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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE SANTA CRUZ


DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/ RJ.

FULANA DE TAL, brasileira, casada, do lar, portadora da identidade de


n°_________, expedida pelo DIC/RJ, inscrita no CPF/MF sob o n°___________, residente e
domiciliada a ____________________________________________, CEP: ____________,
vem, por seus advogados in fine assinados – constituídos através do Instrumento Particular de
Procuração, em anexo, com escritório profissional à
_____________________________________, onde recebem intimações –, com fulcro no
artigo 282 do Código de Processo Cível e demais dispositivos legais aplicáveis, propor a
presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.

Em face de CASAS BAHIA COMERCIAL LTDA, Inscrito no CNPJ sob o


nº59.291.534/0001-67, estabelecida na Rua Felipe Cardoso nº. 281 Santa Cruz- RJ, CEP-
25.510-000, e BANCO BRADESCARD S/A, inscrita no CNPJ sob o nº. 04.184.779/0001-01,
estabelecida na Alameda Rio Negro, n°585, 15° andar, bloco D, Edifício Jauaperi, Alphaville
Industrial, Barueri São Paulo, SP, CEP:06.454-000, pelos motivos de fato e de direito abaixo
aduzidos:

DOS FATOS:

A Requerente possui há anos o cartão das Requeridas de


nº4220.XXXX.XXXX.7021, como titular, e jamais solicitou qualquer outro produto, todavia, no
momento da aquisição a mesma assinou vários documentos.
Pois bem, a partir de então, as Requeridas lhe imputaram uma tarifa conhecida
como ANUIDADE DIFERENCIADA, que veio sendo cobrada desde no mês de Julho de 2011,
nas faturas da Requerente.
Cabe informar que a Requerente passou a aderir de forma coativa às faturas, sob
alegação que a mesma adquiriu no momento da aquisição do cartão.
O valor cobrado pela referida tarifa é de R$3,99 (três reais e noventa e nove
centavos), deste modo a Requerente pagou até hoje a monta de R$20,95 (vinte reais e noventa
e cinco centavos).
Diante da arbitrariedade cometida pelas Requeridas e, por se tratar de venda
casada, conforme preleciona o art. 39, I do Código de Defesa do Consumidor, requer a Autora
a devolução dos valores que lhe foram descontados, entendendo esta que a devolução deva
ocorrer em dobro por conta do pagamento indevido, com o fulcro no parágrafo único do artigo
42 do CDC.
Não podemos tapar os olhos para o total desrespeito praticado pelas Requeridas
para com a Requerente, que ignorou de modo explícito seus direitos básicos como
consumidora inobservando as regras contidas no CDC.
Ademais, é fato notório, que as Requeridas utilizaram-se de práticas abusivas
vedadas expressamente pelo Código de Defesa de Consumidor, quais sejam:
“Art. 39 – É vedado ao fornecedor de produtos e
serviços:
I – Condicionar o fornecimento de produto ou de serviço
ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como,
sem justa causa, a limites quantitativos;
...
III – Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação
prévia, qualquer produto ou fornecer qualquer serviço;
IV – prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do
consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,
conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus
produtos e serviços;
V – exigir do consumidor vantagem manifestamente
excessiva;
Cabe ressaltar a responsabilidade das Requeridas já que o serviço é
totalmente defeituoso, em conformidade com o art. 14 § 1º, I e II do CDC.
Deste modo, Requer a Demandante que as Empresa Rés se abstenham de
efetuar tal cobrança em suas faturas, tendo em vista, que jamais teve a intenção de contratar
tal modalidade, com base no art. 14, § 1º, I e II do CDC, bem como o reconhecimento por este
Douto Juízo de práticas abusivas cometidas pelas Demandadas, conforme menciona o art. 39,
I, III, IV e V do Código Consumeirista e a devolução da quantia de R$41,90 (quarenta e um
reais e noventa centavos) conforme preceitua o parágrafo único do art. 42 do CDC.

DO DANO MORAL
O Requerente jamais fora informada acerca da cobrança, pois quando
contratou o cartão lhe repassaram que não lhe seria cobrado nada, a não ser quando fizesse
uso do mesmo.
É realmente um abuso, a Requerida firma um contrato com o Requerente e
após, começam a lhe imputar cobrança indevida, até porque a referida cobrança é tida como
ilegal em decorrência de resolução emanada pelo BACEN.
Na tentativa de ludibriar o Requerente, a Requerida lhe causaram e lhe causam
dano moral, pois, ao imputar-lhe algo que não fora contratado, restou caracterizado o
desrespeito na Relação de Consumo, levando a Demandante a ter sérios problemas de ordem
psicológica, já que apenas almejava a contratação do cartão e lhe fora imposto uma cobrança
indevida, levando-a crer que é uma prática comum das Rés no tratamento aos seus
consumidores, o que para tanto utilizamos o seguinte dizer:
“Os danos morais levam em conta o caráter da prática.
Bem como a persistência em recusar atendimento aos
reclamos legítimos do consumidor, conotação esta que
reiteremos é própria ao seu caráter punitivo, já que sua
finalidade não é exclusivamente ressarcitória. O
magistrado, em nenhuma hipótese deverá se mostrar
complacente com o ofensor contumaz que amiúde
reiterados ilícitos análogos, e a severidade despontará
na necessidade de desestimular a reiteração do ilícito”.
(VASCONCELLOS, Antônio Hermam e Benjamim,
Código Brasileiro de Defesa do Consumidor Comentado
pelos Autores do Anteprojeto, 6ª edição, p. 146) (grifo
nosso).
Diante do exposto, espera e confia a Requerente em uma Tutela Jurisdicional
no acolhimento de seu pedido de indenização por danos morais, com fulcro no art. 6º, VII do
CDC, c/c art. 5º, incisos V e X da CRFB/88, em 40 salários mínimos.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Cabe ressaltar, que devido a hipossuficiência técnica da Autora é pertinente que
V.Exa. aplique a inversão do ônus da prova, em conformidade com o artigo 6, VIII do Código de
Defesa do Consumidor.

DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer o Autor:
a) A concessão do beneficio da gratuidade de justiça;
b) Citação da requerida para contestar a ação sob pena de revelia e confissão ficta, caso
não os façam;
c) A devolução da quantia, de R$41,90(quarenta e um reais e noventa centavos),
conforme preceitua o parágrafo único do art. 42 do CDC, bem como todos os valores
debitados após o ingresso da demanda;
d) A condenação por Danos Morais em 40 (quarenta) salários mínimos, nos moldes do
art. 6º, VII do CDC c/c art. 5º incisos V e X da CRFB/88, bem como o reconhecimento
da prática abusiva cometida pelas Demandadas, conforme menciona o art. 39, I, II, IV e
V do Código Consumeirista;
e) A inversão do ônus da prova, em conformidade com o artigo 6º, VIII do Código de
Defesa do Consumidor;
f) A condenação das rés em honorários advocatícios e sucumbenciais.

Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, notadamente


prova documental, testemunhal, depoimento pessoal das Rés sob pena de confissão.
Dá-se a causa o valor de R$ 24.880,00 (vinte e quatro mil e oitocentos e
oitenta reais).
Termos em que,
P. Deferimento.
Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2012.

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