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A divida surge e aumenta sempre que o governo gasta mais do que arrecada, Assim

quandoos impostos e as demais receitas não são suficientes para cobrir as despesas, o
governo é financiado por seus credores dando assim a origem a divida publica.
Sendo a divida um compromisso que alguem assume com outra pessoa, a divida
publica é uma forma dos governos captarem recursos no mercado para manter
investimentos e programas sociais perante um deficit fiscal.
As dividas de medio longo prazo saõ estipulados um periodo de 12 meses.
Vimos que na antiguidade eram feitos emprestimos a governantes para fazer face as
guerras e era cobrado por juros por questão de incerteza se as guerras seriam bem
sucedidas ou não.
Na idade média eram negociados alguns pertences do principe, grande parte da divida
publica neste periodo ra constituida junto com os fornecedores do soberano com
fornecimento de materiais, generos alimenticios,cavalos, carroças e etc.
Nos meiados dos anos 80 a divida externa de Angola não havia abrangido dimenções,
portanto, quando o preco do barril do petroleo veio a experimentar queda isto em 1994, a
divida ascendeu a 11 bilhoes USD .
A divida externa cresceu em 2001 como resultado de deficit alcançando 2,2 bilhões
USD. O compromisso do país de procurar grandes empréstimos garantidos pelo petróleo
enfraquece a sua posição externa. A posição externa de Angola é vulnerável aos choques
registados no mercado petrolífero internacional que pode ter de enfrentar problemas de
liquidez se os preços do petróleo caírem subitamente. 11 No que diz respeito a divida
interna, o governo está empenhado em manter, a médio prazo um excedente orçamental
a fim de conter a divida interna e de resolver o stock da divida privada de modo
sustentável e equitativo.
O governo está a trabalhar no programa para emitir dividas a médio prazo (1 a 7 anos)
de modo a superar a divida privada interna. Historicamente, nos últimos 8 anos, a
evolução da dívida pública caracterizou-se por dois momentos distintos. O primeiro
momento, entre o período de 2010 até 2014, é marcado pela estabilidade do stock da
dívida em volta dos 33% do PIB, e pela concentração de credores Bilaterais na carteira
da dívida, onde se destacavam a República Popular da China e a República Federativa do
Brasil.
O segundo momento, entre o período de 2014 até 2018, é determinado por um
crescimento contínuo do stock da dívida pública, que passou de 39% em finais de 2014
para 84% do PIB em Dezembro de 2018. Outra particularidade, refere-se ao aumento do
acesso ao sector privado externo, por via do crescimento da dívida comercial, que passou
de 39% para 54% do stock da dívida externa, e das emissões de Eurobonds , cujo stock
em 2018 atingiu o montante de USD 5 mil milhões. Esta tendência de crescimento da
dívida, no segundo momento, coincide com a queda prolongada do preço do barril do
petróleo no mercado internacional a partir de 2014.
Adicionalmente, a desvalorização da moeda nacional face ao dólar acentuou o
crescimento da dívida, devido a existência de títulos indexados ao dólar e de dívida em
moeda estrangeira, quando expressas em Kwanzas.
A dívida pública pode ser classificada quanto ao grau de responsabilidade principal e
acessória:
Dívida Principal ou Pública – divida em que o Estado (ou outra entidade pública) é o
devedor efectivo de determinadas quantias, pela qual responde as suas receitas.
Na divida principal ainda se distinguem duas situações:
• Dívida Efectiva – Quando a entidade credora não é uma entidade pública.
• Dívida Fictícia – Quando a entidade credora é outra entidade pública. 
Dívida acessória – Quando o Estado (ou outra entidade pública) responde
subsidiariamente pelas dividas de terceiros, sendo posteriormente reembolsado, segundo
as seguintes modalidades: 12
• Dívidas com Reembolso de Encargos – Quando o Estado procede ao reembolso dos
empréstimos como se fosse devedor principal;
• Dívida com o Aval do Estado – Quando o Estado se substitui ao devedor principal
quando este não cumpre. A divida pública pode ser classificada quanto ao lugar de
emissão dos empréstimos:
Dívida interna – Se os empréstimos são emitidos no mercado nacional,
independentemente do tipo de moeda e da nacionalidade dos credores.
Dívida externa – Se os empréstimos são emitidos em mercados estrangeiros,
independentemente do tipo da moeda e da nacionalidade dos credores. A divida pode ser
classificada quanto a duração dos empréstimos:
Dívida flutuante (de curto prazo) – Divida que resulta de empréstimo temporário de curto
prazo, contraído geralmente para suprir défices momentâneos de tesouraria. Engloba
também os saldos credores de contas correntes do Estado e das Regiões autónomas no
Banco de Angola e noutras instituições financeiras.
Dívida fundada (de médio e longo prazo) – divida que resulta de empréstimos perpétuos
e dos empréstimos temporários de médio e longo prazo. Compreende:
• Dívida perpetua ou consolidada – divida que resulta de empréstimos perpétuos, isto é,
empréstimo em que o Estado fica obrigado a pagar um determinado juro anual, não
estando obrigado a proceder ao reembolso do capital, podendo, no entanto, gozar da
faculdade de os reembolsar (empréstimos remíveis) ou não gozando de tal faculdade
(empréstimo não remíveis).
• Dívidas temporárias – divida que resulta de empréstimos temporários a medio e longo
prazo, em que o estado assume a obrigação de reembolsar o capital emprestado num prazo
certo (divida amortizável) ou num prazo incerto, por morte do credor. A divida pública
pode ser classificada quanto a sua negociabilidade:
Dívida negociável – divida livremente transmissível representada por títulos de curto,
medio e longo prazo, geralmente cotadas em bolsas.
Dívida não negociável – divida cujo grau de transmissibilidade é reduzido ou nulo.
Estes conceitos não coincidem com os da divida pública titulada e não titulada.
Dívida titulada – aquela em que os direitos e deveres emergentes da contracção de um
empréstimo público são incorporados em certos documentos, em condições definidas por
lei.
Dívida não titulada – aquela em que os direitos e deveres emergentes de operações
financeiras não estão incorporadas em “títulos documentais”, embora estejam registados
ou contabilizados e possam assim ser objecto de meio de prova.

Os instrumentos representativos de divida pública titulada podem ser de curto,


médio e longo prazo.
As principais tipologias de títulos são:
Obrigações do tesouro (médio e longo prazo – 2 a 24 anos):
• Obrigações do tesouro não reajustável em moeda nacional (OT-NR)
• Obrigações do tesouro em moedas estrangeiras (OT-ME)
• Obrigações do tesouro em moeda nacional indexadas a taxa de câmbio (OT TXC)
• Obrigações do tesouro em moeda nacional indexadas aos bilhetes do tesouro
(OTINBT)
Bilhetes do tesouro (BT)- curto prazo, emitidos:
A 91 dias
A 182 dias,
A 364 dias.

TEORIA CLÁSSICA DA DÍVIDA PÚBLICA


De acordo com a Teoria Clássica (Musgrave, 1976), o financiamento do
deficit público ou de investimentos através da tributação implicará a redução de recursos
antes disponíveis para a formação de capital privado ou destinados ao consumo, o que
poderia comprometer as taxas de crescimento econômico, num cenário em que estas
dependam do consumo e do capital circulante. Assim, a decisão entre financiamento por
tomada de empréstimo ou por aumento de impostos envolve uma escolha entre aumentar
o consumo presente, com elevação das taxas de produção e de emprego, beneficiando a
geração atual, em detrimento das gerações futuras, no primeiro caso; e uma retirada de
recursos de grande parte da formação de capital privado e uma outra do consumo privado
para o financiamento de investimentos que irão beneficiar as gerações futuras com a
sacrifício da geração presente.
Para a ciência econômica, a dívida pública centra-se em três fatores: impostos,
consumo e poupança, com reflexos na taxa de juros e no montante de recursos destinados
a investimentos (Mankiw, 1995, Capítulo 16). Nesse campo, dividem-se os economistas
em duas correntes principais.
Uns defendem a concepção clássica ou tradicional, pela qual a redução de impostos
financiada pelo endividamento público causaria, de imediato, um aumento no consumo,
redução da poupança e, consequentemente, aumento nas taxas de juros. Haveria, no curto
prazo, uma vantagem para as gerações presentes, com o aquecimento da economia e a
geração de empregos.
Entretanto, como haverá uma redução na poupança nacional, diminuirão as fontes de
recursos para investimentos futuros, além de desviar os recursos disponíveis para o
pagamento dos encargos decorrentes da dívida.
A outra concepção, chamada de Teoria da Equivalência Ricardiana, sustenta que a
redução de impostos via aumento da dívida pública, por si só, não aumenta o consumo,
não havendo, por esse raciocínio, diferença entre o financiamento por meio de aumento
de impostos ou por meio da obtenção de recursos via empréstimos. Essas teorias,
entretanto, serão tratadas mais detalhadamente nos tópicos seguintes.
É também economicamente relevante a origem dos recursos, se externos ou internos.
O empréstimo interno — aquele obtido dentro de uma mesma unidade econômica,
voluntário ou compulsório — irá retirar de circulação uma parte dos capitais privados,
que seriam destinados a investimentos ou consumo, reduzindo, num primeiro momento,
a circulação de bens e de capital, podendo causar estagnação econômica ou até recessão.
No entanto, quando pagos pelo governo, o capital retornará a essa mesma economia,
acrescidos dos juros correspondentes, operando o efeito inverso.
O empréstimo externo — aquele adquirido de outra unidade econômica — tem a
vantagem de não retirar de circulação os capitais internos e, ainda, acrescentar à economia
os capitais externos.
Assim que, sendo maior o volume de recursos disponíveis para a sociedade, no caso de
dívida externa, maior será a renda nacional que se obterá. Deste maior volume de renda
nacional obter-se-ia uma maior arrecadação a título de impostos, a qual servirá para
financiar o pagamento dos encargos futuros, formando o círculo virtuoso.
RESUMO DE MERCADO DE CAPITAIS
DIVIDAS PÚBLICAS

ELABORADO POR: ORCELA NDENGA DIEDONÉ SEBASTIÃO


Nº190896
Sala nº 06

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