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CURSO ON-LINE – ANALISTA E TÉCNICO LEGISLATIVO - SENADO

AFO – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS


PROFESSOR: SÉRGIO MENDES

Aula 9
CRÉDITO PÚBLICO E ENDIVIDAMENTO

Olá amigos! Como é bom estar aqui!

É a nossa última aula. Espero de vocês animação e força de vontade nos


estudos! Sei que não é fácil conciliar a vida cotidiana com a gama de matérias
que se tem que estudar para um concurso. No final este sacrifício seu e de
todos que estão a seu redor será muito recompensador. Todos nós já somos
privilegiados simplesmente porque sabemos ler e porque temos objetivos na
vida. E, por meio do estudo de cada aula, estamos subindo mais um degrau
para alcançá-los.

“Estou agradecido.
Primeiro porque nunca fui roubado antes.
Segundo porque, apesar de terem levado minha carteira, eles não me tiraram a
vida.
Terceiro, porque, apesar de terem levado tudo, não perdi muita coisa.
E, quarto, porque não fui eu quem roubei”.
(Matthew Henr)

Estudaremos nesta aula os temas relacionados ao Crédito Público e


Endividamento.

1. EMPRÉSTIMOS

O crédito público é uma das formas que o Estado dispõe para obter ingressos
financeiros visando cobrir as despesas de sua responsabilidade. No entanto, os
recursos deverão ser devolvidos, acrescidos de juros e encargos
correspondentes. Assim, ao captar os recursos, é gerada uma obrigação

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correspondente ao endividamento. Os empréstimos do Estado podem ser


compulsórios ou voluntários.

1.1 Empréstimos compulsórios

De acordo com a Constituição Federal, a competência para a instituição de


empréstimos compulsórios é da União, cabendo sua instituição e disciplina
dependente de lei complementar. Consiste na tomada compulsória de uma
certa importância do particular, a título de empréstimo, com promessa de
resgate em certo prazo, e em determinadas condições prefixadas em Lei, para
atender situações excepcionais ali estabelecidas. Os recursos arrecadados
terão sua aplicação vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. De
acordo com o STF, a restituição do empréstimo compulsório deverá ser feita
em moeda corrente.

Segundo o art. 148 da CF/1988, a União, mediante lei complementar, poderá


instituir empréstimos compulsórios:
• para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade
pública, de guerra externa ou sua iminência;
• no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional. Neste caso deve ser observado o princípio tributário
da anterioridade, o qual veda a cobrança de tributos no mesmo exercício
financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

Os empréstimos compulsórios são considerados de natureza tributária por


grande parte da doutrina e jurisprudência. No entanto, apenas para efeito das
classificações orçamentárias, os empréstimos compulsórios pertencem à
categoria econômica receitas de capital e sua origem são operações de crédito.
São considerados créditos públicos impróprios, já que não há o caráter
voluntário de emprestar os recursos. Não há a manifestação livre da vontade
do investidor.

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1.2 Empréstimos voluntários

Os empréstimos voluntários são contraídos pelo Estado de forma contratual,


pela livre manifestação da vontade do investidor. Desta forma, são
considerados créditos próprios.

Caiu na prova:
1) (CESPE – Gestão de orçamento e finanças – IPEA – 2008) Os empréstimos
compulsórios somente podem ser instituídos pelos estados com autorização
federal e desde que destinados a calamidades públicas.

De acordo com o art. 148 da Constituição Federal, a competência para


instituição de empréstimos compulsórios é da União, cabendo sua instituição e
disciplina dependente de lei complementar.
Resposta: Errada.

2. DÍVIDA PÚBLICA

2.1 Definições

A dívida pública é a decorrência natural dos empréstimos. São consideradas


fundamentais para o equilíbrio entre receitas e despesas, em virtude de seu
potencial para causar danos às contas públicas. O assunto é tão importante
que o art. 34 da CF/1988 dispõe que a União não intervirá nos Estados nem no
Distrito Federal, exceto, entre outros motivos, para reorganizar as finanças da
unidade da Federação que suspender o pagamento da dívida fundada por
mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; ou deixar de
entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas na Constituição, dentro dos
prazos estabelecidos em lei.

De acordo com o art. 92 da Lei 4.320/1964, a dívida flutuante compreende:


• os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
• os serviços da dívida a pagar (parcelas de amortização e juros da dívida

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fundada);
• os depósitos;
• os débitos de tesouraria (operações de crédito por antecipação de
receita).

Consoante o art. 98, a dívida fundada compreende os compromissos de


exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio
orçamentário ou a financeiro de obras e serviços públicos.
O Decreto 93.872/1986 é mais abrangente. Segundo o art. 115, a dívida
pública abrange a dívida flutuante e a dívida fundada ou consolidada.

A dívida flutuante compreende os compromissos exigíveis, cujo pagamento


independe de autorização orçamentária, assim entendidos:
• os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
• os serviços da dívida;
• os depósitos, inclusive consignações em folha;
• as operações de crédito por antecipação de receita;
• o papel-moeda ou moeda fiduciária.

Já a dívida fundada ou consolidada compreende os compromissos de


exigibilidade superior a 12 (doze) meses contraídos mediante emissão de
títulos ou celebração de contratos para atender a desequilíbrio orçamentário,
ou a financiamento de obras e serviços públicos, e que dependam de
autorização legislativa para amortização ou resgate.

Caiu na prova:
2) (FCC – APOFP - SEFAZ/SP - 2010) A dívida adquirida por antecipação de
receita classifica-se como:
(A) ativa.
(B) fundada.
(C) consolidada.
(D) patriótica.
(E) flutuante.

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Os débitos de tesouraria (operações de crédito por antecipação de receita)


classificam-se como dívida flutuante.
Resposta: Letra E

A Lei de Responsabilidade Fiscal estabeleceu regras mais rígidas para o


endividamento público, até mesmo redefinindo conceitos da Lei 4.320/1964 e
do Decreto 93.872/1986. A LRF adota no art. 29 as definições relacionadas ao
crédito público e ao endividamento.

A dívida pública consolidada ou fundada corresponde ao montante total,


apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação,
assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização
de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses.
Também será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à
emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil e as
operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham
constado do orçamento. Ainda, para fins de aplicação dos limites ao
endividamento, os precatórios judiciais não pagos durante a execução do
orçamento em que houverem sido incluídos integram a dívida consolidada.

A dívida pública mobiliária é a dívida pública representada por títulos


emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e
Municípios. É uma especificação da dívida consolidada geral para que ocorra
um maior controle.

Considera-se operação de crédito o compromisso financeiro assumido em


razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição
financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda
a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações
assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros. Equiparam-se à
operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas
pelo ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts.
15 e 16 da LRF, relacionados à geração de despesa.

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A concessão de garantia corresponde a compromisso de adimplência de


obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação ou
entidade a ele vinculada.

O refinanciamento da dívida mobiliária corresponde à emissão de títulos


para pagamento do principal acrescido da atualização monetária.
O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término
de cada exercício financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado
ao das operações de crédito autorizadas no orçamento para este efeito e
efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.
Nas restrições às despesas de pessoal, se não alcançada a redução no prazo
estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá contratar,
entre outros, operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao
refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das
despesas com pessoal.

A Resolução do Senado Federal 43/2001 acrescenta que a dívida


consolidada líquida é a dívida pública consolidada deduzidas as
disponibilidades de caixa, as aplicações financeiras e os demais haveres
financeiros.

Caiu na prova:
3) (CESGRANRIO – Agente Judiciário – Contador – TJ/RO – 2008) O artigo 29,
Inciso I, da Lei Complementar 101/2000, conhecida como Lei de
Responsabilidade Fiscal, define dívida pública consolidada ou fundada como:
a) financiamento da dívida mobiliária com emissão de títulos para pagamento
do principal acrescido da atualização monetária.
b) compromisso financeiro assumido para aquisição financiada de bens,
recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e
serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas.
c) compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida
por ente da Federação ou entidade a ele vinculada.
d) montante representado por títulos emitidos pela União, inclusive os do
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Banco Central do Brasil, Estados e Municípios.


e) montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente
da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados
e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a
doze meses.

a) Errado. O refinanciamento da dívida mobiliária corresponde à emissão de


títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária.
b) Errado. Considera-se operação de crédito o compromisso financeiro
assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título,
aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes
da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras
operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros.
c) Errado. A concessão de garantia corresponde a compromisso de
adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da
Federação ou entidade a ele vinculada.
d) Errado. A dívida pública mobiliária é a dívida pública representada por
títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e
Municípios.
e) Correto. A dívida pública consolidada ou fundada corresponde ao
montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente
da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados
e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior
a doze meses.
Resposta: Letra E

2.2 Competências

Sobre o montante da dívida pública brasileira, a CF/1988 atribuiu competências


ao Congresso Nacional e separadamente ao Senado Federal.
Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República,
dispor sobre matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e
suas operações; bem como sobre moeda, seus limites de emissão, e
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montante da dívida mobiliária federal.

Compete privativamente ao Senado Federal:


• autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
• fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o
montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;
• dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito
externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo
Poder Público federal;
• dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União
em operações de crédito externo e interno;
• estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida
mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Caiu na prova:
4) (FCC – Procurador - Recife – 2008) Em relação à dívida pública, NÃO é
competência do Senado Federal:
(A) julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República.
(B) autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.
(C) fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o
montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios.
(D) dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em
operações de crédito externo e interno.
(E) estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

É competência do Congresso Nacional (e não do Senado) julgar anualmente


as contas prestadas pelo Presidente da República, bem como não é assunto

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de Dívida Pública. As demais opções correspondem às competências


privativas do Senado Federal relacionadas à dívida pública e estabelecidas
pela CF/88.
Resposta: Letra A

2.3 Limites ao endividamento

Os limites para a dívida pública, operações de crédito e concessão de garantia


serão fixados em percentual da receita corrente líquida para cada esfera de
governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação que a integrem,
constituindo, para cada um deles, limites máximos. Para fins de verificação do
atendimento do limite, a apuração do montante da dívida consolidada será
efetuada ao final de cada quadrimestre.

Serão estabelecidos pelo Senado Federal por proposta do Chefe do Poder


Executivo da União:
• limites globais para o montante da dívida consolidada da União, Estados
e Municípios e de limites e condições relativos às operações de crédito
externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo
Poder Público federal;
• concessão de garantia da União em operações de crédito externo e
interno e montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.

Os limites para o montante da dívida mobiliária federal serão estabelecidos


pelo Congresso Nacional, mediante projeto de lei encaminhado pelo Chefe do
Poder Executivo da União.
As propostas também poderão ser apresentadas em termos de dívida líquida,
evidenciando a forma e a metodologia de sua apuração.
Sempre que alterados os fundamentos das propostas enviadas ao Senado
Federal ou ao Congresso Nacional, em razão de instabilidade econômica ou
alterações nas políticas monetária ou cambial, o Presidente da República

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poderá encaminhar solicitação de revisão dos limites.

As propostas enviadas e suas alterações conterão:


• demonstração de que os limites e condições guardam coerência com as
normas estabelecidas na LRF e com os objetivos da política fiscal;
• estimativas do impacto da aplicação dos limites a cada uma das três
esferas de governo;
• razões de eventual proposição de limites diferenciados por esfera de
governo;
• metodologia de apuração dos resultados primário e nominal.

2.4 Recondução da dívida aos limites

Consoante o art. 31 da LRF, se a dívida consolidada de um ente da Federação


ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele
reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente em
pelo menos 25% no primeiro.

Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido se submeterá


às seguintes sanções:
I – estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive
por antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal
atualizado da dívida mobiliária. Tais restrições são aplicadas imediatamente se
o montante da dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano
do mandato do Chefe do Poder Executivo.
II – obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite,
promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho.

Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o


excesso, o ente ficará também impedido de receber transferências voluntárias
da União ou do Estado. Ressalto que, para fins da aplicação das sanções de
suspensão de transferências voluntárias constantes da LRF, excetuam-se
aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência social.

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As normas serão observadas nos casos de descumprimento dos limites da


dívida mobiliária e das operações de crédito internas e externas.

Caiu na prova:
5) (CESPE – TFCE - TCU – 2009) Se um município, ao final do primeiro
quadrimestre de 2009, tiver ultrapassado o limite da sua dívida consolidada em
R$ 600 milhões, isso significará que, até o final de agosto, ele deverá reduzi-la
em R$ 200 milhões, sob pena de ficar impedido de receber transferências
voluntárias a partir de setembro.

Consoante o art. 31 da LRF, se a dívida consolidada de um ente da Federação


ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele
reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente em
pelo menos 25% no primeiro.

Logo, se um município, ao final do primeiro quadrimestre, tiver ultrapassado o


limite da sua dívida consolidada em R$ 600 milhões, isso significará que, até o
final de agosto (primeiro quadrimestre após a ultrapassagem do limite), ele
deverá reduzi-la em no mínimo R$ 150 milhões, pois o excedente deve ser
reduzido em pelo menos 25% no primeiro quadrimestre subsequente.
Resposta: Errada

2.5 Exceções aos prazos para recondução da dívida aos limites

Estas são as exceções aos prazos do art. 31 da LRF para recondução da


dívida aos limites:

Suspensão: na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso


Nacional, no caso da União, ou pelas Assembleias Legislativas, na hipótese
dos Estados e Municípios; e em caso de estado de defesa ou de sítio
decretado na forma da constituição, enquanto perdurar a situação, serão
suspensas a contagem dos prazos e as disposições estabelecidas no artigo.

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Duplicação: já em caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto


Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período igual ou superior
a quatro trimestres, os prazos do artigo serão duplicados. Entende-se por
baixo crescimento a taxa de variação real acumulada do PIB inferior a 1%, no
período correspondente aos quatro últimos trimestres.

Ampliação: ainda, na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na


condução das políticas monetária e cambial, reconhecidas pelo Senado
Federal, o prazo poderá ser ampliado em até quatro quadrimestres.

Caiu na prova:
6) (CESPE – Planejamento e Execução Orçamentária – Min. da Saúde – 2008)
Se, em determinado estado da Federação, o crescimento do produto interno
bruto tiver permanecido, por doze meses, inferior a 1% e a dívida consolidada
desse estado tiver excedido, nesse período, os limites estabelecidos pelo
Senado Federal, então o prazo para recondução da dívida ao seu respectivo
limite será de vinte e quatro meses.

Consoante o art. 31 da LRF, se a dívida consolidada de um ente da Federação


ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele
reconduzida até o término dos três subsequentes, ou seja, até 12 meses.
Entretanto, em caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto Interno
Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período igual ou superior a
quatro trimestres (12 meses), os prazos do artigo serão duplicados. Entende-
se por baixo crescimento a taxa de variação real acumulada do PIB inferior a
1%, no período correspondente aos quatro últimos trimestres (12 meses).
Logo, o prazo para recondução da dívida ao seu respectivo limite será
duplicado de 12 para 24 meses.
Resposta: Certa

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3. OPERAÇÕES DE CRÉDITO

3.1 Regras gerais para as operações de crédito

O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos limites e condições


relativos à realização de operações de crédito de cada ente da Federação,
inclusive das empresas por eles controladas, direta ou indiretamente. O ente
interessado formalizará seu pleito fundamentando-o em parecer de seus
órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o
interesse econômico e social da operação e o atendimento das seguintes
condições:
I – existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da
lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica;
II – inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes
da operação, exceto no caso de operações por antecipação de receita;
III – observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal;
IV – autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação
de crédito externo;
V – atendimento da regra de ouro (inciso III do art. 167 da CF/1988);
VI – observância das demais restrições estabelecidas na LRF.

Atenção: os contratos de operação de crédito externo não conterão cláusula


que importe na compensação automática de débitos e créditos.

A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da


Federação, exceto quando relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá
exigir comprovação de que a operação atenda às condições e limites
estabelecidos.
A operação realizada com infração do disposto na LRF será considerada nula,
procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a devolução do principal,
vedados o pagamento de juros e demais encargos financeiros. Se a devolução
não for efetuada no exercício de ingresso dos recursos, será consignada
reserva específica na lei orçamentária para o exercício seguinte.

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Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortização, ou constituída a


reserva, aplicam-se as sanções previstas nos incisos do § 3.o do art. 23 (as
mesmas para despesas com pessoal). Também se constituirá reserva, no
montante equivalente ao excesso, se não atendido o disposto na LRF sobre a
regra de ouro.

3.2 Das operações de crédito por antecipação de receita orçamentária

Segundo o art. 38 da LRF, a operação de crédito por antecipação de receita


destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e
cumprirá as exigências para as operações de crédito (tópico anterior) e as
seguintes:
I – realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício;
II – deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez
de dezembro de cada ano;
III – não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de
juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica
financeira, ou à que vier a esta substituir;
IV – estará proibida enquanto existir operação anterior da mesma natureza não
integralmente resgatada, bem como no último ano de mandato do Presidente,
Governador ou Prefeito Municipal.

As operações de crédito por antecipação de receita orçamentária não serão


computadas para efeito do que dispõe a regra de ouro, desde que liquidadas
com juros e outros encargos incidentes, até o dia 10 de dezembro de cada ano.
As operações de crédito por antecipação de receita realizadas por Estados ou
Municípios serão efetuadas mediante abertura de crédito junto à instituição
financeira vencedora em processo competitivo eletrônico promovido pelo
Banco Central do Brasil, o qual manterá um sistema de acompanhamento e
controle do saldo do crédito aberto e, no caso de inobservância dos limites,
aplicará as sanções cabíveis à instituição credora.

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Caiu na prova:
7) (CESGRANRIO – Ciências Contábeis – BNDES – 2009) As operações de
crédito por antecipação de receita são empréstimos destinados a atender
momentâneas insuficiências de caixa durante o exercício financeiro, e cuja
autorização depende do atendimento de diversas exigências da:
a) Constituição Federal.
b) Lei de Responsabilidade Fiscal.
c) Lei de Diretrizes Orçamentárias.
d) Lei Orçamentária Anual.
e) Lei n° 4.320 de 1964.

A autorização para as operações de crédito por antecipação de receita


depende do atendimento de diversas exigências da Lei de Responsabilidade
Fiscal.
Resposta: Letra B

4. VEDAÇÕES

Vamos falar das vedações previstas na LRF.


Segundo o art. 34 da LRF, o Banco Central do Brasil não emitirá títulos da
dívida pública a partir de dois anos após a publicação da LRF, o que significa
que tal determinação já está produzindo efeitos há vários anos.

Consoante o art. 35, é vedada a realização de operação de crédito entre um


ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia,
fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da
administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou
postergação de dívida contraída anteriormente. Essa vedação não impede
Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da União como aplicação de
suas disponibilidades.
Excetuam-se da vedação citada as operações entre instituição financeira
estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração
indireta, que não se destinem a financiar, direta ou indiretamente,

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despesas correntes; e a refinanciar dívidas não contraídas junto à própria


instituição concedente.

Segundo o art. 36, é proibida a operação de crédito entre uma instituição


financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de
beneficiário do empréstimo. Essa vedação não proíbe instituição financeira
controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender
investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para
aplicação de recursos próprios.

Ainda, de acordo com o art. 37, I a IV, da LRF:


Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:
I – captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou
contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do
disposto no § 7.o do art. 150 da Constituição;
II – recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público
detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto,
salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;
III – assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação
assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante
emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta vedação a
empresas estatais dependentes;
IV – assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores
para pagamento a posteriori de bens e serviços.

O inciso I acima faz referência ao § 7.o do art. 150 da CF/1988, o qual dispõe
que a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador
deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição
da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.
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Caiu na prova:
8) (CESPE – Contador – Ministério dos Esportes - 2008) É proibida a operação
de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a
controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.

Segundo o art. 36 da LRF, é proibida a operação de crédito entre uma


instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na
qualidade de beneficiário do empréstimo.
Resposta: Certa

5. BANCO CENTRAL DO BRASIL

5.1 BACEN na CF/1988 e suas operações na LRF

O Banco Central do Brasil (BACEN), criado pela Lei 4.595, de 31.12.1964, é


uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, que tem por missão
assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema
financeiro sólido e eficiente. Não se confunde com o Banco do Brasil S.A. (BB),
que é uma instituição financeira constituída na forma de sociedade de
economia mista.

A Conta Única do Tesouro Nacional é mantida junto ao Banco Central do


Brasil e sua operacionalização será efetuada por intermédio do Banco do
Brasil, ou, excepcionalmente, por outros agentes financeiros autorizados
pelo Ministério da Fazenda.

De acordo com o § 3° do art. 164 da CF/1988, as disponibilidades de caixa da


União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das
empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados
os casos previstos em lei.

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Segundo o STF, as disponibilidades de caixa dos Estados-membros, dos


órgãos ou entidades que os integram e das empresas por eles controladas
deverão ser depositadas em instituições financeiras oficiais, cabendo,
unicamente, à União Federal, mediante lei de caráter nacional, definir as
exceções autorizadas pelo art. 164, § 3º, da Constituição da República. O
Estado-membro não possui competência normativa, para, mediante ato
legislativo próprio, estabelecer ressalvas à incidência da cláusula geral que lhe
impõe a compulsória utilização de instituições financeiras oficiais, para os fins
referidos no art. 164, § 3º, da Carta Política. O desrespeito, pelo Estado-
membro, dessa reserva de competência legislativa, instituída em favor da
União Federal, faz instaurar situação de inconstitucionalidade formal, que
compromete a validade e a eficácia jurídicas da lei local, que, desviando-se do
modelo normativo inscrito no art. 164, § 3º, da Lei Fundamental, vem a permitir
que as disponibilidades de caixa do poder público estadual sejam depositadas
em entidades privadas integrantes do Sistema Financeiro Nacional.

Quanto às atribuições constitucionais do BACEN, tem-se que a competência


da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco
central.
A CF/1988 veda ao BACEN conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao
Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição
financeira. Porém, faculta ao Banco Central comprar e vender títulos de
emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou
a taxa de juros.

Quanto às operações com o Banco Central do Brasil, a LRF dispõe que nas
suas relações com ente da Federação, o BACEN está sujeito às vedações do
art. 35 (estudamos no tópico sobre vedações) e às seguintes:
• emissão de títulos da dívida pública;
• compra de título da dívida, na data de sua colocação no mercado. Só
poderá comprar diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar
a dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira. Ainda,
tal operação deverá ser realizada à taxa média e condições alcançadas

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no dia, em leilão público;


• permuta, ainda que temporária, por intermédio de instituição financeira
ou não, de título da dívida de ente da Federação por título da dívida
pública federal, bem como a operação de compra e venda, a termo,
daquele título, cujo efeito final seja semelhante à permuta. Não se aplica
ao estoque de Letras do Banco Central do Brasil, Série Especial,
existente na carteira das instituições financeiras, que pode ser
refinanciado mediante novas operações de venda a termo;
• concessão de garantia.

É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal


existentes na carteira do Banco Central do Brasil, ainda que com cláusula de
reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.

Caiu na prova:
9) (CESPE – TFCE – TCU – 2009) Veda-se ao Banco Central conceder, direta
ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou
entidade que não seja instituição financeira.

A CF/1988 veda ao BACEN conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao


Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição
financeira.
Resposta: Certa

5.2 Outras considerações sobre o BACEN

Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na LOA, as despesas do


Banco Central do Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio
administrativo, inclusive os destinados a benefícios e assistência aos
servidores, e a investimentos.

O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após a constituição ou


reversão de reservas, constitui receita do Tesouro Nacional, e será transferido

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até o décimo dia útil subsequente à aprovação dos balanços semestrais. O


resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro para com o Banco Central
do Brasil e será consignado em dotação específica no orçamento.

O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo Banco Central do


Brasil serão demonstrados trimestralmente, nos termos em que dispuser a lei
de diretrizes orçamentárias da União. Os balanços trimestrais do BACEN
conterão notas explicativas sobre os custos da remuneração das
disponibilidades do Tesouro Nacional e da manutenção das reservas cambiais
e a rentabilidade de sua carteira de títulos, destacando os de emissão da
União.

6. GARANTIA E CONTRAGARANTIA

Consoante o art. 40 da LRF, os entes poderão conceder garantia em


operações de crédito internas ou externas, observados o disposto neste artigo,
as normas do art. 32 (são as normas sobre operações de crédito previstas na
LRF) e, no caso da União, também os limites e as condições estabelecidos
pelo Senado Federal.
O § 1.º do art. 40 determina que a garantia estará condicionada ao
oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia a ser
concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas
obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controladas, observado
o seguinte:
• não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do próprio ente;
• a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos
Estados aos Municípios, poderá consistir na vinculação de receitas
tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de transferências
constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor para retê-las e
empregar o respectivo valor na liquidação da dívida vencida.

No caso de operação de crédito junto a organismo financeiro internacional, ou


a instituição federal de crédito e fomento para o repasse de recursos

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externos, a União só prestará garantia a ente que atenda, além do disposto


no § 1.o, as exigências legais para o recebimento de transferências
voluntárias (estudada no tópico “Transferências”). Ainda, é nula a garantia
concedida acima dos limites fixados pelo Senado Federal.
Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de garantia prestada, a
União e os Estados poderão condicionar as transferências constitucionais ao
ressarcimento daquele pagamento. O ente da Federação cuja dívida tiver
sido honrada pela União ou por Estado, em decorrência de garantia
prestada em operação de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos
ou financiamentos até a total liquidação da mencionada dívida.

É vedado às entidades da administração indireta, inclusive suas empresas


controladas e subsidiárias, conceder garantia, ainda que com recursos de
fundos. Tal vedação não se aplica à concessão de garantia por:
I – empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à prestação de
contragarantia nas mesmas condições;
II – instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei.

Excetua-se das regras dispostas na LRF a garantia prestada por instituições


financeiras estatais, que se submeterão às normas aplicáveis às instituições
financeiras privadas, de acordo com a legislação pertinente; bem como a
prestada pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza financeira
por ela controladas, direta e indiretamente, quanto às operações de seguro de
crédito à exportação.

7. PRECATÓRIOS

Os precatórios são pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal,


Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judicial. Decorrem de
situações em que a administração não reconhece uma dívida na esfera
administrativa e o credor ingressa com uma ação no Poder Judiciário. Em caso
de vitória do credor, haverá um procedimento diferenciado para o pagamento,
já que os bens públicos são impenhoráveis. A Emenda Constitucional 62, de 9

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de dezembro de 2009, alterou o dispositivo constitucional dos precatórios.

O atual art. 100 da CF/1988 determina que os pagamentos far-se-ão


exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à
conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

São preferências à ordem cronológica:


• O § 2.º dispõe que os débitos de natureza alimentícia cujos titulares
tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do
precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da
lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o
valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no §
3.º (obrigações definidas em lei como de pequeno valor), admitido o
fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na
ordem cronológica de apresentação do precatório.
• Os débitos de natureza alimentícia que serão pagos com preferência
sobre todos os demais débitos, excetuados os citados acima. Poderão
ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito
público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o
mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência
social.
• Exceção: o § 3.º dispõe que a expedição de precatórios não se aplica
aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor
que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial
transitada em julgado.

Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de


salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações,
benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas
em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em
julgado.

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É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de


valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da
execução para fins de enquadramento de parcela do total em obrigações
definidas em leis como de pequeno valor.
O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a
terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando
ao cessionário o disposto nos já citados §§ 2.° (preferência para maiores de 60
anos ou com doenças graves) e 3.º (obrigações definidas em lei como de
pequeno valor). No entanto, a cessão de precatórios somente produzirá efeitos
após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e
à entidade devedora.

Conforme dispõe a CF/1988, é obrigatória a inclusão, no orçamento das


entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus
débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de
precatórios judiciários apresentados até 1.º de julho, fazendo-se o pagamento
até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados
monetariamente. As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão
consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do
Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e
autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de
preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária
do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia
respectiva. O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou
omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios,
incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o
Conselho Nacional de Justiça.

No momento da expedição dos precatórios, independentemente de


regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor
correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e
constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas
parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução
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esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial. Antes da


expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora,
para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de
abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condições
estabelecidas.

A CF/1988 faculta ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade


federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de
imóveis públicos do respectivo ente federado.
A atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo
pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial
de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de
compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros
incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de
juros compensatórios.

O art. 100 ainda dispõe que lei complementar poderá estabelecer regime
especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal
e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e
prazo de liquidação. Ainda, a União poderá assumir, a seu critério exclusivo e
na forma de lei, débitos oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e
Municípios, refinanciando-os diretamente.

O art. 10 da LRF determina que a execução orçamentária e financeira


identifique os beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, por meio de
sistema de contabilidade e administração financeira, para fins de observância
da ordem cronológica determinada no art. 100 da CF/1988.
Relembro que, de acordo com o art. 30 da LRF, para fins de aplicação dos
limites ao endividamento, os precatórios judiciais não pagos durante a
execução do orçamento em que houverem sido incluídos integram a dívida
consolidada.

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Caiu na prova:
10) (FCC – Técnico de Controle Externo – TCM/PA – 2010) Considerando a
disciplina constitucional dos precatórios:
I. os créditos decorrentes de obrigações definidas em lei como de pequeno
valor e devidos em razão de sentença judicial transitada em julgado não se
submetem ao regime de precatório.
II. com a apresentação do precatório até 1º de agosto o pagamento far-se-á até
o último dia do exercício seguinte àquele em que foi inserido.
III. os créditos de natureza alimentícia estão dispensados do pagamento por
meio de precatórios.
IV. é vedada a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor
pago.
V. é permitido o fracionamento do valor da execução para que seu pagamento
se faça parte como crédito de pequeno valor e parte na forma de precatório.
Está correto o que se afirma APENAS em:
(A) I e IV.
(B) III e V.
(C) I e II.
(D) II e III.
(E) I e III.

I) Correto. É exceção ao regime de Precatórios. O § 3º do art. 100 dispõe que a


expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações
definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam
fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
II) Errado. Conforme dispõe a CF/88, é obrigatória a inclusão, no orçamento
das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus
débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de
precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento
até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados
monetariamente.
III) Errado. Os débitos de natureza alimentícia seguem o regime de
precatórios. A especificidade é que serão pagos com preferência.

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IV) Correto. É vedada a expedição de precatórios complementares ou


suplementares de valor pago.
V) Errado. Também é vedado o fracionamento, repartição ou quebra do valor
da execução para fins de enquadramento de parcela do total em obrigações
definidas em leis como de pequeno valor.

Logo, os itens I e IV estão corretos.


Resposta: Letra A

MAIS QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES

11) (FGV – Fiscal de Rendas – ICMS/RJ – 2010) Com relação aos


empréstimos compulsórios, assinale a afirmativa incorreta.
(A) Os empréstimos compulsórios deverão ser instituídos por meio de lei
complementar.
(B) A instituição do empréstimo compulsório se justifica quando, para atender a
calamidade pública, são necessárias despesas extraordinárias.
(C) A iminência de guerra externa é fundamento suficiente para a instituição de
empréstimo compulsório.
(D) Todos os entes da Federação têm competência para a instituição do
empréstimo compulsório, desde que haja urgência de investimento público.
(E) O empréstimo compulsório poderá ser instituído sob o fundamento de
relevante interesse nacional.

a) Correta. De acordo com a Constituição Federal, a instituição e disciplina dos


empréstimos compulsórios dependente de lei complementar.
b) c) Corretas. O empréstimo compulsório pode ser instituído para atender a
despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência.
d) É a incorreta. Consoante a Constituição Federal, a competência para a
instituição de empréstimos compulsórios é da União.
e) Correta. O empréstimo compulsório pode ser instituído para atender a
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

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Neste caso deve ser observado o princípio tributário da anterioridade, o qual


veda a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
Resposta: Letra D

12) (ESAF – Analista de Planejamento e Orçamento - MPOG - 2008) A Lei de


Responsabilidade Fiscal, na seção que trata dos limites da Dívida Pública e
das Operações de Crédito determina que, para fins de verificação do
atendimento do limite, a apuração do montante da dívida consolidada será
efetuada ao final de cada:
a) mês.
b) semestre.
c) trimestre.
d) quadrimestre.
e) ano.

Para fins de verificação do atendimento do limite, a apuração do montante da


dívida consolidada será efetuada ao final de cada quadrimestre.
Resposta: Letra D

13) (FCC - APOFP - SEFAZ/SP - 2010) Sobre a disciplina constitucional dos


precatórios, é correto afirmar:
(A) Os precatórios de créditos provenientes de obrigações definidas em lei
como de pequeno valor devem ser pagos antes da sentença transitar em
julgado.
(B) A entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do
ente federado devedor é vedada ao credor.
(C) O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios
a terceiros, independentemente da concordância do devedor.
(D) Não se admite a possibilidade de fixação de regime especial para
pagamento de crédito de precatórios dos Estados, Distrito Federal e
Municípios.
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(E) Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham mais de 60 anos


de idade dispensam regime de precatório.

a) Errada. A CF/1988 dispõe que a expedição de precatórios não se aplica aos


pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as
Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada
em julgado.
b) Errada. A CF/1988 faculta ao credor, conforme estabelecido em lei da
entidade federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para
compra de imóveis públicos do respectivo ente federado.
c) Correta. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em
precatórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não
se aplicando ao cessionário o disposto nos já citados §§ 2.° (preferência para
maiores de 60 anos ou com doenças graves) e 3.º (obrigações definidas em lei
como de pequeno valor), ambos do art. 100.
d) Errada. O art. 100 ainda dispõe que lei complementar poderá estabelecer
regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito
Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e
forma e prazo de liquidação.
e) Errada. Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham mais de 60
anos de idade têm preferência à ordem cronológica, porém não dispensam o
regime de precatórios.
Resposta: Letra C

14) (CESPE – Analista Administrativo - ANATEL – 2009) O refinanciamento da


dívida mobiliária corresponde à emissão de títulos para pagamento do
principal, não incluídos a atualização monetária e os juros, e se limita, ao final
de cada exercício, ao montante existente no exercício anterior.

O refinanciamento da dívida mobiliária corresponde à emissão de títulos para


pagamento do principal acrescido da atualização monetária.
O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término
de cada exercício financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado

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ao das operações de crédito autorizadas no orçamento para este efeito e


efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.
Resposta: Errada

15) (FCC - Auxiliar da Fiscalização Financeira – TCE/SP - 2010) É considerada


dívida pública consolidada ou fundada:
(A) o compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual
assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada.
(B) o compromisso financeiro assumido em razão da abertura de crédito bem
como a emissão de títulos para pagamento do principal.
(C) o montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do
ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo
superior a doze meses.
(D) a dívida representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco
Central do Brasil, Estados e Municípios.
(E) o compromisso financeiro assumido em razão da aquisição financiada de
bens e recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de
bens e serviços.

a) Errada. A concessão de garantia corresponde a compromisso de


adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da
Federação ou entidade a ele vinculada.
b) Errada. O refinanciamento da dívida mobiliária corresponde à emissão de
títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária.
c) Correta. A dívida pública consolidada ou fundada corresponde ao
montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente
da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados
e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a
doze meses.
d) Errada. A dívida pública mobiliária é a dívida pública representada por
títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e
Municípios. É uma especificação da dívida consolidada geral para que ocorra

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um maior controle.
e) Errada. Considera-se operação de crédito o compromisso financeiro
assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título,
aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes
da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras
operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros.
Resposta: Letra C

16) (CESPE – AFCE – TCU – 2009) Compete a lei complementar dispor sobre
finanças públicas e sobre os limites globais e condições para o montante da
dívida mobiliária dos estados, do Distrito Federal (DF) e dos municípios.

Compete à lei complementar dispor sobre finanças públicas. No entanto,


compete privativamente ao Senado Federal estabelecer limites globais e
condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
Resposta: Errada

17) (FCC- Especialista em Adm, Orçamento e Fin Públicas- Pref. de SP - 2010)


Sobre as operações de crédito por antecipação de receita orçamentária é
correto afirmar que:
(A) destinam-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro.
(B) podem ser realizadas a partir do quinto dia do início do exercício financeiro.
(C) são vedadas enquanto existir mais de uma operação da mesma natureza
ainda não resgatada integralmente.
(D) não podem ser contratadas no primeiro ano de mandato do Prefeito.
(E) deverão ser liquidadas com juros e outros encargos incidentes, até o dia 31
de dezembro de cada ano.

a) Correta. Segundo o art. 38 da LRF, a operação de crédito por antecipação


de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício
financeiro.

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b) Errada. Podem realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do


exercício.
c) Errada. Estará proibida enquanto existir operação anterior da mesma
natureza não integralmente resgatada. Ou seja, não pode existir sequer uma
operação da mesma natureza ainda não resgatada integralmente.
d) Errada. Estará proibida enquanto no último ano de mandato do Presidente,
Governador ou Prefeito Municipal.
e) Errada. Deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o
dia dez de dezembro de cada ano
Resposta: Letra A

18) (ESAF - Analista Administrativo - ANA - 2009) Assinale a opção que indica
uma exceção ao conceito de Dívida Flutuante de que trata o art. 92 da Lei n.
4.320/64.
a) Os débitos de tesouraria.
b) Os depósitos.
c) Os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida.
d) Os serviços da dívida a pagar.
e) A dívida mobiliária de curto prazo.

De acordo com o art. 92 da Lei 4.320/1964, a dívida flutuante compreende:


• os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
• os serviços da dívida a pagar (parcelas de amortização e juros da dívida
fundada);
• os depósitos;
• os débitos de tesouraria (operações de crédito por antecipação de
receita).
Logo, de acordo com a Lei 4320/1964, a dívida mobiliária de curto prazo não se
enquadra no conceito de dívida flutuante.
Resposta: Letra E

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19) (FCC – Técnico de Controle Externo - TCM/PA – 2010) Sobre o crédito por
antecipação de receita, é correto afirmar:
(A) Pode e deve ser realizada no último ano de mandato do Chefe do
Executivo, para se evitar restos a pagar para o exercício seguinte.
(B) Pode ser realizada até um limite de duas operações simultâneas da mesma
natureza, ambas pendentes de pagamento.
(C) Classifica-se como dívida pública consolidada, na medida em que o seu
pagamento pode acontecer em prazo superior ao exercício financeiro em que
foi contraída.
(D) É espécie de dívida pública flutuante, devendo ser paga no mesmo
exercício financeiro em que ocorreu o empréstimo, já que tem por finalidade
suprir eventual e momentânea insuficiência de caixa.
(E) Realizar-se-á a partir do primeiro dia do exercício financeiro e deve ser
liquidada até o último dia do mesmo exercício financeiro.

a) Errada. Estará proibida no último ano de mandato do Presidente,


Governador ou Prefeito Municipal.
b) Errada. Estará proibida enquanto existir operação anterior da mesma
natureza não integralmente resgatada.
c) Errada. Os débitos de tesouraria (operações de crédito por antecipação de
receita) classificam-se como dívida flutuante. Além disso, deverá ser liquidada,
com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada
ano.
d) Correta. Segundo o art. 38 da LRF, a operação de crédito por antecipação
de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício
financeiro e deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o
dia dez de dezembro de cada ano. Os débitos de tesouraria (operações de
crédito por antecipação de receita) classificam-se como dívida flutuante.
e) Errada. Realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício
e deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez
de dezembro de cada ano.
Resposta: Letra D

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AFO – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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20) (CESPE – Consultor do Executivo – SEFAZ/ES – 2010) A dívida fundada


refere-se ao montante, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do
estado do Espírito Santo, assumida em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados. Refere-se, também, às obrigações decorrentes de operações de
crédito, para amortização em prazo superior a 12 meses.

A dívida pública consolidada ou fundada corresponde ao montante total,


apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação,
assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização
de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses.

Segundo a LRF, são entes da federação: a União, cada Estado (como o


Espírito Santo), o Distrito Federal e cada Município.
Resposta: Certa

E assim terminamos nossa última aula. E você que chegou aqui já é um


vitorioso, pela persistência e força de vontade.

Apresentei os tópicos voltados para o edital do Senado, aprofundando nos


temas de acordo com o que vem aparecendo nas provas, para levar ao
estudante o que há de mais importante e as maiores possibilidades de
exigências.

Procurei ao longo dessas semanas trazer o que tinha de mais atualizado das
principais bancas organizadoras de concursos. Nestas 10 aulas (0 a 9), você
teve a oportunidade de aprender a teoria e ainda se exercitar com 200
questões comentadas, todas dos últimos dois anos. É um número muito
significativo para um curso teórico. Sinta-se realmente confiante e preparado!

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AFO – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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Agradeço sinceramente os elogios, as críticas e as sugestões. É dessa forma


que o professor aprimora seu trabalho, enfatizando o que está dando certo e
melhorando o que não está bom.

Desejo a você ótimos estudos e uma excelente prova!

Para aqueles que querem se aprofundar ainda mais nos estudos, indico a
leitura dos meus artigos na parte aberta do site e os outros cursos on-line de
minha autoria no Ponto dos Concursos. Ainda, relembro o lançamento do Livro
Administração Financeira e Orçamentária – Teoria e Questões, Sérgio Mendes,
Editora Método.

E aguardo você no serviço público, buscando contribuir para o


desenvolvimento de nosso país. Lembro que estarei com você sempre que
necessitar no e-mail sergiomendes@pontodosconcursos.com.br.

Forte abraço!

Sérgio Mendes

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MEMENTO IX
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

Segundo a CF/1988, a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
• para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua
iminência;
• no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o princípio
tributário da anterioridade, o qual veda a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

Os recursos arrecadados terão sua aplicação vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Nas classificações orçamentárias os empréstimos compulsórios pertencem à categoria econômica receitas de


capital e sua origem são operações de crédito.

DÍVIDA PÚBLICA

A dívida pública consolidada ou fundada corresponde ao montante total, apurado sem duplicidade, das
obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados
e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses. Também será
incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de títulos de responsabilidade do Banco
Central do Brasil e as operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do
orçamento. Ainda, para fins de aplicação dos limites ao endividamento, os precatórios judiciais não pagos
durante a execução do orçamento em que houverem sido incluídos integram a dívida consolidada.

A dívida pública mobiliária corresponde à dívida pública representada por títulos emitidos pela União,
inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios.

Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre matéria financeira,
cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações; bem como sobre moeda, seus limites de
emissão, e montante da dívida mobiliária federal.

Compete privativamente ao Senado Federal:

Autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios;

Fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos
Estados, do DF e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público
federal;

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Dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e
interno;

Estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, DF e Municípios.

Recondução da dívida aos limites:

Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre,


deverá ser reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% no
1.°.

Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido se submeterá às seguintes sanções:

Estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita,
ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.

Obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas,
limitação de empenho.

OPERAÇÕES DE CRÉDITO E VEDAÇÕES

A LRF define operação de crédito como o compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de
crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores
provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas,
inclusive com o uso de derivativos financeiros.

É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de
fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da administração
indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída
anteriormente. Essa vedação não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da União como
aplicação de suas disponibilidades.

Excetuam-se da vedação citada as operações entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação,
inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a financiar, direta ou
indiretamente, despesas correntes; e a refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição
concedente.

É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a
controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo. Essa vedação não proíbe instituição financeira
controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou
títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios.

O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos,
demonstrando a relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação e o atendimento das
seguintes condições:

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Existência de prévia e expressa autorização para contratação, na LOA, em créditos adicionais ou lei
específica;

Inclusão na LOA ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação, exceto no caso de ARO;

Observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal;

Autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito externo;

Atendimento da regra de ouro (inciso III do art. 167 da CF/1988);

Observância das demais restrições estabelecidas na LRF.

Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:

I – captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda
não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7.o do art. 150 da CF/1988;

II – recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente,
a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;

III – assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de
bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta
vedação a empresas estatais dependentes;

IV – assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a posteriori
de bens e serviços.

ARO

Apenas poderá ser realizada a partir do décimo dia do início do exercício e deverá ser liquidada, com juros e
outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano.

Não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação,
obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir.

É proibida enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada e no último
ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.

BACEN

Atribuições do BACEN segundo a CF/1988

A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo BACEN.

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A CF veda ao BACEN conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer


órgão ou entidade que não seja instituição financeira. Porém, faculta ao BACEN comprar e vender títulos de
emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.

BACEN nas relações com entes da federação:

Vedação: emitir títulos da dívida pública.

Vedação: compra de título da dívida, na data de sua colocação no mercado.


Exceção: só poderá comprar diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar a dívida mobiliária
federal que estiver vencendo na sua carteira. Ainda, tal operação deverá ser realizada à taxa média e
condições alcançadas no dia, em leilão público.

Vedação: permuta, ainda que temporária, por intermédio de instituição financeira ou não, de título da dívida
de ente da Federação por título da dívida pública federal, bem como a operação de compra e venda, a termo,
daquele título, cujo efeito final seja semelhante à permuta.
Exceção: não se aplica ao estoque de Letras do BACEN, Série Especial, existente na carteira das instituições
financeiras, que pode ser refinanciado mediante novas operações de venda a termo.

Vedação: concessão de garantia.

Vedação ao Tesouro Nacional: adquirir títulos da dívida pública federal existentes na carteira do BACEN,
ainda que com cláusula de reversão.
Exceção: poderá adquirir para reduzir a dívida mobiliária.

CONCESSÃO DE GARANTIA

Corresponde ao compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da


Federação ou entidade a ele vinculada.

A garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia


a ser concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas obrigações junto ao
garantidor e às entidades por este controladas, observado o seguinte:

Não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do próprio ente;

A contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos Estados aos Municípios, poderá
consistir na vinculação de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de transferências
constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor para retê-las e empregar o respectivo valor na
liquidação da dívida vencida.

É vedado às entidades da administração indireta, inclusive suas empresas controladas e subsidiárias,


conceder garantia, ainda que com recursos de fundos. Tal vedação não se aplica à concessão de garantia por:

Empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à prestação de contragarantia nas mesmas

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condições.

Instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei.

Excetua-se das regras dispostas na LRF a garantia prestada por instituições financeiras estatais, que se
submeterão às normas aplicáveis às instituições financeiras privadas, de acordo com a legislação pertinente;
bem como a prestada pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza financeira por ela
controladas, direta e indiretamente, quanto às operações de seguro de crédito à exportação.

PRECATÓRIOS

Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de
sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à
conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e
nos créditos adicionais abertos para este fim.

Preferências à ordem cronológica:

Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 anos ou mais na data de expedição do
precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência
sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no §
3.º, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo o restante pago na ordem cronológica de
apresentação do precatório.

Os débitos de natureza alimentícia que serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos,
excetuados os citados acima. Poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito
público, segundo as capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do RGPS.

Exceção: O § 3.º dispõe que o regime de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas
em leis como de pequeno valor que as Fazendas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em
julgado.

Dotações:

É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento
de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários
apresentados até 1.º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus
valores atualizados monetariamente.

As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário,


cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e
autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de
precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da
quantia respectiva.

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LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1) (CESPE – Gestão de orçamento e finanças – IPEA – 2008) Os empréstimos


compulsórios somente podem ser instituídos pelos estados com autorização
federal e desde que destinados a calamidades públicas.

2) (FCC - APOFP - SEFAZ/SP - 2010) A dívida adquirida por antecipação de


receita classifica-se como:
(A) ativa.
(B) fundada.
(C) consolidada.
(D) patriótica.
(E) flutuante.

3) (CESGRANRIO – Agente Judiciário – Contador – TJ/RO – 2008) O artigo 29,


Inciso I, da Lei Complementar 101/2000, conhecida como Lei de
Responsabilidade Fiscal, define dívida pública consolidada ou fundada como:
a) financiamento da dívida mobiliária com emissão de títulos para pagamento
do principal acrescido da atualização monetária.
b) compromisso financeiro assumido para aquisição financiada de bens,
recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e
serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas.
c) compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida
por ente da Federação ou entidade a ele vinculada.
d) montante representado por títulos emitidos pela União, inclusive os do
Banco Central do Brasil, Estados e Municípios.
e) montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente
da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados
e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a
doze meses.

4) (FCC – Procurador - Recife – 2008) Em relação à dívida pública, NÃO é


competência do Senado Federal:
(A) julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República.

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(B) autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União,


dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.
(C) fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o
montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios.
(D) dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em
operações de crédito externo e interno.
(E) estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

5) (CESPE – TFCE - TCU – 2009) Se um município, ao final do primeiro


quadrimestre de 2009, tiver ultrapassado o limite da sua dívida consolidada em
R$ 600 milhões, isso significará que, até o final de agosto, ele deverá reduzi-la
em R$ 200 milhões, sob pena de ficar impedido de receber transferências
voluntárias a partir de setembro.

6) (CESPE – Planejamento e Execução Orçamentária – Min. da Saúde – 2008)


Se, em determinado estado da Federação, o crescimento do produto interno
bruto tiver permanecido, por doze meses, inferior a 1% e a dívida consolidada
desse estado tiver excedido, nesse período, os limites estabelecidos pelo
Senado Federal, então o prazo para recondução da dívida ao seu respectivo
limite será de vinte e quatro meses.

7) (CESGRANRIO – Ciências Contábeis – BNDES – 2009) As operações de


crédito por antecipação de receita são empréstimos destinados a atender
momentâneas insuficiências de caixa durante o exercício financeiro, e cuja
autorização depende do atendimento de diversas exigências da:
a) Constituição Federal.
b) Lei de Responsabilidade Fiscal.
c) Lei de Diretrizes Orçamentárias.
d) Lei Orçamentária Anual.
e) Lei n° 4.320 de 1964.

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8) (CESPE – Contador – Ministério dos Esportes - 2008) É proibida a operação


de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a
controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.

9) (CESPE – TFCE – TCU – 2009) Veda-se ao Banco Central conceder, direta


ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou
entidade que não seja instituição financeira.

10) (FCC – Técnico de Controle Externo – TCM/PA – 2010) Considerando a


disciplina constitucional dos precatórios:
I. os créditos decorrentes de obrigações definidas em lei como de pequeno
valor e devidos em razão de sentença judicial transitada em julgado não se
submetem ao regime de precatório.
II. com a apresentação do precatório até 1º de agosto o pagamento far-se-á até
o último dia do exercício seguinte àquele em que foi inserido.
III. os créditos de natureza alimentícia estão dispensados do pagamento por
meio de precatórios.
IV. é vedada a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor
pago.
V. é permitido o fracionamento do valor da execução para que seu pagamento
se faça parte como crédito de pequeno valor e parte na forma de precatório.
Está correto o que se afirma APENAS em:
(A) I e IV.
(B) III e V.
(C) I e II.
(D) II e III.
(E) I e III.

11) (FGV – Fiscal de Rendas – ICMS/RJ – 2010) Com relação aos


empréstimos compulsórios, assinale a afirmativa incorreta.
(A) Os empréstimos compulsórios deverão ser instituídos por meio de lei
complementar.
(B) A instituição do empréstimo compulsório se justifica quando, para atender a
calamidade pública, são necessárias despesas extraordinárias.

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(C) A iminência de guerra externa é fundamento suficiente para a instituição de


empréstimo compulsório.
(D) Todos os entes da Federação têm competência para a instituição do
empréstimo compulsório, desde que haja urgência de investimento público.
(E) O empréstimo compulsório poderá ser instituído sob o fundamento de
relevante interesse nacional.

12) (ESAF – Analista de Planejamento e Orçamento - MPOG - 2008) A Lei de


Responsabilidade Fiscal, na seção que trata dos limites da Dívida Pública e
das Operações de Crédito determina que, para fins de verificação do
atendimento do limite, a apuração do montante da dívida consolidada será
efetuada ao final de cada:
a) mês.
b) semestre.
c) trimestre.
d) quadrimestre.
e) ano.

13) (FCC - APOFP - SEFAZ/SP - 2010) Sobre a disciplina constitucional dos


precatórios, é correto afirmar:
(A) Os precatórios de créditos provenientes de obrigações definidas em lei
como de pequeno valor devem ser pagos antes da sentença transitar em
julgado.
(B) A entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do
ente federado devedor é vedada ao credor.
(C) O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios
a terceiros, independentemente da concordância do devedor.
(D) Não se admite a possibilidade de fixação de regime especial para
pagamento de crédito de precatórios dos Estados, Distrito Federal e
Municípios.
(E) Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham mais de 60 anos
de idade dispensam regime de precatório.

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14) (CESPE – Analista Administrativo - ANATEL – 2009) O refinanciamento da


dívida mobiliária corresponde à emissão de títulos para pagamento do
principal, não incluídos a atualização monetária e os juros, e se limita, ao final
de cada exercício, ao montante existente no exercício anterior.

15) (FCC - Auxiliar da Fiscalização Financeira – TCE/SP - 2010) É considerada


dívida pública consolidada ou fundada:
(A) o compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual
assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada.
(B) o compromisso financeiro assumido em razão da abertura de crédito bem
como a emissão de títulos para pagamento do principal.
(C) o montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do
ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo
superior a doze meses.
(D) a dívida representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco
Central do Brasil, Estados e Municípios.
(E) o compromisso financeiro assumido em razão da aquisição financiada de
bens e recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de
bens e serviços.

16) (CESPE – AFCE – TCU – 2009) Compete a lei complementar dispor sobre
finanças públicas e sobre os limites globais e condições para o montante da
dívida mobiliária dos estados, do Distrito Federal (DF) e dos municípios.

17) (FCC- Especialista em Adm, Orçamento e Fin Públicas- Pref. de SP - 2010)


Sobre as operações de crédito por antecipação de receita orçamentária é
correto afirmar que:
(A) destinam-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro.
(B) podem ser realizadas a partir do quinto dia do início do exercício financeiro.
(C) são vedadas enquanto existir mais de uma operação da mesma natureza
ainda não resgatada integralmente.
(D) não podem ser contratadas no primeiro ano de mandato do Prefeito.

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(E) deverão ser liquidadas com juros e outros encargos incidentes, até o dia 31
de dezembro de cada ano.

18) (ESAF - Analista Administrativo - ANA - 2009) Assinale a opção que indica
uma exceção ao conceito de Dívida Flutuante de que trata o art. 92 da Lei n.
4.320/64.
a) Os débitos de tesouraria.
b) Os depósitos.
c) Os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida.
d) Os serviços da dívida a pagar.
e) A dívida mobiliária de curto prazo.

19) (FCC – Técnico de Controle Externo - TCM/PA – 2010) Sobre o crédito por
antecipação de receita, é correto afirmar:
(A) Pode e deve ser realizada no último ano de mandato do Chefe do
Executivo, para se evitar restos a pagar para o exercício seguinte.
(B) Pode ser realizada até um limite de duas operações simultâneas da mesma
natureza, ambas pendentes de pagamento.
(C) Classifica-se como dívida pública consolidada, na medida em que o seu
pagamento pode acontecer em prazo superior ao exercício financeiro em que
foi contraída.
(D) É espécie de dívida pública flutuante, devendo ser paga no mesmo
exercício financeiro em que ocorreu o empréstimo, já que tem por finalidade
suprir eventual e momentânea insuficiência de caixa.
(E) Realizar-se-á a partir do primeiro dia do exercício financeiro e deve ser
liquidada até o último dia do mesmo exercício financeiro.

20) (CESPE – Consultor do Executivo – SEFAZ/ES – 2010) A dívida fundada


refere-se ao montante, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do
estado do Espírito Santo, assumida em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados. Refere-se, também, às obrigações decorrentes de operações de
crédito, para amortização em prazo superior a 12 meses.

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GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
E E E A E C B C C A
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
D D C E C E A E D C

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