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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA

CÍVEL DA COMARCA DE ARAÇATUBA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

OSVALDO DA SILVA, brasileiro, casado, empresário, portador do RG


nº12.345.678-9 SSP/SP e CPF nº 235.791.468-03, residente e domiciliado na Rua Jardim
das Acácias, nº 678, bairro Alvorada, cidade de Araçatuba – SP,por seu procurador e
advogado abaixo assinado, vem,perante V. Excelência, propor

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO c.c


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS com TUTELA ANTECIPADA
em face do Banco Itaú, pelas razões de fato e direito expõe

Dos Fatos

O Sr. Osvaldo, diante a proximidade do aniversario de sua esposa, a Sra. Clotilde,


com quem esta casado a 15 anos, uma união em que ambos trabalharam para constituir o
patrimônio e manutenção e sustento da família, ambos possuem um casal de filhos de 11 e
8 anos respectivamente. Diante das dificuldades da esposa, que ministra aulas do ensino
médio no período da manha e da tarde na escola estadual “Michel Foucalt” na cidade de
Guararapes – SP, onde diariamente recorria de transporte coletivo para chegar ao local de
trabalho.

No mês de junho de 2010, o Sr. Osvaldo decidido a presentear a esposa com um


automóvel, recorreu ao método de financiamento pelo Banco supramencionado, no valor
de R$ 27.000,00 mediante 36 prestações no valor de R$ 750,00 mensais. Prestações estas,
que foram pagas fielmente, ocorrendo a quitação do empréstimo em julho de 2013, cujos
comprovantes de pagamento foram integralmente mantidos pelo autor.
Entretanto, passados dois meses após a quitação e extinção do empréstimo por
adimplemento da obrigação, a instituição bancária passou a emitir boletos mensais de
pagamento na quantia de R$1500,00 reais. Imediatamente, Sr Osvaldo dirigiu-se ao
estabelecimento bancário com o intuito de obter explicações sobre o fato. Exposto os fatos,
foi solicitado a presença do gerente do Banco. Após duas horas de espera, Sr. Osvaldo
enfim direcionado a sala da gerencia e orientado a não efetuar o pagamento e ignorar a
emissão dos boletos, pois o banco encontrava-se com uma falha no sistema, sendo em
breve solucionado o problema. O Sr.Osvaldo, no entanto, seguiu tais orientações. O envio
dos boletos cessaram após quatro meses, constando no ultimo, a competência de janeiro de
2014.

Porém, no início do mês de abril, o autor foi surpreendido com a recusa na


aprovação de uma compra em seu cartão de crédito, por seu nome estar negativado pelo
não pagamento dos boletos ora lhe enviados indevidamente.

Novamente Sr. Osvaldo dirigiu-se ao banco para buscar uma solução pacífica do
problema, entretanto, desta vez, não obteve explicações, nem fora devidamente atendido.
Retornou em datas posteriores, conforme lhe solicitavam, contudo, todas mostraram-se
infrutíferas.

Dos fundamentos jurídicos

I - Da Tutela Antecipada

O Autor nada deve a instituição bancária, uma vez que a relação jurídica ora
existente de fato foi devidamente paga e consequentemente extinta, conforme mencionado
nos fatos, e asseverado pelos comprovantes de pagamentos, tendo sido a inscrição nos
órgãos restritivos de credito realizada indevidamente, forma ilegal e abusiva.
Portanto, Sr. Osvaldo teve seu nome indevidamente inscrito nos órgãos de
proteção de crédito, uma vez que nada devia, conforme ficou demonstrado, e sequer há
fundamentos para a negativação de seu nome, uma vez que o próprio gerente do Banco
alegou a emissão dos boletos como uma falha no sistema interno utilizado pela instituição.
Portanto, o Autor por meio da Tutela Antecipada, que o requerido retire seu nome,
junto ao Serviço de Proteção ao Crédito e Serasa, uma vez que foi inscrito indevidamente,
pois nada deve.
Disposto no artigo 273 do Código de Processo Civil:
“Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os
efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se
convença da verossimilhança da alegação e: (Redação dada pela Lei nº 8.952, de
13.12.1994)
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou (Incluído
pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório do réu.”
Assim, requer o Requerente, como menciona o artigo 273, e seus incisos do CPC,
seja concedida a tutela antecipada, e imediatamente seja retirado seu nome junto a qualquer
órgão de recuperação de crédito.

II - Da necessidade da declaração da inexistência de débito e inversão do ônus da


prova
 Conforme fora demonstrado nunca existiu o débito no valor de R$ 6.000,00 (seis
mil reais), motivo pelo qual vem o autor a declarar a inexistência do presente débito;

Segundo o art. 6.º, VIII, do CDC, é direito básico do consumidor:


“a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação
ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências”
 Devemos observar que o legislador, ao utilizar-se da partícula “ou” bem esclarece
que, a favor do consumidor, pode o juiz inverter o ônus da prova quando apenas uma das
duas hipóteses está presente no caso.
Assim, se a instituição financeira disponibiliza máquina à disposição do
consumidor para que realize transações e este afirma de forma verossímil que não as
realizou, a prova de quem realizou tais operações deve ser imputada à empresa, que lucrou
com esta forma de negociação. Nisto consiste o seu risco profissional, devendo organizar-
se para poder comprovar seus atos.

Do dano moral

É garantia a reparabilidade do dano moral, tamanha é sua importância, que consta


no texto na Carta Magna, no rol do artigo 5º, incisos V e X, dos direitos e garantias
fundamentais faz-se oportuna transcrição:

“Inciso V: é assegurado o direito de resposta,


proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem:”

“Inciso X: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a


honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação”
Conforme restou comprovado, o autor nada deve. Razão pela qual, requer
declaração de inexistência de débito e ainda, a reparação do dano causado. Logo objetivo
maior é o restabelecimento do equilíbrio jurídico provocado pela lesão, traduzido numa
importância em dinheiro, visto não ser possível a recomposição do status quo ante, uma
vez que não se trata apenas da declaração da inexistência de débito, pois em decorrência da
cobrança indevida, o autor teve seu nome inscrito nos órgãos de recuperação de crédito,
não podendo assim contrair qualquer tipo de empréstimo, decorrente do erro do Banco,
deixando o autor em situação constrangedora e humilhante.
Com relação à reparação do dano, tem-se que aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito, ficando obrigado a reparar os prejuízos
ocasionados (Art. 186 e 187 do CC). 

Após o reconhecimento do, cabe estipular o quantum indenizatório que, levando


em consideração o princípio da proporcionalidade e razoabilidade, e ainda todo o abalo
psicológico do prejudicado e a capacidade financeira de quem ocasionou o dano, deve ser
fixado como forma de compensar o prejuízo sofrido, além de punir o agente causador e
evitar novas condutas ilícitas, preconizando o caráter educativo e reparatório e evitando
uma medida judicial abusiva e exagerada.

Cumpre ressaltar, ainda, que a lei não estabelece um parâmetro para fixação dos
valores indenizatórios por dano moral, no entanto, os valores têm sido estipulados pelas
Cortes de Justiça, em especial, pelo STJ.
Sendo assim, o autor entende ser justo, para recompensar os danos sofridos e
servir de exemplo na prevenção de novas condutas ilícitas, a quantia de R$ 20.000,00
(vinte mil reais), deixando, ao entender de Vossa Excelência a possibilidade de ser
arbitrado um valor diverso.

Dos pedidos

a) Conceder a tutela antecipada nos moldes do Art. 273 do CPC, a fim de que
tenha o autor seu nome retirado dos registros de cadastro de inadimplentes;
b) Da declaração de inexistência do débito, uma vez que, como restou
amplamente comprovado, o débito fora efetivamente quitado, e a continuidade da
cobrança, frise-se, indevida, caracteriza o dano pleiteado;
c) Da exclusão do nome o autor do cadastro de inadimplência, uma vez que o
mesmo está adimplente. E não há razão para que seu nome conste como devedor.
d) Da indenização dos danos morais sofridos dentro do supermercado e com a
continuidade da cobrança, uma vez que restou o autor impossibilitado de exercer suas
liberdades de escolha e disposição de seus bens como bem lhe conviesse.
e) Condenação do réu no pagamento das custas judiciais, despesas processuais
e honorários advocatícios de 20% sob o valor da condenação, atualizado.

Das provas
Requer e protesta o autor pela produção de todas as provas permitidas em direito,
nos termos do art. 332, CPC.

Da citação
Requer o autor a citação do réu

Do valor da causa
Dá-se o valor da causa o valor de R$ 20.000,00 reais.

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