Resumo do 1º item do Programa (Aspectos do Direito Tributário e
Noções de Tributos)
1. Noções Gerais
Considera-se como a data de nascimento do Direito Tributário a edição da
Lei Tributária Alemã de 1919, quando ocorreu a primeira sistematização jurídica da matéria, “capaz de destacar sua autonomia como ramo do Direito”, como destaca Leandro Paulsen. A tributação e a instituição de tributos são feitas sempre mediante lei, portanto, dado que a relação de tributação é relação jurídica à qual se submetem os contribuintes e o Estado. Hugo de Brito Machado aponta que “a própria instituição do tributo há de ser feita nos termos estabelecidos na Constituição, na qual se encontram os princípios jurídicos fundamentais da tributação”.
2. Conceito e Autonomia
Necessário se faz conceituar o Direito Tributário em virtude de termos e campos
do conhecimento afins, como “Direito Financeiro” ou “Ciência das Finanças. Primeiramente, o Direito Financeiro é o campo do Direito que “regula a atividade financeira do Estado no pertinente à tributação”. Já o “Direito Financeiro” se refere à regulação da atividade financeira do Estado como um todo, englobando, inclusive a tributação. Por fim, a “Ciência das Finanças” é a atividade de estudar a atividade financeira do Estado, como ciência especulativa.
3. Tributos: definição, categorias, espécies e funções
O Código Tributário Nacional define o tributo como “toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em ei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Por sua vez, o imposto é conceituado como “tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. Os impostos são divididos entre si por força de seus respectivos “fatos geradores” e, assim como estabelece a Constituição Federal, podem ser classificados como impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimo compulsório e contribuição especial. Os impostos incidem sobre “revelações de riqueza” do contribuinte, ou seja, é um tributo que tem como fato gerador situações vinculadas ao contribuinte, como aquisição de renda, e não depende de qualquer atividade estatal específica. Assim, como é um tributo que tem como fato gerador a riqueza do contribuinte, ele deve ser dimensionado, calculado a partir dessa riqueza. As taxas são uma espécie de tributos mais específica e divisíveis, sendo atribuídas somente a atividades específicas e a pessoas às quais dizem respeito. Leandro Paulsen ensina que “as taxas são tributos que têm como fato gerador o exercício regular do poder de políciam ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”, porém ressalta que não é admitida a cobrança de taxas pela prestação de serviços definidos pela CF como deveres do estado, tais como saúde e segurança. De seu turno, as contribuições de melhoria estão vinculadas à relação entre uma obra pública e o enriquecimento particular de alguns contribuintes beneficiados por aquela obra. Dessa forma, considerando-se a atividade do Estado e o enriquecimento do contribuinte, entende-se que as contribuições de melhoria são tributos de fato gerador misto. Os empréstimos compulsórios são a classe de tributos definidos pela sua finalidade, que seria gerar recursos em face de uma situação de calamidade ou guerra externa ou ainda para investimento nacional relevante e urgente. Não possui um fato gerador específico e é marcado pela promessa de devolução. Por fim, as contribuições especiais referem-se aos tributos aplicados a um determinado grupo de contribuintes e tem como subespécies as contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico, do interesse de categorias profissionais ou econômicas e de iluminação pública.