Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ao longo destas últimas décadas, foi-se desenvolvendo uma cultura de cobrança de impostos
para fazer face às necessidades públicas, enquanto foram promovidos os direitos e as obrigações
dos contribuintes e da administração tributária na interacção entre estes dois protagonistas.
Foram feitos esforços significativos na tentativa de mudança das mentalidades em
Moçambique, com a implementação de uma nova educação fiscal no espírito da população, que
está hoje aliás mais bem enraizada no espírito dos países nórdicos do que nos países do Sul,
mais propícios à fuga aos impostos.
Para garantir a tutela jurisdicional efectiva dos direitos e interesses dos contribuintes, o
legislador moçambicano instituiu um conjunto de princípios fundamentais e meios de defesa
nas diversas fases do procedimento e processo tributário.
1
GARANTIA DE CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES FISCAIS
O devedor está obrigado a entregar certa soma em dinheiro, mas deixa de fazer o
pagamento. O credor, então, reclamará o adimplemento, primeiro directamente ao
devedor, mas caso estese recuse a cumprir seu dever, o credor irá requerer ao Poder
Judiciário que condene o devedor a lhe entregar a quantia, objecto da dívida. Pode o
Judiciário, por solicitação do credor, enviar uma ordem à instituição financeira, onde o
devedor tem seu dinheiro depositado, a fim de promover a transferência do montante ao
credor e, assim, satisfazer o crédito. (Neves, 2008, p.07).
Evidentemente, isso apenas pode ocorrer se o devedor tiver dinheiro. Caso ele apenas possua
outros bens, restará ao credor a opção de solicitar que se promova a venda de um ou um grupo
desses bens, em leilão público, e receber o que for apurado com a alienação, até o limite de seu
crédito
Primeiramente teremos de ter em conta que o âmbito geral das garantias do contribuinte no que
se refira á aplicação instrumental e formal, e, portanto, enquanto meio de acção interventiva do
contribuinte se resume a dois tipos de mecanismos. (Costa, 2013).
2
O cumprimento da obrigação é assegurado pelos bens que integram o património do devedor.
O património do devedor constitui assim a garantia geral das obrigações. Garantia geral porque
a cobertura tutelar dos bens penhoráveis do devedor abrange a generalidade das obrigações do
respectivo titular.
❖ Declaração de Nulidade
Não é exigida uma efectiva intenção fraudatória do devedor em relação aos credores aquando
da celebração do negócio. Invocação de nulidade pode ser em relação a negócios celebrados
antes da constituição do crédito.
❖ Impugnação
O Processo de Execução Fiscal tem natureza judicial conferida por lei, cabendo ao órgão da AT
participar nos actos que não tenham natureza jurisdicional, não obstante a garantia dada aos
administrados para recorrerem para os tribunais.
3
Para Neves (2008), os bens oferecidos em garantia devem estar aptos a ser alienados. Não se
concebe que se dê em garantia um bem que não se possa vender, sob pena de não haver uma
efectiva protecção do crédito, frustrando-se o propósito da garantia.
A garantia dada pelo sujeito passivo, corresponde a um compromisso para fazer face a carga
tributaria advindo de processos fiscais. O sujeito passivo, deve dentro dos prazos estabelecidos
por lei honrar o compromisso.
Para Calado (2023), na teoria, essas obrigações estão vinculadas às empresas, ou seja, os seus
sócios. Entretanto, as empresas devem contratar escritórios de contabilidade para cuidar da
elaboração dessas obrigações, já muitas precisam ser assinadas por profissionais credenciados
na Ordem dos Contabilistas Certificados.
A garantia das obrigações fiscais é importante para reduzir a exposição da empresa a riscos
financeiros e garantir maior segurança às operações. Além disso, o cumprimento dessas
obrigações pode evitar problemas relacionados à sonegação de impostos, pagamentos de multas
à Receita Federal ou processos trabalhistas. É importante que a empresa esteja sempre em dia
quanto ao conhecimento da lei e aos seus deveres fiscais para evitar problemas com o fisco.
4
Conclusão
Não se pretende aqui apenas impor regras, mas também fomentar uma nova cultura fiscal, de
respeito pelos direitos e interesses dos contribuintes e de exercício efectivo dos vários
mecanismos de protecção nacional e comunitário. Nesta relação de dualidade entre ambos os
protagonistas, impõe-se a ambas as partes o respeito mútuo por um conjunto de regras e
princípios justos e equitativos que tenham em conta a cultura de um povo, as suas necessidades
e que não seja fonte de constante conflituosidade fiscal.
5
Referências Bibliográficas