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Direito Falimentar

INTRODUÇAO

O principal objetivo do direito falimentar e a proteção do credito, ou seja, conferir


amparo jurídico que possibilite a recuperação do credito mediante a diminuição do nível de
inadimplência. Em outras palavras, o objetivo da lei e proteger o credito. E retirar do mercado
empresas prejudiciais ao interesse econômico resguardando apenas as empresas viáveis.

A lei 11.101/05 introduziu no sistema jurídico brasileiro instrumentos legais e


mecanismos jurisdicionais capazes de proporcionar a reorganização das empresas viáveis que
se encontram em crise financeira.

Após o advento da lei temos três situações para os devedores em crise:

1- Ingressar em juízo requerendo a recuperação judicial;


2- Negociar com os credores e pleitear a homologação do acordo de recuperação
extrajudicial;
3- Falir, quando não houver outra situação.

A lei 11.101/05, é composta por 201 artigos e trata basicamente do processo de


recuperação judicial, recuperação extrajudicial e processo de falência, além de tipificar
os crimes falimentares, regulamentar o procedimento penal e não excluir a aplicação
subsidiaria de outras leis.

TEORIA GERAL DO DIREITO FALIMENTAR

1 – AMBITO DE INSCIDENCIA.

O art. 1º da lei diz que as regras da 11.101/05 aplicam-se ao empresário individual e a


sociedade empresaria. Assim os agentes civis, ou seja, aqueles que não são empresários
individuais e nem sociedade empresaria vão se submeter as regras do CPC e não a lei
11.101/05.

Empresário individual pessoa física ou natural que desenvolve atividade empresarial. O


profissionalismo, a pessoalidade, a habitualidade e o monopólio das informações são
elementos para caracterização da figura do empresário.

Sociedades empresarias: pessoa jurídica que exerce atividade empresarial. No ordenamento


temos: sociedade simples, sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples e
por ações, sociedade por quotas de responsabilidade limitada, sociedade anônima e eireli.

Atividade empresarial é toda e qualquer atividade profissional, econômica e organizada,


voltada para obtenção de lucros ou para a produção ou circulação de mercadorias e serviços.

Quem não desenvolve profissionalmente atividade econômica organizada voltada a produção


ou circulação de bens ou serviços, nos termos do art. 966 do CC, não é considerado empresário
e, consequentemente, não está sujeito ao regime falimentar.

Vale ainda lembrar que o capital, insumos, mão de obra e tecnologia são elementos para a
caracterização da sociedade empresaria.

2 – NÃO INSCIDENCIA

A lei 11.101/05 não se aplica:


1) Empresa pública e sociedade de economia mista (exclusão absoluta);
2) Instituição financeira pública ou privada (lei n. 6024/74);
3) Cooperativa de credito (lei n. 5764/71);
4) Consórcios (lei n. 6404/760);
5) Entidade de previdência complementar (lei complementar n. 109/2001);
6) Sociedade operadora de plano de saúde (lei n. 9656/98);
7) Seguradoras (decreto lei n. 73/66).

OBS.: As empresas de 2 a 7 foram excluídas relativamente pelo legislador do regime


falimentar por se tratarem de atividades especificas e de relevante interesse social e
econômico, sendo-lhes aplicáveis leis especiais no que diz respeito a sua insolvência.

8) Produtores rurais não registrados na junta comercial e as cooperativas.


9) Aqueles que exercem profissão intelectual de natureza cientifica, literária ou artística,
exceto se o exercício da profissão constituir elemento da empresa (art. 966 do CPC).

A lei 11.101/05 se aplica a sociedades não personificadas?

A lei 11.101/05 se aplica a sociedade de fato e a sociedade irregular?

Sociedades não personificadas -: Aquele que não cumpre a obrigação de registrar a Empresa
não adquiri personalidade jurídica e é considerado como empresário irregular ou de fato.

Sociedade de fato - : são aquelas que desempenham atividade empresarial atuando como
sociedade, mas não possuem contrato ou estatuto social.

Sociedade irregular - : são aquelas que possuem um ato constitutivo porem não registrado.

Independentemente de possuir ou não personalidade jurídica as sociedades empresarias


podem ter a falência decretada, bastando que se prove o efetivo exercício da atividade
empresarial.

Por outro lado, a sociedade irregular ou de fato não podem requerer a recuperação judicial ou
extrajudicial já que para requerer a recuperação judicial é necessário provar o exercício regular
da atividade empresarial por mais de dois anos, logo, a sociedade irregular ou de fato não se
sujeitarão aos processos de recuperação.

Competência para o julgamento dos processos de recuperação e falência.

Art. 3º -> o juízo competente é o do principal estabelecimento.

1º Corrente: sede estatutária/contratual.

2º Corrente: sede administrativa.

3º Corrente: critério econômico = local do maior complexo de bens. (Adotada pela doutrina e
STJ).

Princípios

1- Par conditio creditorum.


É o princípio que rege todos os processos concursais, prevendo o tratamento parificado
aos credores que integram uma mesma classe. Significa dizer que os credores da mesma
categoria devem ter iguais chances de efetivação do recebimento dos créditos.
Todo e qualquer credor que estiverem na mesma situação deve ter tratamento igualitário.
2- Princípio da viabilidade da empresa.
O mecanismo da recuperação é indicado para empresas economicamente viáveis, e
quanto a falência apresenta-se como solução judicial da situação econômica das empresas
inviáveis. A empresa economicamente viável terá a chance de se recuperar e as empresas
nocivas aos interesses da sociedade (inviáveis) devem ser excluídas do mercado.
3- Princípio da prevalência do interesse dos credores.
Qualquer regime de insolvência visa satisfazer pretensões creditícias legitimas. Assim,
todo aquele credor legitimado deve ter seus interesses protegidos. Apenas o credor
legitimo deve ter seus interesses resguardados e, consequentemente, se não sou credor
ou sou credor ilegítimo não haverá interesse a ser protegido.

4- Princípio da publicidade dos procedimentos.


Os procedimentos para a solução da insolvência devem ser transparentes, o que significa
não somente a publicidade dos atos processuais, mas também clareza e objetividade na
definição dos atos que os integram.
A transparência, a clareza e a objetividade formam o tripé que sustenta o princípio da
publicidade dos procedimentos.

5- Princípio da conservação e maximização dos ativos.


A realização das finalidades do processo de insolvência demanda que os ativos da
empresa devedora sejam conservados/preservados e, se possível, valorizados. Este
princípio tem como objetivo a recuperação da unidade econômica e da manutenção de
sua atividade produtiva.

6- Princípio da conservação da empresa viável.


(Renato acha que este princípio e decorrente do princípio da viabilidade da empresa)
A preservação da atividade negocial é o ponto mais delicado do regime jurídico de
insolvência. Só deve ser liquidada a empresa inviável, ou seja, aquela que não comporta
uma reorganização eficiente ou não justifica o desejável resgate.

II – RECUPERAÇÃO JUDICIAL (ART.43 Á 73 DA LEI 11.101/2005)

1 – LEGITIMIDADE: podem requerer a recuperação


a-Empresário Individual e sociedade empresaria;
b-Conjunge sobrevivente, herdeiros e o inventariante;
c-Sócios remanescentes da sociedade empresaria;

Obs.: o Credor jamais pode requerer a recuperação judicial.

2- FASES DA RECUPERAÇÃO
Recuperação Judicial -> Plano de reestruturação com diversas medidas de ordem
financeira, jurídica, econômica, empresarial, com intensa participação e fiscalização
dos créditos. Fases:
a- Postulatória (pedido) -> fase compreendida entre a petição inicial e o despacho do
processamento do benefício. Seu grande objetivo é a verificação dos pressupostos
da recuperação.
b- Deliberativa (proposta) -> compreendida entre o despacho do processamento e a
decisão concessiva da recuperação. Seu grande objetivo é a apresentação da
proposta do devedor e sua aprovação pelos credores.
c- Executória (implementação do plano) -> compreendida entre a decisão concessiva
e o encerramento da recuperação. Seus grandes objetivos são a implementação e
o cumprimento do plano aprovado pelos credores e homologado pelo juiz.

ESQUEMA:

Petição Inicial -> Juiz defere o processamento da Recuperação Judicial

1- Nomeação do administrador judicial;


2- Dispensa de apresentação de certidões negativas
-> Publicada a decisão que defere o processamento, o devedor terá 60 dias para
apresentar seu plano de recuperação, sob pena de recuperação, sob pena de
convolação em falência.
-> Plano deve conter: 1-Discriminação pormenorizada dos meios de recuperação. 2-
Demonstração da viabilidade econômica. 3-Laudo econômico financeiro e de ovaliação
dos bens do devedor.
3- Suspensão das ações/execuções contra o devedor
4- Apresentação de contas, demonstrativos mensais pelo devedor;
5- ?

Proferida a decisão com o atendimento de todos os requisitos, a lei determina a expedição de


edital.

Convocação de Assembleia.

O fato do devedor possuir títulos ou documentos protestados, não obsta que ele requeira a
recuperação judicial.

Todos aqueles que se tornarem credores no dia seguinte ao pedido não poderão integrar o
plano de recuperação empresarial.

Falta matéria aqui____________________________________________________________

RECUPERAÇÃO JUDICIAL “ESPECIAL”

Em geral a recuperação judicial da ME e EPP segue a sistemática da recuperação judicial


convencional.

O plano especial, no entanto, fica limitado as seguintes condições que o diferenciam (71):

1-Abrangera exclusivamente créditos quirógraficos ( comuns, sem garantias ou privilégios);

2-Parcelamento limitado a 36 prestações mensais, com valores iguais e sucessivos, corrigidos


monetariamente e acrescidos de juros de 12% ao ano.
3-O pagamento da 1º parcela deverá ser paga em até 180 dias, contados da distribuição da
petição inicial.

4-Após ouvir o administrador judicial e o comitê de credores, o devedor não pode aumentar
suas despesas ou contratar empregados sem autorização judicial.

Suspensão das ações?

Assembleia?

Improcedência?

Observações:
1- Não há suspenção da prescrição, nem das ações e execuções contra o devedor por
credito não abrangidos pelo plano, ou seja, haverá a suspensão apenas para as ações
que envolvam credores quirografários.
2- Não há necessidade de convocar assembleia geral para decidir sobre o plano especial
de recuperação. O juiz concederá esse benefício legal verificando apenas se as
exigências legais foram atendidas. (Art. 72 caputs da lei 11.101/05)
3- O juiz julgará improcedente o pedido de recuperação decretando a falência do
devedor, se não forem atendidos os requisitos legais e se houver objeções dos
credores de mais da metade dos créditos quirografários.

Questões

1- Durante o procedimento de recuperação o devedor sempre será mantido na


condução da atividade empresarial?
2- Em sendo afastado quem assumira a administração das atividades do devedor?
3- O devedor poderá alienar ou onerar bens do seu ativo permanente após a distribuição
do pedido de recuperação judicial?
4- Pode o devedor desistir do plano de recuperação após o deferimento do seu
processamento?
5- Como são classificados os créditos contraídos pelo devedor durante a recuperação
judicial?

RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Diferentemente do que previa o decreto lei 7.661/45, a atual lei permite ao devedor
negociar suas obrigações com os credores, extrajudicialmente.,

A recuperação extrajudicial consiste na possibilidade de o devedor requerer a


homologação em juízo do plano de recuperação extrajudicial assinado pelos credores que
a ele aderirem.

Obtendo o devedor, na negociação da sua obrigação, aprovação unanime dos credores


não há necessidade de homologação do acordo já que o documento por eles assinado,
desde que com a assinatura de duas testemunhas, e titulo executivo extrajudicial e poderá
ser executado pelos credores. Nesta hipótese a homologação do plano e facultativa.

Ocorre que o devedor pode não obter a votação favorável com a aprovação unanime dos
seus credores. Nesta hipótese, atingindo o quórum de pelo menos 3/5 dos créditos de
cada espécie abrangidos pelo plano. Nesta hipótese o plano poderá ser homologado
judicialmente através do procedimento da recuperação extrajudicial, obrigando assim,
todos os credores inclusive os que não aderiram.

CARACTERISTICAS

1- Não poderá incluir os créditos tributários, trabalhistas ou de acidentes do trabalho.


2- Não acarreta suspenção dos créditos não sujeitos.
3- O devedor também deve preencher os requisitos do art. 48 da lei.
4- O devedor não pode pedido de recuperação judicial ou extrajudicial nos últimos dois
anos.
5- Não poderá conter pagamento antecipado, nem tratamento desfavorável aos
credores não sujeitos.
6- Após a distribuição do pedido de homologação os credores não poderão desistir da
adesão ao plano, salvo com a anuência expressa de todos os demais signatários.
7- A sentença que homologa o plano de recuperação extrajudicial constitui titulo
executivo judicial.

PROCEDIMENTO.

Não integra a REx


1- Trabalhistas/acidentários
2- Tributário
3- Dividas com garantias fiduciária
4- Arrendamento
5- Compra e venda de imóveis
6- Compra com reserva de domínio
7- Adiantamento de contrato de cambio

RECEBIMENTO DO PEDIDO DE HOMOLOGAÇÃO DO PLANO


RECEBIMENTO DO -> Juiz ordenará a -> credores terão 30 -> Se houver -> O juiz terá 5 -> O plano
PEDIDO DE Publicação de dias para impugnar impugnação o dias para produzira
HOMOLOGAÇÃO DO Edital convocando o plano juntando a devedor terá 5 homologar ou efeitos após
PLANO todos os credores prova de seu dias para a indeferir a sua
para eventual credito. manifestação recuperação. homologação
1-Os credores não apresentação de Só podem ser
poderão desistir da Impugnação objeto de (Contra esta
adesão ao plano, impugnação: Decisão cabe
SALVO com anuência 1-Não APELAÇÃO)
dos demais (dentre preenchimento dos
eles o devedor). 3/5 dos créditos de
2-O pedido de cada espécie
homologação não abrangidos pelo
acarreta suspensão de plano.
direitos, ações e 2-Atos de
execuções dos falência/fraudulento
credores não (94, III e 130.
incluídos. 3-Descumprimento
de qualquer
requisito legal.

ATO FRAUDULENTO art. 130


São atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio
fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar, bem como provar o
efetivo prejuízo sofrido.
ATO DE FALENCIA art. 94, III
1-liquidação precipitada dos ativos;
2-realização de negócio simulado ou alienação do seu ativo a terceiro;
3-transferência de estabelecimento a terceiro sem o consentimento dos credores não
ficando com bens suficientes para saldar suas dívidas;
4-simulação da transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de
burlar a legislação ou para prejudicar credor;
5-abandono de estabelecimento ou tentativa de ocultar-se do seu domicilio;
6-o devedor deixa de cumprir obrigação assumida da recuperação judicial.

Resumo –
A recuperação extrajudicial e um instituto trazido pela lei que constitui um plano de
reorganização de dívidas, efetuado no âmbito privado pelo devedor com seus credores
e que é posteriormente levado ao juízo competente para homologação.
Não integra o instituto da recuperação extrajudicial:
1-creditos trabalhistas e acidentários
2-creditos tributários
3-creditos previstos nos art. 49 §3º e art. 86, II da lei
A homologação poderá ser efetivada:
1-se todos os credores cujos nomes constem da petição tiverem assinado o plano, a
ele aderido.
2-se o plano tiver sido assinado por credores que representem mais de 3/5 de todos os
créditos de cada espécie por ele abrangidos.
Após a distribuição do pedido de homologação os credores não poderão desistir da
adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais signatários, incluindo-se o
devedor.
Os credores terão trinta dias a contar da publicação do edital para apresentar
impugnações. Só pode ser objeto de impugnação:
1- Não preenchimento do percentual mínimo de 3/5 dos créditos de cada espécie
abrangidos pelo plano
2- Pratica de ato de falência (art.94, III) ou ato fraudulento (art.130)
3- Descumprimento de qualquer requisito legal
Se houver impugnação, o devedor terá o prazo de 05 dias para manifestação e em
seguida o juiz também em 05 dias homologará ou indeferirá a recuperação.
Contra a decisão proferida nos termos do art. 164 §7º, o recurso cabível é o de
APELAÇÃO.

Pressupostos da Falência:
1-Condição de Empresário;
2-Estado de Insolvência:
Confessada
->o devedor em crise não atende os requisitos da Recuperação Judicial;
-> deverá requerer sua falência expondo as razões da impossibilidade de
prosseguimento de sua atividade.
Presumida
Art.94, I = impontualidade injustificada (devedor sem relevante razão de direito não
paga, no vencimento, obrigação liquida materializada em títulos executivos
protestados a soma ultrapasse 40 salários mínimos
Art.94, II, Execução Frustrada -> devedor executado não paga, não deposita e não
nomeia a penhora de bens suficientes.
Art.94, III, atos de falência.
3-Declaração Judicial da falência (sentença)
O art. 96 elenca situações exemplificativas, que justificam a impontualidade do
pagamento.

Insolvência: é o nome que se dá ao estado patrimonial do devedor cujo passivo


supera o ativo. Contudo, para fins de falência não deve ser considerado esse aspecto
da definição da insolvência, devendo ser considerado o aspecto jurídico estabelecido
pela lei. Assim, para que seja requerida a falência de um empresário não é necessária a
prova de que ele deve mais do que tem. Da mesma forma, o fato dele provar que tem
mais do que deve não é suficiente para livra-lo da falência. Segundo a Lei 11.101, o que
importa é que ocorra um dos fatores previstos no art. 94.
Impontualidade Injustificada:
Art. 94, I -> em primeiro lugar, a obrigação deve ser liquida representada por um título
executivo judicial ou extrajudicial. Devemos observar, contudo, que a própria lei trás
os casos de obrigação cujo inadimplemento não pode servir de base para o pedido de
falência. Segundo o art. 96, não será decretada a falência com base no art. 94, I, se o
requerido provar:
1-falsidade do titulo;
2-Título prescrito;
3-Nulidade da obrigação ou do título;
4-Pagamento da dívida;
5- Vicio no protesto
6-Qualquer outro fato que extinga ou suspenda a obrigação ou não legitime a
cobrança do título;
7-cessação das atividades empresariais a mais de 2 anos antes do pedido de falência.
O rol do art. 96 é meramente exemplificativo. A prova da impontualidade é
realizada exclusivamente pelo protesto e existe ainda um requisito de ordem objetiva:
o valor do título deve ultrapassar 40 salários mínimos. Mas essa regra acaba sendo
relativizada porque se permite que os credores, de forma conjunta, ingressem com a
falência em litisconsórcio ativo somando seus títulos para atingir o mínimo lega
Execução Frustrada
Art. 94, II ->. Ocorre quando o devedor não paga, não deposita, não nomeia bens à
penhora quando executado individualmente por um credor. Funciona assim: eu vou a
juízo e executo o empresário que me deve. Faço isso individualmente seguindo as
normas do CPC, caracterizando a omissão do devedor em relação ao pagamento,
deposito ou nomeação de bens. O passo seguinte e solicitar ao cartório a emissão de
uma certidão que atesta a inercia do devedor e com base nessa certidão eu posso
requerer a falência.
Obs.: no caso do 94, II, não é levado em conta o valor da obrigação e muito menos a
necessidade do protesto.
Atos de falência
Art. 94, III ->. São atos que praticados fazem presumir a insolvência do devedor. São
eles: (todos eles taxativos).
a) Liquidação precipitada dos ativos ou utilização de meio ruinoso ou fraudulento
para realizar o pagamento;
b) Quando o devedor tenta realizar negócio simulado ou aliena parte ou
totalidade do seu ativo a terceiro (ocorre aqui a alienação irregular do
estabelecimento);
c) O devedor transfere estabelecimento a terceiro sem o consentimento de todos
os credores e sem ficar com bens suficientes para saldar suas dívidas;
d) Simulação da transferência do estabelecimento com o objetivo de burlar a
legislação ou para prejudicar credores;
e) Abandono do estabelecimento empresarial;
f) O devedor dá o reforça a garantia por dívida contraída anteriormente sem ficar
com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
g) Descumprimento do plano de recuperação judicial;
Falta matéria aqui...
PROCESSO FALIMENTAR
Fases:
1- Fase pré-falimentar/pré-falencial/verificação. Fase compreendida entre a
Petição Inicial e a declaração da falência, por sentença. Seu grande objetivo é a
verificação dos pressupostos da falência.
2- Fase falimentar/falencial/satisfação. Fase compreendida entre a sentença
declaratória da falência e a decisão de encerramento da falência. É a fase de
execução concursal propriamente dita. Seus grandes podem ser resumidos em:
a- Determinação do passivo
b- Determinação do ativo
c- Liquidação do processo
3- Fase pós falencial ou de reabilitação. Fase compreendida entre a decisão de
encerramento e a declaração da reabilitação do falido. Seu objetivo é o
reconhecimento jurídico da extinção das obrigações do falido e sua
reabilitação.

(Pré – Fal) ( Falimentar ) Reabilitação

PI sentença declaratória encerram

Pré - Falencial
1- Legitimidade Ativa
Podem requerer a falência
I – Próprio devedor
II – Cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro ou inventariante
III – Cotista ou acionista
IV – Qualquer credor

O credor empresário apresentara certidão do registro público de empresas que


comprove a regularidade de suas atividades.
Se for empresário deve estar devidamente registrado. Quem não está registrado pode
sofrer pedido de falência, pode pedir a sua própria falência, mas não pode requerer a
falência de terceiro.
Se o credor não tem domicilio no pais a lei exige que ele preste caução relativa as
custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 da lei.
Nos termos do art.96, VII, não há como pedir falência de LTDA se houve a cessação das
atividades empresariais a mais de 02 anos anteriores ao pedido de falência.
O STJ tem diversos precedentes no sentido de que a fazenda pública não tem
legitimidade para pedir a falência do devedor, uma vez que o fisco possui meio próprio
de cobrança que é a Execução Fiscal. Ademais, o credito tributário, nos termos do art.
186 e 187 do CTN, não está sujeito ao regime de execução concursal.
2 – Legitimidade Passiva
Só pode ser réu no processo de falência quem é empresário ou sociedade empresaria.
Nesse universo, existe algumas pessoas jurídicas que a lei exclui da incidência da nova
lei de falência. São chamados de excluídos.
Exclusão absoluta art. 2º, I da lei: empresa pública e sociedade de economia mista
jamais se sujeitarão a lei 11.101/05.
Exclusão relativa art. 2º, II da lei:
Instituição financeira -> processo de liquidação extrajudicial prevista na lei 6.024/74
Sociedades arrendadoras-> sujeitas ao regime de liquidação extrajudicial previsto para
as instituições financeiras.
Consórcios -> art. 10 da lei 57068 - > sujeitam se ao processo de liquidação
extrajudicial idêntico ao das instituições financeiras.
Seguradoras art.26 do decreto lei 57/66-> devem ter sua falência requerida pelo
liquidante quando frustrada a liquidação extrajudicial (isto é, se o ativo não for
suficiente para o pagamento de pelo menos metade dos credores quirografários ou se
houver indícios de crimes falimentar lei 10.190/01.
Entidades Abertas de Previdência Complementar (art.73 da LC 109/2001) e Empresas
de Capitalização (decreto lei 261/67): mesmas condições que a seguradora.
Operadora de Plano de Saúde (art. 23 da lei 9.656/98): submetem-se ao regime de
liquidação extrajudicial promovido pela agencia nacional de saúde. Só podem falir nas
mesmas condições que a seguradora.
Na verdade, o que ocorre e que os agentes acima mencionados possuem leis
especificas que disciplinam o tratamento jurídico de sua insolvência submetendo-os ao
um processo especial de liquidação extrajudicial e se esta for infrutífera poderá ser
utilizado a execução concursal prevista na lei 11.101/05.

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