Você está na página 1de 10

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA

COMARCA DE JUAZEIRO DO NORTE-CE.

xxxxxxxxxxxxxx, xxx, xxxxxxxxx, xxxxx, inscrita na cédula de identidade sob o nº xxxxxxxxxxxxxx


SSP/CE e CPF xxxxxxxxxxx, residente e domiciliada à Rua xxxxxxxxxxx, xxxx, xxxxxxxx,
xxxxxxxxxxx/CE, CEP xxxxxxxxxx, sem endereço eletrônico, telefone para contato xxxxxxxx vem,
com o devido acatamento, por intermédio da Defensora Pública in fine subscrita, perante
Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C DANOS MORAIS

em face do xxxxxxxxx, pessoa jurídica de direito privado, com CNPJ de nº: xxxxxxx, com sede
localizada na xxxxxxxxxxx, xxxxxxxxxxxxx, xxxxxxxxxxxx, xxxxxx/SP, CEP: xxxxxxxxxxx, Endereço
eletrônico xxxxxxxxxxxx, Telefone: xxxxxxxxxxxx, pelas razões fáticas e jurídicas abaixo
aduzidas.

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A autora requer, inicialmente, os benefícios da Justiça Gratuita por ser pobre na forma da Lei,
conforme declaração de hipossuficiência em anexo. Não dispondo de numerário suficiente
para arcar com taxas, emolumentos, depósitos judiciais, custas, honorários ou quaisquer
outras cobranças dessa natureza sem prejuízo de sua própria subsistência e/ou de sua família,
a suplicante requer a assistência da Defensoria Pública, tudo consoante com o art. 5º, LXXIV,
da Constituição Federal.

DA INEXISTÊNCIA DE E-MAIL

Tratando-se de indivíduo economicamente hipossuficiente e juridicamente vulnerável, não


possui endereço eletrônico, nos termos do art. 319, II do CPC. Não obstante, de acordo com o
disposto § 2º e 3º do art. 319 CPC, tais informações não podem ensejar a emenda, tampouco o
indeferimento da inicial, sob pena de se restar configurado intransponível óbice ao acesso à
justiça.

DOS FATOS

A requerente é cliente do banco xxxxx há mais de 10 (dez) anos e, em novembro de 2020, ao


buscar o referido banco e verificar o seu limite disponível para empréstimo pessoal, foi
informada que esse seria de até R$ 12.500,00 (doze mil e quinhentos reais). Após a informação
recebida, ela optou por realizar o empréstimo no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em 8
(oito) parcelas de R$ 1.378,29 (mil trezentos e setenta e oito e vinte e nove centavos),
mudando de ideia cerca de 20 minutos após a contratação, onde ligou para o referido banco e
solicitou o cancelamento do empréstimo realizado, solicitando um novo empréstimo no valor
de R$ 12.500,00 (doze mil e quinhentos reais) em 10 (dez) parcelas de R$ 1.407,03, com o
início do pagamento para janeiro de 2021.

Ocorre que, ao receber a fatura de janeiro de 2021, a assistida foi negativamente


surpreendida, visto que, o banco xxxxx estava cobrando a parcela do empréstimo de R$
10.000,00 (dez mil reais) que a assistida já teria cancelado. Frise-se que a requerente sequer
recebeu esse valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), conforme comprovam as faturas e extratos
apresentados. Por inúmeras vezes a assistida entrou em contato com o banco para esclarecer
o ocorrido e pleitear a retirada dessa cobrança claramente indevida, mas não obteve êxito.

Após meses de angústia, precisamente em março de 2021, a requerida estornou o valor de


R$10.000,00 na fatura da assistida, porém, cobrou da assistida as 8 (oito) parcelas de R$
1.378,29 (mil trezentos e setenta e oito reais e vinte e nove centavos) referente a esse
empréstimo, totalizando o valor de R$ 11.026,32 (onze mil e vinte seis reais e trinta e dois
centavos), ou seja, sobrando para a assistida pagar ainda, R$ 1.026,32 (mil e vinte seis reais e
trinta e dois centavos) de um empréstimo que ela teria cancelado 20 (vinte) minutos após a
contratação e que sequer recebeu o dinheiro.

Não satisfeito com os danos causados para a promovente, a promovida cancelou


arbitrariamente o empréstimo de R$ 12.500,00(doze mil e quinhentos reais) realizado por ela,
e está solicitando que essa realize o pagamento do valor integral desse empréstimo e, solicitou
a negativação do nome dessa, conforme e-mail anexo. Inclusive, a autora teve diversas
tentativas de compras negadas pela empresa ré, mesmo tendo limite no seu cartão de crédito,
lhe causando grandes constrangimentos (comprovantes anexos).

Saliento que, a assistida é hipossuficiente, mãe de filhos menores e o seu esposo encontra-se
desempregado, encontra-se esgotada mentalmente e financeiramente em razão das ações
indevidas realizadas pela promovida. É cliente do referido banco há mais de 10 (dez) anos,
sempre adimplente com suas obrigações, e, após todas as tentativas de resolução desse
conflito terem sido frustradas, não encontrou outra opção, senão buscar o poder judiciário
para socorrê-la.

DO DIREITO

DA RELAÇÃO DE CONSUMO E DA INEXISTÊNCIA DO DÉBITO


Vale ressaltar que as relações contratuais entre indivíduos e instituições financeiras
correspondem à relação de consumo, matéria, inclusive, já sumulada pelo Superior Tribunal de
Justiça (súmula 297 STJ), além de ser matéria já pacífica na jurisprudência pátria.

É necessária a consideração do Art. 14, § 1º do CDC, que consagra a responsabilidade objetiva


do fornecedor dos serviços, levados em consideração alguns fatores, ipsi literis:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela


Reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
Serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode
esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

o modo de seu fornecimento;

o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

a época em que foi fornecido.

Ademais disso, faz-se necessário esclarecer que o fornecedor é proibido de fornecer qualquer
serviço sem que o consumidor o requeira, configurando uma prática abusiva esta atitude (Art.
39 do CDC).

Nesse diapasão, é condição indispensável para a efetividade do contrato, a prévia análise e


entendimento do consumidor a respeito de seu conteúdo, sendo dever do fornecedor o
cumprimento deste preceito (Art. 46 do CDC), a autora não teve contato com nenhum
instrumento contratual prévio para prestação do serviço de empréstimo consignado, por parte
do réu.

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:

(Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994). (...)

III – enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer
qualquer serviço;
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A regra do ônus da prova consiste na obrigatoriedade do autor em provar o seu direito, porém,
nas causas em que se aplica o CDC, há uma exceção a regra.

Há nessas situações a possibilidade da inversão do ônus da prova, ou seja, caberá a parte ré a


de que o autor da demanda não tem o direito narrado a inicial. Sua fundamentação legal tem
respaldo no artigo 6, VIII, da lei 8.078/90 – CDC

Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:

VIII- a facilidade da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência.

Como observa, a parte autora cumpre todos os requisitos para a concessão da inversão do
ônus da prova, pois, é parte hipossuficiente na relação frente a instituição bancária.

Em consonância com a possibilidade de inversão do ônus da prova, tem-se os julgados dos


Tribunais nacionais, senão vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL. CHEQUE EMITIDO SEM AS FORMALIDADES LEGAIS. LIBERAÇÃO DO VALOR


NA CONTA DO CORRENTISTA. ESTELIONATO. DEVOLUÇÃO DO CHEQUE. DANO CONFIGURADO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
RELAÇÃO DE CONSUMO. – A relação entre

os titulares de conta e a Instituição bancária é de consumo, nos termos da Súmula 279, do STJ,
assim Como a responsabilidade pelas operações bancárias efetuadas é do banco que Assume a
gestão dos valores disponibilizados na conta dos correntistas – No caso, O apelado amargou
dano material ao ser vítima de golpista ao induzi- lo a erro na Transferência de valor
supostamente pago a maior. Contudo, o valor decorreu da Liberação do crédito disposto em
cheque, cuja verificação posterior pelo banco, Concluiu estar desprovido das formalidades
legais, incidindo em falha na Prestação do serviço – Por decorrência da inversão do ônus da
prova, não logrou Êxito o banco em afastar sua responsabilidade, tampouco apresentou
elementos Bastantes para demonstrar a culpa do correntista. – RECURSO NÃO PROVIDO. (TJ-
AM – AC: 06087612420168040001 AM 0608761-24.2016.8.04.0001, Relator: Aristóteles Lima
Thury, Data de Julgamento: 14/06/2020, Terceira Câmara Cível, Data de Publicação:
14/06/2020).

DOS DANOS MORAIS

A personalidade é um bem extramatrimonial resguardado, acima de tudo, pela Constituição


Federal, dentre os direitos fundamentais e princípios da República

Federativa do Brasil, essencialmente por meio da dignidade da pessoa humana ( CF, art. 1º, III).

A dignidade da pessoa humana abarca toda e qualquer proteção à pessoa, seja física, seja
psicológica. Tanto que dela decorrem os direitos individuais e dentre eles encontra-se a
proteção à personalidade, cabendo indenização em caso de dano, conforme estabelece o art.
5º, inc. V, in verbis:

Art. 5º (...)

- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano


material, moral ou à imagem;

Privilegiando os aludidos dispositivos está o Código Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.

Consoante a este diploma legal encontra-se o Código de Defesa do Consumidor:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

- a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e


difusos;
Todos estes dispositivos vêm demonstrar que a proteção à personalidade está plenamente
presente em nosso ordenamento jurídico pátrio, privilegiando o Estado Democrático de Direito
e o indivíduo como sujeito principal da proteção estatal.

Ante todo aparato legal de proteção à personalidade dos indivíduos, necessário se faz tecer
algumas poucas linhas sobre o dano moral. O ilustre professor Carlos Alberto Bittar, ao se
referir aos danos morais acentua que:

“Diz-se, então, morais os danos experimentados por algum titular de direito, seja em sua
esfera de consideração pessoal (intimidade, honra, afeição, segredo), seja na social (reputação,
conceito, consideração, identificação), por força de ações ou omissões, injustas de outrem, tais
como agressões infamantes ou humilhantes, discriminações atentatórias, divulgação indevida
de fato íntimo, cobrança vexatória de dívida e outras tantas manifestações desairosas que
podem surgir no relacionamento social.”

No caso vertente, é cristalino o grande abalo moral que sofreu a demandante diante dos fatos
narrados, haja vista que, por ser autônoma e necessita do seu cartão de crédito e seu nome
limpo para fazer investimentos, comprando roupas e vendendo. A negativação do seu nome
em consonância com a proibição de utilizar o seu cartão de crédito proíbe a requerente de
trabalhar e obter renda para si, seus filhos menores e seu marido que se encontra
desempregado.

Ora, a recusa de cancelar cobranças de um empréstimo que foi cancelado 20 (vinte) minutos
após ser solicitado, onde a promovente sequer recebeu o dinheiro, mesmo diante de inúmeras
tentativas de resolução por parte da requerente, privou a demandante de usufruir de seu
cartão de crédito, seja para investir comprando roupas e vendendo, seja para colocar comida
na própria mesa.

Entretanto, apesar de toda proteção que recai sobre a autora, essa se vê, até a presente data,
de mãos atadas, necessitando, pois, a propositura da demanda a fim de ter o seu direito
restaurado.

Agrava ainda mais a situação, o fato de uma empresa taxada de “idônea, preocupada com os
consumidores, com responsabilidade social”, fazer do CDC tabula rasa, não reconhecendo a
sua vigência e eficácia, pois além de não excluir esse débito cobrado ilegalmente, cancelou
arbitrariamente outro empréstimo solicitado pela requerente no valor de R$ 12.500,00 (doze
mil e quinhentos reais) em 10 (dez) parcelas, exigindo que essa pagasse o valor integral desse
empréstimo, chegando inclusive a solicitar a inclusão do nome da promovente nos órgão de
negativação de crédito.
Toda essa situação de frustração, causou grave abalo emocional na autora da demanda. Os
motivos geradores de tamanho transtorno são inúmeros:

A autora teve a negativação do seu nome solicitada nos órgãos de proteção de crédito;

Está impossibilitada de usar seu cartão de crédito, em consequência de uma dívida que sequer
existe;

Experimenta a autora uma atitude insuportável de desídia e descaso que o assola, pois mesmo
após inúmeras insistências para ver o seu problema resolvido administrativamente, sempre
fora tratado de forma inferiorizada e com total descaso pela empresa ré;

A promovente enfrenta esse caos em meio a uma pandemia, intensificando ainda mais os
danos psicológicos causados pela empresa ré;

Trata-se Excelência, de uma grande empresa, manifestamente bem equipada e com um


sistema administrativo organizado. Em virtude disso, inadmissível aceitar os atos, pode se
dizer, ilícitos que ela vem causando a demandante.

Colaciona jurisprudências a fim de demonstrar a existência do direito pleiteado, vejamos:

E APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. COBRANÇA INDEVIDA.


PARCELAS EMPRÉSTIMO QUITADO. DESÍDIA DO BANCO PARA SOLUCIONAR O CASO.
APLICAÇÃO DA TEORIA DO TEMPO LIVRE E DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMIDOR.
ALTERAÇÃO DO ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA. RELAÇÃO DE CONSUMO. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA. ATO ILÍCITO COMPROVADO. DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO. 1. A Teoria da
Perda do Tempo Livre (ou Desvio Produtivo do Consumidor) vem resgatar o respeito que,
especialmente, fornecedores de serviço deixam de observar, não se permitindo que o Poder
Judiciário se faça de ouvidos moucos aos reclamos que fogem do justo e do razoável, tal como
a situação em que o consumidor buscou os meios administrativos para solucionar problema
que não causou, inclusive com reclamação junto ao Procon, sem que as instituições financeiras
dessem a devida atenção à cobrança indevida. 2. A casa bancária responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços. Sendo objetiva a sua
responsabilidade, a luz do artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor, mostrando-se
suficiente, para sua condenação, a demonstração da conduta, do resultado danoso e do liame
intersubjetivo entre aquela e este. 3. A instituição financeira que causa e contribuiu para a
perda do tempo livre do consumidor, apresentando mau atendimento, produz não só meros
aborrecimentos, mas desgaste físico e emocional, configurando, pois, falha na prestação do
serviço ofertado, o que enseja o dever de indenizar a título de danos morais, decorrente de
sua conduta ilícita. 4. Sentença reformada para condenar à reparação pelo dano moral e
alterar o ônus da sucumbência.

RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA. AÇÃO INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS - NEGATIVAÇÃO INDEVIDA - FIXAÇÃO DO QUANTUM - RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE. Em se tratando de negativação indevida o dano moral é in re ipsa, vale
dizer, dispensa prova do efetivo prejuízo. Mantém-se o valor da indenização fixada dentro dos
critérios da razoabilidade e proporcionalidade.

(TJ-MG - AC: 10043150036127001 MG, Relator: Estevão Lucchesi, Data de Julgamento:


27/10/2016, Câmaras Cíveis / 14ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 09/11/2016)

DA TUTELA ANTECIPADA

Auspicioso é que, para que se garanta a autora o direito constitucional de livre acesso à Justiça
e de tratamento igualitário entre as partes ligantes, seja concedida a antecipação da tutela
para SUSPENDER AS COBRANÇAS QUE ESTÃO SENDO REALIZADAS PELA EMPRESA
DEMANDADA, referente ao empréstimo que não foi recebido pela parte autora, por ter sido
devidamente cancelado tempestivamente e EXCLUIR O NOME DA REQUERENTE DA LISTA DE
NEGATIVADOS DOS ORGÃOS DE PROTEÇÃO DE CRÉDITO, IMPEDIR QUALQUER SOLICITAÇÃO
FUTURA DE NEGATIVAÇÃO, BEM COMO QUE SEJAM INTERROMPIDAS AS COBRANÇAS DE
JUROS E ENCARGOS MORATÓRIOS até que a demanda seja julgada.

A antecipação dos efeitos da tutela é medida necessária, não havendo perigo de


irreversibilidade do provimento antecipado. A sucessiva cobrança para com a autora tem
gerado grandes prejuízos, haja vista ter alcançado valor muito superior ao que a autora
suporta arcar, levando-a a não conseguir pagar a integralidade dos valores das faturas e por
consequência, ter o cartão de crédito bloqueado pela empresa demandada, passando,
inclusive, a ser solicitada pela promovida, a negativação do seu nome junto aos órgãos de
proteção de crédito.

Ademais disso, conforme consta na fatura do mês de abril juntada em anexo, a autora tem
sido cobrada com valores exorbitantes referentes à juros e multas pela impossibilidade do
pagamento total dos valores cobrados. Vindo a ressaltar, mais uma vez, a inobservância aos
deveres relativos à boa-fé contratual.

Assim, faz-se necessário que seja deferida in continenti tal medida, a fim de se evitarem mais
prejuízos às finanças e à imagem da autora, diante do configurado periculum in mora, aliado
ao fomus boni iuris, nitidamente demonstrados pelas provas em anexo.
DOS PEDIDOS

Assim requer a Vossa Excelência:

O recebimento da inicial com a qualificação apresentada, nos termos do art. 319, II, § 2º e
3ºdo CPC;

O deferimento da gratuidade judiciária integral para todos os atos processuais nos termos do
art. 98, caput e § 1º e § 5º do CPC;

A designação da audiência de conciliação nos termos do art. 319, VII do CPC;

A inversão do ônus da prova, em favor da autora, nos termos do art. 6º, VIII do CDC;

A concessão da tutela antecipada, obrigando a requerida a suspender a cobrança dos débitos,


bem como para que haja a suspensão da cobrança de juros e multas, e consequentemente: A
exclusão do nome da requerente da lista de negativados;

A proibição da promovida em solicitar a negativação do nome da assistida em quaisquer bases


de dados de proteção de crédito;

Possibilitar que a requerida continue usando o seu cartão de crédito, até que a ação seja
julgada;

Suspensão da cobrança de juros e encargos moratórios relativos à quantia em questão.

Ao final, seja dado provimento a presente ação:

no intuito de condenar a empresa ré a declarar inexistente o débito referente ao empréstimo


de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
determinar que a promovida cancele a cobrança integral do empréstimo de R$12.500,00 (doze
mil e quinhentos reais), restabelecendo esse nos moldes que foi contratado: 10 (dez) parcelas
de R$ 1.407,03, excluindo desse montante, os valores já pagos;

Condenar a requerida a indenizar a requerente no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título
de danos morais;

A condenação da ré a pagar as custas e honorários advocatícios de sucumbência, em


conformidade com o art. 85 do CPC;

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, notadamente o
depoimento pessoal da autora e juntada posterior de documentação, tudo de logo requerido.

Dá à causa o valor2 de R$ 32.500,00 (trinta e dois mil e quinhentos reais).

Você também pode gostar