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Assim, no caso em tela, temos uma relaçã o na qual a parte autora figura como uma
consumidora por equiparaçã o e o banco réu como fornecedor, conforme o caput do artigo
3º do CDC, bem como o § 2º do mesmo artigo, o qual inclui expressamente a atividade
bancá ria, senã o vejamos:
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de
natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
O caput do artigo 52 do CDC também deixa clara a subsunçã o das relaçõ es jurídicas
bancá rias ao Có digo de Defesa do Consumidor ao referir que: “No fornecimento de
produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao
consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente
sobre (...)”.
Outrossim, esse posicionamento é corroborado pela Sú mula 297 do STJ com a seguinte
redaçã o: “O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras”.
Assim, incide o CDC e seus dispositivos à hipó tese dos presentes autos, com a consequente
responsabilizaçã o do banco demandado, o que requer, para o fim de declarar a inexistência
do débito, a repetiçã o em dobro do indébito, a indenizaçã o pelos danos morais sofridos,
bem como a concessã o da tutela antecipada de urgência com o fim de interromper os
descontos no benefício previdenciário da autora, eis que se trata de verba alimentar,
sob pena de multa diária.
II.2 – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA ANTE A HIPOSSUFICIÊNCIA DA AUTORA EM
RELAÇÃO AO BANCO RÉU
Da simples aná lise da demanda é possível perceber que, de um lado estamos diante de um
fornecedor com aprimorados recursos para as suas transaçõ es, e de outro uma singela
consumidora, a qual conta atualmente com 69 anos de idade.
Conforme art. 6º, VIII, é possível a inversã o do ô nus de prova, ainda mais porque a parte
autora possui avançada idade, sendo incabível lhe ser exigido a produçã o de provas
negativas (de que nã o possui relaçã o com o réu), além das que já estã o sendo apresentadas.
Outrossim, o demandado possui maior facilidade na obtençã o da prova.
Corroborando com o narrado, temos os seguintes precedentes:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C DANOS MORAIS. EMPRÉSTIMO
CONSIGNADO NÃO CONTRATADO E DESCONTADO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. SENTENÇA DE PARCIAL
PROCEDÊNCIA. RECURSO DA CASA BANCÁRIA PRELIMINAR. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. ENVIO DE
CARTÃO DE CRÉDITO, PELO BANCO BMG S/A, SEM CONSENTIMENTO DO CONSUMIDOR. REQUERIDA, ITAÚ BMG
CONSIGNADO S/A, QUE NÃO INTEGRA O MESMO CONGLOMERADO ECONÔMICO A QUE PERTENCE AQUELA
INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. INAPLICABILIDADE DA TEORIA DA APARÊNCIA. AUTOR QUE POSSUÍA CIÊNCIA DO FATO.
RECLAMAÇÃO NO PROCON, EM RELAÇÃO AO CARTÃO DE CRÉDITO, QUE FOI DIRECIONADA AO BANCO BMG S/A.
PREFACIAL ACOLHIDA. MÉRITO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA CONFIGURADA, CONSOANTE ART. 14 DO CDC.
INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA ENVOLVENDO AS PARTES. ÔNUS DA PROVA QUE
INCUMBIA À RÉ, NOTADAMENTE DIANTE DA IMPOSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVA NEGATIVA PELO
AUTOR. UTILIZAÇÃO DE DADOS SEM A DEVIDA CONFERÊNCIA DA VERACIDADE DOS DOCUMENTOS
APRESENTADOS POR FALSÁRIO. NEGLIGÊNCIA DA REQUERIDA AO DESCONTAR INDEVIDAMENTE VALORES
DIRETAMENTE DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DO DEMANDANTE. DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO.
RECURSO DO AUTOR DANO MORAL. PLEITO DE FIXAÇÃO. DESCONTO INDEVIDO DE VALORES DO BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO DO AUTOR. PESSOA IDOSA QUE RECEBE APENAS UM SALÁRIO MÍNIMO. ABALO MORAL
PRESUMIDO. QUANTUM COMPENSATÓRIO. OBSERVÂNCIA DOS CRITÉRIOS DA PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE E DE ACORDO COM OS PARÂMETROS DA CÂMARA. ÔNUS SUCUMBENCIAIS. REFORMA DA
SENTENÇA. REDISTRIBUIÇÃO NECESSÁRIA. FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS JÁ CONSIDERANDO O LABOR NA FASE
RECURSAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DAS VERBAS EM RELAÇÃO AO AUTOR, POR SER BENEFICIÁRIO D [...]
(Processo: 0306306-53.2016.8.24.0018. Relator: Cláudia Lambert de Faria. Tribunal do Estado de Santa Catarina.
Origem: Chapecó. Orgão Julgador: Quinta Câmara de Direito Civil. Julgado em: 07/08/2018. Juiz Prolator: Marcos
Bigolin. Classe: Apelação Cível.) (grifei)
APELAÇÃO CÍVEL n.º 0038090-46.2015.8.14.0015 ORIGEM: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E
MORAIS APELANTE: BANCO BRADESCO S/A ADVOGADO (A): RUBENS GASPAR SERRA – OAB/SP 119.859
ADVOGADO (A): FELIPE GAZOLA VIEIRA MARQUES – OAB/MG 76.696 APELADO: OLINDA CAMPOS DOS SANTOS
ADVOGADO (A): ALINE TAKASHIMA – OAB/PA 15.740-A RELATORA: Desa. MARIA DO CÉO MACIEL COUTINHO
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. IDOSO. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO
DE APOSENTADORIA. DESCONHECIMENTO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. NÃO APRESENTAÇÃO DO CONTRATO.
FRAUDE. DESCONTO INDEVIDO. VERBA DE CARÁTER ALIMENTAR. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA. SEGURANÇA DO SISTEMA BANCÁRIO. PROTEÇÃO AO IDOSO. VULNERABILIDADE E
HIPOSSUFICIÊNCIA. SENTENÇA PARCIALMENTE ALTERADA. DANO MATERIAL CONFIGURADO. RESTITUIÇÃO EM
DOBRO MANTIDA. DANO MORAL IN RE IPSA. QUANTUM INDENIZATÓRIO REDUZIDO. TERMO INICIAL DOS JUROS
DE MORA. ALTERAÇÃO DE OFÍCIO. SÚMULA 54 DO STJ. EVENTO DANOSO. RESPONSABILIDADE
EXTRACONTRATUAL. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (Tribunal de Justiça do Estado do Pará. 1ª
Turma de Direito Privado. Relator: MARIA DO CEO MACIEL COUTINHO. Data de Julgamento: 12/04/2021. Data de
Publicação: 13/04/2021) (grifei)
Diante disso, requer-se, desde já, a inversão do ônus da prova. Até porque, é dever do
requerido comprovar de forma cabal a relaçã o entre as partes, demonstrando que a autora
contratou o empréstimo consignado.
II.3 – DA INEXISTÊNCIA DO DÉBITO DIANTE DA AUSÊNCIA DE CONTRATAÇÃO COM O
RÉU
Da aná lise dos fatos, é possível perceber que nã o houve procura por parte da autora para a
contrataçã o de empréstimo consignado junto ao réu, tampouco sua autorizaçã o diante de
um suposto contato prévio.
Conforme relatado no tó pico I dessa peça inicial, os dados da pessoa contratante sã o
divergentes dos dados da autora, e tal conclusã o se chega da simples leitura da proposta de
contrataçã o de empréstimo e da cédula de crédito bancá rio, ambos em anexo. Juntamente
com eles, foi enviado um laudo jurídico de formalizaçã o eletrô nica, também anexo, onde
consta a selfie enviada pela real contratante, onde é possível perceber a total divergência
com os traços da autora. Os referidos documentos foram encaminhados via e-mail pelo
banco réu para o Procon desta cidade.
No intuito de facilitar a identificaçã o dessas incongruências, vejamos o quadro comparativo
abaixo:
Veja-se a discrepâ ncia entre a fisionomia da pessoa que realizou a selfie e a fisionomia da
autora:
Além disso, tanto na proposta de contratação de empréstimo quanto na cédula de
crédito bancário NÃO CONSTA ASSINATURA de quem quer que seja. O que é possível
constatar em ambos os documentos é a presença de um có digo de autenticaçã o eletrô nica e
o nú mero de IP (Internal Protocol).
Diante disso, é importante lembrar que antes de buscar este r. Juízo, a parte autora tentou
resolver a questã o amigavelmente. Quando da manifestaçã o da autora, o réu respondeu
que para a conclusã o do processo de adesã o foi necessá rio que a autora manifestasse o seu
aceite eletrô nico, a partir de uma senha pessoal, bem como ficou registrado o nú mero de IP.
Ocorre que, a partir dessa afirmativa a parte autora ficou com o seguinte questionamento:
“Coincidindo o endereço da autora com o endereço apontado pelo IP, por que o banco nã o
apresentou isso como comprovaçã o de que foi a autora quem contratou os seus serviços?”
Além disso, o banco réu informou que é solicitado no momento da contrataçã o o envio da
có pia do documento de identidade da parte contratante. Com isso, da simples comparaçã o
entre os documentos o banco réu seria capaz de chegar à conclusã o de que houve um
equívoco e repará -lo.
Fato é que a requerente nunca solicitou empréstimo consignado junto ao requerido,
tampouco autorizou. Os documentos que acompanham a presente sã o capazes de dar
plausividade aos argumentos autorais, visto que o contrato de empréstimo e a cédula de
crédito bancá ria nã o estã o assinados pela autora, sequer contam com a assinatura de outra
pessoa, ou seja, ambos os documentos estã o em branco. E, além disso, a foto selfie utilizada
para suprir a ausência de assinatura e dar efetividade à contrataçã o garante que nã o foi a
autora a pessoa contratante do empréstimo consignado, por simples comparaçã o com a
foto do RG anexo ao feito.
Nã o obstante a juntada de uma série de documentos que atribuem verossimilhança as
alegaçõ es autorais, a Sú mula 479 do STJ entende que “as instituições financeiras respondem
objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados
por terceiros no âmbito de operações bancárias”.
Outrossim, tendo em vista as sucessivas ocorrências de infortú nios como esse sofrido pela
autora, o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul já se pronunciou em
casos aná logos, reconhecendo a ausência de demonstraçã o da regularidade da operaçã o
bancá ria e a falha na prestaçã o dos seus serviços, senã o vejamos alguns pronunciamentos
do referido Tribunal:
RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DO
INDÉBITO, RESCISÃO CONTRATUAL E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CONTRATOS BANCÁRIOS. DESCONTOS
EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. AUSENTE DEMONSTRAÇÃO DA REGULARIDADE DA
OPERAÇÃO BANCÁRIA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DESCONTOS INDEVIDOS. DANOS MORAIS
EXCEPCIONALMENTE CONFIGURADOS. DESCONTOS INDEVIDOS DE QUANTIAS COM AS QUAIS O AUTOR, PESSOA
IDOSA E DE PARCOS RENDIMENTOS, DEIXOU DE CONTAR. VERBA ALIMENTAR. QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO
EM R$ 3.000,00, ATENDENDO ÀS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO, AOS PRINCÍPIOS DE
PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE, BEM COMO AOS PARÂMETROS DESTA TURMA RECURSAL, EM CASOS
ANÁLOGOS. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. UNÂNIME.(Recurso Cível, Nº 71009803420, Segunda Turma
Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Roberto Behrensdorf Gomes da Silva, Julgado em: 02-03-2021) (grifei)
APELAÇÕES CÍVEIS. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA
COM REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. AUSÊNCIA DE PROVA DA CONTRATAÇÃO.
DESCONTOS MENSAIS EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. MANUTENÇÃO DA DEVOLUÇÃO, EM DOBRO, DOS
VALORES INDEVIDAMENTE DESCONTADOS. PEDIDO DO RÉU DE COMPENSAÇÃO DOS VALORES PAGOS NA SEARA
ADMINISTRATIVA ACOLHIDO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DEVIDA. QUANTIFICAÇÃO. 1. CASO EM QUE O
AUTOR NEGA A EXISTÊNCIA DE QUALQUER CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS COM O BANCO REQUERIDO,
ALUDINDO QUE OS DESCONTOS MENSAIS REALIZADOS EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO TERIAM SIDO
PERPETRADOS DE FORMA INFUNDADA. POR SUA VEZ, A RÉ SUSTENTA QUE OS DESCONTOS FORAM LEGÍTIMOS,
EM VIRTUDE DA REALIZAÇÃO DE CONTRATO DE EMPRÉSTIMO CONSIGNADO, DEFENDENDO A LICITUDE DOS
DESCONTOS PERPETRADOS NA FOLHA DE PAGAMENTO DO DEMANDANTE. 2. DE UMA LEITURA ATENTA DO
CONJUNTO PROBATÓRIO CONTIDO NESTES AUTOS, NÃO HÁ PROVAS QUE EVIDENCIEM, COM CONVICÇÃO, A
CONTRATAÇÃO DO SERVIÇO POR PARTE DO DEMANDANTE. HÁ REFERIR QUE A PARTE AUTORA IMPUGNOU A
AUTENTICIDADE DAS ASSINATURAS CONSTANTES NOS DOCUMENTOS ACOSTADOS PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA
RÉ, INCIDINDO NA HIPÓTESE O DISPOSTO NO ARTIGO 429, INCISO II, DO CPC. 3. DIANTE DESSE CONTEXTO,
PONDERANDO A LEGISLAÇÃO APLICÁVEL À ESPÉCIE E O SUPORTE PROBATÓRIO CONTIDO NOS AUTOS, NÃO SE
DESINCUMBIU O DEMANDADO DO SEU ÔNUS PROBATÓRIO, À LUZ DO ART. 373, INCISO II, DO CPC, RESTANDO
EVIDENCIADO QUE OS DESCONTOS PERPETRADOS PELO REQUERIDO SE DERAM DE FORMA INFUNDADA. 4. EM
FACE DESSAS CONSIDERAÇÕES, IMPÕE-SE A DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO E A DEVOLUÇÃO EM
DOBRO DOS VALORES DESCONTADOS DE FORMA INDEVIDA DA PARTE AUTORA, CONSIDERANDO A
INEXISTÊNCIA DE ENGANO JUSTIFICÁVEL RELATIVAMENTE À CONDUTA DO BANCO. 5. DA CONDUTA NEGLIGENTE
DA PARTE RÉ, QUE ENSEJOU DESCONTO DE VALORES RELATIVOS A EMPRÉSTIMO NA CONTA BENEFÍCIO DA
AUTORA, SEM QUE EXISTISSE CONTRATO LEGÍTIMO A AUTORIZAR A PROVIDÊNCIA, DECORRERAM PREJUÍZOS
MATERIAIS COM A RETENÇÃO INDEVIDA DOS VALORES E TRANSTORNOS E ABORRECIMENTOS QUE EXTRAPOLAM
O MERO DISSABOR. DANOS MORAIS DEVIDOS. 6. REVELA-SE ADEQUADA A FIXAÇÃO DE INDENIZAÇÃO A TÍTULO DE
DANO MORAL NO VALOR DE R$ 5.000,00. ESTA QUANTIA ASSEGURA O CARÁTER REPRESSIVO E PEDAGÓGICO DA
INDENIZAÇÃO E, TAMBÉM, NÃO PODE SER CONSIDERADA ELEVADA A CONFIGURAR ENRIQUECIMENTO SEM
CAUSA DA PARTE AUTORA. APELAÇÃO DO RÉU PARCIALMENTE PROVIDA E APELAÇÃO DO AUTOR PROVIDA, POR
MAIORIA.(Apelação Cível, Nº 50048274420198210033, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Lusmary Fatima Turelly da Silva, Redator: Isabel Dias Almeida, Julgado em: 09-04-2021) (grifei)
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA
CUMULADA COM REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CONTRATAÇÃO
FRAUDULENTA DE EMPRÉSTIMO BANCÁRIO. DESCONTOS CONSIGNADOS EM APOSENTADORIA. REPETIÇÃO DE
INDÉBITO EM DOBRO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. "QUANTUM" MANTIDO. COMPENSAÇÃO DE VALORES
INDEVIDA. 1. Cabe à instituição financeira responder objetivamente pelos danos oriundos do mau
funcionamento dos serviços. Dever de segurança (Súm. 479/STJ). Caso concreto em que correta a declaração de
inexistência da relação jurídica e dos respectivos débitos bem como a reparação pelos danos daí decorrentes,
tendo em vista que a prova dos autos evidenciou que não foi o autor quem contratou o empréstimo consignado
em sua aposentadoria. 2. Não é necessária a caracterização de má-fé do fornecedor para que a repetição do
indébito seja em dobro, nos moldes do que estabelece o art. 42, parágrafo único, do CDC. 3. Embora a mera
cobrança indevida não gere, a priori, indenização de cunho moral, os transtornos apontados nos autos extrapolam
o mero dissabor, especialmente considerando que o autor teve parcelas debitadas de sua remuneração, verba de
natureza alimentar. Indenização fixada em R$ 7.000,00 que merece ser mantida, pois adequada. Prestígio ao
caráter punitivo e pedagógico do instituto, sobremaneira diante da condição financeira de ambas as partes,
extensão dos danos, do valor envolvido na fraude e postulados da razoabilidade e proporcionalidade. 4. Não há
falar em compensação de valores, na medida em que o único documento que comprovaria a transferência de
valores é unilateral e não conta sequer com um número de autenticação. APELAÇÃO DESPROVIDA.(Apelação Cível,
Nº 70072339989, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Eduardo Richinitti, Julgado em: 24-
05-2017) (grifei)
APELAÇÕES CÍVEIS. RESPONSABILIDADE CIVIL. RELAÇÃO DE CONSUMO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA
DE DÉBITO CUMULADA COM REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. EMPRÉSTIMO
CONSIGNADO. CONTRATAÇÃO INDEMONSTRADA. DESCONTO DE VALORES DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.
ADOÇÃO DA TEORIA DO RISCO DO EMPREENDIMENTO. RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SERVIÇO. ART. 14,
§ 1º, I A III, DO CDC. Adotada a teoria do risco do empreendimento pelo Código de Defesa do Consumidor,
todo aquele que exerce atividade lucrativa no mercado de consumo tem o dever de responder pelos defeitos
dos produtos ou serviços fornecidos, independentemente de culpa. Responsabilidade objetiva do fornecedor
pelos acidentes de consumo. AUSÊNCIA DE CONTRATAÇÃO. DESCONTOS INDEVIDOS EFETUADOS EM BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO. DÉBITO INEXISTENTE. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA "OPE LEGIS". FORTUITO INTERNO. DEVER
DE INDENIZAR CARACTERIZADO. Defeito do serviço evidenciado através da celebração, pela instituição financeira
demandada, de contrato de financiamento com terceiro em nome da parte autora, mediante fraude ou ardil, o
qual deu azo à inclusão do nome desta em cadastro de consignações. Inexistência de comprovação, pelo
demandado, de que tomou todas as cautelas devidas antes de proceder à contratação, de modo a elidir sua
responsabilidade pela quebra do dever de segurança, nos moldes do art. 14, § 3º, I e II, do CDC. Inversão do
ônus da prova "ope legis". Fraude perpetrada por terceiros que não constitui causa eximente de responsabilidade,
pois caracterizado o fortuito interno. REPETIÇÃO DO INDÉBITO EM DOBRO. VIABILIDADE. Não demonstrada a
contratação do serviço, mostra-se indevida a sua cobrança, impondo-se a devolução em dobro da quantia paga
indevidamente pelo consumidor, "ut" art. 42, parágrafo único, do CDC. DANO MORAL IN RE IPSA. Demonstrada
a ocorrência de descontos indevidos no benefício previdenciário de titularidade da demandante, eis que despidos
de autorização, daí resulta o dever de indenizar. Dano moral "in re ipsa", dispensando a prova do efetivo prejuízo
sofrido pela vítima em face do evento danoso. ARBITRAMENTO DO "QUANTUM" INDENIZATÓRIO. Montante da
indenização arbitrado em atenção aos critérios de proporcionalidade e razoabilidade, bem assim às peculiaridades
do caso concreto. Toma-se em consideração os parâmetros usualmente adotados pelo colegiado em situações
similares. APELO DO RÉU DESPROVIDO E APELAÇÃO DA AUTORA PROVIDA. (Apelação Cível Nº 70065922767, Nona
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Miguel Ângelo da Silva, Julgado em 25/11/2015) (grifei)
Ademais, cumpre salientar que o caso concreto se trata de prova negativa, incumbindo,
portanto, ao requerido a prova de que ocorreu a contrataçã o do empréstimo consignado
em questã o. Por fim, acerca da possibilidade de exibiçã o dos documentos pelo demandado,
dispõ e o art. 396 do CPC no sentido de que “o juiz pode ordenar que a parte exiba
documento ou coisa que se encontre em seu poder”.
Portanto, diante da existência de prova cabal da NÃ O SOLICITAÇÃ O E NÃ O CONTRATAÇÃ O
do empréstimo afigura-se totalmente indevida toda e qualquer cobrança pelo banco
requerido, devendo ser declarada inexistente e ilícita a dívida do valor de R$ 12.963,19
(doze mil novecentos e sessenta e três reais e dezenove centavos) em nome da autora, bem
como serem cessados os descontos das parcelas do empréstimo na verba alimentar da
requerente.
II.4 – DO DEPÓSITO JUDICIAL DO VALOR CREDITADO e da ineXigência de juros e
taxas na devolução
A autora reconhece que deve restituir a quantia de R$ 12.963,19 (doze mil novecentos e
sessenta e três reais e dezenove centavos) do crédito feito pelo demandado em sua conta
bancá ria, nã o obstante tenha sido creditado de forma indevida, eis que sem sua solicitaçã o
e autorizaçã o. Todavia, sã o inexigíveis os juros incidentes sobre o valor citado e qualquer
espécie de taxas cobradas pelo banco réu, tendo em vista a má -fé do mesmo ao creditar
quantia nã o solicitada, caracterizando o dano moral e o dever de indenizaçã o pelos
transtornos causados à autora, o que será objeto de requerimento no decorrer desta
petiçã o.
Pelas razõ es acima lançadas, requer a autora a possibilidade de efetuar o depó sito judicial
do valor de R$ 12.963,19 (doze mil novecentos e sessenta e três reais e dezenove
centavos), quantia creditada em sua conta bancá ria SEM O SEU CONSENTIMENTO.
II.5 – da repetição do indébito frente a ausência de cautela e zelo do requerido na
identificação correta da pessoa contratante, resultando em cobrança indevida
Diante de todos os elementos apontados até o momento, bem como da aná lise dos
documentos juntados, a requerente insurge-se contra o ato praticado pelo requerido no
sentido de que este realizou um contrato unilateralmente ou com pessoa estranha à lide,
sem a anuência ou aceitaçã o da autora.
Essa prá tica realizada pelo banco está cada vez mais comum. Instituiçõ es financeiras estã o
realizando operaçõ es bancá rias em nome dos idosos e/ou pensionistas sem as devidas
autorizaçõ es pelos titulares das contas. Evidente que o requerido nã o teve cautela e zelo na
identificaçã o correta da contratante, resultando em cobrança indevida, em completa
afronta ao direito do consumidor.
Restando evidente a inexistência do contrato em questã o, inevitá vel a repetiçã o de todos os
valores pagos pela autora desde janeiro/2021 até a cessaçã o dos descontos, devidamente
corrigidos e em dobro.
Aplica-se no presente caso, o pará grafo ú nico do art. 42 do CDC, senã o vejamos o seu
teor:
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a
qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual
ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano
justificável. (grifei)
Nesse mesmo sentido, é a previsã o do Có digo Civil que consagra a repetiçã o do indébito
em seu artigo 876, in verbis:
Art. 876. Todo aquele que recebeu o que não lhe era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe
àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.
Imagine Excelência, uma senhora com seus 69 anos, a qual possui uma renda fixa mensal
no valor de um salá rio mínimo nacional, e que, com esse montante faz o que pode para
manter suas contas em dia, adquirir seus medicamentos e alimentos, ser surpreendida com
a reduçã o de 28,50% dos seus rendimentos. Rendimentos estes que na sua totalidade
corresponde a UM MIL E CEM REAIS. Essa senhora se viu surpreendida ao ter que
sobreviver com apenas SETECENTOS E OITENTA E SEIS REAIS E CINQUENTA E CINCO
CENTAVOS.
Além disso, a falta de eficiência para a soluçã o do conflito somada à sensaçã o de
impotência, só gerou perturbaçã o e desgaste emocional a autora. Diante disso, o art. 927
do Có digo Civil estabelece:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
A lei consumeirista adota a Teoria do Risco do Empreendimento, da qual deriva a
responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços, independentemente de culpa, pelos
riscos decorrentes de sua atividade lucrativa, bastando o consumidor demonstrar o ato
lesivo perpetrado, o dano sofrido e o liame causal entre ambos. Assim dispõ e o art. 14 do
CDC:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. (grifei)
Sendo assim, é previsto como ato ilícito aquele que cause dano, ainda que, exclusivamente
moral, pois todo mal infligido ao estado ideal das pessoas, resultando mal-estar, desgostos,
afliçõ es, abalando o seu equilíbrio psíquico, constitui causa suficiente para a obrigaçã o de
reparar o dano moral.
Nestas circunstâ ncias, nã o sendo possível afastar o abalo moral sofrido e que vem sofrendo
a autora, restando configurada a conduta ilícita, o nexo causal e os danos, é consequência o
dever de indenizar. Assim, merece a autora ser reparada pelo dano moral sofrido, haja vista
que vem sido privada da totalidade de seu benefício previdenciá rio e tornou-se obrigada a
adimplir com juros vultuosos uma dívida que nã o assentiu, o que lhe ocasionou transtornos
e aborrecimentos que extrapolam os dissabores normais do cotidiano. Trata-se de abuso de
direitos e fere direitos constitucionais da pessoa e do consumidor, devendo tal prá tica ser
coibida.
No caso em tela, o dano moral é in re ipsa, pois nã o restam dú vidas de que a autora teve sua
moral e a sua dignidade atingida, sendo que nã o é fá cil uma pessoa, ainda mais idosa ter
que sobreviver apenas com um salá rio mínimo e ainda lhe ser descontados valores de
empréstimos que nunca solicitou, faltando muitas vezes, até mesmo alimentaçã o adequada,
tendo que chegar nessa fase da vida em que as necessidades aumentam ter que passar por
situaçã o humilhante como esta, de ter que ir por sua pró pria conta investigar as ilicitudes
que realizaram em seu nome e em que suprimiram o seu dinheiro.
Dessa forma, frente a conduta do demandado, deve este ser condenado em danos morais,
devendo ser observados a reincidência da conduta, o poder econô mico do banco, o
tamanho de sua desídia e a falha de seu sistema de controle. Além de tudo, a indenizaçã o
pelos danos morais sofridos deve observar o cará ter educativo, nã o podendo ser em valor
que nã o represente uma verdadeira e costumaz sançã o ao réu, pois do contrá rio,
continuará negligenciando com seus deveres.
Atendendo a esses requisitos, pleiteia a autora a título de dano moral o quantum nã o
inferior a R$ 8.000,00 (oito mil reais).
Conforme entendimento jurisprudencial do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul, a situaçã o esgotante experimentada pela autora é qualificada como dano
moral in re ipsa e dá ensejo à reparaçã o, bem como o quantum pleiteado encontra-se nos
moldes dos julgados em casos aná logos, senã o vejamos:
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. DESCONTO INDEVIDO SOBRE PROVENTOS
DE APOSENTADORIA. DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. 1. Hipótese em que a parte
autora sofreu descontos indevidos em seus proventos de aposentadoria, cuja ilegalidade dos restou reconhecida
pela sentença. 2. Aquele que tem descontado indevidamente de seu benefício previdenciário valores referentes
a serviço que não contratou sofre danos morais in re ipsa. 3. Valor da condenação fixado em R$ 8.000,00, face à
observância dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade e da natureza jurídica da condenação. RECURSO
PROVIDO. (Apelação Cível, Nº 70082353012, Nona Câmara Cível, Desembargador Tasso Caubi Soares Delabary,
Julgado em: 29-08-2019) (grifei)
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. DESCONTO INDEVIDO SOBRE PROVENTOS
DE APOSENTADORIA. DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. 1. Hipótese em que a parte
autora sofreu descontos indevidos em seus proventos de aposentadoria, cuja ilegalidade dos restou reconhecida
pela sentença. 2. Aquele que tem descontado indevidamente de seu benefício previdenciário valores referentes
a serviço que não contratou sofre danos morais in re ipsa. 3. Valor da condenação fixado em R$ 8.000,00, face à
observância dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade e da natureza jurídica da condenação. RECURSO
PROVIDO. (Apelação Cível, Nº 70080207368, Nona Câmara Cível, Desembargador Tasso Caubi Soares Delabary,
Julgado em: 08-08-2019) (grifei)
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONTRATAÇAO FRAUDULENTA. DESCONTO EM BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. - Embora a mera cobrança
indevida não gere, a priori, indenização de cunho moral (até porque nesse caso não houve anotação em rol de
inadimplentes), os transtornos apontados nos autos extrapolam o mero dissabor, especialmente considerando
que o autor, pessoa idosa, teve parcelas debitadas de seu beneficio previdenciário, verba de natureza alimentar.
- Indenização por danos morais reconhecida. Prestígio ao caráter punitivo e pedagógico do instituto. "Quantum"
fixado em R$ 8.000,00, observando os postulados da razoabilidade, proporcionalidades, extensão dos danos,
capacidade econômica das partes, parâmetros da Câmara no enfrentamento de situações similares e
peculiaridades do caso concreto. - Valor da indenização deve ser corrigido monetariamente pelo IGP-M a partir do
arbitramento e acrescido de juros de mora de 1% ao mês a contar do ato ilícito. APELAÇÃO CÍVEL PROVIDA.
(Apelação Cível Nº 70070674478, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Eduardo Richinitti,
Julgado em 15/03/2017) (grifei)
Assim, frente aos argumentos e fundamentos jurídicos trazidos, bem como diante da
falha na prestação de serviço do demandado, não restou alternativa a autora senão
buscar este D. juízo para ter ressarcida os danos morais sofridos, no patamar de R$
8.000,00 (oito mil reais).
III - DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
O art. 98, do Có digo de Processo Civil, prevê que a: “pessoa natural ou jurídica, brasileira
ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e
os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da justiça, na forma da lei”.
Assim, conforme se depreende dos comprovantes de rendimentos e declaraçã o de
hipossuficiência acostados, a autora percebe mensalmente a importâ ncia de R$ 1.100,00
(um mil e cem reais), ou seja, apenas o correspondente a 1 salá rio mínimo nacional. Por
esta razã o, nã o dispõ e de recursos capazes de suportar as custas e despesas processuais,
bem como os demais encargos da sucumbência, sem prejuízo do sustento pró prio ou de sua
família.
Ademais, é entendimento pacífico do D. Tribunal do Estado do Rio Grande do Sul que para
concessã o do benefício da Assistência Judiciá ria Gratuita é necessá rio que a parte
comprove perceber renda mensal bruta inferior a cinco salá rios mínimos nacionais, o que é
o caso dos autos. Senã o vejamos:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIVÓRCIO LITIGIOSO. BENEFÍCIO DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.
POSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. COMPROVAÇÃO NOS AUTOS DE RENDIMENTOS MENSAIS
INFERIORES A CINCO SALÁRIOS MÍNIMOS NACIONAIS, O QUE IMPLICA NO DEFERIMENTO DA BENESSE SEM
MAIORES PERQUIRIÇÕES. ENUNCIADO 49 DO CETJRS. GRATUIDADE CONCEDIDA. PRECEDENTES. JULGAMENTO
MONOCRÁTICO. RECURSO PROVIDO.(Agravo de Instrumento, Nº 70084930163, Sétima Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Roberto Arriada Lorea, Julgado em: 23-02-2021) (grifei)