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CURSO DE DIREITO
JACIARA – MT
Sumário
Apenas ao longo de 2022, mais de 5,2 mil pedidos de recuperação judicial foram
requeridos no Brasil, de acordo com a consultoria Serasa Experian. O número reforça a
importância de conhecer as particularidades jurídicas do processo de recuperação.
Americanas.
Oi.
Grupo Petrópolis.
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Grupo M5.
123 Milhas.
SouthRock.
Livraria Saraiva.
Além disso, no final de 2020, foi promulgada uma nova legislação, que promove uma série
de alterações nos dispositivos que regulavam a recuperação judicial no país. As mudanças
afetaram direitos e deveres, tanto de devedores quanto de credores. Estamos falando da Lei
14.112/20.
O principal objetivo da recuperação é evitar a falência. Serve ainda para a conservação dos
postos de trabalho, bem como, para manter a arrecadação estatal por meio do recolhimento
de impostos.
E, mais do que isso, a recuperação judicial pode contribuir para a manutenção das
atividades econômicas da empresa e de sua função social.
A recuperação por vias judiciais foi regulamentada pela primeira vez em fevereiro de 2005,
por meio da Lei 11.101/05. Posteriormente, em dezembro de 2020, esse ordenamento
jurídico foi atualizado, por meio da nova Lei de Recuperação e Falência, a Lei 14.112/20.
De modo geral, a recuperação judicial envolve alguns entes, como a empresa, o grupo de
sócios e acionistas, o grupo de credores e um administrador judicial.
Além do mais, a recuperação não precisa necessariamente ser solicitada pelo devedor. De
acordo com a lei, é possível que o cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor,
inventariantes ou sócios remanescentes acionem o instrumento.
Além disso, cabe consultar sempre o Art. 48 da Lei 11.101/05, que especifica todos os
requisitos para que a pessoa esteja apta a iniciar a recuperação judicial. Dentre eles,
destacamos:
Não ter tido a falência decretada, ou em caso de falência anterior, que a sentença tenha
transitada em julgado, extinguindo as responsabilidades daí decorrentes;
Não ter obtido concessão de recuperação judicial há menos de cinco anos;
Não ter sido anteriormente condenado pelos crimes previstos na Lei de Recuperação e
Falências, seja como sócio controlador, seja como administrador.
Recuperação judicial ou
recuperação extrajudicial: qual a
diferença?
A principal diferença entre recuperação judicial e extrajudicial, como a própria
denominação sugere, é a participação do poder judiciário.
Já na recuperação extrajudicial, o devedor discute, negocia e aprova junto aos credores uma
proposta ou plano de recuperação. Apenas posteriormente ao acordo entre devedores e
credores é que ocorre a apresentação ao judiciário.
Contudo, importa destacar que mesmo a recuperação extrajudicial só terá validade jurídica e
efeitos legais se homologada pelo juízo.
1 – Pedido de recuperação
Alvarás, vistorias, certidões dos imóveis e patrimônios também podem ser anexados. E, não
menos importante, o peticionamento deve conter também uma listagem das partes que serão
potencialmente afetadas pelo pedido de recuperação judicial: colaboradores e credores da
empresa.
Todos os itens essenciais à petição inicial de recuperação judicial estão dispostos no Art. 51
da Lei 11.101/05.
Ainda, é essencial que o pedido de recuperação seja feito em tempo hábil. Quando a
situação econômico-financeira da empresa está demasiadamente deteriorada, o juízo pode
entender que não há possibilidade de recuperação, o que leva a decretação de falência.
Se o magistrado determinar o processamento do pedido, tem-se que este foi aceito de forma
preliminar. A partir dessa data, são suspensas todas as execuções e prescrições em face do
devedor, pelo prazo de 180 dias.
Por outro lado, caso o juiz indefira o pedido de recuperação, tem-se então a falência
decretada.
Caso o plano não seja apresentado no prazo de 60 dias, o juiz poderá proceder a decretação
de falência da empresa.
Possíveis objeções e contestações por parte dos credores devem ser manifestadas no prazo
de 30 dias, de acordo com o Art. 55 da Lei 11.101/05. Havendo qualquer objeção caberá ao
juiz convocar uma Assembleia Geral de Credores.
A convocação pode ser feita por meio de editais publicados em jornais de grande circulação
que abranjam a área de atuação da empresa. Essa publicação precisa, necessariamente, ser
realizada com pelo menos 15 dias de antecedência da data do evento.
Durante a assembleia, de acordo com o Art. 35, os credores possuem três opções: a
aprovação, a rejeição ou a modificação do plano de recuperação.
Modificações no plano serão consideradas apenas se o devedor as aceitar no momento da
assembleia. Essas alterações, para que sejam válidas, não podem de forma alguma resultar
na perda ou diminuição de direitos dos credores ausentes.
Se o resultado da votação for a rejeição, de acordo com a nova redação dada pela
Lei 14.112/20, o administrador judicial poderá abrir votação para que os credores
apresentem um plano próprio de recuperação, no prazo de até 30 dias.
Para que a hipótese de apresentação de novo plano em 30 dias seja aceita, precisará ser
aprovada por credores que representem mais de 50% dos créditos presentes na assembleia.
E, por fim, se aprovado o plano, deverá a assembleia definir um comitê de credores, com
membros titulares e substitutos.
Mais uma vez, se o plano de recuperação apresentado pelos próprios credores não for
aprovado, é possível ao juízo decretar a falência da empresa. O mesmo poderá ocorrer se o
plano de recuperação aprovado não for cumprido em sua integralidade.
Os credores são parte fundamental em todo o processo de recuperação judicial, uma vez que
qualquer plano de recuperação passará por aprovação deles.
Há diferentes classes de credores, de acordo com a relação que eles mantêm com o
devedor. Essas classes estão representadas também no Comitê de Credores. De acordo com
o Art. 26 da Lei 11.101/05 as classes são:
Além disso, o Art. 54 estabelece que os créditos trabalhistas ou decorrentes de trabalho não
podem ser pagos em prazo superior a um ano. Enquanto créditos salariais vencidos nos três
meses anteriores ao pedido de recuperação, no limite de 5 salários mínimos, deverão ser
pagos no prazo de até 30 dias.