Você está na página 1de 2

Resumo do 6º Item do Programa (Crédito Públicos)

1. Noções Gerais e Conceito


Segundo Harrison Leite, o crédito público

“surge sempre que a receita pública arrecadada não atende as


necessidades financeiras do Estado. É verdadeiro financiamento
da despesa pública, pois o Estado, nessa condição age como
tomador de empréstimos para financiar as despesas que atendem
aos fins públicos.1

O crédito público é, portanto, um recurso do Estado que o permite, com base na


confiança que inspira, obter empréstimos, assumindo este o compromisso de restituir
esse crédito no prazo e nas condições estipuladas. Ricardo Lobo Torres define o crédito
público como os empréstimos captados tanto no mercado financeiro externo quanto
interno, por meio de contratos assinados com bancos e instituições financeiras ou de
oferecimento de títulos ao público em geral.2 Não se confunde com o crédito tributário,
que, por sua vez, é um crédito público.

2. Evolução Histórica
No Estado Patrimonial, o empréstimo e o tributo não ocupavam lugar de destaque
nas finanças públicas. O advento do Estado Liberal passa a basear a receita pública
principalmente nos impostos e empréstimos, os quais os governos utilizam para
antecipar a arrecadação tributária e acelerar projetos de longo prazo. Os empréstimos
ganham mais força na década de 1930, quando o Keynesianismo passa a ditar a agenda
política de muitos Estados. As ideias de Keynes recomendavam o aumento da dívida
pública a fim de que se mantivesse o pleno emprego e a intervenção estatal na
economia. A década de 1980, por sua vez, representou uma reação a essa doutrina. A
partir de então, passou-se a repudiar Keynes e pregar a procura pelo equilíbrio
orçamentário e pelo controle do endividamento. No Brasil, tal reação está sinalizada na
Constituição Federal de 1988.

1
LEITE, Harrison. Manual de direito financeiro. 3. ed. Salvador: Juspodium, 2014.
2
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário. 5. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1999.
3. Funções e Técnicas do Crédito Público

O crédito público tem a função de suprir as necessidades financeiras do Estado


sempre que a receita pública não consegue atendê-las. Segundo Harrison Leite, o crédito
público é o “verdadeiro financiamento da despesa pública, pois o Estado, nessa
condição, age como tomador de empréstimos para financiar as despesas que atendem
aos fins públicos”.3
Uma das formas do Estado captar recursos é por meio de títulos da dívida pública.
Nessa modalidade de captação de crédito, o ente público emite títulos de variadas
espécies no mercado particular, por meio de corretoras, corretoras, bancos ou do próprio
Estado.

4. Dívida Pública

A dívida pública surge sempre que o governo gasta mais do que arrecada, ou seja,
quando os impostos e demais receitas não são suficientes para as suas despesas.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu art. 29, divide a dívida pública em dois
conceitos: dívida pública consolidada e dívida pública mobiliária. A primeira é o
“montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da
Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da
realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses”.
Já a segunda é a “dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive
os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios”.

Aluno: Leonardo Farias Prysthon Paiva


Matrícula: 15/0135530

3
LEITE, Harrison. Manual de direito financeiro. 3. ed. Salvador: Juspodium, 2014.

Você também pode gostar