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Resumo do 1º item do Programa (Noções Introdutórias)

1. Necessidades públicas

A atividade financeira do Estado tem como objetivo final a realização do bem


comum; ela busca, por diversos meios, satisfazer as necessidades públicas, as quais
são definidas por Aliomar Baleeiro da seguinte forma:

“Necessidade publica é toda aquela de interesse geral, satisfeita pelo


processo do serviço publico. É a intervenção do Estado para provê-la,
segundo aquele regime jurídico o que lhe dá colorido inconfundível. A
despeito dos fugidios contornos econômicos, a necessidade torna-se
pública por uma decisão de órgãos políticos.”1

Portanto, satisfazer as necessidades públicas por meio das atividades financeiras


é um ato intrínseco à própria atividade estatal, um instrumento para a realização de seu
próprio fim, conforme ensina Harrison Leite, que, dialogando com a definição de
Aliomar Baleeiro, arremata:

“Assim, as necessidades públicas são as que o Estado deve


satisfazer em virtude da existência de uma norma jurídica. Decorrem,
portanto, de um dever legal, estando sob a égide do direito público.
Como derivam da lei, estão adstritas ao campo da legalidade, de modo
que a Administração Pública não desfruta de liberdade para satisfazê-
las ou não.” 2

2. Serviço Público

Como já visto, o serviço público é o meio, o instrumento pelo qual são satisfeitas
as necessidades públicas. O Estado deve recorrer à obtenção de receita pública para que
seja possível a prestação dos serviços públicos que atenderão as necessidades coletivas
públicas.

3. Atividade Financeira do Estado


1
BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à ciência das finanças. 16. ed. atualizada por Dejalma de Campos.
Rio de Janeiro: Forense, 2002.
2
LEITE, Harrison. Manual de direito financeiro. 3. ed. Salvador: Juspodium, 2014.
Desenvolvendo-se em três campos (receita, despesa e gestão), a atividade
financeira do Estado pode ser analisa pela ótica de algumas teorias, as quais
explicam apenas em parte a atividade financeira do Estado. São as principais: a
teoria do consumo, a teoria da troca, a teoria da produção, a teoria do sistema de
preços, a teoria cooperativista, a teoria da luta de classes, a teoria da repartição de
gastos públicos e a teoria da soberania.3
Segundo a teoria do consumo, a atividade financeira do Estado deve ser
reduzida ao mínimo possível, já que o Estado apenas consumiria e não produziria. A
teoria da troca afirma que as pessoas transferem ao Estado partes de seu
patrimônio em troca de serviços úteis à coletividade. A teoria da produção, por sua
vez, é contrária à teoria do consumo, visto que, segundo ela, o Estado produziria
bens imateriais úteis à sociedade. Já a teoria do sistema de preços diz que a
atividade financeira do Estado é estrutura ao redor de um sistema de preços, ou seja,
o Estado cobraria um preço pelas atividades que desempenha. De acordo com a
teoria cooperativista, o Estado não teria o lucro como objetivo e seria uma grande
cooperativa cobrando pelos serviços que presta equivalente ao seu custo.
Fundamentada no pensamento marxista, a teoria da luta de classes afirma existir
uma luta de classes na atividade financeira do Estado, na qual sempre prevalece a
classe mais forte. A teoria da repartição dos gastos públicos argumenta existir
uma repartição de gastos públicos na atividade financeira do Estado, que deve ser
promovida observando o princípio da igualdade. Por fim, a teoria da soberania
dispõe que a atividade financeira do Estado é uma atividade compulsória que se
desenvolve de acordo com a soberania.

Aluno: Leonardo Farias Prysthon Paiva


Matrícula: 15/0135530

3
CAMPOS, Dejalma de. Direito financeiro e orçamentário. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

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