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TÉCNICAS PARA A
SEGURANÇA DO TRABALHO
Caro(a) aluno(a),
Dispensem tempo específico para a leitura deste material, produzido com muita
dedicação pelos Doutores, Mestres e Especialistas que compõem a equipe docente
da Universidade Candido Mendes (UCAM).
Leia com atenção os conteúdos aqui abordados, pois eles nortearão o princípio de
suas ideias, que se iniciam com um intenso processo de reflexão, análise e síntese
dos saberes.
Atenciosamente,
Setor Pedagógico
Caro (a) aluno(a),
Atenciosamente,
Setor Pedagógico
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SUMÁRIO
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ESTRUTURA E RESPONSABILIDADE ......................................................................................................... 35
TREINAMENTO, CONSCIENTIZAÇÃO E COMPETÊNCIA ........................................................................... 35
CONSULTA E COMUNICAÇÃO ................................................................................................................. 36
DOCUMENTAÇÃO ................................................................................................................................... 37
MONITORAÇÃO DO DESEMPENHO ........................................................................................................ 37
A FUNDAMENTAÇÃO LEGAL ACERCA DOS EMBARGOS OU INTERDIÇÕES ................................................. 38
CONVENÇÕES E RECOMENDAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO - OIT ................ 39
RATIFICAÇÃO........................................................................................................................................... 39
VIGÊNCIA................................................................................................................................................. 40
VALIDADE ................................................................................................................................................ 40
REVISÃO .................................................................................................................................................. 40
ÁREA DE APLICAÇÃO ............................................................................................................................... 40
NORMAS TÉCNICAS, PORTARIAS NORMATIVAS, NORMAS NACIONAIS, ESTRANGEIRAS E
INTERNACIONAIS ........................................................................................................................................ 43
AS NORMAS REGULAMENTADORAS ....................................................................................................... 44
TÉCNICAS DO PREPARO DE NORMAS, INSTRUÇÕES E ORDENS DE SERVIÇO. IMPORTÂNCIA DA
UTILIZAÇÃO DE NORMAS TÉCNICAS INTERNAS PARA A ENGENHARIA DE SEGURANÇA ............................ 54
ANEXO ......................................................................................................................................................... 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................... 67
REFERÊNCIAS BÁSICAS ............................................................................................................................ 67
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES .......................................................................................................... 67
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LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS PARA A SEGURANÇA DO
TRABALHO
INTRODUÇÃO
Para a elaboração desse Guia de Estudos foram pesquisadas, além das Leis e Normas, as
recentes publicações acadêmicas que tratam do tema e os principais estudos desenvolvidos nesta
área, em revistas científicas de renome.
Isto porque, este tipo de estudo tem sido produzido em um conjunto significativo de
pesquisas visando o Estado da Arte ou Estado do Conhecimento que, de caráter bibliográfico,
elas trazem em comum o desafio de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em
diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo
destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições
têm sido produzidas certas Dissertações de Mestrado, Teses de Doutorado, publicações em
periódicos e comunicações em anais de congressos e de seminários.
Também são reconhecidas por realizarem uma metodologia de caráter inventariante e
descritivo da produção acadêmica e científica, acerca do tema que se busca investigar, à luz de
categorias e facetas que se caracterizam, enquanto tais, em cada trabalho e no conjunto deles, sob
os quais o fenômeno, tema ou assunto, passa a ser analisado.
Nesse sentido, temos que o Estado da Arte ou Estado do Conhecimento é o nível mais
alto de desenvolvimento, seja de um aparelho, de uma técnica ou de uma área científica,
alcançado em um tempo definido, ou seja, o Estado da arte ou Estado do Conhecimento indica,
portanto, o ponto em que o produto em questão deixa de ser um projeto técnico para se tornar
uma obra-prima.
Ao contrário do que se pensa, por conta da palavra 'arte' inserida, o termo foi originado
por tecnólogos e, seu primeiro uso documentado foi em 1910, em um manual de Engenharia, de
Henry Harrison Suplee (1856 - depois de 1943), intitulado Gas Turbine: progress in the design
and construction of turbines operated by gases of combustion. Há uma passagem no livro, onde
se lê: "In the present state of the art this is all that can be done" ('No atual Estado da arte, isto é
tudo o que pode ser feito').
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Também podemos encontrar a expressão "Estado da arte" na composição de Teses e
Dissertações acadêmicas, seja como parte da introdução ou no capítulo seguinte, que se destina a
documentar o que está a ser feito atualmente no campo ou tema em estudo. Este capítulo é
fundamental para explicar os acréscimos da tese ao estado de conhecimento atual.
No entanto é também frequente o uso da expressão "Estado da arte" em relatórios
técnicos, para referir-se ao estágio atual de um trabalho em andamento. Por exemplo: "O estado
da arte do projeto é o seguinte: [...]". Este é um uso incorreto da expressão, que poderia ser
substituída por "estado atual" ou simplesmente "estado do projeto".
A origem da expressão está, possivelmente, no Livro I da Metafísica, onde Aristóteles
discorre sobre o conhecimento e expõe as noções de έμπειρία (translit. empeiría) e de τέχνη
(téchne), isto é, 'experiência' e 'arte', referindo-se à experiência como o conhecimento dos
singulares, e à arte, como o conhecimento dos universais. Aristóteles julga haver mais saber e
conhecimento na arte do que na experiência, considerando os homens de arte mais sábios que os
empíricos. Isto porque, os primeiros conhecem a causa, e os outros não, ou seja, enquanto os
empíricos sabem o "quê", mas não o "porquê", os homens de arte sabem o "porquê" e a causa.
Assim, a verdadeira Ciência é, para Aristóteles, a que resulta do conhecimento teorético,
especulativo, não prático, cujo objeto é o saber das causas ou da razão de ser.
Não obstante, a expressão estado da técnica é usada alternativamente a 'estado da arte'.
No contexto da concessão de patente europeia, o estado da técnica (ou estado da arte) integra os
critérios para avaliar inovações, com vistas à concessão de patentes. Segundo a Convenção sobre
a Patente Europeia (EPC 1973) "uma invenção é considerada nova se não estiver incluída no
estado da técnica" (ou estado da arte), sendo que o estado da técnica constitui-se de tudo o que já
era acessível ao público, antes da data de depósito do pedido de patente europeia.
Assim, sobre esse tipo de investigação, Cachapuz destaca:
A primeira orientação é de índole epistemológica e diz respeito à necessidade de
desenvolver estudos de sistematização da pesquisa já desenvolvida. No fundo,
corresponde a melhor precisar o estado da arte. Trata-se de levar a cabo os estudos
transversais de índole meta-analítica que permitam responder, ainda que tentativamente,
a questões como: Quais as perspectivas de pesquisa que são dominantes (acadêmica...)?
quais os estudos teóricos de referência? Quais as linhas de pesquisa dominantes? Tais
estudos são raros... (CACHAPUZ, 2008).
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melhores autoridades brasileiras e estrangeiras sobre o assunto. Dessa forma, tomamos
conhecimento sobre as pesquisas que estão sendo desenvolvidas pela Academia (quando falamos
da academia, falamos de Universidades, Centros de Pesquisa, Faculdades, Institutos acadêmicos,
Associações nacionais e órgãos de fomento da pesquisa, etc), bem como, aquelas desenvolvidas
recentemente e, para onde vai o Estado da Arte (ou seja, o rumo das pesquisas e do
conhecimento produzido) do tema desenvolvido neste curso.
Isto porque, as pesquisas sobre “estado da arte”, em diferentes campos, em geral, tratam
de sistematizar o conhecimento acumulado, de forma atualizada, ou seja, de apresentar um
retrato atualizado da área:
Definidas como de caráter bibliográfico, elas parecem trazer em comum o desafio de
mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do
conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e
privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições têm
sido produzidas certas dissertações de mestrado, teses de doutorado, publicações em
periódicos e comunicações em anais de congressos e de seminários. (FERREIRA,
2002).
Para tanto, nossa equipe pesquisou as publicações recentes e, entre elas, privilegiamos
aquelas mais abrangentes e diversificadas, bem como, privilegiamos os Artigos Científicos por
conta do tamanho e da abrangência, haja vista que, Dissertações e Teses são muito extensas para
um Guia de Estudos. Contudo, sugerimos a leitura das mesmas para conhecimento,
aprofundamento e escolha de uma linha de pesquisa para possíveis futuros estudos, visando um
Mestrado ou um doutoramento.
Enfim, esperamos que você faça uma leitura proveitosa, esclarecedora e aprofundada
dos textos disponibilizados neste Guia de Estudos, desejando uma carreira vitoriosa seja na
atuação profissional, seja em estudos acadêmicos sequenciais.
Isto porque, a Saúde e Segurança do Trabalho é matéria constitucional, regulamentada e
normalizada.
A Constituição Federal, em seu Capítulo II (Dos Direitos Sociais), artigo 6º e artigo 7º,
incisos XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, dispõem, especificamente, sobre segurança e saúde dos
trabalhadores.
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
[...]
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XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos
termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e
de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos [...].
Igualmente a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT - dedica o seu Capítulo V à
Segurança e Medicina do Trabalho, de acordo com a redação dada pela Lei 6.514, de 22 de
dezembro de 1977.
O Ministério do Trabalho, por intermédio da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978,
aprovou as Normas Regulamentadoras - NR - previstas no Capítulo V da CLT. Esta mesma
Portaria estabeleceu que as alterações posteriores das NR seriam determinadas pela Secretaria de
Segurança e Saúde do Trabalho, órgão do atual Ministério do Trabalho e Emprego.
A segurança do trabalho rural tem regulamentação específica através da Lei nº 5.889, de
5 de junho de 1973, cujas Normas Regulamentadoras Rurais - NRR - foram aprovadas pela
Portaria nº 3.067, de 12 de abril de 1988. Há pouco tempo essa portaria foi revogada e a
regulamentação do trabalho rural está concentrada em uma norma regulamentadora específica,
que é a NR-31.
Incorporam-se às leis brasileiras, as Convenções da OIT - Organização Internacional do
Trabalho, quando promulgadas por Decretos Presidenciais. As Convenções Internacionais são
promulgadas após submetidas e aprovadas pelo Congresso Nacional.
Além dessa legislação básica, há um conjunto de Leis, Decretos, Portarias e Instruções
Normativas que complementam o ordenamento jurídico dessa matéria.
Além disso, há a legislação acidentária, pertinente à área da Previdência Social. Aqui se
estabelecem os critérios das aposentadorias especiais, do seguro de acidente do trabalho,
indenizações e reparações.
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Completando essa extensa legislação, devemos lembrar que a ocorrência dos acidentes
(lesões imediatas ou doenças do trabalho) pode dar origem a ações civis e penais, concorrendo
com as ações trabalhistas e previdenciárias (MATTOS, 2012).
Veremos então neste último módulo básico, a legislação, as convenções, as portarias
normativas e outros dispositivos legais que fornecem o suporte legal para que o Engenheiro de
Segurança do Trabalho atue de maneira hábil, justa e competente no desenvolvimento de sua
profissão.
Esperamos que apreciem o material e busquem, nas referências anotadas ao final da
apostila, subsídios para sanar possíveis lacunas que possam surgir ao longo dos seus estudos.
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LEGISLAÇÃO E HIERARQUIA: Constituição, Lei, Decreto, Portaria,
Legislação Federal, Estadual, Municipal
Essa hierarquia das fontes formais, ou seja, das normas do direito positivo significa que
o juiz, ao ter de decidir um caso, só deve aplicar uma fonte quando não existir outra
imediatamente superior (GUSMÃO, 2011).
A CONSTITUIÇÃO
A Constituição é a pedra angular de toda a ordem jurídica estatal, fonte de validade de
todo o direito do Estado, estabelecedora do processo de criação do direito estatal. Está acima de
qualquer lei, sendo, por isso, a lei suprema. É a fonte principal do direito do Estado, a lei
fundamental, à qual devem adaptar-se todas as demais leis, pois se com ela conflitarem são
inconstitucionais.
A Constituição é expressão do poder constituinte que detém a sociedade política
(Estado). Como lei fundamental, organiza e estrutura o Estado e o governo, bem como prescreve
os direitos individuais, que devem ser respeitados pelo poder público, prevendo para tal fim
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procedimentos eficazes, aptos a garanti-los, como o habeas corpus, para a defesa da liberdade, ou
o mandado de segurança, para a proteção de direito líquido e certo.
A Constituição, por isso, é lei de organização do Estado e lei de garantias. É, repetindo,
a lei das leis que estrutura e organiza o Estado e o governo, dando-lhes forma jurídica,
estabelecendo as suas funções e os seus limites, bem como prescreve os direitos individuais e os
procedimentos aptos a defendê-los. Enuncia os princípios fundamentais a serem observados pela
legislação. Transforma o Estado em Estado constitucional; pode sofrer modificações através de
emendas constitucionais, que não podem alterá-la substancialmente, por decorrerem do poder de
reforma, que é limitado, derivado do poder constituinte.
A LEI
A lei é a principal fonte do direito moderno. Historicamente, (promovendo breve
retrospectiva) a primeira legislação que se tem notícia é o Código de Hamurabi, que depois se
apurou não ser o mais antigo, mas o mais completo que se conhece. Depois, entre os romanos, a
Lei das XII Tábuas, e o corpus iuris civilis (§ 164). Anteriormente a ela predominou o costume.
E entre nós e em países que optaram pela codificação, como, por exemplo, a França, a Itália, a
Alemanha, Portugal, a Espanha etc., e toda a América Latina, não há outra acima dela. É a
principal fonte do direito estatal, com validade, eficácia e aplicabilidade no território do Estado
(princípio da territorialidade do direito).
A lei não é produto espontâneo como o costume, mas fruto de elaboração discursiva, de
estudos, discussões, debates, votações, sanção, publicação, que permite, com facilidade,
determinar o momento em que se torna ela obrigatória, o que não ocorre com o direito
consuetudinário, isto é, o direito resultante de costume.
REGULAMENTO
É a norma jurídica emanada, exclusivamente, da Administração Pública (Poder
Executivo) em virtude de atribuição constitucional de poder normativo. É também denominado
lei material, em contraposição à lei formal, ou, então, decreto.
Em sentido amplo, os regulamentos são internos ou administrativos e externos ou
normativos. Os primeiros têm por objeto a organização de um órgão, ou de um ente público. Daí
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serem denominados regulamentos de organização; não vinculam terceiros. Os “externos” ou
“normativos” alcançam terceiros, isto é, pessoas estranhas à Administração.
Os regulamentos podem ser ainda de execução, independentes, delegados ou por
autorização especial. Os de execução contêm normas especiais para a aplicação de lei, sendo,
assim, normas secundárias em relação à lei, que é, então, a norma primária. Pressupõem,
portanto, lei anterior, que limita, previamente, a sua matéria, não podendo ampliá-la ou
modificá-la. Nesse caso, a Administração possui poder normativo limitado, subordinado ao
preceituado na lei.
Os regulamentos independentes resultam de poder normativo genérico, atribuído pelo
legislador à Administração. O fundamento desses regulamentos está no fato de a Administração
necessitar de competência para formular normas para desempenhar a sua função: administração e
serviços públicos; não podem dispor sobre a matéria reservada, constitucionalmente, à lei
(GUSMÃO, 2011).
DECRETO-LEI
Regra de direito baixada pelo chefe do Poder Executivo, quando monopolizar o poder
legiferante com ou sem autorização constitucional. É também denominado, impropriamente,
decreto legislativo, ou, ainda, ordenança de necessidade ou de urgência, ou, como em alguns
países, decreto, denominação que o confunde com regulamento. Tem força de lei e vale como
lei. Nos países em que impera divisão de poderes não há lugar para essa norma. Querendo defini-
lo, pode se dizer ser a lei ditada pelo Executivo. No Brasil, de 1930 a 1934, o Presidente da
República legislava através de decretos (leis), porque a Revolução de 1930 havia dissolvido o
Congresso, mas, durante o Estado Novo (Constituição de 1937), por decreto-lei. Assim, entre
nós, só a partir de 1937 foi oficialmente empregada a expressão decreto-lei.
MEDIDA PROVISÓRIA
Ato normativo, editado pelo Presidente da República, com força de lei, em havendo
extraordinária urgência e necessidade, cuja eficácia cessa, retroativamente, se não aprovado pelo
Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado). Aprovando-a, transforma-se em lei.
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A Medida Provisória é medida normativa de extraordinária necessidade e urgência,
exigida pela ordem econômico-financeira, pela paz social ou pela ordem e segurança públicas.
Extraordinária necessidade e urgência a justificam, desde que não possam aguardar a elaboração
de uma lei. Matéria penal está dela excluída por não haver crime no Estado de direito sem ser
previsto em lei (§§ 71 e 105). Prevista no art. 62 de nossa Constituição Federal de 1988, em
“caso de relevância e urgência”, editada, produz efeitos da data de sua publicação, devendo o
Presidente da República imediatamente submetê-la ao Congresso Nacional, que, se em recesso,
deve ser convocado para se reunir extraordinariamente, no prazo de cinco dias, para apreciá-la.”
Perde a eficácia retroativamente se não convertida em lei pelo Congresso no prazo de trinta dias
(parágrafo único do art. 63). Rejeitada, deverá o Congresso elaborar, com urgência, lei
disciplinadora da matéria da medida provisória não aprovada.
Porém, o Presidente da República (art. 84, XXVI, da Constituição Federal), no caso de
o Congresso retardar a aprovação da medida, antes de expirar o prazo fatal de trinta dias, para
evitar a insegurança das relações jurídicas dela decorrentes, pode, e deve, baixar outra idêntica
ou semelhante, encaminhando-a, de imediato, ao Congresso. Se rejeitada, não pode ser repetida
sob pena de inconstitucionalidade.
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municipal, prevalecerá sempre aquela competente para o trato da matéria. Caso a lei federal
esteja, por exemplo, invadindo competência do município, a lei municipal é que prevalecerá.
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LEGISLAÇÃO ACIDENTÁRIA, PREVIDENCIÁRIA E SINDICAL
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BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
AUXÍLIO-DOENÇA
O auxílio-doença será devido ao segurado que, cumprido o período de carência exigido
pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, ficar incapacitado para o seu trabalho ou
para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Durante os primeiros
quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à
empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral.
A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou em convênio, terá a seu cargo o
exame médico e o abono das faltas correspondentes aos primeiros quinze dias, devendo
encaminhar o segurado empregado à perícia médica da Previdência Social quando a
incapacidade ultrapassar os quinze dias.
O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua atividade
habitual, deverá submeter-se a processos de reabilitação profissional para o exercício de outra
atividade.
Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova
atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não-recuperável, for aposentado
por invalidez.
O segurado empregado em gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa como
licenciado.
AUXÍLIO- ACIDENTE
O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após a
consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que
impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-
doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado,
vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria. O recebimento de salário ou concessão de
outro benefício, exceto de aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do
auxílio-acidente.
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A Previdência Social prevê que a perda da audição, em qualquer grau, somente
proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade
entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para
o trabalho, que habitualmente exercia.
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ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual
habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade.
Observe-se que o beneficiário empregado em gozo de uma das prestações, acima
citadas, tem direito ao abono anual, equivalente ao 13º salário.
ESTABILIDADE PROVISÓRIA
O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo de doze meses, a
manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença
acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
Em se tratando de contrato por prazo determinado, a rescisão contratual poderá ser
efetuada no término do prazo ajustado, não havendo que se falar em estabilidade.
Ressalte-se que, se o empregado se afasta apenas por até 15 (quinze) dias da empresa,
não há concessão do auxílio-doença e não haverá garantia de emprego.
A garantia de emprego de doze meses só é assegurada após a cessação do auxílio-
doença. Caso o empregado se afaste com periodicidade para tratamento médico, com percepção
de auxílio-doença acidentário, será computada a garantia de doze meses a partir do retorno do
empregado ao trabalho, isto é, quando da cessação definitiva do auxílio-doença acidentário.
Destaque-se, também, que o contrato de trabalho do empregado encontra-se
interrompido até o décimo quinto dia e suspenso a partir do décimo sexto dia ao do acidente.
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A base infraconstitucional da exação é a Lei nº 8.212/91, que estabelece em seu art. 22,
II: “Art.22 – A contribuição a cargo da empresa destinada à Seguridade Social, além do disposto
no art. 23, é de:
I - .............................................................................................................
II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei 8.213/91, de 24
de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou
creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de
acidentes do trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de
acidentes do trabalho seja considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de
acidentes do trabalho seja considerado grave.
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b1) para fins de enquadramento não serão considerados os empregados que prestam
serviços em atividades-meio, assim entendidas aquelas atividades que auxiliam ou
complementam indistintamente as diversas atividades econômicas da empresa, como,
por exemplo, administração geral, recepção, faturamento, cobrança, etc.;
c) a empresa com mais de um estabelecimento e diversas atividades econômicas
procederá da seguinte forma:
c1) enquadrar-se-á, inicialmente, por estabelecimento, em cada uma das atividades
econômicas existentes, prevalecendo como preponderante aquela que tenha o maior
número de segurados empregados e trabalhadores avulsos e, em seguida, comparará
os enquadramentos dos estabelecimentos para definir o enquadramento da empresa,
cuja atividade econômica preponderante será aquela que tenha o maior número de
segurados empregados e trabalhadores avulsos, apurada dentre todos os seus
estabelecimentos;
c2) na ocorrência de atividade econômica preponderante idêntica (mesmo CNAE), em
estabelecimentos distintos, o número de segurados empregados e trabalhadores
avulsos dessas atividades será totalizado para definição da atividade econômica
preponderante da empresa;
d) apurando-se, no estabelecimento, na empresa ou no órgão do poder público, o mesmo
número de segurados empregados e trabalhadores avulsos em atividades econômicas
distintas, será considerado como preponderante aquela que corresponder ao maior
grau de risco.
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Observe-se que o acréscimo incide exclusivamente sobre o total das remunerações
pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos
sujeitos a condições especiais.
Com relação aos demais empregados da empresa, que não estiverem expostos a agente
nocivo e, consequentemente, não fizerem jus à aposentadoria especial, não haverá qualquer
acréscimo na alíquota destinada ao SAT. Cabe destacar que, com a revogação do § 9º, do art.
202 do Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto nº 3.048/99 pelo art. 4º do
Decreto nº 3.265/99, a microempresa e a empresa de pequeno porte não optantes pelo SIMPLES,
que recolhiam a contribuição sobre o percentual mínimo de 1% para o financiamento das
aposentadorias especiais, ficam sujeitas às alíquotas normais de 1%, 2% ou 3%, conforme o
enquadramento.
Havendo agente nocivo, que propicie ao empregado o benefício de aposentadoria
especial, deverá ser observada a majoração de alíquota contida na Lei nº 9.732/98.
Ressalte-se que a Medida Provisória nº 83, de 12.12.2002, publicada no DOU de
13.12.02, que dispõe sobre a concessão da aposentadoria especial ao cooperado de cooperativa
de trabalho e de produção, em seu § 1º do art. 1º, criou para as empresas tomadoras de serviços
de cooperado, que labore em condições especiais, contribuições adicionais de 9%, 7% e 5%,
incidentes sobre o valor bruto da nota fiscal ou sobre a fatura de prestação de serviços.
A Medida, em seu art. 6º, majorou para 4%, 3% e 2% os percentuais de retenção do
valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços relativos a serviços prestados
mediante cessão de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário, por segurado
empregado, cuja atividade permita a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos
de contribuição. A MP também criou, em seu art. 4º, para as empresas a obrigação de arrecadar a
contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da respectiva
remuneração, e recolher o valor arrecadado juntamente com a contribuição a seu cargo até o dia
02 do mês seguinte ao da competência. No caso do contratado não ser inscrito no INSS, a
empresa deverá inscrevê-lo no INSS como contribuinte individual.
Em seu art. 10, a MP disciplinou que a alíquota de um, dois ou três por cento, destinada
ao financiamento do benefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do
grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho,
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poderá ser reduzida, em até cinquenta por cento, ou aumentada, em até cem por cento, conforme
dispuser o regulamento, em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva atividade
econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de
frequência, gravidade e custo, calculados segundo a metodologia aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdência Social.
A Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação, ou seja 13.12.02,
produzindo seus efeitos, quanto aos §§ 1º e 2º do art. 1º e aos arts. 4º a 6 e 9º, a partir do dia
primeiro ao nonagésimo dia da sua publicação (CENOFISCO, 2012).
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Conforme Tavares, Ribeiro Neto e Hoffmann (2008) no caso da contratação de serviços
prestados por empresas especializadas (limpeza, construção civil, jardinagem, etc.), cabe à
empresa e seus prepostos a fiscalização dos serviços prestados, visando eximir possível
responsabilidade de ordem trabalhista. Para tanto, cabe ao preposto da empresa:
exigir o cumprimento das normas de higiene e segurança;
permitir que somente pessoas habilitadas executem o serviço;
reportar-se ao chefe de cada equipe nomeado pela contratada, que deve estar
presente em todos os momentos do trabalho.
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Habilitação do empregado para a tarefa – ainda nos reportando ao exemplo da troca da
lâmpada, tarefa aparentemente simples, se realizada por pessoa inabilitada, que
desconheça os princípios básicos de eletricidade, poderá causar acidentes, isto é, a
pessoa pode tomar um choque e, estando sobre uma escada, poderá cair, acidentando-se.
Condições de segurança para a execução – usando ainda o exemplo da lâmpada,
imaginemos que a troca seja feita por uma pessoa habilitada para essa tarefa. Ela desliga
o disjuntor elétrico, mas passa por um piso molhado e os sapatos, consequentemente
molhados, fazem-na escorregar do alto da escada, ocasionando o acidente com lesões.
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cíveis acumuladas com ações penais deve constituir a regra, excetuando-se os casos em que só
haja ações cíveis (TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN, 2008).
Em algumas empresas com determinadas características, muitas vezes torna-se difícil
identificar o responsável pela ordem, podendo este ser desde o chefe imediato até o superior que
assinou a Ordem de Serviço (OS), o técnico que a elaborou, ou outros. Pode haver ainda a
coautoria. Assim, se a gerência, por meio de uma OS ou outro documento oficial, manda que
seja executado um serviço sob as condições inadequadas e essa posição é ratificada em campo,
resultando assim acidente do trabalho com vítima, todos os culpados estarão sujeitos a responder.
Nos casos de dúvida, a questão deve ser discutida internamente, e, se não se chegar a
um consenso, deve ser acionado o SESMT, que emitirá laudo vislumbrando o desfecho da
questão.
Aqui é importante ressaltar que, com o advento do novo Código Civil, é obrigatório no
contrato social das empresas a identificação do(s) administrador(es) da sociedade, que, em tese,
é(são) o(s) primeiro(s) responsável(eis) pela má gestão e incompetência empresarial; surgindo
assim, a imediata responsabilidade acidentária (TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN,
2008).
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O Código Penal brasileiro, em seu art. 121, caput, trata do homicídio simples. O
parágrafo 3º (homicídio culposo), do mesmo artigo, engloba a hipótese de a morte ser provocada
por acidente do trabalho cuja culpa possa ser imputada à chefia, a qualquer preposto envolvido
na atividade ou mesmo a um colega de trabalho, bastando a constatação de imprudência,
imperícia ou negligência. A culpa recíproca (vitima, chefia, preposto e colega) não exclui a
responsabilidade. Assim, quem tiver contribuído de alguma forma para a morte do colega,
mesmo que também tenha sido vítima, poderá ser responsabilizado pelo evento.
Se houver negligência, imprudência ou imperícia, ficará caracterizado o homicídio
culposo, e a culpa poderá ser:
Pela escolha do empregado – o empregado que provocou o acidente não tinha a
qualificação necessária para executar o serviço;
Pela ausência de fiscalização – o responsável pela fiscalização deixou de fazê-la
(exemplo: não testou o equipamento e uma falha neste resultou em acidente com
lesões corporais nos envolvidos);
Pela ação – o indivíduo praticou ato imprudente ou imperito que resultou em dano
(exemplo: movimentou ou alterou o sentido de uma escada rolante sem observar a
presença de um colega ou usuário sobre ela);
Pela omissão – o agente negligenciou as cautelas recomendadas, deixando de
praticar os atos impeditivos da ocorrência do ato danoso (exemplo: deixou de
limpar substância escorregadia derramada na área de circulação, o que resultou em
queda com lesões);
Por custódia – o indivíduo faltou com a cautela ou atenção devida na guarda do
bem.
A responsabilidade civil foi ampliada com a inserção do novo Código Civil brasileiro,
de 2002, em especial no que diz respeito aos elementos caracterizadores ou que fundamentam o
dever de reparar o dano causado, sendo mais fácil a constatação, já que em diversos casos não
mais existe a necessidade da demonstração de culpa (negligência, imperícia ou imprudência).
Nesse aspecto, o fato, e não a culpa, torna-se o elemento mais importante para que surja o dever
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de reparar o dano causado, o que implica radical evolução a respeito da responsabilidade civil
(TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN, 2008).
É fundamental destacar o art. 927: “Aquele que, por ato ilícito (ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. A lei
preconiza, também, em seu parágrafo único, que “Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, riscos para os direitos de outrem”.
Dessa forma, a nova lei possibilita uma interpretação ampla e extensiva do que se pode
entender por atividade que envolva risco para terceiros, aumentando, assim, as hipóteses de
responsabilidade sem culpa, que mais se enquadram com os princípios e ideais de justiça que
inspiram e sustentam o Direito e o pensamento da sociedade moderna.
Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as
empresas respondem, independentemente de culpa, pelos danos causados pelos produtos postos
em circulação.
Segundo o art. 932: “São também responsáveis pela reparação civil: [...] III - o
empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho
que lhes competir, ou em razão dele”.
Outro dispositivo importante, o art. 931, por sua vez, é um complemento ao parágrafo
único do art. 927 (todos do Código Civil), ao delimitar que os riscos inerentes à exploração de
determinada atividade econômica são os fatos geradores do dever de indenizar.
O art. 932 traduz o que já vinha ocorrendo, já que vem expor o posicionamento que a
doutrina e a jurisprudência já tinham adotado antes mesmo do advento do novo Código Civil. E,
finalmente, o art. 933: “As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que
não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos”.
Desta forma, a responsabilidade civil é a obrigação de reparação do dano causado,
mediante indenização. As causas que originam a responsabilidade civil são o dolo e a culpa. Não
se exclui ainda a responsabilidade objetiva, que consiste na ocorrência de fatos indesejáveis e
imprevisíveis, em que o simples nexo causal entre o fato lesivo e os danos verificados já é
suficiente para obrigar a reparação do dano sofrido pela vítima, independentemente de ter ou não
havido culpa do agente que praticou ou provocou o dano.
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Nesse sentido, contudo, o dano é, sem dúvida, o ator principal da responsabilidade civil.
Não poderia se falar em indenização nem em ressarcimento se não houvesse a figura do dano.
Pode haver responsabilidade sem culpa; contudo, não pode haver responsabilidade sem dano. Na
lógica da responsabilidade objetiva, qualquer que seja a característica do risco que tenha
fundamento: risco profissional, risco ocupacional, risco proveito, risco criado, etc., o dano
constitui o seu elemento principal. Haja vista que, sem dano, evidentemente, não haverá o que
reparar, ainda que a conduta tenha sido culposa ou até mesmo dolosa (TAVARES, RIBEIRO
NETO, HOFFMANN, 2008).
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comportando, assim, reapreciação nessa esfera (TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN,
2008).
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A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO E O TRABALHO DA
MULHER E DO MENOR
TRABALHO DA MULHER
A Constituição da República traz a base dos direitos da mulher trabalhadora. Pela Lei
Maior, à mulher são concedidos os seguintes direitos sociais: licença a gestante, sem prejuízo do
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emprego e do salário, com a duração de cento e oitenta dias; proteção do mercado de trabalho da
mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei, e proibição de diferença de salário,
dentre outros.
Em nível infraconstitucional, a CLT cuida da proteção do trabalho da mulher nos arts.
372 a 401.
A mulher é permitido cumprir trabalho em jornada extraordinária, devendo receber
adicional de 50%.
É igualmente permitida a mulher o trabalho em atividades insalubres e perigosas.
É proibida a mulher o deslocamento de peso, quando utilizada apenas energia muscular,
sendo superior a vinte quilos em se tratando de serviço contínuo; e vinte e cinco quilos quando se
tratar de serviço ocasional (art. 390 da CLT). Tratando-se de tração mecânica esta proibição
desaparece (parágrafo único do art. 390 da CLT).
Quanto a proteção a maternidade, a Constituição Federal determina que a empregada
não poderá ser despedida desde a confirmação da gravidez e até cinco meses após o parto.
No caso de aborto não criminoso a mulher terá direito a um repouso remunerado de 2
(duas) semanas.
A Lei nº. 9.799, de 26-5-1999, inseriu texto consolidado, com significativas regras que
disciplinaram o acesso da mulher ao trabalho.
TRABALHO DO MENOR
A Constituição da República proíbe o trabalho do menor até 16 anos de idade. Veda,
também, o trabalho a menores de dezoito anos à noite, ou em atividades perigosas ou insalubres
(art. 7º, inc. XXXIII).
A jornada de trabalho do menor poderá ser de oito horas, ficando vedada a hora extra,
exceto duas horas a mais, sem acréscimo salarial, desde que respeitada a duração semanal de 44
horas; e até o máximo de 12 horas de trabalho num dia, em excepcional no caso de força maior e
que sua presença seja imprescindível, com remuneração das horas excedentes com 50% a mais
ao da hora normal (art. 413 da CLT).
Quando o menor tiver dois empregos, as horas de trabalho em cada um serão
totalizadas.
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O menor que possua Carteira de Trabalho pode celebrar Contrato de Trabalho sem a
assistência paterna. Poderá, durante a vigência do Contrato, assinar os recibos de pagamento; não
poderá, todavia, dar quitação das verbas rescisórias quando da extinção do pacto laboral,
havendo a necessária participação de seu representante legal.
Temos, hoje em dia, além das normas previstas na CLT, o Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei nº. 8.069/90), que traz um capítulo sobre o trabalho desses menores (arts. 60 a
69).
O menor não pode trabalhar em local que prejudique a moralidade.
Segundo a Lei nº. 8.069/90, é vedado ao menor o trabalho em atividades penosas. Para
exercer trabalho nas ruas, praças e demais logradouros, será necessário previa autorização do
Juiz da Infância e da Juventude.
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ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO ENGENHEIRO E
TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO E A IMPLANTAÇÃO DE
UM SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA
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Garantia de treinamento de todos empregados;
Análises críticas periódicas das políticas e auditorias;
Garantia de seu entendimento, implementação e manutenção de todos os níveis da
organização (SILVA, 2010).
PROGRAMA DE SEGURANÇA
Visando auxiliar na implantação da política e objetivo, devem ser criados programas de
segurança direcionados a diversas atividades da empresa, sendo gerenciados conforme as
atividades, produtos, serviços e condições operacionais a organização. Definem as principais
ações relacionadas a este programa:
Ações formadas e seu cumprimento;
Definição de responsabilidades;
Prazos Fixados;
Recursos necessários.
ESTRUTURA E RESPONSABILIDADE
A principal responsabilidade sobre a segurança e saúde do trabalho é da alta
administração da empresa, que deve garantir os recursos necessários para sua implementação.
Esta deve também nomear um membro responsável pela perfeita implantação e manutenção do
sistema de gestão de SST, e que repasse para cada empregado o seu papel perante esta atividade.
Definem que estas atividade devem ser definidas, documentadas e comunicadas, a fim de
facilitar a gestão da Segurança e Saúde do Trabalho (SILVA, 2010).
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procedimentos servem de apoio para que os empregados tenham mais condições de participar no
processo prevencionista, além de tirar lições do seu dia-a-dia para empregado ou grupo frente à
segurança do trabalho.
Desta forma, verifica-se a necessidade constante de treinamento e conscientização dos
empregados, de forma a tornar a segurança do trabalho um processo contínuo no dia-a-dia do
trabalho.
Prevenir é um processo e não um produto, um objeto acabado e palpável. É um processo
à medida que é composto por cadeias de comportamento dos profissionais que ao final produzem
como resultado, que é no caso da segurança no trabalho, a baixa probabilidade, ao final, de
ocorrer acidentes após a execução de uma atividade.
Os profissionais que atuam com segurança do trabalho e os empregados devem
desenvolver competências adequadas, com o objetivo de capacitar este para agir em relação aos
determinantes dos acidentes. Isto significa que a empresa deve relacionar os diversos cargos e
atividades existentes em seus processos, visando detectar em cada um quais as variáveis
relacionadas à segurança do trabalho, para com isso definir as competências necessárias para
cada empregado em sua atividade (SILVA, 2010).
Esta etapa é definida como aquela relacionada com as competências necessárias para
desempenhar tarefas que possam ter algum impacto sobre a segurança e saúde do trabalho. Isto
significa criar nos empregados uma consciência de garantir a concreta implementação e
continuidade do programa, e qual sua importância para a melhoria da produtividade na empresa.
Deve também ser garantida a formação específica sobre os riscos de sua atividade.
CONSULTA E COMUNICAÇÃO
Devem ser considerados os seguintes aspectos quanto à consulta e comunicação aos
empregados:
Envolvimento no desenvolvimento e análise das políticas e procedimentos para a
gestão dos riscos;
Consulta quando existir qualquer mudança que afete sua segurança e saúde no local
de trabalho;
Representação nos assuntos de Segurança e Saúde;
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Informação quanto a quem são seus representantes nos assuntos SST e o
representante nomeado pela alta administração.
DOCUMENTAÇÃO
A documentação relativa ao sistema de gestão deve ser criada e mantida, seja em papel
ou meio eletrônico, objetivando a descrição dos principais elementos do sistema e sua interação,
além de fornecer orientação sobre a documentação relacionada.
A organização deve documentar e manter atualizada toda a documentação necessária
para assegurar que o seu sistema de gestão SST seja adequadamente compreendido e
eficazmente implementado.
Todos os documentos relativos ao sistema de gestão devem ser controlados de maneira
a estar disponível, sempre que necessário, tanto para procedimentos internos quanto de possível
fiscalização dos órgãos competentes (SILVA, 2010).
MONITORAÇÃO DO DESEMPENHO
Entende-se por controle operacional as ações visando monitorar o desempenho
garantindo o cumprimento do programa e o atendimento dos objetivos propostos. O controle
operacional está estritamente relacionado com os riscos (mais críticos) e com a política, os
objetivos e o programa de gestão SST.
Serão identificadas as operações e atividades associadas aos riscos, e onde serão
necessárias as medidas de controle.
As operações específicas ligadas a esta ação são:
Estabelecimento e manutenção de procedimentos documentados;
Estipulação e manutenção de procedimentos relativos aos riscos de locais de
trabalho, processo, instalações, equipamentos, procedimentos operacionais e
organização de trabalho, incluindo suas adaptações às capacidades humanas, de
forma a eliminar ou reduzir os riscos de SST na sua fonte (SILVA, 2010).
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A FUNDAMENTAÇÃO LEGAL ACERCA DOS EMBARGOS OU
INTERDIÇÕES
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CONVENÇÕES E RECOMENDAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO
INTERNACIONAL DO TRABALHO - OIT
RATIFICAÇÃO
Até 18 meses da adoção de uma convenção, cada Estado-Membro tem obrigação de
submetê-la à autoridade nacional competente (no Brasil, o Congresso Nacional)
para aprovação;
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após aprovação, o Governo (Presidente da República) promove a ratificação do
tratado junto à OIT;
após a ratificação, o Estado-Membro deve promulgar o tratado, ou seja, adotar
medidas legais ou outras que assegurem a aplicação da Convenção em prazos
determinados, incluindo o estabelecimento de sanções apropriadas, mantendo
serviços de inspeção que zelem por seu cumprimento.
VIGÊNCIA
Internacional: Inicia-se 12 meses após ratificação de uma convenção por dois
Estados-Membros;
Nacional: A partir de 12 meses após a ratificação pelo Estado-Membro, desde que a
convenção já vigore em âmbito internacional.
VALIDADE
O prazo de validade de cada ratificação é de 10 anos;
Ao término da validade, o Estado-Membro pode denunciar a convenção, cessando
sua responsabilidade em relação à mesma 12 meses após;
Não havendo sido denunciada a convenção até 12 meses do término da validade da
ratificação, renova-se a validade tacitamente por mais 10 anos.
REVISÃO
Uma convenção pode ser objeto de revisão. A ratificação por um Estado-Membro da
convenção revisora implicará a denúncia imediata da anterior, que deixará de estar aberta à
ratificação, embora continue vigorando em relação aos países que a ratificaram e deixaram de
aderir ao instrumento de revisão.
ÁREA DE APLICAÇÃO
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A abrangência de cada convenção é definida em seu texto, havendo, porém, em algumas
convenções, possibilidade de exclusão total ou parcial de ramos da atividade econômica,
empresas ou produtos, ou mesmo a exclusão de aplicação de parte da convenção em todo o
território nacional, a critério da autoridade nacional competente, após consulta às organizações
representativas de empregadores e trabalhadores (BRASIL/OIT, 2002).
Convenção nº 184 – Segurança e Saúde na Agricultura, 2001
Convenção nº 182 – Piores Formas de Trabalho Infantil e a Ação Imediata para sua
Eliminação, 1999
Convenção nº 176 – Segurança e Saúde na Mineração, 1995
Convenção nº 174 – Prevenção de Acidentes Industriais Maiores, 1993
Convenção nº 170 – Segurança na Utilização de Produtos Químicos, 1990
Convenção nº 167 – Segurança e Saúde na Construção, 1988
Convenção nº 162 – Prevenção e Controle do Asbesto, 1986
Convenção nº 161 – Serviços de Saúde no Trabalho, 1985
Convenção nº 155 – Segurança e Saúde dos Trabalhadores, 1981
Convenção nº 152 – Segurança e Higiene no Trabalho Portuário, 1979
Convenção nº 148 – Meio Ambiente de Trabalho (Contaminação do Ar, Ruído e
Vibrações), 1977
Convenção nº 139 – Câncer Profissional, 1974
Convenção nº 136 – Benzeno, 1971
Convenção nº 127 – Peso Máximo, 1967
Convenção nº 124 – Exame Médico dos Menores na Mineração Subterrânea, 1965
Convenção nº 120 – Higiene no Comércio e Escritórios,1964
Convenção nº 115 – Proteção Contra Radiações, 1960
Convenção nº 113 – Exame Médico de Pescadores, 1959
Convenção nº 103 – Proteção à Maternidade (Revisada),1952
Convenção nº 81 – Inspeção do Trabalho, 1947
Convenção nº 45 – Trabalho Subterrâneo de Mulheres,1935
Convenção nº 42 – Indenização de Trabalhadores por Doenças Ocupacionais
(Revisada), 1934
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Convenção nº 16 – Exame Médico de Menores no Trabalho Marítimo, 1921
Convenção nº 12 – Indenização por Acidente do Trabalho na Agricultura, 1921
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NORMAS TÉCNICAS, PORTARIAS NORMATIVAS, NORMAS
NACIONAIS, ESTRANGEIRAS E INTERNACIONAIS
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PORTARIA N.º 76, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2008 - Grau de Risco - Altera o
Quadro I da Norma Regulamentadora Nº 4.
PORTARIA N.º 84, DE 04 DE MARÇO DE 2009 - SIT - SECRETARIA DE
INSPEÇÃO DO TRABALHO - Altera a redação do item 1.7 da Norma
Regulamentadora n.º 1.
PORTARIA N.º 32, DE 8 DE JANEIRO DE 2009, Disciplina a avaliação de
conformidade dos Equipamentos de Proteção Individual e dá outras providências.
AS NORMAS REGULAMENTADORAS
De acordo com a Portaria Nº 3.214/78, SSST - Secretaria de Segurança e Saúde no
Trabalho, atualmente, DSST - Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério
do Trabalho e Emprego, temos as seguintes normas regulamentadoras:
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e/ou exigir providências a serem adotadas para prevenção de acidentes do trabalho e doenças
profissionais.
Caso haja interdição ou embargo em um determinado setor, os empregados receberão os
salários como se estivessem trabalhando.
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NR6 - Equipamentos de Proteção Individual - EPIs
As empresas são obrigadas a fornecer aos seus empregados equipamentos de proteção
individual, destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.
Todo equipamento deve ter o CA - Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho
e Emprego e a empresa que importa EPIs também deverá ser registrada junto ao Departamento
de Segurança e Saúde do Trabalho, existindo para esse fim todo um processo administrativo.
NR8 - Edificações
Esta norma define os parâmetros para as edificações, observando-se a proteção contra a
chuva, insolação excessiva ou falta de insolação. Deve-se observar as legislações pertinentes nos
níveis federal, estadual e municipal.
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NR10 - Instalações e Serviços de Eletricidade
Trata das condições mínimas para garantir a segurança daqueles que trabalham em
instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação,
manutenção, reforma e ampliação, incluindo terceiros e usuários. Esta Norma encontra-se sob
consulta pública para a sua revisão.
NR14 - Fornos
Define os parâmetros para a instalação de fornos; cuidados com gases, chamas, líquidos.
Deve-se observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.
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NR15 - Atividades e Operações Insalubres
Considerada atividade insalubre, a exemplo da NR16 - Atividades Perigosas, quando
ocorre além dos limites de tolerância, isto é intensidade, natureza e tempo de exposição ao
agente, que não causará dano a saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
As atividades insalubres estão contidas nos anexos da Norma e são considerados os
agentes: Ruído contínuo ou permanente; Ruído de Impacto; Tolerância para Exposição ao Calor;
Radiações Ionizantes; Agentes Químicos e Poeiras Minerais.
Tanto a NR15 quanto a NR16 dependem de perícia, a cargo do médico ou do
engenheiro do trabalho, devidamente credenciado junto ao Ministério do Trabalho e Emprego.
NR17 - Ergonomia
Esta norma estabelece os parâmetros que permitam a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas, máquinas, ambiente, comunicações dos elementos
do sistema, informações, processamento, tomada de decisões, organização e consequências do
trabalho.
Observe-se que as LER - Lesões por Esforços Repetitivos, hoje denominada DORT -
Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho constituem o principal grupo de problemas à
saúde, reconhecidos pela sua relação laboral. O termo DORT é muito mais abrangente que o
termo LER, constante hoje das relações de doenças profissionais da Previdência.
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NR19 - Explosivos
Determina parâmetros para o depósito, manuseio e armazenagem de explosivos.
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Trata da eliminação dos resíduos gasosos, sólidos, líquidos de alta toxidade,
periculosidade, risco biológico, radioativo, a exemplo do césio em Goiás. Remete às disposições
contidas na NR15 e legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.
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NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
Esta norma aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira
nacional, bem como às de bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na Convenção n.º 147 da
Organização Internacional do Trabalho - Normas Mínimas para Marinha Mercante, utilizados no
transporte de mercadorias ou de passageiros, inclusive naquelas utilizadas na prestação de
serviços, seja na navegação marítima de longo curso, na de cabotagem, na navegação interior, de
apoio marítimo e portuário, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em
deslocamento.
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As atividades relacionadas aos serviços de saúde são aquelas que, no entendimento do
legislador, apresentam maior risco devido à possibilidade de contato com micro-organismos
encontrados nos ambientes e equipamentos utilizados no exercício do trabalho, com potencial de
provocar doenças nos trabalhadores.
Os trabalhadores diretamente envolvidos com este agentes são: médicos, enfermeiros,
auxiliares e técnicos de enfermagem, atendentes de ambulatórios e hospitais, dentistas,limpeza e
manutenção de equipamentos hospitalar, motoristas de ambulância, entre outros envolvidos em
serviços de saúde.
NR 35 - Trabalho em Altura
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A NR-35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em
altura, como o planejamento, a organização e a execução, a fim de garantir a segurança e a saúde
dos trabalhadores com atividades executadas acima de dois metros do nível inferior, onde haja
risco de queda.
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TÉCNICAS DO PREPARO DE NORMAS, INSTRUÇÕES E ORDENS DE
SERVIÇO. IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE NORMAS TÉCNICAS
INTERNAS PARA A ENGENHARIA DE SEGURANÇA
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técnico da mão-de-obra; Fornece procedimentos para cálculos e
Registra o conhecimento tecnológico; projetos;
Facilita a contratação ou venda de Aumenta a produtividade;
tecnologia. Melhora a qualidade de produtos e serviços;
Controla produtos e processos.
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ANEXO
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
Art . 1º - O Capítulo V do Titulo II da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com a seguinte redação:
"CAPÍTULO V
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art . 154 - A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capitulo, não desobriga as empresas do
cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou
regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como
daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.
Art . 155- Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho:
I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos deste Capítulo,
especialmente os referidos no art. 200;
II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades relacionadas com a segurança
e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes
do Trabalho;
III - conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados
Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina do trabalho.
Art . 156 - Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição:
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II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo, determinando as obras e
reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias;
III - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo, nos termos do art.
201.
II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes
do trabalho ou doenças ocupacionais;
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente;
I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo
anterior;
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior;
Art . 159 - Mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, poderão ser delegadas a outros órgãos federais,
estaduais ou municipais atribuições de fiscalização ou orientação às empresas quanto ao cumprimento das
disposições constantes deste Capítulo.
SEÇÃO II
Art . 160 - Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas
instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho.
§ 1º - Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas instalações, inclusive
equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar, prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho.
§ 2º - É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do Trabalho, dos projetos de
construção e respectivas instalações.
Art . 161 - O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e
iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou
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embargar obra, indicando na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão
ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho.
§ 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas determinadas pelo Delegado
Regional do Trabalho.
§ 2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da Delegacia Regional do Trabalho
e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical.
§ 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer, no prazo de 10 (dez) dias,
para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado
dar efeito suspensivo ao recurso.
§ 4º - Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após determinada a interdição ou
embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de
máquina ou equipamento, ou o prosseguimento de obra, se, em conseqüência, resultarem danos a terceiros.
SEÇÃO III
Art . 162 - As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a
manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho.
a) classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas atividades;
b) o numero mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se
classifique, na forma da alínea anterior;
d) as demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho, nas
empresas.
Art . 163 - Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade
com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas.
Art . 164 - Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo com os critérios
que vierem a ser adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único do artigo anterior.
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§ 1º - Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados.
§ 2º - Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual
participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados.
§ 3º - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida uma reeleição.
§ 4º - O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro suplente que, durante o seu mandato, tenha
participado de menos da metade do número de reuniões da CIPA.
Art . 165 - Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária,
entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho,
comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o
empregado.
SEÇÃO IV
Art . 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual
adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não
ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.
Art . 167 - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de
Aprovação do Ministério do Trabalho.
SEÇÃO V
Art . 168 - Será obrigatório o exame médico do empregado, por conta do empregador.
§ 1º - Por ocasião da admissão, o exame médico obrigatório compreenderá investigação clínica e, nas localidades em
que houver, abreugrafia.
§ 3º - O exame médico será renovado, de seis em seis meses, nas atividades e operações insalubres e, anualmente,
nos demais casos. A abreugrafia será repetida a cada dois anos.
§ 4º - O mesmo exame médico de que trata o § 1º será obrigatório por ocasião da cessação do contrato de trabalho,
nas atividades, a serem discriminadas pelo Ministério do Trabalho, desde que o último exame tenha sido realizado
há mais de 90 (noventa) dias.
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§ 5º - Todo estabelecimento deve estar equipado com material necessário à prestação de primeiros socorros médicos.
Art . 169 - Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições
especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo
Ministério do Trabalho.
SEÇÃO VI
Das Edificações
Art . 170 - As edificações deverão obedecer aos requisitos técnicos que garantam perfeita segurança aos que nelas
trabalhem.
Art . 171 - Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, 3 (três) metros de pé-direito, assim considerada a altura
livre do piso ao teto.
Parágrafo único - Poderá ser reduzido esse mínimo desde que atendidas as condições de iluminação e conforto
térmico compatíveis com a natureza do trabalho, sujeitando-se tal redução ao controle do órgão competente em
matéria de segurança e medicina do trabalho.
Art . 172 - 0s pisos dos locais de trabalho não deverão apresentar saliências nem depressões que prejudiquem a
circulação de pessoas ou a movimentação de materiais.
Art . 173 - As aberturas nos pisos e paredes serão protegidas de forma que impeçam a queda de pessoas ou de
objetos.
Art . 174 - As paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas, pisos, corredores, coberturas e passagens dos locais de
trabalho deverão obedecer às condições de segurança e de higiene do trabalho estabelecidas pelo Ministério do
Trabalho e manter-se em perfeito estado de conservação e limpeza.
SEÇÃO VII
Da Iluminação
Art . 175 - Em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural ou artificial, apropriada à
natureza da atividade.
§ 1º - A iluminação deverá ser uniformemente distribuída, geral e difusa, a fim de evitar ofuscamento, reflexos
incômodos, sombras e contrastes excessivos.
SEÇÃO VIII
Do Conforto Térmico
Art . 176 - Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o serviço realizado.
Parágrafo único - A ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não preencha as condições de conforto
térmico.
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Art . 177 - Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude de instalações geradoras de frio ou
de calor, será obrigatório o uso de vestimenta adequada para o trabalho em tais condições ou de capelas, anteparos,
paredes duplas, isolamento térmico e recursos similares, de forma que os empregados fiquem protegidos contra as
radiações térmicas.
Art . 178 - As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser mantidas dentro dos limites fixados
pelo Ministério do Trabalho.
SEÇÃO IX
Art . 179 - O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as medidas especiais a serem
observadas relativamente a instalações elétricas, em qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição ou
consumo de energia.
Art . 180 - Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas.
Art . 181 - Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações elétricas devem estar familiarizados com
os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico.
SEÇÃO X
III - a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida nos equipamentos de transporte, dos avisos de
proibição de fumar e de advertência quanto à natureza perigosa ou nociva à saúde das substâncias em movimentação
ou em depósito, bem como das recomendações de primeiros socorros e de atendinento médico e símbolo de perigo,
segundo padronização internacional, nos rótulos dos materiais ou substâncias armazenados ou transportados.
Parágrafo único - As disposições relativas ao transporte de materiais aplicam-se, também, no que couber, ao
transporte de pessoas nos locais de trabalho.
Art . 183 - As pessoas que trabalharem na movimentação de materiais deverão estar familiarizados com os métodos
raciocinais de levantamento de cargas.
SEÇÃO XI
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Art . 184 - As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida e parada e outros que se
fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento
acidental.
Parágrafo único - É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e o uso de máquinas e equipamentos que
não atendam ao disposto neste artigo.
Art . 185 - Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser executados com as máquinas paradas, salvo se o
movimento for indispensável à realização do ajuste.
Art . 186 - O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais sobre proteção e medidas de segurança na
operação de máquinas e equipamentos, especialmente quanto à proteção das partes móveis, distância entre estas,
vias de acesso às máquinas e equipamentos de grandes dimensões, emprego de ferramentas, sua adequação e
medidas de proteção exigidas quando motorizadas ou elétricas.
SEÇÃO XII
Art . 187 - As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob pressão deverão dispor de válvula e
outros dispositivos de segurança, que evitem seja ultrapassada a pressão interna de trabalho compatível com a sua
resistência.
Parágrafo único - O Ministério do Trabalho expedirá normas complementares quanto à segurança das caldeiras,
fornos e recipientes sob pressão, especialmente quanto ao revestimento interno, à localização, à ventilação dos locais
e outros meios de eliminação de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ou equipamentos
necessários à execução segura das tarefas de cada empregado.
Art . 188 - As caldeiras serão periodicamente submetidas a inspeções de segurança, por engenheiro ou empresa
especializada, inscritos no Ministério do Trabalho, de conformidade com as instruções que, para esse fim, forem
expedidas.
§ 1º - Toda caldeira será acompanhada de "Prontuário", com documentação original do fabricante, abrangendo, no
mínimo: especificação técnica, desenhos, detalhes, provas e testes realizados durante a fabricação e a montagem,
características funcionais e a pressão máxima de trabalho permitida (PMTP), esta última indicada, em local visível,
na própria caldeira.
§ 2º - O proprietário da caldeira deverá organizar, manter atualizado e apresentar, quando exigido pela autoridade
competente, o Registro de Segurança, no qual serão anotadas, sistematicamente, as indicações das provas efetuadas,
inspeções, reparos e quaisquer outras ocorrências.
§ 3º - Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipientes sob pressão deverão ser submetidos à aprovação
prévia do órgão regional competente em matéria de segurança do trabalho.
SEÇÃO XIII
Art . 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou
métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados
em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
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Art . 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas
sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de
proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes.
Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organismo do trabalhador nas
operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos.
I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância;
II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente
agressivo a limites de tolerância.
Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a insalubridade, notificar as empresas,
estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo.
Art . 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo
Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte
por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e
mínimo.
Art . 193 - São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente
com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.
§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento)
sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.
Art . 194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do
risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho.
§ 1º - É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do
Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou
delimitar as atividades insalubres ou perigosas.
§ 2º - Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo
de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao
órgão competente do Ministério do Trabalho.
§ 3º - O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a
realização ex officio da perícia.
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Art . 196 - Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou periculosidade serão
devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministro do Trabalho,
respeitadas as normas do artigo 11.
Art . 197 - Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos locais de trabalho, quando
perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua composição, recomendações de socorro imediato e o
símbolo de perigo correspondente, segundo a padronização internacional.
Parágrafo único - Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas neste artigo afixarão, nos setores de
trabalho atingidas, avisos ou cartazes, com advertência quanto aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à
saúde.
SEÇÃO XIV
Da Prevenção da Fadiga
Art . 198 - É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover individualmente,
ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher.
Parágrafo único - Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de material feita por impulsão ou
tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do
Trabalho, em tais casos, fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços superiores às suas
forças.
Art . 199 - Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta ao trabalhador, capazes de evitar
posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa exija que trabalhe sentado.
Parágrafo único - Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados terão à sua disposição assentos para
serem utilizados nas pausas que o serviço permitir.
SEÇÃO XV
Art . 200 - Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às normas de que trata este
Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre:
III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto à prevenção de explosões,
incêndios, desmoronamentos e soterramentos, eliminação de poeiras, gases, etc. e facilidades de rápida saída dos
empregados;
IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial
revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra-fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia
geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização;
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V - proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho a céu aberto, com provisão,
quanto a este, de água potável, alojamento profilaxia de endemias;
VI - proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações ionizantes e não ionizantes, ruídos,
vibrações e trepidações ou pressões anormais ao ambiente de trabalho, com especificação das medidas cabíveis para
eliminação ou atenuação desses efeitos limites máximos quanto ao tempo de exposição, à intensidade da ação ou de
seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames médicos obrigatórios, limites de idade controle permanente
dos locais de trabalho e das demais exigências que se façam necessárias;
VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações sanitárias, com separação de
sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários individuais, refeitórios ou condições de conforto por ocasião das
refeições, fornecimento de água potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo de sua execução,
tratamento de resíduos industriais;
VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de perigo.
Parágrafo único - Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos, as normas a que se referem este artigo serão
expedidas de acordo com as resoluções a respeito adotadas pelo órgão técnico.
SEÇÃO XVI
Das Penalidades
Art . 201 - As infrações ao disposto neste Capítulo relativas à medicina do trabalho serão punidas com multa de 3
(três) a 30 (trinta) vezes o valor de referência previsto no artigo 2º, parágrafo único, da Lei nº 6.205, de 29 de abril
de 1975, e as concernentes à segurança do trabalho com multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o mesmo valor.
Art . 3º - As disposições contidas nesta Lei aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, as entidades
ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.
§ 2º - Os exames de que tratam os §§ 1º e 3º do art. 168 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação
desta Lei, ficarão a cargo do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social - INAMPS, ou dos
serviços médicos das entidades sindicais correspondentes.
Art. 4º - O Ministro do Trabalho relacionará o artigos do Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do
Trabalho, cuja aplicação será fiscalizada exclusivamente por engenheiros de segurança e médicos do trabalho.
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Art . 5º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogados os artigos 202 a 223 da
Consolidação das Leis do Trabalho; a Lei nº 2.573, de 15 de agosto de 1955; o Decreto-lei nº 389, de 26 de
dezembro de 1968 e demais disposições em contrário.
ERNESTO GEISEL
Arnaldo Prieto
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BÁSICAS
TAVARES, José Da Cunha; RIBEIRO NETO, João Batista; HOFFMANN, Silvana Carvalho.
Sistemas de Gestão Integrados: qualidade, meio ambiente, responsabilidade social, Segurança e
Saúde no Trabalho. Noções gerais de direito ligadas ao tema “Responsabilidade Acidentária –
Lei n. 8.212 de 24 de julho de 1991. São Paulo: Editora Senac, 2008.
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
BRASIL. DECRETO-LEI N.º 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943. Aprova a Consolidação das Leis
do Trabalho. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>.
Acesso em: 25 Ago. 2014.
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao Estudo do Direito. 44 ed. Rio de Janeiro: Forense,
2011.
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MATTOS, Ricardo Pereira de. Segurança e saúde no trabalho: legislação. Disponível em:
<http://www.ricardomattos.com/legisla.htm>. Acesso em: 25 Ago. 2014.
SILVA, Reni de Jesus Braz da. A estabilidade acidentária e os contratos de trabalho por prazo
determinado no Brasil. Curitiba: FARESC, 2010.
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