Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
23-11-2023.
Considerandos da Directiva que deu origem ao PER (na sua redacção actual).
Enquanto não se esgotar a compressão de direitos dos credores mais baixos não se passa para
a próxima.
Viabilidade financeira. Desnecessidade de insolvência de uma empresa que pode ser insolvente,
mas viável ao mesmo tempo.
Considerandos da directiva:
“Caso um devedor com dificuldades financeiras não seja economicamente viável ou caso
a sua viabilidade económica não possa ser rapidamente restabelecida, os esforços de
reestruturação poderão conduzir à aceleração e acumulação de perdas em prejuízo dos
credores, trabalhadores e outras partes interessadas, bem como da economia no seu
conjunto.”
(…)
“De igual modo, as normas nacionais que dão uma segunda oportunidade aos
empresários, concedendo-lhes designadamente o perdão das dívidas contraídas no
exercício da sua atividade, variam consoante os Estados-Membros no tocante à duração
do prazo para o perdão e às condições de concessão do perdão. (5) Em muitos Estados-
Membros, são necessários mais de três anos para que os empresários que são
insolventes mas honestos consigam obter o perdão da dívida e recomeçar a sua
atividade. A ineficiência dos regimes de perdão de dívidas e de inibição faz com que os
empresários tenham de se deslocalizar para outras jurisdições para poderem ter um novo
começo após um período razoável, com um custo adicional considerável tanto para os
credores como para os próprios empresários.”
LIBERDADE DE ESTABELECIMENTO! – LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO.
Art.º 17.º-F
Suspensão de medidas de execução.
Apenas pode ser protagonizado contra empresas que não estejam insolventes
(declarada).
Efeitos redistributivos.
Preserva-se os interesses relevantes aos credores subordinados e sócios.
A restruturação faz-se à conta dos credores das categorias superiores, para manter o
interesse
“Skin in the game”. – Teoria da agência.
Fontes de obrigações não signalamáticas (mas que também podem ser executáveis):
Gestão de negócios.
Enriquecimento sem causa.
Responsabilidade civil para indemnizar.
O legislador, salvo raras excepções, não determinou, nem forneceu critérios, para
determinar se o contrato é válido para a sociedade ou para o individuo.
Num cenário de solvência, não se protege o interesse de todos os credores, nem mesmo
os interesses sociais – v.g. despedimento colectivo por venda executiva de uma máquina
de uma fábrica -, mas sim os interesses do credor individual.
Opção do legislador Português, numa situação de solvência, decidiu dar relevância aos
interesses supra individuais, mesmo quando
Preferindo por razões de protecção de interesses supra individuais, face aos dos credores,
fê-lo à custa dos credores individuais. Eles é que suportam as dívidas.