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PARTICIPAÇÃO INDIVIDUAL
Matriz
Nome: Daniela Clímaco Pereira Vieira ROL escolhida: Rol 1 – 16 de agosto de 2022.
Anteriormente, este assunto era regido pelo Decreto nº 7661/45, que, apesar de bem regido,
foi se tornando obsoleto ao longo dos anos. Este decreto foi revogado pela Lei 11.101/05, que possuía
grande influência estadunidense, gerando uma mudança de paradigmas.
A Lei 11.101, principalmente com a pandemia, também foi submetida à algumas atualizações,
sendo uma das mais recentes a Lei 14.112/20, vez que se previa um crescimento dos pedidos de
recuperação judicial e se objetivava a consolidação da Jurisprudência de direito falimentar, além de
procurar trazer mais celeridade ao procedimento, como veremos mais a seguir.
A lei de falências traz pertinentes princípios informadores do direito das empresas que se
encontram em dificuldade, gravitando sempre em torno da preservação destas. É essencial que sejam
compreendidos extensivamente, pois aplicar de maneira literal os dispositivos da Lei 11.101/2005,
muitas vezes, pode dar fim as empresas. Dito isso, são princípios informadores:
b) Prorrogação do stay period: Isso foi suavizado com a Lei 14.112/20. Durante 180
dias, o devedor em Recuperação Judicial, a partir do despacho que defere o processamento, fica
protegido de execuções dos seus credores em demandas judiciais. Deste modo, todos se habilitariam
na Recuperação Judicial.
Atualmente, com a nova redação do Art. 6º, só se permite essa prorrogação por mais uma vez, para os
credores apresentarem um plano alternativo.
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c) Flexibilização do quórum para a aprovação do plano de recuperação judicial: O
Art. 45 prevê o voto proporcional com base no crédito ou então, o voto por cabeça, a depender de qual
o tipo de crédito. Porém, muitas vezes, se atinge o quórum previsto por uma metodologia, mas não se
atinge por outra.
Caso a lei fosse cumprida em seu sentido literal, o plano não seria aplicado, vez que o quórum
não foi atingido. Porém, é possível suavizar o Art. 45 da Lei caso a maior parte dos credores tenha
aprovado o plano, frente ao princípio da preservação da empresa no sistema falimentar e
recuperacional.
5) Princípio da Participação ativa dos credores: Não é o juiz que decidirá o mérito
econômico do processo. Isto é responsabilidade dos credores, que podem até mesmo criar um comitê
e, em alguns casos, apresentar um plano alternativo.
Destaca-se ainda que estas pessoas jurídicas têm como finalidade a satisfação do interesse
público, que não poderia ser afastado para respaldar aos interesses particulares dos credores.
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Não se enquadram no regime jurídico de sociedade empresária pois não possuem fins
lucrativos. Em razão disto, não podem realizar procedimentos falimentares.
No entanto, não há impedimentos, segundo a jurisprudência atual, para que associações civis
sem fins lucrativos se beneficiem do procedimento de recuperação judicial, de modo que,
contemporaneamente, vemos várias associações pedindo a recuperação judicial, inclusive times de
futebol.
A título de informação, também não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial os contratos
e obrigações decorrentes de atos cooperativos que tenham sido praticados, na forma do Art. 79 da Lei
5.764/71.
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A resposta é que não seria possível. Isso se dá em razão da Uncitral, em suas diretrizes, ter
estabelecido a existência de um processo estrangeiro principal, onde, por uma regra de competência,
será iniciado o procedimento.
Logo, este processo se dará onde aquela Companhia tenha a maior concentração de bens e
riquezas. No entanto, é possível a existência de um processo estrangeiro não principal, cujo o foro será
onde o devedor também tenha estabelecimento ou bens.
Assim, para que fosse utilizado o plano de pagamento do processo principal, seria necessário
que se solicitasse em juízo, em uma vara empresarial do Brasil, o reconhecimento deste.
Principais peculiaridades:
a) representante estrangeiro: Pessoa ou órgão autorizado no processo estrangeiro, a administrar
os bens ou as atividades do devedor, atuando como seu representante.
b) autoridade estrangeira: juiz ou autoridade administrativa que dirija ou supervisione um
processo estrangeiro.
c) estabelecimento: qualquer local de operações em que o devedor desenvolva uma atividade
econômica não transitória, ocom recursos humanos e de bens ou serviços.
A Súmula 581 determina que “a recuperação judicial do devedor principal não impede o
prosseguimento das ações e execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou
coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória”. Assim, temos o procedimento
de apresentação de crédito explicado abaixo, para recuperanda e falida - e não para os garantes
(avalistas, garantes, codevedor, que ficam na regra comum de execução/cobrança).
Após o edital de quebra o de deferimento da recuperação judicial (art. 99 ou 52 da LRE), se
tem o prazo de 15 dias para apresentar a Habilitação de Crédito Tempestiva (quando não está listado)
ou a divergência (para quem foi listado, porém de maneira errada) – art. 7 da LRE.
Depois, passados os prazos de 15 dias, todas as habilitações ou correções são remetidas para o
administrador judicial. Destaca-se que isto não é protocolado no processo, pois não é remetido ao juiz.
Assim, dentro de 45 dias, é feita a relação de credores. Desta lista, não cabe recurso. - art. 7º, §2º,
LRE.
O que é possível é impugnar a lista, dentro de 10 dias, caso tenha sido listado errado. Esta
impugnação, pode ser feita por outros interessados no processo – sejam eles devedores, credores, MP
e comitê.
Caso não se habilite no prazo de 15 dias, ocorre o que chamamos de “Habilitação de Crédito
Retardatária”, que segue os moldes da impugnação. É pertinente informar que, caso não seja feita a
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habilitação ou a impugnação dentro do prazo, a lei estabelece penalidades, como por exemplo, no que
tange a correção do crédito.
As impugnações tem dilação probatória, pois após o parecer realizado pelo administrador
judicial, pode haver necessidade de produção de provas da existência do crédito, posteriormente sendo
proferida sentença que reconhece ou não o crédito. – Art. 17 da LRE.
Transitada a sentença, se forma o quadro geral de credores – art. 149 da LRE. Formado esse
quadro geral de credores, somente será possível discutir essa lista definitiva por uma ação de
conhecimento para retifica-lo – Art. 10, §6º da LRE.
É pertinente informar que a lei também prevê no Art. 19 uma ação rescisória falimentar, para
rever esse quadro por fraude, onde o MP tem uma legitimidade cível para discutir essa lista.
Por fim, teremos o pagamento dos credores. – Art. 83 e 84.
Frente a todo o procedimento exposto, entende-se que é necessário observar em que fase está
o processo principal, para saber como será feita a habilitação, se precisará fazer uma ação de
conhecimento, etc.
Regras para o credor a partir da Lei 14. 112/2020:
-Prazo decadencial de 3 anos para a reserva ou habilitação do crédito na falência. Se, por
exemplo, tenho um processo trabalhista em curso, que não tem ainda a sentença, não tem como entrar
como credor, fazendo a habilitação. Mas posso fazer a reserva de crédito, com uma petição simples no
processo ou pedindo para o juiz fazer um ofício. Com a sentença, se expede um ofício.
-Cabe rateio antes da homologação do QGC definitivo, desde que observada a regra
prevista no art. 16: Há um quadro-geral prévio de credores, composto pelos créditos não impugnados
do edital do §2º do Art. 7, pelo julgamento das impugnações do art. 8 e julgamento realizado até então
das habilitações retardatárias.
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COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de direito comercial: direito de empresa. São Paulo: Saraiva, 2014. Pág. 79.
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Deste modo, de acordo com o caso concreto, o Princípio da Preservação da Empresa Viável
pode sim ser mitigado. No entanto, este é o principal norte na solução de problemas e interpretação de
normas e, em razão da importância deste princípio, sendo ele geral e implícito e ainda, havendo a
viabilidade da empresa, não teria motivos para este não ser aplicado, justamente por sua importância
para a sociedade, como um todo.
Neste sentido, se posicionou a Min. Nancy Andrighi “flexibilização de algumas garantias de
determinados credores, conquanto possa implicar aparente perda individual, numa análise imediata e
de curto prazo, pode significar ganhos sociais mais efetivos”.2
BIBLIOGRAFIA:
COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de direito comercial: direito de empresa. São Paulo: Saraiva, 2014. Pág. 79.
O princípio da preservação da empresa no olhar do STJ. Panorama STJ: matérias especiais do site – Publicada
em 02/09/2018. Disponível em
https://www.stj.jus.br/publicacaoinstitucional/index.php/panoramastj/article/view/11631/11755.
Acesso em 05/09/2022.
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O princípio da preservação da empresa no olhar do STJ. Panorama STJ: matérias especiais do site – Publicada
em 02/09/2018. Disponível em
https://www.stj.jus.br/publicacaoinstitucional/index.php/panoramastj/article/view/11631/11755.
Acesso em 05/09/2022.