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Resumo do 2º Item do Programa (Aspectos do Direito Financeiro)

1. Definição e conteúdo

O Direito Financeiro é o sub-ramo do direito público que tem como objeto material
a atividade financeira do Estado e suas finanças. Conforme ensina Harrison Leite, “é o
conjunto de regras e princípios que estuda a atividade financeira do Estado,
compreendida esta como receita, despesa, orçamento e crédito públicos”. 1
Necessário se faz, contudo, diferenciá-lo da Ciência das Finanças. Tathiane
Piscitelle explica que a Ciência das Finanças tem como objeto de estudo o emprego de
meios materiais e ferramentas pelo Estado para a realização do interesse público por
meio de uma política financeira.2 Já o Direito Financeiro corresponde ao estudo da
normatização da atividade financeira do Estado.

2. Fontes

As fontes do Direito Financeiro correspondem ao “conjunto de normas, preceitos e


princípios que compõem o ordenamento positivo das finanças públicas”. 3 Podem ser
classificadas de múltiplas formas, a depender do autor, mas, de forma geral, entende-se
que as primárias seriam a Constituição Federal, a lei complementar, a lei ordinária, os
tratados, a medida provisória e os convênios ICMS, e as secundárias o decreto, o
regulamento, a portaria e a resolução. Interessante anotar que não há pacificação da
doutrina acerca da definição da jurisprudência como fonte do Direito Financeiro. Podem
ser consideradas fontes também a prática consuetudinária e a fonte negocial.

3. Autonomia e posição no quadro geral da ciência jurídica

1
LEITE, Harrison. Manual de direito financeiro. 3. ed. Salvador: Juspodium, 2014.
2
PISCITELLI, Tathiane. Direito financeiro esquematizado. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método,
2011.
3
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário. 5. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1999.
Por possuir princípios, institutos e sistema de normas próprios, o Direito Financeiro
deve ser estudado separadamente do Direito Tributário. Aponta Harrison Leite que:

não se justifica estudar o direito financeiro juntamente com o direito


tributário, ramo que lhe é mais próximo, visto que, enquanto o direito
financeiro estuda a atividade financeira do Estado, aí incluídas as
receitas públicas, o direito tributário preocupa- -se apenas com uma
parte desta receita, a receita tributária, a demonstrar maior amplitude do
direito financeiro. 4

A autonomia de um ramo do direito ocorre quando presentes dois conceitos:


autonomia dogmática e autonomia estrutural. A autonomia dogmática se dá quando
o ramo do direito dispõe de conceitos e princípios próprios. Por sua vez, a
autonomia estrutural consiste na situação em que aqueles princípios e conceitos
próprios passam a desempenhar um papel tão importante no ramo que viabilizam o
surgimento de institutos jurídicos próprios.

Aluno: Leonardo Farias Prysthon Paiva


Matrícula: 15/0135530

4
LEITE, Harrison. Manual de direito financeiro. 3. ed. Salvador: Juspodium, 2014.

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