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DIREITO CIVIL I - CCJ0006

Título

Caso Concreto 12

Descrição

Caso concreto

José Roberto sofreu grave acidente de carro e foi imediatamente levado a hospital.

Chegando ao hospital, a família de José Roberto foi informada que a cirurgia apenas seria

realizada se fosse prestada caução no valor de R$ 50.000,00. Neste caso:

a) É válida a exigência de caução?

Não. A situação caracteriza estado de necessidade (art. 156, CC).

b) O defeito do negócio e sua potencial anulabilidade confere a José Roberto o direito a

não pagar as despesas hospitalares?

Não. Apenas a exigência de caução é inválida, mas as despesas atinentes aos serviços
efetivamente prestados pelo hospital devem ser pagas por José Roberto.

Questão objetiva

Rogério, em razão da necessidade de custear tratamento médico no exterior para o filho

que contraíra grave enfermidade, vendeu a Jorge um apartamento de dois quartos, por R$

200 mil, enquanto seu valor de mercado correspondia a R$ 400 mil. Jorge não tinha

conhecimento da situação de necessidade do alienante e dela não se aproveitara, mas

Rogério, após dois meses, com a melhora do filho, refletiu sobre o negócio e, sentindo-se

prejudicado, procurou escritório de advocacia para se informar acerca da validade do

negócio. Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) contratado(a)

por Rogério, esclareça, com o devido fundamento jurídico, se existe algum vício no

negócio celebrado e indique a solução mais adequada para proteger os interesses de seu

cliente, APONTANDO A OPÇÃO EXATA:

a) Não é possível a anulação do negócio jurídico com base no estado de perigo (art.156),

uma vez que este só se configura mediante conhecimento da outra parte, o que no caso

não ocorreu. Entretanto, configurada a manifesta desproporção de valores, é possível


alegar o vício da fraude, previsto no artigo 157 do Código Civil.

b) Não é possível a anulação do negócio jurídico com base no estado de necessidade

(art.156), uma vez que este só se configura mediante conhecimento da outra parte, o que

no caso não ocorreu. Entretanto, configurada a manifesta desproporção de valores, é

possível alegar o vício da injustiça, previsto no artigo 157 do Código Civil.

c) Não é possível a anulação do negócio jurídico com base no estado de necessidade, uma

vez que este não tem previsão em matéria civil, mas tão somente penal. Entretanto,

configurada a manifesta desproporção de valores, é possível alegar o vício da coação,

previsto no artigo 157 do Código Civil.

d) É possível a anulação do negócio jurídico com base no estado de necessidade (art.156),

uma vez que este só se configura mediante conhecimento da outra parte, o que no caso

não ocorreu. Entretanto, configurada a manifesta desproporção de valores, é possível

alegar o vício da concorrência desleal, apesar de não prevista no Código Civil.

e) Não é possível a anulação do negócio jurídico com base no estado de perigo (art.156),

uma vez que este só se configura mediante conhecimento da outra parte, o que no caso

não ocorreu. Entretanto, configurada a manifesta desproporção de valores, é possível

alegar o vício da lesão, previsto no artigo 157 do Código Civil.

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