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TEMA :DÍVIDA PÚBLICA

Divida Pública

Conceito de dívida pública

O termo “dívida pública” é utilizado frequentemente para designar realidades diversas,


nomeadamente: a dívida do Estado ou a dívida do Sector Público Administrativo (e mesmo nesta
última acepção dependendo do universo considerado para o Sector); a dívida resultante apenas
do recurso a empréstimos públicos ou englobando também outras situações passivas (como por
exemplo, as que resultam do diferimento no pagamento de operações sobre bens e serviços e de
bonificação de juros; da emissão de moeda metálica; da retenção de cobranças efectuadas por
conta de terceiros); a dívida pública consolidada ou não consolidada; a dívida pública bruta ou a
dívida líquida de activos da mesma natureza.

A Dívida Pública pode ser ainda definida da seguinte forma: “Conjunto das situações passivas
que resultam para o estado do recurso ao crédito público”, podendo assim falar-se em dois
sentidos de divida pública:  em sentido restrito, a dívida pública corresponde apenas às
situações passivas de que o estado è titular em virtude do recurso a empréstimos públicos.  em
sentido amplo, abrange o conjunto de situações derivadas, não só do recurso ao empréstimo
público, mas também da prática de outras operações de crédito como sejam os avales, os débitos
resultantes do crédito administrativo, vitalício, empresarial ou monetário, e da assunção de
onerações em contrapartida de atribuições patrimoniais.

Classificações De Dívida Pública

A dívida pública pode ser classificada sob vários critérios, designadamente Quanto ao lugar de
emissão dos empréstimos a dívida pública pode ser interna ou externa.

Dívida interna – Se os empréstimos são emitidos no mercado nacional, independentemente do


tipo de moeda e da nacionalidade dos credores.

A Lei 9/2002 de 12 de Fevereiro - Lei do Sistema de Administração Financeira do Estado


(SISTAFE) - define a Dívida Pública Interna como: “aquela que é contraída pelo Estado com
entidades de direito público ou privado, com residência ou domiciliadas no País, e cujo
pagamento é exigível dentro do território nacional”.
Existem dois instrumentos principais que os governos emitem no processo de contratação de
empréstimos internos: títulos ou bilhetes do tesouro e obrigações de tesouro.

Título de Tesouro: títulos de crédito emitidos a breve data pelo governo, geralmente vendidos a
desconto em vez de pagarem juros, com um vencimento de um ano ou inferior a um ano.
Também é possível os títulos de tesouro pagarem juros no termo do prazo de pagamento e serem
emitidos ao par (100% do valor facial).

Obrigações de Tesouro: instrumento de médio e longo prazo emitidos ao par (100% do valor
facial) e com juros pagáveis anual ou semestralmente. Dívida externa – Se os empréstimos são
emitidos em mercados estrangeiros, independentemente do tipo de moeda e da nacionalidade dos
credores.

A Lei 9/2002 define a Dívida Pública Externa como: “aquela que é contraída pelo Estado com
outros Estados, organismos internacionais ou outras entidades de direito público ou privado, com
residência ou domicílio fora do País, e cujo pagamento é exigível fora do território nacional”.

Os devedores podem ser tanto o governo como as empresas privadas. Assim, na óptica do
devedor a dívida pode ser pública ou privada.

 É pública quando o responsável directo pela dívida sobre o exterior é o Governo.


 É privada quando algumas empresas do sector privado nacional recorrem a fontes
externas para o financiamento dos seus investimentos, ou ainda, adiamento do pagamento
de certas importações.
Na óptica do credor, a dívida pode ser:
 Bilateral, quando se trata de empréstimo entre governos;
 Multilateral, quando um governo deve a instituições financeiras internacionais
(Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, Banco Africano de
Desenvolvimento) que representam interesses de diversos Governos;
 Comercial, quando o governo ou empresas recorrem a bancos comerciais
internacionais para a contracção de crédito.
Nas dívidas multilaterais e bilaterais, destaque para a primeira categoria, em que as condições
são mais favoráveis (juros baixos e períodos de graça longos), enquanto que as dívidas
comerciais se guiam pelas condições do mercado.

Quanto ao grau de responsabilidade a dívida publica pode se principal e acessória

 Divida principal ou directa – Dívida em que o Estado (ou outra entidade pública ) é o
devedor efectivo de determinadas quantias, pela qual responde as suas receitas. Na dívida
principal ainda se distinguem duas situações:  Dívida efectiva - Quando a entidade
credora não é uma entidade pública.  Dívida fictícia - Quando a entidade credora é outra
entidade pública.

 Dívida acessória – Quando o estado (ou outra entidade pública) responde


subsidiariamente pelas dívidas de terceiros, sendo posteriormente reembolsado, segundo
as seguintes modalidades:

 Dívida com reembolso de encargos – Quando o Estado procede ao reembolso dos


empréstimos como se fosse devedor principal;

 Dívida com aval do Estado – Quando o Estado se substitui ao devedor principal quando
este não cumpre. Quanto à duração dos empréstimos, a dívida pública pode ser flutuante
ou fundada

 Dívida flutuante (de curto prazo) – Dívida que resulta de empréstimos temporários de
curto prazo, contraídos geralmente para suprir défices momentâneos de tesouraria.
Engloba também os saldos credores de contas correntes do Estado d das instituições
financeiras. A dívida flutuante, é representada, usualmente, por Bilhetes de Tesouro.

 Dívida fundada (de médio e longo prazo) – Dívida que resulta de empréstimos perpétuos
e dos empréstimos temporários a médio e a longo prazo. A divida fundada compreende:
o Dívida perpétua ou consolidada – dívida que resulta de empréstimos perpétuos,
isto é, empréstimos em que o Estado fica obrigado a pagar um determinado juro
anual, não estando obrigado a proceder ao reembolso do capital, a dívida não tem
prazo de reembolso, podendo no entanto gozar da faculdade de os reembolsar
(empréstimos remíveis) ou não gozando de tal faculdade (empréstimos não
remíveis).
o Dívida temporária – dívida que resulta de empréstimos temporários a médio e
longo prazo, em que o Estado assume a obrigação de reembolsar o capital
emprestado num prazo certo (dívida amortizável) ou num prazo incerto, por morte
do credor. .
Quanto à sua negociabilidade, a dívida pública pode ser classificada em negociável e não
negociável:

 Dívida negociável – Dívida livremente transmissível representada por títulos de curto,


médio e longo prazo, geralmente cotados em bolsa.

 Dívida não negociável – Dívida cujo grau de transmissibilidade é reduzido ou nulo. Estes
conceitos não coincidem com os da dívida pública titulada e não titulada.

 Dívida titulada – Aquela em que os direitos e deveres emergentes da contracção de um


empréstimo público são incorporados em certos documentos, em condições definidas por
lei. A dívida titulada pode ser por títulos nominativos (com a designação de titular), ao
portador (susceptíveis de circulação por simples traditio manu ou por endosso, por não
conterem o nome do titular) ou mistos sendo nominativos em relação ao direito às
prestações de capital e ao portador em relação aos cupões destacáveis, representativos de
elementos acessórios – os juros.

 Dívida não titulada – Aquela em que os direitos e deveres emergentes de operações


financeiras não estão incorporados em “títulos documentais”, embora estejam registados
ou contabilizados e possam assim ser objecto de meio de prova.
Dívida interna versus dívida externa.

Muito se tem discutido sobre as vantagens e as desvantagens da dívida interna relativamente à


dívida externa. Dada a importância e peso da dívida pública externa, que representa a quase
totalidade da dívida pública moçambicana, é pertinente fazer-se aqui uma exposição dos
principais argumentos que estão normalmente presentes neste debate. No caso das dívidas
bilateral e multilateral, trata-se de empréstimos concessionais, ou seja, de empréstimos com uma
taxa de juro muito inferior à de mercado e que beneficiam de condições vantajosas de
pagamento, como sejam, um longo período de graça e prazos de amortização muito dilatados.
Fazem parte, conjuntamente com os donativos, que não implicam qualquer encargo para o
Estado, da ajuda externa.

Vantagens do endividamento
 A dívida pública externa, proveniente de poupanças externas implica um aumento dos
recursos financeiros totais disponíveis para o financiamento do investimento nacional
que permite um mais rápido crescimento económico. Tal já não sucede no caso dos
empréstimos internos. O recurso a este tipo de empréstimos por parte do Estado
absorve poupanças internas, reduzindo assim o volume dos recursos financeiros
disponíveis para o sector privado.
 Outra potencial vantagem do endividamento externo consiste no aumento da
disponibilidade de divisas para o país devedor, contribuindo para o financiamento dos
défices na balança de transacções correntes e um aumento das reservas externas do
Banco Central. Tal assume uma especial importância naquelas economias que se
deparam com uma forte carência de divisas para fazer face às suas necessidades de
importação de bens de consumo, matérias-primas, produtos intermediários e bens de
capital.
 Uma terceira vantagem dos empréstimos públicos externos, nomeadamente daqueles
que têm um carácter concessional, consiste no seu baixo custo e condições favoráveis
de amortização. A concessionalidade dos empréstimos bilaterais e multilaterais torna-
os particularmente atractivos para os países de baixo rendimento que não dispõem de
recursos suficientes para suportar os juros de mercado e cumprir com as condições de
amortização associadas aos empréstimos comerciais internos e externos.
Em resumo, podemos apontar com vantagens do endividamento:
 aumento da disponibilidade de recursos para financiar um investimento;
 entrada de divisas; e
 concessionalidade dos empréstimos bilaterais e multilaterais.

Inconvenientes do endividamento

O endividamento externo apresenta várias desvantagens em relação ao endividamento interno.


 Em primeiro lugar, o serviço de dívida pública externa implica uma saída de dinheiro do país.
Na dívida pública interna, pelo contrário, a amortização do capital e o pagamento de juros
representam uma transferência a favor de agentes económicos nacionais. O dinheiro fica no país.
Por outras palavras, as gerações futuras pagam a si próprias os juros e o capital.  Em segundo
lugar, a acumulação de dívida pública externa gera uma crescente drenagem de divisas do país,
com reflexos negativos na balança de transacções correntes (pagamento dos juros) e na balança
de capitais (amortização do capital). Este problema ficou bem patente na crise da dívida dos anos
80. Nos finais da década de 70 e princípios da década de 80 as economias dos países em vias de
desenvolvimento viram-se confrontadas com uma série de choques externos negativos (aumento
do preço do petróleo, forte caída no preço dos produtos primários, subida das taxas de juro
internacionais e redução drástica do volume de empréstimos externos disponíveis). Tais choques
traduziram numa redução acentuada nas entradas de divisas e num aumento muito significativo
nas saídas de divisas para fazer face às amortizações e ao serviço da dívida pública. Face à rápida
caída das reservas externas dos respectivos Bancos Centrais muitos governos deixaram de poder
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Esnec/2020/ Apontamentos de Finanças Publicas Por: Eugénio Nhavotso honrar os seus
compromissos para com o exterior, ou seja, viram-se numa situação em que não dispunham das
divisas necessárias para cumprir com o serviço da dívida externa. As consequências da crise da
dívida nas economias em vias de desenvolvimento são por demais conhecidas. Para estes países
a década de 80 ficou conhecida como a década perdida, devido à grave crise económica e à
acentuada deterioração dos indicadores sociais que a caracterizaram. A crise da dívida ilustra
bem os elevados riscos associados a um endividamento externo excessivo, o qual se traduz numa
maior vulnerabilidade em relação a eventuais choques externos negativos.  Uma terceira
desvantagem dos empréstimos externos tem a ver com os efeitos da desvalorização da moeda e
da inflação no valor da dívida. A dívida externa sofre um agravamento cada vez que a moeda
nacional se desvaloriza, já que serão necessárias mais unidades de moeda nacional para pagar os
juros e o capital em moeda externa. Por outro lado, o valor real da dívida pública externa não
diminuiu com a inflação. A dívida pública interna, pelo contrário, não é agravada no seguimento
de uma desvalorização da moeda nacional é beneficiada pela inflação, que provoca uma erosão
do seu valor real. A dívida pública externa representa sempre uma potencial perda de soberania
do país devedor, já que este se encontra susceptível a interferências e pressões de outros Estados
soberanos ou de instituições externas. A condicionalidade subjacente aos programas de
estabilização e ajustamento estrutural do Banco Mundial e do FMI é disso sintomática.
Resumindo, podemos apontar como desvantagens do endividamento público externo:  o serviço
da dívida implica saída de dinheiro do país;  impacto negativo do serviço da dívida na Balança
de Pagamentos;  efeitos negativos da desvalorização da moeda nacional e ausência dos efeitos
positivos da inflação no valor real da dívida; e  perda de soberania nacional Razões de
Endividamento Interno De um modo geral existem três razões principais para o endividamento
público interno  Financiar o défice orçamental. Se o Governo não for capaz de fazer face aos
seus compromissos de despesas a partir de receitas mobilizadas a nível nacional, tais como
impostos e direitos, e de doações e empréstimos de fontes externas, pode então contrair
empréstimo a nível nacional. Descarregado por Joao Calenga (joao.calenga56@gmail.com)
lOMoARcPSD|5555559 7 UEM-Esnec/2020/ Apontamentos de Finanças Publicas Por: Eugénio
Nhavotso A experiência mostra que em muitos países menos desenvolvidos estas receitas
normais estão aquém do volume de despesas fixado, havendo então a necessidade de se recorrer
a outras fontes. O recurso ao endividamento interno para o financiamento do défice é tomado
como o último recurso. Último recurso porque quando se recorre à dívida interna ao mesmo
tempo se esta perante um risco de penalização do sector privado, que fica sem recursos
suficientes para financiar os seus investimentos.  Implementar a Política Monetária. O Governo
pode implementar a política monetária através de uma alteração de oferta de moeda na
economia. Fá-lo através da compra ou venda de títulos do tesouro, isto é, através das operações
de mercado aberto. A venda de títulos do tesouro por parte do estado reduz a oferta de moeda e
absorve a liquidez, pois as pessoas e as instituições compram títulos de tesouro e ficam assim
com menos dinheiro, ao passo que as compras de títulos do tesouro por parte do estado injectam
dinheiro na economia, pois as pessoas vendem títulos do tesouro e ficam com mais dinheiro. 
Desenvolver o sistema financeiro. Para desenvolver e aprofundar os mercados do sector
financeiro é necessário haver uma oferta e uma gama firme de instrumentos de instrumentos
financeiros a transaccionar. No início deste processo o governo oferece geralmente títulos do
tesouro de curto prazo, que proporcionam uma rentabilidade certa e desenvolvem a confiança
dos investidores nos instrumentos públicos de dívida. Consequentemente, o aprofundamento do
mercado financeiro pode ser conseguido através da oferta de instrumentos de mais longo prazo
com estruturas diversas de taxas de juro (fixas e flutuantes). O valor dos títulos emitidos é fixado
em moeda nacional, mas casos há em que os valores são convertidos para moeda externa. Neste
segundo caso, além dos encargos derivados da taxa de juros, há que ter em conta a taxa de
câmbios, dados os riscos de sua flutuação. Gestão da dívida pública. A gestão da dívida é feita no
âmbito do subsistema do Tesouro e corresponde a um conjunto de operações necessárias à
dinâmica do crédito e que pode ter em vista a sua amortização regular1 ou irregular2 e reembolso
final (gestão normal) ou a sua modificação (gestão anormal). A gestão da dívida pode decorrer
da sua amortização, conversão, remissão, prescrição, conforme o modo de extinção ou
diminuição do empréstimo público que lhe deu origem. 1 A amortização é regular quando é feita
de acordo com um programa escalonado de reembolso 2 Diz-se irregular a amortização da dívida
variável de ano para ano, de acordo com as variações de conjuntura. Descarregado por Joao
Calenga (joao.calenga56@gmail.com) lOMoARcPSD|5555559 8 UEM-Esnec/2020/
Apontamentos de Finanças Publicas Por: Eugénio Nhavotso A sustentabilidade da Dívida
Pública Diz-se que a dívida pública é sustentável quando o Estado tem a capacidade em os
recursos, para proceder ao seu reembolso. Numa perspectiva dinâmica a sustentabilidade deverá
implicar que essa capacidade aumenta ou, pelo menos não diminui, ao longo do tempo. Quando
se analisa a sustentabilidade da dívida, dever-se-á considerar o stock total de dívida e o montante
despendido no serviço da mesma; isto é, os recursos gastos na amortização da dívida e no
pagamento de juros. Esta análise deverá ser sempre dinâmica; não basta olhar para o momento
presente; é igualmente necessário observar qual a evolução recente e as perspectivas de evolução
futura do stock e do serviço da dívida. A capacidade de um país pagar a dívida pública é-nos
dada, antes de mais, pelo seu rendimento. Quanto maior for o rendimento nacional, menor será o
peso da dívida e, consequentemente, maior será a sua sustentabilidade. O valor da produção de
bens e serviços numa economia, isto é, o Produto Interno Bruto (PIB), constitui uma medida
aproximada do rendimento de um país. Desta forma, um primeiro indicador que deveremos
considerar quando analisamos o passado, presente e futuro da dívida pública é a relação entre a
dívida total e o seu serviço, por um lado, e o PIB, por outro. Um rácio elevado ou com tendência
para crescer ao longo do tempo, deverá ser motivo de preocupação. No caso da dívida externa, a
relação entre os encargos por ela gerados e a exportação de bens e serviços constitui o indicador
de maior relevo. É a capacidade exportadora de um país, a capacidade de uma economia gerar
divisas, que nos diz se a dívida externa é ou não sustentável. Uma economia que não gera
suficientes receitas em moeda externa não terá os meios necessários ao pagamento da dívida
externa. Uma dívida que absorve uma parcela considerável do fluxo de receitas correntes ao
Estado (fiscais e não fiscais) não será sustentável, pois não disporá dos meios necessários para
fazer face aos encargos da sua dívida sem pôr em causa o normal funcionamento da
administração pública e a provisão de bens públicos essenciais. Um Estado não deve
sobrecarregar-se com empréstimos para além da capacidade futura de os reembolsar, sendo os
limites da dívida pública estabelecidos pelos recursos futuramente disponíveis para a pagar. A
dívida deve ser de créditos cuja aplicação rege-se por critérios rigorosos de eficiência e eficácia
conseguidas para minimização de desperdícios na sua utilização e maximização do seu impacto
no rendimento nacional. Nas receitas fiscais e na capacidade exportadora de um país.
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Esnec/2020/ Apontamentos de Finanças Publicas Por: Eugénio Nhavotso O endividamento não
deve provir de financiamento de gastos supérfluos e de consumos, que pouco ou nada
contribuem para a expansão do PIB e das exportações, do investimento público em áreas com um
forte impacto no desenvolvimento do sector privado, (como sejam a educação e a melhoria das
infra-estruturas económicas), com um efeito no significativo aumento das receitas e como parte
integrante de uma estratégia conducente ao crescimento da economia e das exportações. Porque a
dívida a pagar é compensada pela crescente capacidade do Estado e da economia suportarem os
encargos dessa dívida e as despesas com o seu serviço não terá um impacto negativo no
orçamento do Estado e na balança de pagamentos. A apreciação crítica do endividamento
público deverá basear-se na análise da capacidade futura de suportar os encargos por ela gerados
o que depende da utilização que é feita dos recursos financeiros assim obtidos. BIBLIOGRAFIA
ALBANO SANTOS, A Lei de Wagner e a realidade das despesas públicas em Estudos de
Economia, VI (1986). SOUSA FRANCO, ANTÓNIO,Finanças Públicas e Direito Financeiro,
4.a Edição, Coimbra Editora, 1997 TEIXEIRA RIBEIRO, JOSÉ JOAQUIM, Lições de Finanças
Públicas, 5.a Edição, Coimbra Editora, 1997. WATY, TEODORO ANDRADE, Introdução ao
Direito Fiscal, W&W – Editora, Maputo, 2002

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