominadas em lei.
No acidente do trabalho com vítima fatal em que se comprove a culpabilidade de quem
ordenou o serviço ou de quem deveria evitá-lo por exercício de função e deixou de fazê-lo, este
poderá responder por crime previsto no art. 121, entre outros, do Código Penal.
A culpa não decorre da vontade do agente de praticar a lesão, mas do ato de negligência,
imprudência ou imperícia. Qualquer dessas condições presentes caracteriza a culpa. Assim, na
inobservância de uma norma ou de um procedimento que cause lesão, o responsável pode ser
penalizado. Ainda que no acidente tenha havido culpa recíproca (do empregado e da chefia), isso
não exclui a responsabilidade daquele que tenha contribuído para o fato (TAVARES, RIBEIRO
NETO, HOFFMANN, 2008).

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O Código Penal brasileiro, em seu art. 121, caput, trata do homicídio simples. O
parágrafo 3º (homicídio culposo), do mesmo artigo, engloba a hipótese de a morte ser provocada
por acidente do trabalho cuja culpa possa ser imputada à chefia, a qualquer preposto envolvido
na atividade ou mesmo a um colega de trabalho, bastando a constatação de imprudência,
imperícia ou negligência. A culpa recíproca (vitima, chefia, preposto e colega) não exclui a
responsabilidade. Assim, quem tiver contribuído de alguma forma para a morte do colega,
mesmo que também tenha sido vítima, poderá ser responsabilizado pelo evento.
Se houver negligência, imprudência ou imperícia, ficará caracterizado o homicídio
culposo, e a culpa poderá ser:
 Pela escolha do empregado – o empregado que provocou o acidente não tinha a
qualificação necessária para executar o serviço;
 Pela ausência de fiscalização – o responsável pela fiscalização deixou de fazê-la
(exemplo: não testou o equipamento e uma falha neste resultou em acidente com
lesões corporais nos envolvidos);
 Pela ação – o indivíduo praticou ato imprudente ou imperito que resultou em dano
(exemplo: movimentou ou alterou o sentido de uma escada rolante sem observar a
presença de um colega ou usuário sobre ela);
 Pela omissão – o agente negligenciou as cautelas recomendadas, deixando de
praticar os atos impeditivos da ocorrência do ato danoso (exemplo: deixou de
limpar substância escorregadia derramada na área de circulação, o que resultou em
queda com lesões);
 Por custódia – o indivíduo faltou com a cautela ou atenção devida na guarda do
bem.

A responsabilidade civil foi ampliada com a inserção do novo Código Civil brasileiro,
de 2002, em especial no que diz respeito aos elementos caracterizadores ou que fundamentam o
dever de reparar o dano causado, sendo mais fácil a constatação, já que em diversos casos não
mais existe a necessidade da demonstração de culpa (negligência, imperícia ou imprudência).
Nesse aspecto, o fato, e não a culpa, torna-se o elemento mais importante para que surja o dever

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de reparar o dano causado, o que implica radical evolução a respeito da responsabilidade civil
(TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN, 2008).
É fundamental destacar o art. 927: “Aquele que, por ato ilícito (ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. A lei
preconiza, também, em seu parágrafo único, que “Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, riscos para os direitos de outrem”.
Dessa forma, a nova lei possibilita uma interpretação ampla e extensiva do que se pode
entender por atividade que envolva risco para terceiros, aumentando, assim, as hipóteses de
responsabilidade sem culpa, que mais se enquadram com os princípios e ideais de justiça que
inspiram e sustentam o Direito e o pensamento da sociedade moderna.
Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as
empresas respondem, independentemente de culpa, pelos danos causados pelos produtos postos
em circulação.
Segundo o art. 932: “São também responsáveis pela reparação civil: [...] III - o
empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho
que lhes competir, ou em razão dele”.
Outro dispositivo importante, o art. 931, por sua vez, é um complemento ao parágrafo
único do art. 927 (todos do Código Civil), ao delimitar que os riscos inerentes à exploração de
determinada atividade econômica são os fatos geradores do dever de indenizar.
O art. 932 traduz o que já vinha ocorrendo, já que vem expor o posicionamento que a
doutrina e a jurisprudência já tinham adotado antes mesmo do advento do novo Código Civil. E,
finalmente, o art. 933: “As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que
não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos”.
Desta forma, a responsabilidade civil é a obrigação de reparação do dano causado,
mediante indenização. As causas que originam a responsabilidade civil são o dolo e a culpa. Não
se exclui ainda a responsabilidade objetiva, que consiste na ocorrência de fatos indesejáveis e
imprevisíveis, em que o simples nexo causal entre o fato lesivo e os danos verificados já é
suficiente para obrigar a reparação do dano sofrido pela vítima, independentemente de ter ou não
havido culpa do agente que praticou ou provocou o dano.

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Nesse sentido, contudo, o dano é, sem dúvida, o ator principal da responsabilidade civil.
Não poderia se falar em indenização nem em ressarcimento se não houvesse a figura do dano.
Pode haver responsabilidade sem culpa; contudo, não pode haver responsabilidade sem dano. Na
lógica da responsabilidade objetiva, qualquer que seja a característica do risco que tenha
fundamento: risco profissional, risco ocupacional, risco proveito, risco criado, etc., o dano
constitui o seu elemento principal. Haja vista que, sem dano, evidentemente, não haverá o que
reparar, ainda que a conduta tenha sido culposa ou até mesmo dolosa (TAVARES, RIBEIRO
NETO, HOFFMANN, 2008).

INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO


Nos processos de acidente do trabalho há intervenção compulsória do Ministério
Público, independentemente da vontade da vítima. Isso significa que, embora haja inércia do
interessado, compete ao Estado, por meio da Promotoria Pública, instaurar a demanda judicial
cabível.
Essa competência deve-se à natureza da lide de ordem pública, alimentar, de direito
indisponível e irrenunciável e, ainda, à qualidade da parte, normalmente mais fraca na relação
jurídica processual.
O processo penal poderá ser deflagrado após o encerramento do inquérito policial, que
para ser iniciado basta existir um fato aparentemente criminoso, sendo várias as possibilidades
de sua instauração, ou seja, exame de corpo de delito, flagrante, comunicação por indivíduo
comum, solicitação do Ministério Público, etc.
Concluída a fase de inquérito policial, este é encaminhado ao Promotor Público, que,
constatando indícios da existência do crime, oferecerá denúncia. Caso aceite a denúncia, o juiz
dará início ao processo penal, decidindo sobre a existência ou não do crime e seu regular
apenamento. Sendo promulgada sentença condenatória, haverá também implicações cíveis, ou
seja, não há discussão quanto ao mérito da questão, ficando pendente apenas a apuração do valor
devido.
Outra possibilidade é a sentença absolutória, que não eximirá de responsabilidade no
civil, caso sua fundamentação tenha sido insuficiência de provas ou por excludente de ilicitude,

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comportando, assim, reapreciação nessa esfera (TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN,
2008).

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A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO E O TRABALHO DA
MULHER E DO MENOR

A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) expressa os direitos e deveres do


trabalhador e do empregador, tendo relação direta e imediata com a questão da responsabilidade
em sentido amplo.
Tomando como exemplo o parágrafo 2º do art. 229 da Constituição Estadual de São
Paulo, fica garantido ao empregado o direito de parar ou se negar a fazer determinada atividade
até a eliminação de risco grave presente ou iminente no local de trabalho.
O empregado também tem obrigações a cumprir, sob pena de sanções disciplinares
cabíveis, podendo, em decorrência disso, até ser dispensado por justa causa.
Conforme prescreve o art. 158 da CLT, o empregado deve observar as Normas de
Segurança e Medicina do Trabalho, colaborando com a empresa na aplicação das ordens de
serviços quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças
ocupacionais. Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada de realização de
determinada tarefa.
A responsabilidade decorre da inobservância das disposições legais referentes à
legislação trabalhista, tanto por parte do empregador quanto do empregado.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a principal norma legislativa brasileira
referente ao Direito do trabalho e o Direito processual do trabalho. Ela foi criada através do
Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943 e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas
durante o período do Estado Novo, unificando toda legislação trabalhista então existente no
Brasil.
Seu objetivo principal é a regulamentação das relações individuais e coletivas do
trabalho, nela previstas.

TRABALHO DA MULHER
A Constituição da República traz a base dos direitos da mulher trabalhadora. Pela Lei
Maior, à mulher são concedidos os seguintes direitos sociais: licença a gestante, sem prejuízo do

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emprego e do salário, com a duração de cento e oitenta dias; proteção do mercado de trabalho da
mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei, e proibição de diferença de salário,
dentre outros.
Em nível infraconstitucional, a CLT cuida da proteção do trabalho da mulher nos arts.
372 a 401.
A mulher é permitido cumprir trabalho em jornada extraordinária, devendo receber
adicional de 50%.
É igualmente permitida a mulher o trabalho em atividades insalubres e perigosas.
É proibida a mulher o deslocamento de peso, quando utilizada apenas energia muscular,
sendo superior a vinte quilos em se tratando de serviço contínuo; e vinte e cinco quilos quando se
tratar de serviço ocasional (art. 390 da CLT). Tratando-se de tração mecânica esta proibição
desaparece (parágrafo único do art. 390 da CLT).
Quanto a proteção a maternidade, a Constituição Federal determina que a empregada
não poderá ser despedida desde a confirmação da gravidez e até cinco meses após o parto.
No caso de aborto não criminoso a mulher terá direito a um repouso remunerado de 2
(duas) semanas.
A Lei nº. 9.799, de 26-5-1999, inseriu texto consolidado, com significativas regras que
disciplinaram o acesso da mulher ao trabalho.

TRABALHO DO MENOR
A Constituição da República proíbe o trabalho do menor até 16 anos de idade. Veda,
também, o trabalho a menores de dezoito anos à noite, ou em atividades perigosas ou insalubres
(art. 7º, inc. XXXIII).
A jornada de trabalho do menor poderá ser de oito horas, ficando vedada a hora extra,
exceto duas horas a mais, sem acréscimo salarial, desde que respeitada a duração semanal de 44
horas; e até o máximo de 12 horas de trabalho num dia, em excepcional no caso de força maior e
que sua presença seja imprescindível, com remuneração das horas excedentes com 50% a mais
ao da hora normal (art. 413 da CLT).
Quando o menor tiver dois empregos, as horas de trabalho em cada um serão
totalizadas.

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O menor que possua Carteira de Trabalho pode celebrar Contrato de Trabalho sem a
assistência paterna. Poderá, durante a vigência do Contrato, assinar os recibos de pagamento; não
poderá, todavia, dar quitação das verbas rescisórias quando da extinção do pacto laboral,
havendo a necessária participação de seu representante legal.
Temos, hoje em dia, além das normas previstas na CLT, o Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei nº. 8.069/90), que traz um capítulo sobre o trabalho desses menores (arts. 60 a
69).
O menor não pode trabalhar em local que prejudique a moralidade.
Segundo a Lei nº. 8.069/90, é vedado ao menor o trabalho em atividades penosas. Para
exercer trabalho nas ruas, praças e demais logradouros, será necessário previa autorização do
Juiz da Infância e da Juventude.

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ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO ENGENHEIRO E
TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO E A IMPLANTAÇÃO DE
UM SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA

Segundo Silva (2010), quando se fala da implantação, seja de um sistema de gestão ou


então de uma cultura voltada à segurança do trabalho, o primeiro passo está relacionado ao
estabelecimento de uma política de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), onde esta pode ser
definida como a linha de conduta adotada pela empresa para o desenvolvimento, o desempenho e
os objetivos das suas atividades preventivas de infortúnios trabalho.
Todos os tópicos a seguir não só podem como devem ser acompanhados pelo
Engenheiro de Segurança do Trabalho, mostrando seu interesse e corresponsabilidade para com a
implantação do SST.
Trata-se de uma orientação geral que ao ser desenvolvida deve levar em conta fatores
como as características da organização, seus riscos, legislação e cultura. O principal aspecto que
norteia este processo é o fato de que a política de segurança e saúde no trabalho deve ser
desenvolvida e ratificada pela alta administração da empresa.
Essa política deve atender no mínimo a alguns requisitos, tais como:
 Ser apropriada à natureza e escala dos riscos de saúde e segurança da organização;
 Incluir o comprometimento para melhoria contínua;
 Comprometer-se em cumprir com a legislação e regulamentos em vigor referentes à
saúde e segurança, e com outros requisitos com os quais a organização se
subscreva;
 Ser comunicada a todos os empregados para que se conscientizem de suas
obrigações pessoais com relação à saúde e segurança;
 Estar disponível às partes interessadas;
 Ser revisadas periodicamente para assegurar que permaneça relevante e apropriada
para organização;
 Colocação da gestão da SST como uma primeira responsabilidade dos gerentes de
linha, do mais alto executivo ao primeiro nível de supervisão;

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 Garantia de treinamento de todos empregados;
 Análises críticas periódicas das políticas e auditorias;
 Garantia de seu entendimento, implementação e manutenção de todos os níveis da
organização (SILVA, 2010).

PROGRAMA DE SEGURANÇA
Visando auxiliar na implantação da política e objetivo, devem ser criados programas de
segurança direcionados a diversas atividades da empresa, sendo gerenciados conforme as
atividades, produtos, serviços e condições operacionais a organização. Definem as principais
ações relacionadas a este programa:
 Ações formadas e seu cumprimento;
 Definição de responsabilidades;
 Prazos Fixados;
 Recursos necessários.

ESTRUTURA E RESPONSABILIDADE
A principal responsabilidade sobre a segurança e saúde do trabalho é da alta
administração da empresa, que deve garantir os recursos necessários para sua implementação.
Esta deve também nomear um membro responsável pela perfeita implantação e manutenção do
sistema de gestão de SST, e que repasse para cada empregado o seu papel perante esta atividade.
Definem que estas atividade devem ser definidas, documentadas e comunicadas, a fim de
facilitar a gestão da Segurança e Saúde do Trabalho (SILVA, 2010).

TREINAMENTO, CONSCIENTIZAÇÃO E COMPETÊNCIA


Ao estabelecer uma política educacional na área da prevenção, a empresa estará
garantindo pessoas mais capacitadas para o desenvolvimento de seu trabalho, utilizando-se de
procedimentos mais seguros.
Descreve que as pessoas devem compreender o que se espera delas na realização de
suas tarefas e de como estas atividades contribuem para os resultados da organização, certamente
terão um desempenho satisfatório na realização de seus serviços. Ao mesmo tempo, estes

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procedimentos servem de apoio para que os empregados tenham mais condições de participar no
processo prevencionista, além de tirar lições do seu dia-a-dia para empregado ou grupo frente à
segurança do trabalho.
Desta forma, verifica-se a necessidade constante de treinamento e conscientização dos
empregados, de forma a tornar a segurança do trabalho um processo contínuo no dia-a-dia do
trabalho.
Prevenir é um processo e não um produto, um objeto acabado e palpável. É um processo
à medida que é composto por cadeias de comportamento dos profissionais que ao final produzem
como resultado, que é no caso da segurança no trabalho, a baixa probabilidade, ao final, de
ocorrer acidentes após a execução de uma atividade.
Os profissionais que atuam com segurança do trabalho e os empregados devem
desenvolver competências adequadas, com o objetivo de capacitar este para agir em relação aos
determinantes dos acidentes. Isto significa que a empresa deve relacionar os diversos cargos e
atividades existentes em seus processos, visando detectar em cada um quais as variáveis
relacionadas à segurança do trabalho, para com isso definir as competências necessárias para
cada empregado em sua atividade (SILVA, 2010).
Esta etapa é definida como aquela relacionada com as competências necessárias para
desempenhar tarefas que possam ter algum impacto sobre a segurança e saúde do trabalho. Isto
significa criar nos empregados uma consciência de garantir a concreta implementação e
continuidade do programa, e qual sua importância para a melhoria da produtividade na empresa.
Deve também ser garantida a formação específica sobre os riscos de sua atividade.

CONSULTA E COMUNICAÇÃO
Devem ser considerados os seguintes aspectos quanto à consulta e comunicação aos
empregados:
 Envolvimento no desenvolvimento e análise das políticas e procedimentos para a
gestão dos riscos;
 Consulta quando existir qualquer mudança que afete sua segurança e saúde no local
de trabalho;
 Representação nos assuntos de Segurança e Saúde;

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 Informação quanto a quem são seus representantes nos assuntos SST e o
representante nomeado pela alta administração.

DOCUMENTAÇÃO
A documentação relativa ao sistema de gestão deve ser criada e mantida, seja em papel
ou meio eletrônico, objetivando a descrição dos principais elementos do sistema e sua interação,
além de fornecer orientação sobre a documentação relacionada.
A organização deve documentar e manter atualizada toda a documentação necessária
para assegurar que o seu sistema de gestão SST seja adequadamente compreendido e
eficazmente implementado.
Todos os documentos relativos ao sistema de gestão devem ser controlados de maneira
a estar disponível, sempre que necessário, tanto para procedimentos internos quanto de possível
fiscalização dos órgãos competentes (SILVA, 2010).

MONITORAÇÃO DO DESEMPENHO
Entende-se por controle operacional as ações visando monitorar o desempenho
garantindo o cumprimento do programa e o atendimento dos objetivos propostos. O controle
operacional está estritamente relacionado com os riscos (mais críticos) e com a política, os
objetivos e o programa de gestão SST.
Serão identificadas as operações e atividades associadas aos riscos, e onde serão
necessárias as medidas de controle.
As operações específicas ligadas a esta ação são:
 Estabelecimento e manutenção de procedimentos documentados;
 Estipulação e manutenção de procedimentos relativos aos riscos de locais de
trabalho, processo, instalações, equipamentos, procedimentos operacionais e
organização de trabalho, incluindo suas adaptações às capacidades humanas, de
forma a eliminar ou reduzir os riscos de SST na sua fonte (SILVA, 2010).

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A FUNDAMENTAÇÃO LEGAL ACERCA DOS EMBARGOS OU
INTERDIÇÕES

A NR 03 - Embargo ou Interdição: Estabelece as situações em que as empresas se


sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os
procedimentos a serem observados, pela fiscalização trabalhista, na adoção de tais medidas
punitivas no tocante à Segurança e a Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e
específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 161 da CLT.
Quando o agente da inspeção do trabalho constatar situação de grave e iminente risco à
saúde e/ou integridade física do trabalhador, com base em critérios técnicos, deverá propor de
imediato à autoridade regional competente a interdição do estabelecimento, setor de serviço,
máquina ou equipamento, ou o embargo parcial ou total da obra, determinando as medidas que
deverão ser adotadas para a correção das situações de risco.
A autoridade regional competente, à vista de novo laudo técnico do agente da inspeção
do trabalho, procederá à suspensão ou não da interdição ou embargo.
A autoridade regional competente, à vista de relatório circunstanciado, elaborado por
agente da inspeção do trabalho que comprove o descumprimento reiterado das disposições legais
e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, poderá convocar representante legal
da empresa para apurar o motivo da irregularidade e propor solução para corrigir as situações
que estejam em desacordo com exigências legais.
Entende-se por descumprimento reiterado a lavratura do auto de infração por 3 (três)
vezes no tocante ao descumprimento do mesmo item de norma regulamentadora ou a negligência
do empregador em cumprir as disposições legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do
trabalhador, violando-as reiteradamente, deixando de atender às advertências, intimações ou
sanções e sob reiterada ação fiscal por parte dos agentes da inspeção do trabalho.

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CONVENÇÕES E RECOMENDAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO
INTERNACIONAL DO TRABALHO - OIT

Uma das funções mais importantes da OIT é o estabelecimento e adoção de normas


internacionais de trabalho sob a forma de convenções ou recomendações. Estes instrumentos são
adotados pela Conferência Internacional do Trabalho com a participação de representantes dos
trabalhadores, empregadores e dos governos.
As Convenções da OIT são tratados internacionais que, uma vez ratificados pelos
Estados Membros, passam a integrar a legislação nacional. A aplicação das normas pelos países
é examinada por uma Comissão de Peritos na Aplicação de Convenções e Recomendações da
OIT que recebe e avalia queixas, dando-lhes seguimento e produzindo relatórios de memórias
para discussão, publicação e difusão.
Em 1998 foi adotada a Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais
no Trabalho e seu Seguimento. É uma reafirmação universal do compromisso dos Estados
Membros e da comunidade internacional em geral de respeitar, promover e aplicar um patamar
mínimo de princípios e direitos no trabalho, que são reconhecidamente fundamentais para os
trabalhadores.
Esses princípios e direitos fundamentais estão recolhidos em oito Convenções que
cobrem quatro áreas básicas: liberdade sindical e direito à negociação coletiva, erradicação do
trabalho infantil, eliminação do trabalho forçado e não discriminação no emprego ou ocupação.
Na realidade, Convenções da Organização Internacional do Trabalho – OIT são tratados
multilaterais abertos, de caráter normativo, que podem ser ratificadas sem limitação de prazo por
qualquer dos Estados-Membros.

RATIFICAÇÃO
 Até 18 meses da adoção de uma convenção, cada Estado-Membro tem obrigação de
submetê-la à autoridade nacional competente (no Brasil, o Congresso Nacional)
para aprovação;

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 após aprovação, o Governo (Presidente da República) promove a ratificação do
tratado junto à OIT;
 após a ratificação, o Estado-Membro deve promulgar o tratado, ou seja, adotar
medidas legais ou outras que assegurem a aplicação da Convenção em prazos
determinados, incluindo o estabelecimento de sanções apropriadas, mantendo
serviços de inspeção que zelem por seu cumprimento.

Em geral, é prevista consulta prévia às entidades mais representativas de empregadores


e trabalhadores.

VIGÊNCIA
 Internacional: Inicia-se 12 meses após ratificação de uma convenção por dois
Estados-Membros;
 Nacional: A partir de 12 meses após a ratificação pelo Estado-Membro, desde que a
convenção já vigore em âmbito internacional.

VALIDADE
 O prazo de validade de cada ratificação é de 10 anos;
 Ao término da validade, o Estado-Membro pode denunciar a convenção, cessando
sua responsabilidade em relação à mesma 12 meses após;
 Não havendo sido denunciada a convenção até 12 meses do término da validade da
ratificação, renova-se a validade tacitamente por mais 10 anos.

REVISÃO
Uma convenção pode ser objeto de revisão. A ratificação por um Estado-Membro da
convenção revisora implicará a denúncia imediata da anterior, que deixará de estar aberta à
ratificação, embora continue vigorando em relação aos países que a ratificaram e deixaram de
aderir ao instrumento de revisão.

ÁREA DE APLICAÇÃO

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A abrangência de cada convenção é definida em seu texto, havendo, porém, em algumas
convenções, possibilidade de exclusão total ou parcial de ramos da atividade econômica,
empresas ou produtos, ou mesmo a exclusão de aplicação de parte da convenção em todo o
território nacional, a critério da autoridade nacional competente, após consulta às organizações
representativas de empregadores e trabalhadores (BRASIL/OIT, 2002).
 Convenção nº 184 – Segurança e Saúde na Agricultura, 2001
 Convenção nº 182 – Piores Formas de Trabalho Infantil e a Ação Imediata para sua
Eliminação, 1999
 Convenção nº 176 – Segurança e Saúde na Mineração, 1995
 Convenção nº 174 – Prevenção de Acidentes Industriais Maiores, 1993
 Convenção nº 170 – Segurança na Utilização de Produtos Químicos, 1990
 Convenção nº 167 – Segurança e Saúde na Construção, 1988
 Convenção nº 162 – Prevenção e Controle do Asbesto, 1986
 Convenção nº 161 – Serviços de Saúde no Trabalho, 1985
 Convenção nº 155 – Segurança e Saúde dos Trabalhadores, 1981
 Convenção nº 152 – Segurança e Higiene no Trabalho Portuário, 1979
 Convenção nº 148 – Meio Ambiente de Trabalho (Contaminação do Ar, Ruído e
Vibrações), 1977
 Convenção nº 139 – Câncer Profissional, 1974
 Convenção nº 136 – Benzeno, 1971
 Convenção nº 127 – Peso Máximo, 1967
 Convenção nº 124 – Exame Médico dos Menores na Mineração Subterrânea, 1965
 Convenção nº 120 – Higiene no Comércio e Escritórios,1964
 Convenção nº 115 – Proteção Contra Radiações, 1960
 Convenção nº 113 – Exame Médico de Pescadores, 1959
 Convenção nº 103 – Proteção à Maternidade (Revisada),1952
 Convenção nº 81 – Inspeção do Trabalho, 1947
 Convenção nº 45 – Trabalho Subterrâneo de Mulheres,1935
 Convenção nº 42 – Indenização de Trabalhadores por Doenças Ocupacionais
(Revisada), 1934

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 Convenção nº 16 – Exame Médico de Menores no Trabalho Marítimo, 1921
 Convenção nº 12 – Indenização por Acidente do Trabalho na Agricultura, 1921

As recomendações da OIT podem ser lidas na íntegra no seguinte endereço:


<http://www.oitbrasil.org.br/content/recommendations>.

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NORMAS TÉCNICAS, PORTARIAS NORMATIVAS, NORMAS
NACIONAIS, ESTRANGEIRAS E INTERNACIONAIS

No Brasil, as Normas Regulamentadoras, também conhecidas como NRs,


regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à
segurança e medicina do trabalho no Brasil. São as Normas Regulamentadoras do Capítulo V,
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), relativas à Segurança e Medicina do
Trabalho, foram aprovadas pela Portaria N.° 3.214, 08 de junho de 1978. São de observância
obrigatória por todas as empresas brasileiras regidas pela CLT.
São elaboradas e modificadas por comissões tripartites específicas compostas por
representantes do governo, empregadores e empregados. Ao longo do todo o curso elas foram
citadas direta ou indiretamente.
As normas internacionais foram citadas anteriormente. Elas estão em forma de
Convenção estabelecidas pela OIT.
As portarias mais importantes são as seguintes:
PORTARIA MTB Nº 3.214, DE 08 DE JUNHO DE 1978 - Aprova as Normas
Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do
Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho.
PORTARIA 3.275 de 21 de Setembro de 1989 - Sobre as atividades do Técnico de
Segurança do Trabalho.
PORTARIA Nº 777/GM Em 28 de abril de 2004 - Dispõe sobre os procedimentos
técnicos para a notificação compulsória de agravos à saúde do trabalhador em rede
de serviços sentinela específica, no Sistema Único de Saúde.
PORTARIA Nº 5, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2006 - Inclui doenças na relação
nacional de notificação compulsória, define doenças de notificação imediata,
relação dos resultados laboratoriais que devem ser notificados pelos Laboratórios
de Referência Nacional ou Regional e normas para notificação de casos.
PORTARIA 262 de 29 de maio de 2008 - Novos procedimentos para emissão do
Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho.

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PORTARIA N.º 76, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2008 - Grau de Risco - Altera o
Quadro I da Norma Regulamentadora Nº 4.
PORTARIA N.º 84, DE 04 DE MARÇO DE 2009 - SIT - SECRETARIA DE
INSPEÇÃO DO TRABALHO - Altera a redação do item 1.7 da Norma
Regulamentadora n.º 1.
PORTARIA N.º 32, DE 8 DE JANEIRO DE 2009, Disciplina a avaliação de
conformidade dos Equipamentos de Proteção Individual e dá outras providências.

AS NORMAS REGULAMENTADORAS
De acordo com a Portaria Nº 3.214/78, SSST - Secretaria de Segurança e Saúde no
Trabalho, atualmente, DSST - Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério
do Trabalho e Emprego, temos as seguintes normas regulamentadoras:

NR1 - Disposições Gerais


Determina que as normas regulamentadoras, relativas à segurança e medicina do
trabalho, obrigatoriamente, deverão ser cumpridas por todas as empresas privadas e públicas,
desde que possuam empregados celetistas.
Determina, também, que o Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho é o órgão
competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar todas as atividades inerentes.
Dá competência às DRTs regionais, determina as responsabilidades do empregador e a
responsabilidade dos empregados.

NR2 - Inspeção Prévia


Determina que todo estabelecimento novo deverá solicitar aprovação de suas
instalações ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego, que emitirá o CAI -
Certificado de Aprovação de Instalações, por meio de modelo pré-estabelecido.

NR3 - Embargo ou Interdição


A DRT poderá interditar/embargar o estabelecimento, as máquinas, setor de serviços se
os mesmos demonstrarem grave e iminente risco para o trabalhador, mediante laudo técnico,

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e/ou exigir providências a serem adotadas para prevenção de acidentes do trabalho e doenças
profissionais.
Caso haja interdição ou embargo em um determinado setor, os empregados receberão os
salários como se estivessem trabalhando.

NR4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho -


SESMT
A implantação do SESMT depende da gradação do risco da atividade principal da
empresa (Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE) e do número total de
empregados do estabelecimento. Dependendo desses elementos o SESMT deverá ser composto
por um Engenheiro de Segurança do Trabalho, um Médico do Trabalho, Enfermeiro do
Trabalho, Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, todos
empregados da empresa.
Atualmente, esta Norma está sendo revista pela Comissão Tripartite Paritária
Permanente. A nova NR4 - Sistema Integrado de Prevenção de Riscos do Trabalho, pela Portaria
nº 10, de 6 de abril de 2000. As novidades são os serviços terceirizados, o SEST próprio, o SEST
coletivo e a obrigatoriedade de todo estabelecimento, mesmo com um empregado, ser obrigado a
participar do programa.

NR5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


Todas as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, instituições
beneficentes, cooperativas, clubes, desde que possuam empregados celetistas, dependendo do
grau de risco da empresa e do número mínimo de 20 empregados são obrigadas a manter a
CIPA. Este dimensionamento depende da Classificação Nacional de Atividades Econômicas -
CNAE, que remete a outra listagem de número de empregados.
Seu objetivo é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, tornando
compatível o trabalho com a preservação da saúde do trabalhador.
A CIPA é composta de um representante da empresa - Presidente (designado) e
representantes dos empregados, eleitos em escrutínio secreto, com mandato de um ano e direito a
uma reeleição e mais um ano de estabilidade.

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NR6 - Equipamentos de Proteção Individual - EPIs
As empresas são obrigadas a fornecer aos seus empregados equipamentos de proteção
individual, destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.
Todo equipamento deve ter o CA - Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho
e Emprego e a empresa que importa EPIs também deverá ser registrada junto ao Departamento
de Segurança e Saúde do Trabalho, existindo para esse fim todo um processo administrativo.

NR7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO


Trata dos exames médicos obrigatórios para as empresas.
São eles exame admissional, exame periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de
função, demissional e exames complementares, dependendo do grau de risco da empresa, ou
empresas que trabalhem com agentes químicos, ruídos, radiações ionizantes, benzeno, etc., à
critério do médico do trabalho e dependendo dos quadros na própria NR7 , bem como, na NR15,
existirão exames específicos para cada risco que o trabalho possa gerar.

NR8 - Edificações
Esta norma define os parâmetros para as edificações, observando-se a proteção contra a
chuva, insolação excessiva ou falta de insolação. Deve-se observar as legislações pertinentes nos
níveis federal, estadual e municipal.

NR9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA


Esta norma objetiva a preservação da saúde e integridade do trabalhador, através da
antecipação, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes, ou que venham a existir no
ambiente de trabalho, tendo em vista a proteção ao MEIO AMBIENTE e RECURSOS
NATURAIS.
Leva-se em conta os Agentes físicos, químicos e biológicos. Além desses agentes,
destacamos também, os Riscos Ergonômicos e os Riscos Mecânicos.
É importante manter esses dados no PPRA, a fim de as empresas não sofrerem ações de
natureza civil por danos causados ao trabalhador, mantendo-se atualizados os Laudos Técnicos e
o Perfil Profissiográfico Previdenciário.

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NR10 - Instalações e Serviços de Eletricidade
Trata das condições mínimas para garantir a segurança daqueles que trabalham em
instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação,
manutenção, reforma e ampliação, incluindo terceiros e usuários. Esta Norma encontra-se sob
consulta pública para a sua revisão.

NR11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais


Destina-se a Operação de Elevadores, Guindastes, Transportadores Industriais e
Máquinas Transportadoras.

NR12 - Máquinas e Equipamentos


Determina as instalações e áreas de trabalho; distâncias mínimas entre as máquinas e os
equipamentos; dispositivos de acionamento, partida e parada das máquinas e equipamentos.
Contém Anexos para o uso de Motoserras, Cilindros de Massa, etc.
No Estado de São Paulo, as empresas devem observar a Convenção Coletiva para
Melhoria das Condições de Trabalho em Prensas e Equipamentos Similares, Injetoras de
Plásticos e Tratamento Galvânico de Superfícies nas Indústrias Metalúrgicas no Estado de São
Paulo, assinada em 29.11.02, em vigência a partir de 28.01.03.

NR13 - Caldeiras e Vasos de Pressão


É de competência do engenheiro especializado nas atividades referentes a projeto de
construção, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de
caldeiras e vasos de pressão.
Norma que exige treinamento específico para os seus operadores, contendo várias
classificações e categorias, nas especialidades, devido, principalmente, ao seu elevado grau de
risco.

NR14 - Fornos
Define os parâmetros para a instalação de fornos; cuidados com gases, chamas, líquidos.
Deve-se observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.

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NR15 - Atividades e Operações Insalubres
Considerada atividade insalubre, a exemplo da NR16 - Atividades Perigosas, quando
ocorre além dos limites de tolerância, isto é intensidade, natureza e tempo de exposição ao
agente, que não causará dano a saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
As atividades insalubres estão contidas nos anexos da Norma e são considerados os
agentes: Ruído contínuo ou permanente; Ruído de Impacto; Tolerância para Exposição ao Calor;
Radiações Ionizantes; Agentes Químicos e Poeiras Minerais.
Tanto a NR15 quanto a NR16 dependem de perícia, a cargo do médico ou do
engenheiro do trabalho, devidamente credenciado junto ao Ministério do Trabalho e Emprego.

NR16 - Atividades e Operações Perigosas


Também considerada quando ocorre além dos limites de tolerância.
São as atividades perigosas aquelas ligadas a Explosivos, Inflamáveis e Energia
Elétrica.

NR17 - Ergonomia
Esta norma estabelece os parâmetros que permitam a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas, máquinas, ambiente, comunicações dos elementos
do sistema, informações, processamento, tomada de decisões, organização e consequências do
trabalho.
Observe-se que as LER - Lesões por Esforços Repetitivos, hoje denominada DORT -
Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho constituem o principal grupo de problemas à
saúde, reconhecidos pela sua relação laboral. O termo DORT é muito mais abrangente que o
termo LER, constante hoje das relações de doenças profissionais da Previdência.

NR18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – PCMAT


O PCMAT é o PPRA da Construção civil. Resume-se no elenco de providências a
serem executadas, em função do cronograma de uma obra, levando-se em conta os riscos de
acidentes e doenças do trabalho e as suas respectivas medidas de segurança.

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NR19 - Explosivos
Determina parâmetros para o depósito, manuseio e armazenagem de explosivos.

NR20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis


Define os parâmetros para o armazenamento de combustíveis e inflamáveis.

NR21 - Trabalho a céu aberto


Define o tipo de proteção aos trabalhadores que trabalham sem abrigo, contra
intempéries (insolação, condições sanitárias, água, etc.).

NR22 - Trabalhos subterrâneos


Destina-se aos trabalhos em minerações subterrâneas ou a céu aberto, garimpos,
beneficiamento de minerais e pesquisa mineral.
Nesses trabalhos é necessário ter um médico especialista em condições hiperbáricas.
Esta atividade possui várias outras legislações complementares.

NR23 - Proteção contra Incêndios


Todas as empresas devem possuir proteção contra incêndio; saídas para retirada de
pessoal em serviço e/ ou público; pessoal treinado e equipamentos. As empresas devem observar
as normas do Corpo de Bombeiros sobre o assunto.

NR24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais do Trabalho


Todo estabelecimento deve atender as denominações desta norma, que o próprio nome
contempla. E, cabe a CIPA e/ou ao SESMT, se houver, a observância desta norma. Deve-se
observar, também, nas Convenções Coletivas de Trabalho de sua categoria se existe algum item
sobre o assunto.

NR25 - Resíduos Industriais

Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 49
Trata da eliminação dos resíduos gasosos, sólidos, líquidos de alta toxidade,
periculosidade, risco biológico, radioativo, a exemplo do césio em Goiás. Remete às disposições
contidas na NR15 e legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.

NR26 - Sinalização de Segurança


Determina as cores na segurança do trabalho como forma de prevenção evitando a
distração, confusão e fadiga do trabalhador, bem como cuidados especiais quanto a produtos e
locais perigosos.

NR27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança no Ministério do Trabalho e


Emprego
Todo técnico de segurança deve ser portador de certificado de conclusão do 2º grau de
Técnico de Segurança e Saúde no Trabalho, com currículo do Ministério do Trabalho e
Emprego, devidamente registrado através das DRTs regionais.

NR28 - Fiscalização e Penalidades


Toda norma regulamentadora possui uma gradação de multas, para cada item das
normas. Estas gradações são divididas por número de empregados, risco na segurança e risco em
medicina do trabalho.
O agente da fiscalização, baseado em critérios técnicos, autua o estabelecimento, faz a
notificação, concede prazo para a regularização e/ou defesa.
Quando constatar situações graves e/ou iminentes ao risco à saúde e à integridade física
do trabalhador propõe à autoridade regional a imediata interdição do estabelecimento.

NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário


Esta NR regulariza a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais,
alcançando as melhores condições possíveis de segurança e saúde dos trabalhadores que exerçam
atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias,
situadas dentro ou fora da área do porto organizado.

Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 50
NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
Esta norma aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira
nacional, bem como às de bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na Convenção n.º 147 da
Organização Internacional do Trabalho - Normas Mínimas para Marinha Mercante, utilizados no
transporte de mercadorias ou de passageiros, inclusive naquelas utilizadas na prestação de
serviços, seja na navegação marítima de longo curso, na de cabotagem, na navegação interior, de
apoio marítimo e portuário, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em
deslocamento.

NR 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura,


Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
Esta NR tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e
no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das
atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a
segurança e saúde e meio ambiente do trabalho.
Para fins de aplicação desta NR considera-se atividade agro-econômica, aquelas que
operando na transformação do produto agrário, não altere a sua natureza, retirando-lhe a
condição de matéria prima.

NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde


Esta NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de
medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como
daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
Para fins de aplicação desta NR, entende-se como serviços de saúde qualquer edificação
destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção,
recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade.
A responsabilidade é solidária entre contratante e contratado quanto ao cumprimento da
NR 32. A conscientização e colaboração de todos é muito importante para prevenção de
acidentes na área da saúde.

Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 51
As atividades relacionadas aos serviços de saúde são aquelas que, no entendimento do
legislador, apresentam maior risco devido à possibilidade de contato com micro-organismos
encontrados nos ambientes e equipamentos utilizados no exercício do trabalho, com potencial de
provocar doenças nos trabalhadores.
Os trabalhadores diretamente envolvidos com este agentes são: médicos, enfermeiros,
auxiliares e técnicos de enfermagem, atendentes de ambulatórios e hospitais, dentistas,limpeza e
manutenção de equipamentos hospitalar, motoristas de ambulância, entre outros envolvidos em
serviços de saúde.

NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados


Esta NR tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de
espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos
existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores e que
interagem direta ou indiretamente neste espaços.
Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana
contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente
para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação


Naval
Esta NR trata de nove procedimentos de trabalhos executados em estaleiros: trabalho a
quente; montagem e desmontagem de andaimes; pintura; jateamento e hidrojateamento;
movimentação de cargas; instalações elétricas provisórias; trabalhos em altura; utilização de
radionuclídeos e gamagrafia; e máquinas portáteis rotativas.
Esta NR tem por finalidade estabelecer os vários requisitos mínimos e as medidas de
proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de
construção e reparação naval.

NR 35 - Trabalho em Altura

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A NR-35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em
altura, como o planejamento, a organização e a execução, a fim de garantir a segurança e a saúde
dos trabalhadores com atividades executadas acima de dois metros do nível inferior, onde haja
risco de queda.

NR (ainda não aprovada) - Norma Regulamentadora sobre Abate e Processamento de


Carnes e Derivados
Disponibiliza para consulta pública o texto técnico básico de criação da Norma
Regulamentadora sobre Abate e Processamento de Carnes e Derivados pela Portaria N.º 273 de
16 de agosto de 2011.

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TÉCNICAS DO PREPARO DE NORMAS, INSTRUÇÕES E ORDENS DE
SERVIÇO. IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE NORMAS TÉCNICAS
INTERNAS PARA A ENGENHARIA DE SEGURANÇA

Os objetivos da normalização, segundo ABNT são:


a) SIMPLIFICAÇÃO - Redução da crescente variedade de procedimentos e tipos de
produtos;
b) COMUNICAÇÃO - Proporciona meios mais eficientes para a troca de informação
entre o fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das relações comerciais
e de serviços;
c) ECONOMIA - Visa a economia global, tanto do lado do produtor quanto do
consumidor;
d) SEGURANÇA - A proteção da vida humana e da saúde é considerada um dos
principais objetivos da normalização;
e) PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR - A norma traz à comunidade a possibilidade de
aferir a qualidade dos produtos;
f) ELIMINAÇÃO DAS BARREIRAS COMERCIAIS - A normalização evita a
existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes
países, facilitando assim o intercâmbio comercial.

Os benefícios da normalização podem ser divididos em qualitativos e quantitativos,


como seguem:
Qualitativos Quantitativos
Utiliza adequadamente os recursos Reduz o consumo e o desperdício (gestão de
(equipamentos, materiais e mão-de-obra); materiais);
Disciplina a produção e as atividades, Especifica matérias-primas;
uniformizando o trabalho; Padroniza componentes e equipamentos;
Facilita o treinamento e melhora o nível Reduz as variedades de produtos;

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técnico da mão-de-obra; Fornece procedimentos para cálculos e
Registra o conhecimento tecnológico; projetos;
Facilita a contratação ou venda de Aumenta a produtividade;
tecnologia. Melhora a qualidade de produtos e serviços;
Controla produtos e processos.

Particularmente na área de Segurança do Trabalho, as normas técnicas são de


fundamental importância, pois além de estabelecerem as condições técnicas mínimas de
qualidade, todas as atividades estão relacionadas à melhoria da qualidade dos produtos e serviços
prestados, buscando o aprimoramento das condições de segurança dos edifícios e demais locais
e, consequentemente, de seus ocupantes.

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ANEXO

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 6.514, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1977.

Altera o Capítulo V do Titulo II da Consolidação das


Leis do Trabalho, relativo a segurança e medicina do
trabalho e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:

Art . 1º - O Capítulo V do Titulo II da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com a seguinte redação:

"CAPÍTULO V

DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art . 154 - A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capitulo, não desobriga as empresas do
cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou
regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como
daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.

Art . 155- Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho:

I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos deste Capítulo,
especialmente os referidos no art. 200;

II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades relacionadas com a segurança
e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes
do Trabalho;

III - conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados
Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina do trabalho.

Art . 156 - Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição:

I - promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho;

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II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo, determinando as obras e
reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias;

III - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo, nos termos do art.
201.

Art . 157 - Cabe às empresas:

I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;

II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes
do trabalho ou doenças ocupacionais;

III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente;

IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

Art . 158 - Cabe aos empregados:

I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo
anterior;

Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo.

Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:

a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior;

b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.

Art . 159 - Mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, poderão ser delegadas a outros órgãos federais,
estaduais ou municipais atribuições de fiscalização ou orientação às empresas quanto ao cumprimento das
disposições constantes deste Capítulo.

SEÇÃO II

Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição,

Art . 160 - Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas
instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho.

§ 1º - Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas instalações, inclusive
equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar, prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho.

§ 2º - É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do Trabalho, dos projetos de
construção e respectivas instalações.

Art . 161 - O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e
iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou

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embargar obra, indicando na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão
ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho.

§ 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas determinadas pelo Delegado
Regional do Trabalho.

§ 2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da Delegacia Regional do Trabalho
e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical.

§ 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer, no prazo de 10 (dez) dias,
para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado
dar efeito suspensivo ao recurso.

§ 4º - Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após determinada a interdição ou
embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de
máquina ou equipamento, ou o prosseguimento de obra, se, em conseqüência, resultarem danos a terceiros.

§ 5º - O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo técnico do serviço


competente, poderá levantar a interdição.

§ 6º - Durante a paralização dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os empregados receberão os


salários como se estivessem em efetivo exercício.

SEÇÃO III

Dos Orgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas

Art . 162 - As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a
manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho.

Parágrafo único - As normas a que se refere este artigo estabelecerão:

a) classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas atividades;

b) o numero mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se
classifique, na forma da alínea anterior;

c) a qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de trabalho;

d) as demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho, nas
empresas.

Art . 163 - Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade
com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas.

Parágrafo único - O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento das


CIPA (s).

Art . 164 - Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo com os critérios
que vierem a ser adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único do artigo anterior.

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§ 1º - Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados.

§ 2º - Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual
participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados.

§ 3º - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida uma reeleição.

§ 4º - O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro suplente que, durante o seu mandato, tenha
participado de menos da metade do número de reuniões da CIPA.

§ 5º - O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente da CIPA e os empregados


elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente.

Art . 165 - Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária,
entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.

Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho,
comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o
empregado.

SEÇÃO IV

Do Equipamento de Proteção Individual

Art . 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual
adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não
ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.

Art . 167 - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de
Aprovação do Ministério do Trabalho.

SEÇÃO V

Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho

Art . 168 - Será obrigatório o exame médico do empregado, por conta do empregador.

§ 1º - Por ocasião da admissão, o exame médico obrigatório compreenderá investigação clínica e, nas localidades em
que houver, abreugrafia.

§ 2º - Em decorrência da investigação clínica ou da abreugrafia, outros exames complementares poderão ser


exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado para a função que
deva exercer.

§ 3º - O exame médico será renovado, de seis em seis meses, nas atividades e operações insalubres e, anualmente,
nos demais casos. A abreugrafia será repetida a cada dois anos.

§ 4º - O mesmo exame médico de que trata o § 1º será obrigatório por ocasião da cessação do contrato de trabalho,
nas atividades, a serem discriminadas pelo Ministério do Trabalho, desde que o último exame tenha sido realizado
há mais de 90 (noventa) dias.

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§ 5º - Todo estabelecimento deve estar equipado com material necessário à prestação de primeiros socorros médicos.

Art . 169 - Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições
especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo
Ministério do Trabalho.

SEÇÃO VI

Das Edificações

Art . 170 - As edificações deverão obedecer aos requisitos técnicos que garantam perfeita segurança aos que nelas
trabalhem.

Art . 171 - Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, 3 (três) metros de pé-direito, assim considerada a altura
livre do piso ao teto.

Parágrafo único - Poderá ser reduzido esse mínimo desde que atendidas as condições de iluminação e conforto
térmico compatíveis com a natureza do trabalho, sujeitando-se tal redução ao controle do órgão competente em
matéria de segurança e medicina do trabalho.

Art . 172 - 0s pisos dos locais de trabalho não deverão apresentar saliências nem depressões que prejudiquem a
circulação de pessoas ou a movimentação de materiais.

Art . 173 - As aberturas nos pisos e paredes serão protegidas de forma que impeçam a queda de pessoas ou de
objetos.

Art . 174 - As paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas, pisos, corredores, coberturas e passagens dos locais de
trabalho deverão obedecer às condições de segurança e de higiene do trabalho estabelecidas pelo Ministério do
Trabalho e manter-se em perfeito estado de conservação e limpeza.

SEÇÃO VII

Da Iluminação

Art . 175 - Em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural ou artificial, apropriada à
natureza da atividade.

§ 1º - A iluminação deverá ser uniformemente distribuída, geral e difusa, a fim de evitar ofuscamento, reflexos
incômodos, sombras e contrastes excessivos.

§ 2º - O Ministério do Trabalho estabelecerá os níveis mínimos de iluminamento a serem observados.

SEÇÃO VIII

Do Conforto Térmico

Art . 176 - Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o serviço realizado.

Parágrafo único - A ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não preencha as condições de conforto
térmico.

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Art . 177 - Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude de instalações geradoras de frio ou
de calor, será obrigatório o uso de vestimenta adequada para o trabalho em tais condições ou de capelas, anteparos,
paredes duplas, isolamento térmico e recursos similares, de forma que os empregados fiquem protegidos contra as
radiações térmicas.

Art . 178 - As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser mantidas dentro dos limites fixados
pelo Ministério do Trabalho.

SEÇÃO IX

Das Instalações Elétricas

Art . 179 - O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as medidas especiais a serem
observadas relativamente a instalações elétricas, em qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição ou
consumo de energia.

Art . 180 - Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas.

Art . 181 - Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações elétricas devem estar familiarizados com
os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico.

SEÇÃO X

Da Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Art . 182 - O Ministério do Trabalho estabelecerá normas sobre:

I - as precauções de segurança na movimentação de materiais nos locais de trabalho, os equipamentos a serem


obrigatoriamente utilizados e as condições especiais a que estão sujeitas a operação e a manutenção desses
equipamentos, inclusive exigências de pessoal habilitado;

II - as exigências similares relativas ao manuseio e à armazenagem de materiais, inclusive quanto às condições de


segurança e higiene relativas aos recipientes e locais de armazenagem e os equipamentos de proteção individual;

III - a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida nos equipamentos de transporte, dos avisos de
proibição de fumar e de advertência quanto à natureza perigosa ou nociva à saúde das substâncias em movimentação
ou em depósito, bem como das recomendações de primeiros socorros e de atendinento médico e símbolo de perigo,
segundo padronização internacional, nos rótulos dos materiais ou substâncias armazenados ou transportados.

Parágrafo único - As disposições relativas ao transporte de materiais aplicam-se, também, no que couber, ao
transporte de pessoas nos locais de trabalho.

Art . 183 - As pessoas que trabalharem na movimentação de materiais deverão estar familiarizados com os métodos
raciocinais de levantamento de cargas.

SEÇÃO XI

Das Máquinas e Equipamentos

Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 61
Art . 184 - As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida e parada e outros que se
fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento
acidental.

Parágrafo único - É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e o uso de máquinas e equipamentos que
não atendam ao disposto neste artigo.

Art . 185 - Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser executados com as máquinas paradas, salvo se o
movimento for indispensável à realização do ajuste.

Art . 186 - O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais sobre proteção e medidas de segurança na
operação de máquinas e equipamentos, especialmente quanto à proteção das partes móveis, distância entre estas,
vias de acesso às máquinas e equipamentos de grandes dimensões, emprego de ferramentas, sua adequação e
medidas de proteção exigidas quando motorizadas ou elétricas.

SEÇÃO XII

Das Caldeiras, Fornos e Recipientes sob Pressão

Art . 187 - As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob pressão deverão dispor de válvula e
outros dispositivos de segurança, que evitem seja ultrapassada a pressão interna de trabalho compatível com a sua
resistência.

Parágrafo único - O Ministério do Trabalho expedirá normas complementares quanto à segurança das caldeiras,
fornos e recipientes sob pressão, especialmente quanto ao revestimento interno, à localização, à ventilação dos locais
e outros meios de eliminação de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ou equipamentos
necessários à execução segura das tarefas de cada empregado.

Art . 188 - As caldeiras serão periodicamente submetidas a inspeções de segurança, por engenheiro ou empresa
especializada, inscritos no Ministério do Trabalho, de conformidade com as instruções que, para esse fim, forem
expedidas.

§ 1º - Toda caldeira será acompanhada de "Prontuário", com documentação original do fabricante, abrangendo, no
mínimo: especificação técnica, desenhos, detalhes, provas e testes realizados durante a fabricação e a montagem,
características funcionais e a pressão máxima de trabalho permitida (PMTP), esta última indicada, em local visível,
na própria caldeira.

§ 2º - O proprietário da caldeira deverá organizar, manter atualizado e apresentar, quando exigido pela autoridade
competente, o Registro de Segurança, no qual serão anotadas, sistematicamente, as indicações das provas efetuadas,
inspeções, reparos e quaisquer outras ocorrências.

§ 3º - Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipientes sob pressão deverão ser submetidos à aprovação
prévia do órgão regional competente em matéria de segurança do trabalho.

SEÇÃO XIII

Das Atividades Insalubres ou Perigosas

Art . 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou
métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados
em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

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Art . 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas
sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de
proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes.

Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organismo do trabalhador nas
operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos.

Art . 191- A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:

I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância;

II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente
agressivo a limites de tolerância.

Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a insalubridade, notificar as empresas,
estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo.

Art . 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo
Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte
por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e
mínimo.

Art . 193 - São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente
com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.

§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento)
sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.

Art . 194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do
risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho.

Art . 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério


do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no
Ministério do Trabalho.

§ 1º - É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do
Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou
delimitar as atividades insalubres ou perigosas.

§ 2º - Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo
de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao
órgão competente do Ministério do Trabalho.

§ 3º - O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a
realização ex officio da perícia.

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Art . 196 - Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou periculosidade serão
devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministro do Trabalho,
respeitadas as normas do artigo 11.

Art . 197 - Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos locais de trabalho, quando
perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua composição, recomendações de socorro imediato e o
símbolo de perigo correspondente, segundo a padronização internacional.

Parágrafo único - Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas neste artigo afixarão, nos setores de
trabalho atingidas, avisos ou cartazes, com advertência quanto aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à
saúde.

SEÇÃO XIV

Da Prevenção da Fadiga

Art . 198 - É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover individualmente,
ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher.

Parágrafo único - Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de material feita por impulsão ou
tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do
Trabalho, em tais casos, fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços superiores às suas
forças.

Art . 199 - Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta ao trabalhador, capazes de evitar
posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa exija que trabalhe sentado.

Parágrafo único - Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados terão à sua disposição assentos para
serem utilizados nas pausas que o serviço permitir.

SEÇÃO XV

Das Outras Medidas Especiais de Proteção

Art . 200 - Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às normas de que trata este
Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre:

I - medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual em obras de construção, demolição


ou reparos;

II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos, bem como trânsito e


permanência nas áreas respectivas;

III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto à prevenção de explosões,
incêndios, desmoronamentos e soterramentos, eliminação de poeiras, gases, etc. e facilidades de rápida saída dos
empregados;

IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial
revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra-fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia
geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização;

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V - proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho a céu aberto, com provisão,
quanto a este, de água potável, alojamento profilaxia de endemias;

VI - proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações ionizantes e não ionizantes, ruídos,
vibrações e trepidações ou pressões anormais ao ambiente de trabalho, com especificação das medidas cabíveis para
eliminação ou atenuação desses efeitos limites máximos quanto ao tempo de exposição, à intensidade da ação ou de
seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames médicos obrigatórios, limites de idade controle permanente
dos locais de trabalho e das demais exigências que se façam necessárias;

VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações sanitárias, com separação de
sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários individuais, refeitórios ou condições de conforto por ocasião das
refeições, fornecimento de água potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo de sua execução,
tratamento de resíduos industriais;

VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de perigo.

Parágrafo único - Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos, as normas a que se referem este artigo serão
expedidas de acordo com as resoluções a respeito adotadas pelo órgão técnico.

SEÇÃO XVI

Das Penalidades

Art . 201 - As infrações ao disposto neste Capítulo relativas à medicina do trabalho serão punidas com multa de 3
(três) a 30 (trinta) vezes o valor de referência previsto no artigo 2º, parágrafo único, da Lei nº 6.205, de 29 de abril
de 1975, e as concernentes à segurança do trabalho com multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o mesmo valor.

Parágrafo único - Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, emprego de artifício ou


simulação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada em seu valor máximo."

Art . 2º - A retroação dos efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou


periculosidade, de que trata o artigo 196 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a nova redação dada por esta
Lei, terá como limite a data da vigência desta Lei, enquanto não decorridos 2 (dois) anos da sua vigência.

Art . 3º - As disposições contidas nesta Lei aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, as entidades
ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.

§ 1º - Ao Delegado de Trabalho Marítimo ou ao Delegado Regional do Trabalho, conforme o caso, caberá


promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho em relação ao trabalhador
avulso, adotando as medidas necessárias inclusive as previstas na Seção II, do Capítulo V, do Título II da
Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação que lhe for conferida pela presente Lei.

§ 2º - Os exames de que tratam os §§ 1º e 3º do art. 168 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação
desta Lei, ficarão a cargo do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social - INAMPS, ou dos
serviços médicos das entidades sindicais correspondentes.

Art. 4º - O Ministro do Trabalho relacionará o artigos do Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do
Trabalho, cuja aplicação será fiscalizada exclusivamente por engenheiros de segurança e médicos do trabalho.

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Art . 5º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogados os artigos 202 a 223 da
Consolidação das Leis do Trabalho; a Lei nº 2.573, de 15 de agosto de 1955; o Decreto-lei nº 389, de 26 de
dezembro de 1968 e demais disposições em contrário.

Brasília, em 22 de dezembro de 1977; 156º da Independência e 89º República.

ERNESTO GEISEL

Arnaldo Prieto

Este texto não substitui o publicado no DOU de 2312.1977.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BÁSICAS

FIESP/CIESP. Manual Prático de legislação de segurança e medicina no trabalho. São Paulo:


FIESP/CIESP, 2003.

TAVARES, José Da Cunha; RIBEIRO NETO, João Batista; HOFFMANN, Silvana Carvalho.
Sistemas de Gestão Integrados: qualidade, meio ambiente, responsabilidade social, Segurança e
Saúde no Trabalho. Noções gerais de direito ligadas ao tema “Responsabilidade Acidentária –
Lei n. 8.212 de 24 de julho de 1991. São Paulo: Editora Senac, 2008.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 25
Ago. 2014.

BRASIL. Convenções da OIT. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego/SIT, 2002.


Disponível em: <http://www.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_convencoes_oit.pdf>. Acesso em: 25
Ago. 2014.

BRASIL. DECRETO-LEI N.º 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943. Aprova a Consolidação das Leis
do Trabalho. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>.
Acesso em: 25 Ago. 2014.

BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade


Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências.

BRASIL. Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras - NR -


do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e
Medicina do Trabalho. Disponível em:
<http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm>. Acesso em: 25 Ago.
2014.

CENOFISCO. Centro de Orientação Fiscal. Encargos trabalhistas (2012). Disponível em:


<http://www.empresario.com.br/legislacao/edicoes/2012/1704_encargos_trabalhistas.html>.
Acesso em: 25 Ago. 2014.

GONÇALVES, Marcos Fernandes. Diferença entre benefícios acidentários e previdenciários


(2009). Disponível em: <http://www.juslaboral.net/2009>. Acesso em: 25 Ago. 2014.

GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao Estudo do Direito. 44 ed. Rio de Janeiro: Forense,
2011.

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MATTOS, Ricardo Pereira de. Segurança e saúde no trabalho: legislação. Disponível em:
<http://www.ricardomattos.com/legisla.htm>. Acesso em: 25 Ago. 2014.

OIT. Convenções ratificadas pelo Brasil. Disponível em:


<http://www.oitbrasil.org.br/convention>. Acesso em: 25 Ago. 2014.

SILVA, Reni de Jesus Braz da. A estabilidade acidentária e os contratos de trabalho por prazo
determinado no Brasil. Curitiba: FARESC, 2010.

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