Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
Dizia Aristóteles que o que é do interesse coletivo é o que é mais menosprezado, porque o
homem tende a preocupar-se com a satisfação dos seus interesses particulares.
Nas finanças públicas as taxas não se confundem com os impostos, Em princípio as taxas
pressupõem uma contrapartida.
Finanças privadas são aspetos puramente monetários, em fim é o que fazemos no nosso dia-a-
dia arrecadando receitas para a satisfação dos nossos interesses particulares.
O FENÓMENO FINANCEIRO
NOÇÕES GERAIS
2
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
3 - Finanças públicas em sentido subjetivo: diz respeito a disciplina científica que estuda os
princípios e regras que regem a atividade do Estado com o fim de satisfazer as necessidades
que lhe estão confiadas. No fundo tem que ver com a própria cadeira denominada de finanças
públicas.
*Aqui a lógica é cooperativa e não privada propriamente mas podem ter regulamentos
internos que podem sancionar as pessoas que infringirem as regras internamente isto é, são
vinculativas apenas aos membros da organização cooperativa. Nas cooperativas o propósito
não é obtenção de lucros.
3
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
1º sentido- da produção de perceitos sociais obrigatórios (leis) que impendem sobre todos,
mesmo para quem não participou na respectiva elaboração.
2º sentido - resulta da possibilidade de recorrer se necessário a coação por parte dos órgãos da
instituição. Temos assim a chamada economia pública, que assenta a partida, na existência de
uma solidariedade organizada e dotados de poder político.
ORDENAÇÃO ECONÓMICA
Cabe aos poderes públicos estabelecer quadro geral que toda a atividade económica deve
obedecer (contendo a filosofia traçada pelo próprio Estado). A máquina política e
administrativa, em larga parte procede assim a definição do enquadramento da vida
económica, designadamente de natureza jurídica e social bem como a estrutura da atividade
económica e condiciona a atuação dos agentes económicos. No fundo consiste no
estabelecimento das regras para condicionar os sujeitos económicos.
Obs: Se a filosofia do quadro jurídico for liberal veremos uma pouca intervenção do Estado
na economia.
*Um primeiro aspeto desta ordenação resulta naturalmente da definição e execução de uma
doutrina ou política económica e social seguida pelo Estado: abstencionista, liberal, socialista,
comunista etc.
4
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
INTERVENÇÃO ECONÓMICA
A intervenção económica é o modelo que visa alterar concretamente o que seria a atividade
livre e normal dos sujeitos económicos. Portanto, a intervenção económica pressupõe antes a
liberdade de atuação económica. O Estado procura apenas modificar a atuação normal ou
comportamento dos sujeitos económicos por via de política económica.
Obs: a intervenção do Estado acontece de diversas formas...
ATUAÇÃO ECONÓMICA
Aqui o Estado ele próprio desenvolve política de sociedade - uma atividade enquanto
sujeito económico e social.
Em todos os tempos na história da humanidade encontramos zonas de atividade económica
ligadas com os fins e funções do Estado e que foram exercidos pelo próprio. Exemplo: áreas
como de segurança, justiça e bem-estar implicam em termos efetivos a administração de
diversos bens raros a qual de “per si" é a atividade económica.
NB: a questão ligada a segurança conclui-se que é uma atividade económica porque na
verdade o Estado cobra os impostos e depois canaliza-os para as áreas ligadas a segurança do
Estado.
5
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
- não sair de casa mas colocar ar condicionado tornando a casa mais confortável;
- sair de casa mas usando repelentes;
- uso de repelentes no jardim de casa por exemplo;
Obs: todas essas soluções alternativas não são 100% eficazes.
Salvo pulverização aérea que é mais eficaz e custoso. Mas a questão que se coloca é quem é
que vai custear a pulverização aérea?
O Estado ou outra entidade pública pode porque tem meios coercivos a seu favor, e pode
direta ou indiretamente recuperar os custos daquele investimento por meio dos impostos.
Antes da tomada de grandes decisões económicas há sempre questões que são levantadas por
exemplo:
- porque são certas atividades prosseguidas pela ação coletiva privada e outras pela ação
coletiva pública?
- como se decide sobre a quantidade do bem coletivo público a produzir e sobre a quantidade
de recursos a atentar-lhe?
- como distribuir os custos da provisão de bens coletivos entre os membros da coletividade?
- como são tomadas as decisões coletivas, a partir das preferências individuais?
- como são distribuídos os benefícios e os custos?
Obs: Os bens produzidos fora do mercado isso leva-nos a reconhecer a incapacidade ou falhas
do mercado. Portanto se existir falhas o Estado intervém.
Isso em primeira linha pressupõe que temos que estar numa sociedade politicamente
organizada (Estado). Esta é uma das condições essenciais para a teoria que defende a
otimização social;
Competição entre os diferentes atores que intervêm no mercado. (No fundo os atores são
6
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
rivais entre si); mais ou menos é o que acontece nas sociedades capitalistas onde em primeira
linha preocupa-se com a satisfação dos interesses individuais afastando-se o princípio da
solidariedade, que a atitude do Estado em relação a provisão de bens disponíveis seja passiva
- não ativa.
Que a afetação de recursos nessa sociedade se faz através dos mercados livres
tendencialmente em concorrência pura e perfeita.
Obs: quando os vendedores competem entre si isso poderá provocar a produção de bens em
melhores qualidades.
Obs: Essa teoria de bem-estar é uma teoria que aposta firmemente no individualismo,
racionalismo (razão) e no hedonismo (filosofia que surgiu na Grécia antiga e significa
hedona, prazer ou vontade) e o bem supremo para eles deve ser a satisfação da nossa vontade.
Para estes autores o Estado tem que fazer as pessoas perceberem as suas decisões sem que no
entanto tenha que usar mecanismos extras de intimidação ou condicionamento para impor as
pessoas por exemplo a pagarem impostos. Qualquer coisa que vai contra a vontade das
pessoas estaria-se a violar o direito dessas pessoas. Portanto, segundo eles, o Estado tem que
pautar pelo equilíbrio reflexivo.
7
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
marginal dos bens públicos é igual a desutilidade marginal do imposto: se pagasse mais
impostos, a sua utilidade marginal implicava mais sacrifício do que benefício obtido dos bens
públicos; se pagasse menos impostos, então a utilidade do último bem privado corresponderia
a desutilidade marginal do bem público que obtinha. Este princípio aplicado a todos os
indivíduos, regerá a afetação ótima dos recursos individuais entre bens privados e bens
públicos.
*No fundo quer mostrar que deve existir um ponto de equilíbrio entre aquilo que
pagamos e o serviço público prestado pelo Estado. Caso contrário estaríamos em
desutilidade.
2ª admite que as apreciações subjetivas são comparáveis; * (não levou em conta que a
apreciação que as pessoas fazem do serviço público que o Estado presta são incomparáveis
porque a apreciação é subjetiva, varia de indivíduo para indivíduo);
IIª A distribuição de carga fiscal deve basear-se nos princípios de que todos os indivíduos
devem ser tratados da mesma forma.
Tanto a primeira ideia como a segunda não são exequíveis numa sociedade. A primeira ideia
poderia colocar em risco a liberdade e tornaria impossível a manutenção de níveis elevados de
poupança.
8
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
Este autor, na sua pesquisa, deu apenas uma explicação para a mera definição de critérios de
melhoria do bem-estar («eficiencia económica») em relação às situações anteriores, como
efeito de decisões económicas pontuais (ótimo relativo ou ótimo de PARETO).
Para os clássicos, o bem-estar comum era a mera soma de utilidades individuais:
Quanto maior fosse (utilidades individuais) maior ele seria (neste caso, o bem-estar).
PARETO e BARONE formularam uma concepção do bem-estar relativo, segundo a qual
numa dada situação a determinação do bem-estar assentaria nos seguintes pressupostos:
9
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
existência ou provisão do bem, a utilização por uma pessoa não prejudica minimamente a sua
utilização por qualquer outra. Ex: Caso de um farol, da defesa nacional, patrulha costeira, do
funcionamento dos órgãos de soberania. * Porque há determinados bens que têm que estar ao
alcance de todos mesmo que a sua produção não seja suficiente para todos ou na sua plenitude
mas de certa forma as pessoas sentem o reflexo disso, porque as pessoas em certa medida não
se sacrificam para obtenção de determinados serviços prestados pelo Estado. Por exemplo o
caso da Segurança.
Ao contrário, os bens individuais ou puramente privados se são consumidos por uma pessoa
em determinada quantidade não podem ser consumidos por outra.
Ex: o pão que o A come não pode ser consumido por B.
Sumário:
CARACTERÍSTICAS TÍPICAS DOS BENS COLETIVOS
1ª são bens que são por natureza proporcionadores de utilidades indivisíveis e proporcionam
satisfação passivas; Ex: iluminação pública (se eu tiver a tirar a utilidade dessa iluminação
não posso impedir que outra também o tire).
2ª em regra, são bens não exclusivos; (pode haver maior ou menor exclusão ainda que
artificial).
3ª são bens não emulativos que significa que os seus utilizadores não entram em concorrência
para conseguir a sua utilização; Ex: Segurança por parte da força de defesa e segurança.
*Essas características mostram claramente que esses bens não podem ser produzidos por
particulares porque esses tendem a procurar lucros enquanto que o Estado preocuparia em
satisfazer os interesses públicos.
10
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
*Se ultrapassar o tal ponto ótimo os custos a apartir daí vão aumentando.
*Se os custos de produção estiverem a decrescer, quem produz melhor e tem mais condições
para a produção faz com que este permaneça no mercado obrigando deste modo o
afastamento dos outros. Desde logo quem controla o mercado vai começar a praticar atos com
vista a condicionar os consumidores.
Sumário:
PROVISÃO (distribuição) PÚBLICA DE BENS (Como forma de suprir a incapacidade do
mercado).
*Quer dizer que determinadas entidades públicas (por exemplo o ESTADO) é uma entidade
que não atua em funções das regras do mercado porque aqui os sujeitos económicos privados
quando atuam é para obterem lucros, mas o Estado visa outros fins (por exemplo a satisfação
dos interesses da coletividade) apesar de em algumas situações ele atua como um ente
privado. O Estado enquanto entidade que interpreta as necessidades da coletividade atua por
forma a corrigir as falhas do mercado.
*Ao fazer a provisão dos bens o Estado tem que pensar nos domínios da segurança,*
saúde, justiça, segurança social etc...porque o Estado não pode abdicar dessas
responsabilidades com o fundamento na lógica do mercado.
A provisão pública de bens tem que ver com a atividade que o Estado faz com vista a garantir
necessariamente que as pessoas em situações precárias tenham acesso à esses bens e serviços
públicos essenciais para a vida dos cidadãos. *
11
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
SISTEMAS E ESTRUTURA
*Conforme as estruturas podemos interpretar duma ou outra forma o sistema econômico de
um determinado país.
Sistemas abstractos: por um sistema abstrato nós podemos entender como um tipo ideal de
organização e funcionamento de uma sociedade centrada em duas ideias fundamentais: a
primeira ideia fundamental é a ideia da economia livre ou descentralizada, a segunda ideia
é da economia de direção central total.
*Durante a revolução industrial passamos a ter dois grandes sistemas em afronta que são:
sistema capitalista (aqui é presente a ideia da economia livre) e coletivista (em que está
presente as ideias da direção central).
*Ou seja quando estamos a falar de capitalismo por exemplo, estamos a falar de um sistema
em concreto, porque é aplicável em qualquer latitude e pode ter sucesso se for aplicado de
forma conviniente em qualquer estrutura de um país.
12
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
trabalho);
c) é móbil específico (obtenção de lucro).
*Regime económico pode ser também definido como sendo a forma como o poder político se
relaciona diretamente com a economia.
O professor Felipe Falcão entende que é difícil emplementar o capitalismo na Guiné Bissau...
No sistema capitalista destacam-se dois tipos de regimes económicos fundamentais que são:
LIBERALISMO E INTERVENCIONISMO no sentido lato.
DOUTRINAS
A partir do século XIX, surgiram muitas doutrinas que passamos a citar:
Individualismo - (enquadra-se e muito no capitalismo, tem assento tônico na
proteção do indivíduo), o Estado serve como um meio de prossecução dos fins
individuais agregados contratualmente;
Concepções solidaristas - (doutrina que influencia o sistema socialista)
Doutrinas organicistas - (encontramos os seus traços nos sistemas socialistas, a
13
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
sociedade deve ser organizada com base nas ideias defendidas pelo Estado. A ideia
base aqui é de mostrar que deve existir uma organização ou entidade suprema que vai
organizar o resto das estruturas não sendo o mercado a organizar).
Doutrina do transpersonalismo social (mostra que o Estado está acima de qualquer
indivíduo ou instituição social, esta ideia pode ser encontrada muito presente no
marxismo ou comunismo).
*Isto é, em termos da riqueza produzida o Estado não pode ir além dos 15%, por outras
palavras quer dizer que 85% fica nas mãos dos particulares.
Esta ideia está relacionada à primeira perspetiva.
Hoje em dia, os países Europeus que foram muito influenciados pela doutrina liberal os seus
cidadãos são muito sufocados com as cargas fiscais (impostos). Ex: Reino Unido, Inglaterra,
França etc...
Há quem diga que os impostos elevados não ajudam no crescimento económico, apesar de
outros entenderem o contrário.
14
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
4º - simplicidade das finanças públicas: de acordo com essa perspectiva, o Estado cobra
apenas a administração tradicional de uma maneira uniforme e homogénea não se justificando
por isso a criação de empresas públicas, de administrações autónomas ou complexos regimes
de especialização financeira.
*Ou seja temos aqui uma característica essencial do pensamento liberal em que se defendem
que as finanças públicas têm que ser bem simples. Por causa dessa ideia de simplicidade o
Estado não podia ter empresas públicas (que depois não saberá gerir convinientemente) e nem
criar estruturas autónomas porque estes comportam regimes jurídicos complexos, muito
menos entrar em engenharias financeiras complicadas segundo esta perspectiva.
Ainda essa perspectiva entende que o Estado tinha que ser neutro ou seja abster-se das
atividades económicas, deixando essas atividades aos privados. Portanto as finanças tinham
que ser neutras, permitindo que o Estado atue apenas como um mero espectador.
15
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
economia de guerra e forçou o Estado a assumir a orientação da economia numa clara rutura
com o liberalismo.
No período pós guerra, caracterizado por uma depressão e instabilidade sobretudo na Europa.
Outro aspecto que podemos chamar a colação é a crise de 1929 e a consequente depressão
com enorme volume de desempregados e o sub-aproveitamento dos fatores de produção.
Segunda GM com o reforço de blocos socialistas e a necessidade de maior intervenção do
Estado para garantir a reconstrução da Europa.
a) O intervencionismo e o dirigismo
Na fase do capitalismo tardio, tal como designou o Werner Sombart, o conceito do
intervencionismo Estadual correspondente a doutrina segundo a qual o Estado tenta corrigir
as falhas do mercado em todas as suas dimensões, alterando os aspetos ineficazes, injustos e
inconvinientes, mas sem alterar os princípios fundamentais do sistema do mercado.
No dirigismo económico, o Estado propõe determinados objetivos globais que hão de guiar a
atuação de todos os sujeitos económicos.
* Temos aqui uma diferença qualitativa entre o intervencionismo e o dirigismo. No
INTERVENCIONISMO temos apenas a ideia de correção que o Estado é chamado a efetuar
mas quando se fala do dirigismo o Estado tem um papel muito mais ativo, porque fixa metas
ou objetivos que todos devem seguir (privados) incluindo ele próprio - Estado.
Mas tudo isto é no âmbito de um sistema capitalista não coletivista.
Nesta fase, as finanças públicas passam a ter uma função mais ativa diferentemente do
princípio da privatização da economia que inculca a ideia de subordinação do setor público ao
privado. Em síntese pode dizer-se que as finanças públicas ganham autonomia e o Estado
passa a satisfazer mais as necessidades coletivas fora das necessidades tradicionais.
* Nas finanças Ativas O Estado passa a ter uma posição preponderante por causa das
necessidades que visa satisfazer passando a assumir outras missões que não limitam apenas na
satisfação das necessidades que são tradicionais.
16
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
c) regra do ótimo;
Ao contrário da regra do mínimo, o critério definidor do setor público estabelece-se em
obediência à regra do ótimo no sentido de que o Estado tenta satisfazer mais necessidades
procurando atingir o ótimo social.
GENERALIDADES
Caracterizam os sistemas colectivos três traços tais como: a apropriação pública dos meios
de produção, o papel central do plano como super-lei e o interesse estatal, a
solidariedade e o bem-estar colectivo como motivações dominantes.
17
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
O caso paradigmático é o da URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, onde por o
Estado ser o principal produtor pergunta-se ser correcto falar da fronteira entre actividade
financeira e economia privada. A resposta afirmativa decorre de se reconhecer que se justifica
a distinção entre o sector público administrativo e o sector público produtivo, entre o
orçamento e a actividade empresarial do Estado.
18
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
MOTIVAÇÕES DOMINANTES
Aqui ao contrário do que acontece no capitalismo que é de ganhar lucro, no coletivismo as
motivações é a solidariedade social. O móbil específico do coletivismo é a solidariedade
social.
O termo Estado refere-se a qualquer país soberano, com estrutura própria, politicamente
organizada, bem como designa o conjunto das instituições que controlam e administram uma
nação. É uma instituição organizada política, social e juridicamente, ocupando um território ...
normalmente onde a lei máxima é a constituição escrita, dirigida por um governo também
possuindo soberania reconhecida interna e externamente.
Setor público é uma parte do Estado que lida com a produção, distribuição e entrega de bens
e serviços por e para o governo ou para os seus cidadãos.
Também há serviços que o setor público coloca a disposição da comunidade a título quase
gratuito. Ex: o caso das prestações paga na FDB em comparação ao que se pratica em certas
universidades privadas.
19
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
Ex: EAGB
2º Em sentido subjetivo: já em sentido subjetivo o setor público é visto pelo professor Sousa
Franco como conjunto homogéneo (uniforme ou parecido) de agentes económicos que
desenvolvem as atividades económicas atrás referidas excepto os trabalhadores do setor
público, que integram, como tais, o setor privado da economia.
SUBSETORES INSTITUCIONAIS
- Setor público-administrativo ou Administração central
- Segurança social
- Setor empresarial do Estado
Na primeira perspetiva, ela diz respeito a pessoa coletiva Estado e aos seus órgãos centrais.
Na segunda perpetiva, a administração central refere-se a produção e consumo público de
bens e serviços produzidos pelos órgãos políticos e pela administração pública incluindo as
respetivas entidades autónomas com exclusão das unidades de produção organizadas em
moldes empresariais e da coletividade do âmbito territorial inferior ao nacional.
A administração central do Estado constitui o núcleo principal do setor público. Ela está
subordinada ao OGE e as suas contas são registradas na conta geral do Estado.
A responsabilidade pelas respetivas decisões em matéria financeira cabe ao ministro das
Finanças e ao ministro do respetivo pilogo (área). Cfr Artigos 8º e 9º do decreto nº 5/2010
regulamento geral de contabilidade pública.
20
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
SEGURANÇA SOCIAL
A segurança social é um sistema que pretende assegurar os direitos básicos dos cidadãos bem
como igual oportunidade, bem-estar e coesão social a todos os nacionais ou estrangeiras que
exerçam profissão ou residam no país.
O Professor Sousa Franco define o risco social como probabilidade de verificação de eventos
danosos. Este autor acentua que o risco social são aqueles riscos a que se encontram sujeitos
os membros da sociedade ou para alguns, apenas os trabalhadores - quanto a redução ou
diminuição de condições para angariarem por si próprio os meios de subsistência.
A tipificação dos riscos sociais varia de país para país, a convenção 102 da OIT refere a nove
tipos de riscos com diferença à sua cobertura.
CONCEPÇÃO UNIVERSALISTA
É aquela que procura garantir o direito à proteção social a todos os cidadãos
independentemente da sua atividade laboral ou da sua contribuição anterior, basta residir num
país;
Esta concepção teve origem no relatório Beveridge, segundo ele, a segurança social deve ser
geral para cobrir todas as situações de carência social, deve ser integral por via dos sistemas
de Estado, deve ser acessível a todos os cidadãos, e ser gratuito.
Cfr. Artigo 4 e 5 lei de enquadramento de proteção social.
21
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
Para esta concepção, quem deve beneficiar do direito a segurança social são os trabalhadores.
REQUISITOS
- Ser trabalhador;
- Estar inscrito no sistema;
- Contribuir para o funcionamento do sistema.
Obs: Dúvida! – Até que ponto um trabalhador pode contribuir para o funcionamento do
sistema?
Esta concepção teve origem na revolução industrial. O chanceler Alemão Bismarck tornou-se
pioneiro nesta realização que regulamentava o seguro de doença, seguro contra acidentes de
trabalho, e o seguro de invalidez e velhice em 15 de junho de 1883, 06 de julho de 1884 e 22
de junho de 1889 respetivamente.
Cfr. Artigos 5º, 26º/1 (concepção universalista) e 46º (concepção trabalhista) CRGB
06.12.2019
AUTARQUIAS LOCAIS
Autarquias locais são entidades públicas que desenvolvem a sua ação sobre uma parte
definida do território, visando a prossecução de interesses próprios da população aí residente.
A palavra autarquia vem do grego, que significa auto comandar-se.
As autarquias gozam da autonomia administrativa, patrimonial e financeira, apesar disso não
22
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
são subtraídas da estrutura do Estado. Ou seja não faz nascer um outro Estado dentro do
próprio Estado.
Artigo 105 de CRGB.
O professor Eugénio Morreira, na sua tese de mestrado, fez uma crítica a esta noção de
instituições financeiras por esta apenas apontar as questões ligadas a formação e execução da
vontade política do Estado, por entender que tinha que levar em conta o aspecto de controlo
em que podíamos enquadrar o tribunal de contas.
A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
O professor Sousa Franco em relação a esta matéria fala de três tendências:
Primeira, a autonomização - nesta há uma diferenciação da organização financeira e
diferenciação dos órgãos da atividade financeira;
Não integram uma única estrutura.
Segunda, especialização - nesta, a sociedade decide criar órgãos especializados e
23
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
TRIBUNAL FINANCEIRO
Cfr. Artigo 121/2/b CRGB, 10, 11 e 12 do regulamento de justiça fiscal.
O TESOURO PÚBLICO
Centraliza todas as receitas e despesas do Estado.
A função do tesouro público é o movimento dos fundos que são efetuados.
CRÉDITO PÚBLICO
Trata-se de um processo financeiro consistente em vários métodos de obtenção de dinheiro
pelo Estado, sob condição de devolver em geral, acrescido de juros e dentro de determinado
prazo estabelecido.
O recurso ao crédito hoje em dia é uma forma dos Estados poderem captar financiamentos.
24
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
O Estado tem que organizar e saber quais as despesas que vai realizar durante um ano.
Em regra, o Estado tem que prever todas as receitas e despesas para o período de um ano,
apesar de poder haver situações excepcionais.
O Estado na elaboração de um orçamento tem que fazer um estudo prévio além de efetuar
comparações com os orçamentos anteriores.
Se surgir uma despesa exorbitante com a qual o Estado não previa o Estado pode lançar
mão ao orçamento retificativo.
ORÇAMENTO BRUTO: Significa que todas as refeições são escritas no orçamento geral do
Estado pela importância integral, sem dedução das despesas que concorreram na arrecadação
das respetivas receitas.
25
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
*No fundo vem mostrar a sequência do que tínhamos dito em relação a unidade do
orçamento.
Todas as receitas que constam são para cobrir todas as despesas previamente definidas pelo
governo.
No fundo esta regra vem proibir por causa de transparência, o governo de consignar
determinadas receitas para cobrir determinadas despesas.
REGRA DA ESPECIFICAÇÃO
A regra da especificação determina que o orçamento geral do Estado especifique
suficientemente as receitas e as despesas previstas. Artigo 6º lei de enquadramento
orçamental.
*No orçamento geral do Estado o governo tem que especificar cada receita e cada despesa e
não deve existir coisas secretas, por questão de transparência.
Mas se existir uma razão especial para uma questão de segurança nacional e não especificar
uma determinada fatia, o governo tem que fazer uma proposta à ANP sobre o assunto. Facto
previsto no nº 2 do artigo 6º da lei de enquadramento orçamental.
REGRA DA PUBLICIDADE
Esta regra decorre da própria natureza da lei, sendo assim carece de publicação o Orçamento
Geral de Estado no boletim oficial.
26
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
De acordo com este critério os rendimentos normais são aqueles resultantes da venda do
património de Estado;
Ou da cobrança dos impostos.
Despesa efetiva é aquela que representa uma efetiva diminuição do valor do património da
tesouraria (património monetário);
Ao passo que a despesa não efetiva será aquela que, embora diminuindo o património da
tesouraria, provoca nele um acréscimo de montante idêntico.
Para a primeira situação pode-se dar exemplo do pagamento de salário aos funcionários;
(despesa efetiva)
Para a segunda situação pode-se dar o exemplo de pagamento de uma dívida.
De acordo com este pensamento para haver equilíbrio as despesas efetivas só podem ser
financiadas por receitas efetivas.
As despesas não efetivas podem ser financiadas por receitas efetivas, e também poderão ser
cobertas por receitas não efetivas.
Fora destes critérios teríamos um orçamento desequilibrado.
27
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS
São aquelas cuja natureza não determina a necessidade da sua realização em todos os anos.
RECEITAS EXTRAORDINÁRIAS
São aquelas que não se cobram necessariamente ou por natureza em todos os anos.
O governo elabora a proposta de orçamento que depois será apresentada ao parlamento para a
sua aprovação.
Se o OGE não for aprovado o governo pode recorrer ao orçamento anterior.
Cada ministério faz a elaboração de lista de receitas que contam e que poderão entrar no
OGE.
Partindo do pressuposto das experiências anteriores na elaboração dos orçamentos.
28
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
Pegar o penúltimo orçamento e fazer as devidas correções. Ex: caso da alteração dos
impostos...observar de houve aumento de subsídios por exemplo.
O governo tem a obrigação de apresentar a proposta de lei do orçamento. Artigo 52 lei de
enquadramento.
Na elaboração do orçamento, o governo tem que ter em atenção várias situações para não
elaborar um orçamento desequilibrado.
Se eventualmente o orçamento não for aprovado, entra em vigor o orçamento do ano anterior.
EXECUÇÃO ORÇAMENTAL
Artigo 14 capítulo IIIº lei de enquadramento orçamental de 1987.
O governo tem que cuidar para poder cumprir rigorosamente os trâmites previstos no
29
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
O orçamento retificativo não acontece apenas nas situações em que o governo chegue a
conclusão de que houve um erro em determinar as previsões que o governo tinha feito. Cfr
artigo 48 LEO/2015. + Artigo 18 lei nº 3/87 de 9 junho
É possível haver alteração do orçamento também nas situações de despesas e não apenas de
receitas.
30
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
- Fiscalização política: é feita pela ANP como sendo o órgão que aprova a conta geral do
Estado. Artigo 21 da lei nº3/87
Cfr. Artigo 74 ss da lei de enquadramento orçamental de 2015.
Quem controla a execução orçamental?
Cfr. Artigo 69 se dá LEO/2015.
Exemplo da solução que um Estado podia encontrar se fosse um Estado com soberania
monetária
Primeira solução: para o Estado pagar a dívida contraída, podia proceder com o aumento
dos impostos;
Consequência disso em termos económicos: os particulares podem ter prejuízo noutro
domínio, podem retrair investimentos e até consumos, isso poderá afetar negativamente a
economia.
Segunda solução: fazer amortização da dívida pública com base na emissão da moeda. Isto
pode operar-se sem se imiscuir na vida dos particulares.
Consequência: se o Estado decidir emitir moeda podemos ter muita massa monetária em
circulação e isso poderá provocar o aumento de consumo, subida de preço e
consequentemente a inflação.
Obs: a emissão da moeda não é a solução para investimento público.
31
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
O peso da dívida pública pode ter consequências para gerações futuras nos seguintes termos:
1 - A dívida externa constitui ónus para as gerações futuras; As dívidas públicas normalmente
são dívidas a longo prazo, portanto a geração futura poderá estar a pagar uma coisa da qual
não tiraram benefícios. Cálculo das taxas de juros: Pagar as taxas de juros
2 - A dívida interna pode constituir ónus para geração presente ou para as futuras.
A dimensão política - Tem que ver com o facto de Estado estar limitado em relação aos
investidores que são cidadãos de outros países. Trata-se mais de dívidas a curto prazo e a
geração presente poderá arcar com o pagamento dessas dívidas e se o Estado não tiver
condição para pagar a dívida, pode protelar essas dívidas para um momento posterior.
Obs: o Estado deverá canalizar o crédito obtido por intermédio da dívida externa para os
setores produtivos.
Cfr. Esta matéria no manual de José Joaquim Teixeira Ribeiro.
* Quando o Estadão recorre aos credores interno, esses credores financiam o Estado em
moeda nacional.
32
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
Geralmente, na dívida externa, não é o Estado quem determina a moeda a qual pretende
pagar, mas sim o credor é que indica a moeda da sua confiança e que é aceite
internacionalmente, essa moeda poderá não ser a moeda do credor. O credor toma esta
iniciativa para evitar futuras perdas em caso de desvalorização da moeda.
CONSEQUÊNCIAS DA DÍVIDA
- A dívida externa não assegura ao Estado devedor o benefício da desvalorização da moeda;
* O Estado não tem qualquer possibilidade de desvalorizar a sua moeda, até porque não é
benéfico para o Estado devedor.
33
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
Empréstimos perpétuos: São aqueles empréstimos que não têm prazo para o Estado liquidar
as suas dívidas, tem é o Estado que pagar os juros.
Dívida flutuante: é aquela que resulta de empréstimos temporários a curto prazo. Tais
empréstimos foram concebidos para resolver os desequilíbrios temporários da tesouraria. A
dívida flutuante quer dizer uma dívida que flutua, pode surgir num determinado momento e
noutro desaparecer.
*O Estado quando prepara o OGE já conta com a dívida contraída anteriormente. Só será
possível neste sistema amortizar a dívida em causa se existir o saldo orçamental. (Caso em
que existe superávit orçamental). Anualmente o Estado é obrigado a pôr a disposição aquele
montante correspondente a dívida no OGE.
SISTEMA DE CAIXA
Sistema de caixas de amortização: neste sistema o Estado cria a caixa e dá-lhe autonomia
financeira para proceder a compra da dívida pública.
Os títulos comprados podem ficar à disposição da caixa para render juros ou podem ser por
ela destruídos.
O primeiro tipo foi imaginado por um financista inglês do século XVIII chamado PRICE.
Este senhor acreditou no poder reprodutivo de juros.
No fundo Estado cria uma caixa e dá-lhe autonomia financeira, entrega esta estrutura (serviço
autónomo) um determinado montante inicial em dinheiro para gerir, isto é, será utilizado para
a compra de títulos de dívidas para poder efetivamente render juros.
34
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
*Se as receita efetivas conseguirem cobrir as despesas efetivas mesmo assim existir saldos, o
saldo é encaminhado para o pagamento da dívida. Para este sistema só se admite o pagamento
da dívida existindo saldo orçamental após a execução do orçamento.
Para sustentar a sua teoria, disse que se o Estado precisar de dinheiro pode contrair dívidas
junto aos capitalistas mediante o pagamento de juros, daí o Estado tem que pensar em como
pagar a dívida contraída aos capitalistas. Este autor propõe que o Estado tem que aumentar os
impostos na proporção do montante da dívida contraída porque todas as classes que havia
citado pagam impostos.
Mas a classe dos capitalistas despendem menos sacrifícios comparativamente às outras
classes.
Em relação aos proprietários que são aqueles que têm capital imobilizado (casas, terrenos):
estes vão comprar títulos de dívidas junto aos capitalistas e vão passando ganhar juros com o
pagamento da dívida pelo Estado.
Classe dos trabalhadores que são aqueles que trabalham por conta de outrem. Estes, com o
passar do tempo, passaram a realizar a mesma atividade que a classe dos proprietários, isto é,
compram títulos de dívidas nas mãos dos capitalistas para poderem beneficiar dos juros.
35
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
No fundo, todo o mundo acaba por assumir o pagamento da dívida pública. Ou seja todos
acabam por pagar.
CRÍTICAS
1- Os factos não mostram que os títulos da dívida pública tendem a chegar às mãos de todos
os contribuintes e nem se quer mostram que os contribuintes, adquirentes de títulos tendam a
comprá-los de modo a obterem os juros quando pagam impostos para o serviço da dívida;
** Críticas: De Vite pensou que a dívida pública é suportada da mesma maneira por todas as
classes, ou seja nem todas as classes pagam impostos;
- Mesmo para classe dos capitalistas, quando compram os títulos não pensam no pagamento
dos impostos, mas sim pensando num investimento não no pagamento de menos impostos;
- Não há proporcionalidade entre os juros que se vai receber e o montante dos impostos que se
vai pagar.
PATRIMÓNIO MOBILIÁRIO
Património financial: são juros que o Estado recebe nas situações em que concede
empréstimos;
36
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
Aula do dia
Património ou obrigacional: são todos os patrimónios do Estado constituídos por crédito.
Património duradouro: são bens que duram para além do período normal do orçamento. Ex:
carros...
Património não duradouro: é aquele que não dura para além do período orçamental do Estado
em condições normais.
Exemplos: Combustíveis
ELEMENTOS DO IMPOSTO:
1 Prestação; (para mostrar o caráter real dos impostos, estamos perante uma relação
obrigacional. Do lado ativo temos - o Estado e do lado passivo - os contribuintes.
2 Pecuniária; é uma prestação que se faz em dinheiro.
3 Unilateral; (o Estado quando cobra impostos não vai negociar, ele fixa abstractamente e
ponto final - o contribuinte não pode exigir uma contraprestação tal como acontece no caso
das taxas). É unilateral porque o Estado é que fixa.
4 Definitiva: o contribuinte não tem direito a reembolso, nem pode exigir a indemnização
pelo sacrifício que consentiu.
5 Coativa. No sentido de ser obrigatório. Se o sujeito estiver nas condições abstractamente
determinada é obrigado cumprir, pois estamos perante uma prestação ex-lége (decorre da
própria lei).
37
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
* Na primeira fase o Estado legisla, mas nesta fase o Estado manda as pessoas no terreno para
ver que pessoas estão nas condições previamente determinadas na primeira fase a fim de
cobrá-los o imposto.
Esta é a fase em que se concretiza o que abstratamente teria sedo fixado na lei.
Todos os outros códigos de imposto parcelar tributam sobre o imposto real excepto o código
de imposto complementar
38
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
IMPOSTOS
Existem três critérios para a distinção dos impostos diretos e indiretos:
Critério Administrativo: de acordo com este critério, o imposto será direto quando atingir
diretamente a riqueza e será indireto quando atingir indiretamente a riqueza. Considera-se que
nos impostos diretos, os nomes dos contribuintes constam num roll nominativo, o que não
existe nos indiretos.
CRÍTICA
Nem sempre este roll nominativo existe, por isso este critério não é seguro.
CRITÉRIO JURÍDICO
Este critério é defednido por Otto Maya
O imposto direto e aquele em que a cobrança precedida de um processo administrativo de
lançamento e liquidação. Através de lançamento e liquidação já se consegue determinar quem
é o sujeito ativo e passivo, o quanto a pagar e o rendimento.
Os impostos são indiretos quando é dispensável estes processos.
CRÍTICAS
Há casos em que o imposto é indireto mas existem tais processos anteriormente citados.
Primeira fase de pagamento da IGV.
CRÍTICA
1 - A primeira fragilidade que este critério apresenta é que há situações em que os impostos
diretos são repercutiveis.
2 - a repercussão depende das condições de encargo. Se o encargo não funcionar, se não haver
39
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
A distinção principal é Ver a forma como a riqueza é atingida se é de forma direta ou indireta.
Imposto de base temporal: são aqueles que periodicamente se renovam por sucessivos
períodos de tributação.
40
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
Aula do 14.02.2020
TAXAS, CONCEITO
Conceito da taxa: podemos definir a taxa como sendo uma prestação tributária, que pressupõe
ou origina uma contraprestação, resultante de uma relação concreta (que pode ser ou não
benefício) entre o contribuinte é um bem ou serviço público.
Esta é a noção dada pelo professor Sousa Franco.
*De acordo com esta noção, não se pode dizer que se trata de um benefício em concreto
porque a contraprestação pode não resultar num benefício em concreto.
Há uma relação concreta entre o contribuinte e o serviço público.
Utilização de um bem público- ato de utilização que dá origem de pagar a taxa.
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
As contribuições especiais têm como fundamento o benefício individualizado, reflexamente
resultante da atuação de um sujeito público.
Nb: as contribuições especiais não têm um regime jurídico a parte ou autonomizado tal como
as taxas.
41
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
Com base nesses segmentos que podemos afirmar que há uma relação entre o Direito fiscal e
o Direito constitucional.
Cfr. Artigo 86/d CRGB
42
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
A forma como os funcionários se relacionam não é a invenção do direito fiscal mas sim do
Direito administrativo.
Tal como no direito das obrigações há deveres assessoria que não têm nada que ver com a
própria obrigação principal. Isso também acontece no âmbito do pagamento dos impostos, por
exemplo o dever de colaborar.
A relação que de facto podemos estabelecer aqui é que, determinados institutos do direito das
obrigações são os mesmos no âmbito do direito fiscal. Como havia referido anteriormente,
Credor e Devedor.
43
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
*Na doutrina costuma-se dizer que esses dois ramos de direito são ramos de direito gêmeos.
Gêmeos porque nasceram em torno de grandes princípios nomeadamente o princípio da
liberdade e da propriedade.
Em caso do direito fiscal gravita em torno do direito de propriedade.
O direito fiscal tem também normas de cariz sancionatórias tal como o direito penal.
44
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
dos impostos que efetivamente não vão para os cofres do Estado mas sim são canalizados
para a comunidade.
Portanto no direito comunitário também temos normas do Direito fiscal, neste caso, refere-se
ao Direito fiscal comunitário.
3- A DOUTRINA E A JURISPRUDÊNCIA.
Tem que se ter em conta o princípio da segurança jurídica como sendo um princípio basilar do
direito.
45
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
Os benefícios fiscais em primeira mão têm que emanar das leis gerais e abstractas.
*Os benefícios fiscais podem ser concedidas tanto às pessoas coletivas assim como as pessoas
singulares. Caso efetivar-se essa pessoa por um determinado período de tempo fica isenta de
pagar um determinado tipo de imposto durante esse período.
A ANP é que determina os requisitos para se conceder os benefícios fiscais.
CONFERIR CÓDIGO DE IMPOSTO PROFISSIONAL E CODIGO DE INVESTIMENTO
MÍNIMO DE EXISTÊNCIA
Corresponde a parcela de rendimento que é indispensável a sobrevivência da pessoa.
O fundamento do mínimo de existência está no Estado social e com base na ideia da
dignidade da pessoa humana.
46
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
O Legislador tomou ainda a opção de atribuir a duas autoridades fiscais diferentes em matéria
de liquidação e cobrança deste imposto, consoante se trata de uma mercadoria importada ou
de produção nacional, a Direção Geral das Alfândegas através da respectiva declaração
aduaneira (bilhete de despacho da mercadoria sempre que os produtos sejam importados nos
termos do nº1 do artigo 3º do código do Impostos Especial sobre o Consumo (IEC) e a
Direção geral de Contribuição e Impostos, tratando-se de mercadorias de produção nacional,
artigo 3º/2 IEC.
47
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
Incidência objetiva:
O foco da administração fiscal é a existência de rendimentos atribuídos pelo exercício de uma
atividade que pode ser tanto de natureza comercial assim como de natureza industrial. Ambas
as situações podem ser encontradas no âmbito da contribuição industrial.
Incidencia subjetiva:
Resulta do artigo 4º CCI.
Onde consta que os sujeitos passivos desse imposto são todas as pessoas singulares e
coletivas, titulares de rendimentos resultantes das atividades de natureza comercial ou
industrial.
Considera-se ainda que sujeitos passivos da contribuição industrial, as pessoas singulares ou
coletivas que não obstantes residirem no estrangeiro, auferem rendimentos disponibilizados
por empresas residentes no país. Cfr art. 4º/3 CCI.
Obs: a Guin
Apenas são cobrados impostos pelos rendimentos de atividades realizadas no nosso território.
Como é que se determina a matéria coletada (a quantidade de imposto que a pessoa deve
pagar)?
Para a determinação da matéria coletável, o legislador determinou dois grupos de
contribuintes. Um grupo que é chamado de grupo A e outro grupo B. cfr. Artigo 18 CCI e
artigo 11 CCI.
48
APONTAMENTOS DE FINANÇAS PÚBLICAS & DIREITO FISCAL 2019/2020
Aluno Bacar Alfino Mané
por exemplo.
O princípio de tributação do rendimento real significa cobrar imposto em função do lucro que
o contribuinte obtiver.
Quais as pessoas que são obrigadas a pagar com base nesse princípio?
R: são as pessoas que têm a contabilidade devidamente organizada (contribuintes do grupo
A). Cfr. Artigo 11 CCI.
Mesmo que a pessoa não tenha a contabilidade devidamente organizada mas mesmo assim é
tributada… presumivelmente real de acordo com os livros de registo.
CONTINUAÇÃO
49