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Atividade Política estatal: Nas palavras de Celso Ribeiro Bastos (in Curso de direito
financeiro e de direito tributário, 7ª edição, SP: Saraiva, 1999, p. 3): “É a atividade
política que determina a escolha dos objetivos que devem ser perseguidos
prioritariamente, visto que não é possível querer-se atingi-los, a todos,
simultaneamente, em razão da escassez dos meios financeiros. Fundamentalmente o
Estado dispõe daquilo que arrecada na sociedade, no mais das vezes, de forma
coercitiva.”
Nos séculos XVIII e XIX, coincidindo com o pensamento liberal, predominava a ideia do
Estado liberal, o Estado mínimo - O Estado Polícia. Pregava-se a neutralidade das
finanças públicas através do equilíbrio orçamentário. O Estado só podia gastar o que
arrecadava e em seus serviços inerentes, essenciais (segurança pública, prestação da
justiça, defesa do País contra eventual ataque externo, etc.). Caracterizava-se
principalmente o Estado pela não intervenção na economia, baseado na concepção de
que as leis financeiras e econômicas, as chamadas leis do mercado eram inerentemente
boas e imutáveis, razão pela qual os desajustes econômicos se recomporiam por si
mesmo.
No século XX, especialmente após a segunda guerra mundial, surge a idéia do Estado
Liberal-Social, o Estado Previdência, o Welfare State. Percebe-se o papel extrafiscal
dos tributos e dos orçamentos, surgindo o Estado intervencionista. Vê-se o déficit
orçamentário como instrumento de política econômica. Aceita-se a intervenção do
Estado na economia diretamente ou através do planejamento econômico e no campo
social. Ganha destaque as finanças funcionais.
No século XXI, embora não seja mais possível o retorno às finanças neutras, porque
sempre alguma influência a atividade financeira do Estado irá exercer, mesmo porque
as necessidades públicas atuais, no regime democrático, reclamam a participação e a
intervenção do Estado, daí não poder o Estado descurar os seus fins sociais (se assim
não for, o partido, que esteja no governo, tem mais possibilidades de perder futuras
eleições), o fato é que se retorna às concepções mais tradicionais, com a saída do
Estado da economia, e volta-se a preservar o quanto possível o respeito às leis de
Como ensina BASTOS (opus citatum, p. 8): “Fica excluída da atividade financeira do
Estado a desenvolvida por pessoas de direito privado no exercício de função ou serviço
público [empresas públicas, sociedades de economia mista, concessionárias de
serviços públicos]. ... a qualidade da pessoa que a desempenha, por não ser ela mesma
de direito público, exclui a qualificação de atividade financeira. Dentro desta, recai,
portanto, só a levada a efeito por pessoas a quem não se recusa a qualificação de
públicas: a União, os Estados-membros, os Municípios, Distrito Federal e as suas
respectivas autarquias [e fundações públicas].”
Lida com recursos monetários. Incluídas as operações que envolvam títulos públicos,
como também aquelas que têm por objeto créditos ou débitos.