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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO _____ JUIZADO ESPECIAL

CÍVEL DA COMARCA ________________________________

XXXXXXXXXXXXXXX, qualificaçã o completa, inscrita no CPF: xxxxxxxxx e RG:


xxxxxxxxxxx , residente e domiciliada no
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, por intermédio de seu
advogado subscrito, (procuraçã o em anexo – doc.1), vem respeitosamente à presença de
Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE QUANTIA PAGA COM REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E


MATERIAIS

com fundamento no artigo 3º caput; art. 6º inciso VI; art. 14; art. 18; art. 31; art. 39 inciso II,
ambos do Có digo de Defesa do Consumidor; e artigo 5º caput da CF/1988 , artigos 927,
186, 187 do Có digo Civil de 2002, em desfavor de, xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob nº xxxxxxxxxxxxxxxxxx e com sede
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA.
Por outro lado, REQUER a Autora a concessã o dos benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro
no disposto na Lei n. 1.060/50, c.c. o art. 4˚, § 1˚, da Lei n. 7.510/86, Lei n. 7.871/89 e art. 5˚,
inc. LXXIV, da CF, em virtude de ser pessoa pobre na acepçã o jurídica do termo, sem
condiçõ es, no momento, de arcar com as custas decorrentes do processo, sem prejuízo do
sustento pró prio e de sua prole, conforme Declaraçã o de Hipossuficiência inclusa (doc.
anexo).

DOS FATOS
Descreva os fatos
DO DIREITO

Preliminarmente, cumpre asseverar que a contratada, na condiçã o de prestadora do


serviço, deve responder pelo descumprimento contratual. Assume a responsabilidade civil
em face do nã o cumprimento obrigacional, visto a desobediência ao que estabelecido no
contrato. Fica configurado o dano moral contratual, primeiro pela existência de uma
obrigaçã o preexistente, emanada de um contrato. Em seguida, o inadimplemento da
obrigaçã o assumida.
Por fim, a situaçã o causada pelo nã o êxito no acesso à sua conta junto á requerida e má
qualidade na prestaçã o do serviço, como firmado em contrato, desembocou em uma
situaçã o vexató ria, constrangedora e frustrante à reclamante, ocasionando a lesã o ao
direito da personalidade. Diante disso, nã o há dú vida de que a ré possui legitimidade para
figurar no polo passivo da açã o.
a) DA RESTITUIÇÃO DE QUANTIA PAGA
Uma decisã o recente do Egregio Tribunal de Justiça – TJ/DF, demonstra que pode haver
restituiçã o de quantia paga por falha na prestaçã o de serviço, que no caso em tela é o que
se verifica. O precedente, a seguir, transcrito, originá rio do Egregio Tribunal de Justiça do
TJ/DF:
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. CONSUMIDOR. PONTOS ADQUIRIDOS EM PROGRAMA DE
MILHAGEM DE COMPANHIA AÉ REA. CRÉ DITO NÃ O CONCLUÍDO. VALOR
COMPROVADAMENTE PAGO. FALHA NA PRESTAÇÃ O DE SERVIÇO. CRÉ DITO EM PONTOS
QUE DEVE SER REGISTRADO, SOB PENA DE CONVERSÃ O EM PERDAS E DANOS.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃ O PROVIDO. I. [...]
No entanto, restou incontroverso na espécie que os 165.000 pontos equivalentes ao
valor pago, não foram creditados. Não obstante a inexistência do crédito da
pontuação, não comprovou a parte recorrente a restituição do valor, a teor do
disposto no art. 373, II, CPC. Desse modo, configurada a falha na prestação do serviço
da parte recorrente e a responsabilidade na reparação, na forma do art. 14 do CPC.
IV. [...] . (grifo nosso)
(TJ-DF 07534471220188070016 DF 0753447-12.2018.8.07.0016, Relator: ALMIR
ANDRADE DE FREITAS, Data de Julgamento: 12/06/2019, 2ª Turma Recursal dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais do DF, Data de Publicaçã o: Publicado no DJE : 18/06/2019 .
Pá g.: Sem Pá gina Cadastrada.)
b) DO INADIMPLEMENTO CONTRATUAL
Em anuência com o que fora relatado, baseando-se no contrato firmado, é,
indubitavelmente notá vel, o descumprimento das obrigaçõ es assumidas pela empresa
contratada. Ante o exposto, evidenciado o inadimplemento da empresa requerida
(xxxxxxxxxxxxx) quanto à prestaçã o dos serviços mencionados, vale-se o requerente do art.
5º, XXXII, CF/88, para se amparar com a proteçã o do Estado, na forma da lei, nas relaçõ es
de consumo.
Devido aos fatos, o ordenamento jurídico vigente, nos moldes do art. 475 do Có digo Civil
(2002), com o objetivo de resguardar e dar segurança ao consumidor, possibilita o pleito de
resoluçã o contratual, bem como exigir que sejam cumpridos os serviços contratados e,
além disso, cabível, sobretudo, em qualquer das situaçõ es a indenizaçã o pelas perdas e
danos provocados pela prestadora de serviços. Por conseguinte, evidencia-se em completo
a verdade e a razã o da presente açã o, haja vista o notó rio descumprimento contratual por
parte da requerida, vá lido é, entã o, o ensejo pelo reparo de acordo com o artigo
mencionado acima.
c) DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Restada a má prestaçã o de serviços pela contratada, tal qual ficou claro pela prá tica de seus
atos, nã o cumprindo o que fora acordado, está torna-se absoluta e categoricamente
responsá vel pelos danos materiais e morais advindos do insatisfató rio serviço prestado, em
conformidade com os artigos 14 e 20 do Có digo de Defesa do Consumidor que dispõ e:
“Art. 14, CDC. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação de serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos”.
“Art. 20, CDC. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os
tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, bem como por aqueles
decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem
publicitária, podendo o consumidor exigir alternativamente e a sua escolhe:”
I – a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo
de eventuais perdas e danos;
Outrossim, dispõ e o Có digo Civil de 2002, em seu art. 389: “Uma vez que a obrigaçã o nã o é
cumprida, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualizaçã o monetá ria
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorá rios de advogado.”
Desta forma, em consonâ ncia com o CDC E CC, e, portanto, com a legislaçã o pá tria, conclui-
se a responsabilidade objetiva nas relaçõ es de consumo, de modo que, em maior parte dos
casos, como o referido, existe a relaçã o de hipossuficiência do consumidor em relaçã o ao
que fornece o serviço/produto.
Contudo, sã o extintas as dú vidas quanto a responsabilidade pela reparaçã o dos danos
causados, pois nã o há margem para interpretaçã o diferente na legislaçã o atual.
d) DO DANO MORAL
O entendimento doutriná rio majoritá rio é claro ao conceber o Dano Moral quando ocorre a
violaçã o a um bem que se encontre no â mbito extrapatrimonial, o reparo deste tem como
finalidade proporcionar ao lesado o aprazimento compensató rio pelo dano aturado.
Destarte, irreversível é o fato de que tal dano fora sofrido, haja vista a humilhaçã o pela qual
passou a requerente perante sua família e amigos, o que afetou inclusive seu foro íntimo,
ressalta-se a extrema importâ ncia do momento, sonhado, lutado, planejado há muito, que
deveria ser especial e inesquecivelmente maravilhoso.
No caso, trata-se de uma viagem posterior em que se programou para tanto e a custeou
antecipadamente com sacrifícios. É inestimá vel a dor, decepçã o, frustraçã o e o transtorno
psíquico causado à requerente, que deve, merecidamente, receber a devida reparaçã o e,
para tanto, esta recorre ao disposto no Art. 5º, incisos V e X da carta magna, que dispõ e:
Art. 5º, inciso V– é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem”;
Art. 5º, inciso X– são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação; “
Ainda em amparo ao caso, é de fundamental importâ ncia a aplicaçã o do disposto no art. 6º.
Do CDC, que declara:
“Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:”
“VI. – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;”
Consoante ao narrado, cabe salientar de forma a dar segurança e efetividade ao Direito da
ofendida, citando o expressivo art. 186 do Có digo Civil/2002:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Logo, quando alguém assume o exercício de atividade na á rea de fornecimento de bens ou
serviços responde civilmente pelos danos resultantes de vício advindo do
empreendimento. É dizer, aquele que praticar qualquer ato omisso ou comissivo, de que
resulte prejuízo, deve suportar as consequências do seu procedimento. Decorrendo, daí,
como obrigaçã o a ser cumprida a justa reparaçã o que a lei impõ e a quem causa dano
injustamente a outrem.
Tendo em conta a legislaçã o e diante das consideraçõ es iniciais, fica evidenciado, no
presente caso, o dano moral sofrido pela autora, consubstanciado na frustaçã o de suas
expectativas, na humilhaçã o perante seus conhecidos, restando afetado, inclusive seu foro
íntimo, posto que, incontestá vel a importâ ncia desse momento, planejado e esperado por
muito tempo, pela data especial que é, e o consequente dever da ré de indenizá -la pela
decepçã o e dor psíquica que descumprimento do acordo causou.
Sobre o tema do dano moral vale trazer a liçã o de Maria Helena Diniz, quando assevera
que:
“Dano moral vem a ser a lesão de interesses não patrimoniais de pessoa física ou
jurídica, provocada pelo fato lesivo".

Assim, vê-se que o conceito de dano moral abrange aquelas situaçõ es que atingem a
subjetividade da vítima, que derivam daquelas situaçõ es que ultrapassam os meros
dissabores do cotidiano, os meros incô modos, e causam sofrimentos de tamanha gravidade
que a reparaçã o financeira se mostra como a ú nica medida capaz de amenizar o dano
sofrido.
Desse modo, indubitá vel que a autora sofreu danos morais passíveis de indenizaçã o,
sobretudo pela lesã o ao direito de sua reputaçã o, imagem e nome, bem como, a evidente
frustaçã o de seu planejamento e expectativas para a esperada e sonhada viagem
(necessá ria).
Salienta AMÉ RICO LUÍS MARTINS DA SILVA:
“Por isso se diz que o dano moral direto consiste na lesão a um interesse que visa a
satisfação de um bem extrapatrimonial contido nos direitos da personalidade (como a
vida, a integridade corporal, a liberdade, a honra, a intimidade, o decorro, a imagem)
ou nos atributos da pessoa (como o nome, a capacidade, o estado de família). E o dano
moral indireto consiste, por sua vez, na lesão a um interesse tendente à satisfação de
bens jurídicos patrimoniais, que produz depreciação a um bem extrapatrimonial (por
exemplo, perda de coisa com valor afetivo)”.
Findam-se, portanto, as dú vidas quanto a responsabilidade de reparaçã o da requerida.
e) DO DANO PATRIMONIAL

Narrados os fatos, seguramente há de se observar o enorme prejuízo material ocasionado


pelo contratado, pois houve investimento econô mico empregado.
Para tanto, é necessá rio citar o art. 402. Do CC/2002 que dispõ e:
“Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos
devidas ao credor abrangem além do que ele efetivamente perdeu, o que
razoavelmente deixou de lucrar.”
Por fim, considerar-se-á o disposto no caput do art. 944. CC/2002:
“Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Contudo, cabe ressaltar a
devida importância para que seja de natureza pecuniária a indenização.
No caso concreto, a situaçã o ultrapassa os meros dissabores do cotidiano, isto porque
ocasiõ es como esta, data que, ressalte-se, nã o se repete, sã o previamente planejadas e
geram grandes expectativas para aqueles que a vivenciam. Portanto, o pleito da requerente
deve ser integralmente provido para condenar a parte ré ao pagamento de indenizaçã o por
danos morais e materiais, em valor proporcional a lesã o moral experimentada pela
requerente e valor total dos danos materiais em dobro.
Sobre a responsabilidade de reparar o dano causado a outrem, Luis Chacon diz que:
“(...) o dever jurídico de reparar o dano é proveniente da força legal, da lei. Esse
dever jurídico tem origem, historicamente, na ideia de culpa, no respondere do
direito romano, tornando possível que a vítima de ato danoso culposo praticado por
alguém pudesse exigir desse a reparação dos prejuízos sofridos. Obviamente que se
a reparação não for espontaneamente prática será possível o exercício do direito de
crédito, reconhecido por sentença em processo de conhecimento, através da coação
estatal que atingirá o patrimônio do devedor causador dos danos. (CHACON, Luis
Fernando Rabelo. São Paulo : Saraiva, 2009)”.
Assim, devidamente comprovado, in casu, o nexo de causalidade entre a conduta da
requerida e o dano sofrido pela autora, nã o resta dú vida de que é devida a indenizaçã o por
danos morais e matérias à parte reclamante e restituiçã o do valor pago em dobro, posto
que, a ré assumiu o compromisso de prestaçã o de serviço, e consequentemente, a
responsabilidade civil pelo seu descumprimento, lembrando, ainda, que a condenaçã o visa
desestimular a possível reincidência do comportamento desidioso da requerida.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:


a) Que seja designada audiência de conciliaçã o ou mediaçã o na forma do previsto no artigo
334 do NCPC;
b) O reconhecimento da procedência de todos os pedidos objetos da presente açã o;
c) A citaçã o da empresa requerida, para que exerçam a faculdade de contestar a exordial,
sob pena dos efeitos da revelia e confissã o quanto à matéria de fato;
d) A condenaçã o da empresa requerida ao pagamento de verba indenizató ria a títulos de
danos morais na importâ ncia de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) em favor da Autora;
e) Seja condenado o Réu ao pagamento do valor de R$ 442,00 (quatrocentos e quarenta e
dois reais), referente aos danos materiais, ocasionados pelo pagamento de 10 prestaçõ es
de R$ 42,00, como forma de restituiçã o, acrescido ainda de juros e correçã o monetá ria,
sendo devolvido em dobro conforme art. 42, § ú nico do CDC ;
f) Se digne Vossa Excelência, considerar procedente o pedido, para o fim de condenar a ré
ao pagamento de indenizaçã o, pelos danos materiais, sem prejuízo de perdas e danos,
referente a passagem que comprou sem a possibilidade de utilizaçã o dos pontos de milhas,
no valor de R$ 10.057,02 (dez mil e cinquenta e sete reais e dois centavos);
g) A concessã o de Gratuidade de Justiça, com fulcro no art. 5º, LXXIV e pela Lei
13.105/2015 ( NCPC), artigo 98 e seguintes;
h) A inversã o do ô nus da prova, com fulcro no inc. VIII do art. 6º da Lei 8.078/90 ( CDC);
i) A condenaçã o da empresa requerida ao pagamento das custas processuais e dos
honorá rios advocatícios, nos termos do art. 85 do NCPC, na ordem de 20% do valor da
causa.
j) Que as publicaçõ es sejam feitas exclusivamente em nome do patrono DIRCEU EMIR
PEREIRA CHAVES OAB/MA Nº 16.311.
l) Por oportuno, declara a autenticidade das copias juntadas à presente açã o, nos moldes do
inciso IV, art. 425 do Novo CPC;

DAS PROVAS

Requer a produçã o de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e
seguintes do NCPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o
depoimento pessoal do Réu.
Dá -se à causa o valor de R$ xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Termos em que,
pede e espera deferimento.
Sã o Luís/MA, xx de xxxxx de xxxxx.
Dirceu Emir Pereira Chaves
OAB/MA 16.311

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