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em face do xxxxxxxxx, pessoa jurídica de direito privado, com CNPJ de nº: xxxxxxx, com sede
localizada na xxxxxxxxxxx, xxxxxxxxxxxxx, xxxxxxxxxxxx, xxxxxx/SP, CEP: xxxxxxxxxxx, Endereço
eletrônico xxxxxxxxxxxx, Telefone: xxxxxxxxxxxx, pelas razões fáticas e jurídicas abaixo
aduzidas.
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A autora requer, inicialmente, os benefícios da Justiça Gratuita por ser pobre na forma da Lei,
conforme declaração de hipossuficiência em anexo. Não dispondo de numerário suficiente
para arcar com taxas, emolumentos, depósitos judiciais, custas, honorários ou quaisquer
outras cobranças dessa natureza sem prejuízo de sua própria subsistência e/ou de sua família,
a suplicante requer a assistência da Defensoria Pública, tudo consoante com o art. 5º, LXXIV,
da Constituição Federal.
DA INEXISTÊNCIA DE E-MAIL
DOS FATOS
Saliento que, a assistida é hipossuficiente, mãe de filhos menores e o seu esposo encontra-se
desempregado, encontra-se esgotada mentalmente e financeiramente em razão das ações
indevidas realizadas pela promovida. É cliente do referido banco há mais de 10 (dez) anos,
sempre adimplente com suas obrigações, e, após todas as tentativas de resolução desse
conflito terem sido frustradas, não encontrou outra opção, senão buscar o poder judiciário
para socorrê-la.
DO DIREITO
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode
esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
Ademais disso, faz-se necessário esclarecer que o fornecedor é proibido de fornecer qualquer
serviço sem que o consumidor o requeira, configurando uma prática abusiva esta atitude (Art.
39 do CDC).
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
III – enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer
qualquer serviço;
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
A regra do ônus da prova consiste na obrigatoriedade do autor em provar o seu direito, porém,
nas causas em que se aplica o CDC, há uma exceção a regra.
VIII- a facilidade da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência.
Como observa, a parte autora cumpre todos os requisitos para a concessão da inversão do
ônus da prova, pois, é parte hipossuficiente na relação frente a instituição bancária.
os titulares de conta e a Instituição bancária é de consumo, nos termos da Súmula 279, do STJ,
assim Como a responsabilidade pelas operações bancárias efetuadas é do banco que Assume a
gestão dos valores disponibilizados na conta dos correntistas – No caso, O apelado amargou
dano material ao ser vítima de golpista ao induzi- lo a erro na Transferência de valor
supostamente pago a maior. Contudo, o valor decorreu da Liberação do crédito disposto em
cheque, cuja verificação posterior pelo banco, Concluiu estar desprovido das formalidades
legais, incidindo em falha na Prestação do serviço – Por decorrência da inversão do ônus da
prova, não logrou Êxito o banco em afastar sua responsabilidade, tampouco apresentou
elementos Bastantes para demonstrar a culpa do correntista. – RECURSO NÃO PROVIDO. (TJ-
AM – AC: 06087612420168040001 AM 0608761-24.2016.8.04.0001, Relator: Aristóteles Lima
Thury, Data de Julgamento: 14/06/2020, Terceira Câmara Cível, Data de Publicação:
14/06/2020).
Federativa do Brasil, essencialmente por meio da dignidade da pessoa humana ( CF, art. 1º, III).
A dignidade da pessoa humana abarca toda e qualquer proteção à pessoa, seja física, seja
psicológica. Tanto que dela decorrem os direitos individuais e dentre eles encontra-se a
proteção à personalidade, cabendo indenização em caso de dano, conforme estabelece o art.
5º, inc. V, in verbis:
Art. 5º (...)
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Ante todo aparato legal de proteção à personalidade dos indivíduos, necessário se faz tecer
algumas poucas linhas sobre o dano moral. O ilustre professor Carlos Alberto Bittar, ao se
referir aos danos morais acentua que:
“Diz-se, então, morais os danos experimentados por algum titular de direito, seja em sua
esfera de consideração pessoal (intimidade, honra, afeição, segredo), seja na social (reputação,
conceito, consideração, identificação), por força de ações ou omissões, injustas de outrem, tais
como agressões infamantes ou humilhantes, discriminações atentatórias, divulgação indevida
de fato íntimo, cobrança vexatória de dívida e outras tantas manifestações desairosas que
podem surgir no relacionamento social.”
No caso vertente, é cristalino o grande abalo moral que sofreu a demandante diante dos fatos
narrados, haja vista que, por ser autônoma e necessita do seu cartão de crédito e seu nome
limpo para fazer investimentos, comprando roupas e vendendo. A negativação do seu nome
em consonância com a proibição de utilizar o seu cartão de crédito proíbe a requerente de
trabalhar e obter renda para si, seus filhos menores e seu marido que se encontra
desempregado.
Ora, a recusa de cancelar cobranças de um empréstimo que foi cancelado 20 (vinte) minutos
após ser solicitado, onde a promovente sequer recebeu o dinheiro, mesmo diante de inúmeras
tentativas de resolução por parte da requerente, privou a demandante de usufruir de seu
cartão de crédito, seja para investir comprando roupas e vendendo, seja para colocar comida
na própria mesa.
Entretanto, apesar de toda proteção que recai sobre a autora, essa se vê, até a presente data,
de mãos atadas, necessitando, pois, a propositura da demanda a fim de ter o seu direito
restaurado.
Agrava ainda mais a situação, o fato de uma empresa taxada de “idônea, preocupada com os
consumidores, com responsabilidade social”, fazer do CDC tabula rasa, não reconhecendo a
sua vigência e eficácia, pois além de não excluir esse débito cobrado ilegalmente, cancelou
arbitrariamente outro empréstimo solicitado pela requerente no valor de R$ 12.500,00 (doze
mil e quinhentos reais) em 10 (dez) parcelas, exigindo que essa pagasse o valor integral desse
empréstimo, chegando inclusive a solicitar a inclusão do nome da promovente nos órgão de
negativação de crédito.
Toda essa situação de frustração, causou grave abalo emocional na autora da demanda. Os
motivos geradores de tamanho transtorno são inúmeros:
A autora teve a negativação do seu nome solicitada nos órgãos de proteção de crédito;
Está impossibilitada de usar seu cartão de crédito, em consequência de uma dívida que sequer
existe;
Experimenta a autora uma atitude insuportável de desídia e descaso que o assola, pois mesmo
após inúmeras insistências para ver o seu problema resolvido administrativamente, sempre
fora tratado de forma inferiorizada e com total descaso pela empresa ré;
A promovente enfrenta esse caos em meio a uma pandemia, intensificando ainda mais os
danos psicológicos causados pela empresa ré;
DA TUTELA ANTECIPADA
Auspicioso é que, para que se garanta a autora o direito constitucional de livre acesso à Justiça
e de tratamento igualitário entre as partes ligantes, seja concedida a antecipação da tutela
para SUSPENDER AS COBRANÇAS QUE ESTÃO SENDO REALIZADAS PELA EMPRESA
DEMANDADA, referente ao empréstimo que não foi recebido pela parte autora, por ter sido
devidamente cancelado tempestivamente e EXCLUIR O NOME DA REQUERENTE DA LISTA DE
NEGATIVADOS DOS ORGÃOS DE PROTEÇÃO DE CRÉDITO, IMPEDIR QUALQUER SOLICITAÇÃO
FUTURA DE NEGATIVAÇÃO, BEM COMO QUE SEJAM INTERROMPIDAS AS COBRANÇAS DE
JUROS E ENCARGOS MORATÓRIOS até que a demanda seja julgada.
Ademais disso, conforme consta na fatura do mês de abril juntada em anexo, a autora tem
sido cobrada com valores exorbitantes referentes à juros e multas pela impossibilidade do
pagamento total dos valores cobrados. Vindo a ressaltar, mais uma vez, a inobservância aos
deveres relativos à boa-fé contratual.
Assim, faz-se necessário que seja deferida in continenti tal medida, a fim de se evitarem mais
prejuízos às finanças e à imagem da autora, diante do configurado periculum in mora, aliado
ao fomus boni iuris, nitidamente demonstrados pelas provas em anexo.
DOS PEDIDOS
O recebimento da inicial com a qualificação apresentada, nos termos do art. 319, II, § 2º e
3ºdo CPC;
O deferimento da gratuidade judiciária integral para todos os atos processuais nos termos do
art. 98, caput e § 1º e § 5º do CPC;
A inversão do ônus da prova, em favor da autora, nos termos do art. 6º, VIII do CDC;
Possibilitar que a requerida continue usando o seu cartão de crédito, até que a ação seja
julgada;
Condenar a requerida a indenizar a requerente no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título
de danos morais;
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, notadamente o
depoimento pessoal da autora e juntada posterior de documentação, tudo de logo requerido.