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AO JUIZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS

/SC

[10 Linhas]

ANA, nacionalidade, casada, profissão, portadora do RG n° ,


inscrita no CPF nº , moradora e residente em , email, vem a presença
de vossa excelência, por meio do seu advogado, propor

AÇÃO ANULATÓRIA

Pelo procedimento comum, em face de GABRIELA, nacionalidade,


estado civil, profissão, portadora do RG nº , inscrita no CPF nº ,
residente e moradora em Florianópolis, Santa Catarina, email, pelos fatos
e fundamentos que passa a expor.

DOS FATOS

Antônio, marido de Ana, passou mal e foi consultar-se com um


médico. Na mesma ocasião, o medico lhe informara que precisaria,
urgentemente, de uma angioplastia. No curso do procedimento, tornou-se
necessária a realização de procedimento de implantação de dispositivo
necessário ao funcionamento da circulação cardiovascular, custo este que
deveria ser pago em até uma semana, sendo que se não ocorresse o
pagamento, o medico não estaria apto a implantar o dispositivo.

Ana, ao entrar em contato com a seguradora de saúde, obteve a


informação de que seria impossível a cobertura do valor referente ao
dispositivo pelo plano de saúde de Antonio, tendo em vista que tais custos
estariam excluídos da cobertura do plano contratado.

Ao se deparar com essa situação, Ana procura Gabriela para


desabafar sobre sua situação. Ana relatou que estaria pensando em
vender o automóvel do casal, avaliado em R$ 100.000,00 (cem mil reais)
por valor inferior para conseguir custear o dispositivo que, segundo o
medico, tinha o valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais). Hora depois,
Ana anunciou a venda do carro no valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco
mil reais). Gabriela então disse à Ana que compraria seu carro.
Ocorre que horas depois, o plano de saúde de Antônio entrou em
contato com Ana, afirmando que havia incorrido um erro, pois o plano de
Antonio contemplaria o pagamento do dispositivo.

Sendo assim, Ana entrou em contato com Gabriela para vir a


desfazer o negócio jurídico, pois não necessitava mais levantar o valor,
porém a mesma se negou a fazê-lo alegando que o contrato fez lei entre
as partes e se desenrolou de maneira perfeita.

Ana, indignada com a situação, procura a anulação do negócio


jurídico e que as partes voltem ao estado anterior à celebração do
negócio.

DOS FUNDAMENTOS

De acordo com o ocorrido, Ana tem direito a anulação do negócio


jurídico, pois o mesmo foi feito em estado de perigo sendo que se
houvesse uma demora em levantar o valor para o pagamento do
dispositivo necessário para o implante de seu marido, Antonio, poderia
haver um dano à saúde. Sendo assim, nos termos do art. 171, inciso II, do
Código Civil.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na
lei, é anulável o negócio jurídico:

II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de


perigo, lesão ou fraude contra credores.

Sendo estado de perigo definido no art. 156 do Código Civil, como:


Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém,
premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua
família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume
obrigação excessivamente onerosa.

Já se decidiu,nesse sentido, que:


AÇÃO DE COBRANÇA - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES -
PAGAMENTO - ESTADO DE NECESSIDADE - VÍCIO NA MANIFESTAÇÃO DE
VONTADE - INVALIDAÇÃO DO NEGÓCIO. Caracteriza estado de perigo
invalidador do negócio jurídico o comportamento de paciente, ou pessoa da
família, que assume obrigação onerosa perante entidade hospitalar em
situação de grave enfermidade, tornando de nenhuma valia o termo de
responsabilidade assinado. (Ac. 16.ª Câm. Cív. Do TJMG, na Ap.
Cív.1.0481.08.079835-0/001, j. 10-02-10).

DOS PEDIDOS

Pelos fatos e fundamentos supracitados, requer:

1. Que o Réu seja citado nos termos do art.239 do Código Processual


Civil;
2. Caso o réu não conteste a ação, seja considerado revel e sofra as
consequências da revelia, segundo o art. 344 do Código Processual
Civil;
3. Que seja considerada procedente a anulação do negócio jurídico,
voltando às partes ao estado anterior a celebração do negócio;
4. A condenação do requerido a arcar com os honorários advocatícios
e as demais custas processuais advindas do processo, de acordo
com o disposto no art. 85 do Código Processual Civil;

DAS PROVAS

Requer produção de todas as provas admitidas em direito, na


amplitude do art. 369 do Código Processual Civil.

DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais).

Sendo assim, pede o deferimento.

Local, dia/mês/ano.

Advogado

OAB/UF nº

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