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CASO 1

Os dependentes de Mário, que fora empregado de empresas privadas, no Brasil, têm dúvidas quanto
ao rateio de sua pensão por morte em virtude dos seguintes acontecimentos: Joana foi casada com
Mário durante 25 anos. Há 4 anos se divorciaram e ele, desde então, vem pagando a ela pensão
alimentícia conforme estipulado na sentença do divórcio. Há 1 ano Mário contraiu união estável
com Luzia, com quem coabitava atualmente. Importante mencionar que na semana passada Mário
faleceu por ocasião de um ataque cardíaco fulminante. Na época do óbito, Joana tinha 40 anos de
idade, e Luzia, 25. Joana e Mário tiveram dois filhos biológicos. Cibele, a filha mais velha, na
época do óbito estava com 19 anos de idade e já colou grau em ensino superior de curta duração.
Mário Júnior, por sua vez, com 15 anos de idade, possui deficiência mental. A mãe de Mário,
senhora Iolanda, dependia economicamente de seu filho e coabitava com ele antes de seu óbito.
Com Mário também coabitava Luiz, de 13 anos, filho biológico de Joana, sua primeira esposa.
Mário tinha relação de enteado com Luiz, tendo este total dependência financeira em relação a
Mário. Os dependentes procuram orientações jurídicas sobre o rateio da pensão por morte. Com
base no exposto, responda: a. Quais são as regras atuais de rateio da pensão por morte? Justifique.
b. Quem terá qualidade de dependente e receberá parte da pensão? Fundamente sua resposta com
base nas regras atuais da concessão do benefício. c. Até quando o benefício será pago aos
dependentes? Analise para cada dependente que receberá o benefício, justificando.
CASO 2

Marta e Camilo residem em imóvel rural e, na condição de arrendatários rurais, exploram atividade
agropecuária em área de dez módulos fiscais, sendo que ambos vivem somente com os rendimentos
da referida atividade. Já o vizinho, Valdo, reside em imóvel rural e exerce a pesca artesanal, fazendo
dessa atividade o seu principal meio de vida. Nesses casos, responda, fundamentadamente, de
acordo com o disposto na Lei no 8.212/1991: Responda, fundamentadamente: a. Marta, Camilo e
Valdo são segurados especiais da previdência social? b. Se um membro da família for beneficiário
de programa assistencial oficial de governo, descaracteriza a condição de segurado especial? c. Se o
casal, Marta e Camilo, bem como Valdo decidirem também explorar atividade turística na
propriedade rural, com hospedagem durante os meses de outubro de um ano a março do ano
seguinte, este fato interferiria no enquadramento dos aludidos segurados perante a Previdência
Social?
CASO 3

Ontem às 21:00 horas Soraya estava em seu veículo próprio, dirigindo pra a empresa X, sua
empregadora, em razão de um chamado urgente de sua superiora hierárquica, quando um caminhão
atravessou o semáforo vermelho colidindo em cheio com o seu carro. Considerando que ela está na
UTI, em coma induzido, responda, fundamentadamente: 1. Qual a confuta que a empresa deverá
realizar em razão do acidente sofrido por Soraya? Considera-se acidente de trabalho? 2. Quais são
os benefícios previdenciários a que Soraya terá direito? Esses benefícios consistirão em qual valor?
3. Na hipótese de Soraya possuir apenas dez contribuições mensais para a Previdência Social, em
razão de recente filiação ao Regime Geral da Previdência Social, haverá interferência na concessão
dos benefícios previdenciários a que ela tem direito?
CASO 4
Considere a situação de um segurado contribuinte individual que exerça atividade abrangida pela
Previdência Social como trabalhador autônomo e que almeje se aposentar por tempo de serviço.
Para tanto, pretende computar e averbar como tempo de serviço ou de contribuição: 1º) um período
determinado em que alega ter exercido atividade rural em regime de economia familiar junto a seus
pais (em período anterior a 1987); 2º) período em que prestou serviços como empregado rural, de
janeiro de 1988 a 1992; 3º) período, a partir de 1994, em que exerceu atividade urbana, já na
condição de trabalhador autônomo, sem ter recolhido as contribuições devidas à Previdência Social;
4º) finalmente, pretende, ainda, recolher retroativamente contribuições na condição de segurado
facultativo, relativas ao ano de 1993, período em que esteve estudando, sem exercer atividade
laboral que o vinculasse ao Regime Geral da Previdência Social, e computar o respectivo tempo de
contribuição para fins de aposentadoria. Sem se prender à soma do tempo de serviço e ao
preenchimento ou não dos demais requisitos para a concessão da aposentadoria (estes aspectos são
irrelevantes para a questão), analise a pretensão deste segurado, à luz da legislação em vigor
aplicável e da jurisprudência, sobre a contagem e averbação do tempo de serviço, centrando a sua
análise:
a) na peculiaridade ou peculiaridades (se houver) da prova a ser produzida quanto ao exercício de
cada uma das atividades: rural (regime de economia familiar e empregado rural), urbana
(trabalhador autônomo) e segurado facultativo (estudante);
b) na exigência ou não do pagamento de contribuições ou de indenização ou a comprovação de
pagamento de contribuições previdenciárias na época própria para que cada um dos períodos acima
seja averbado; e
c) na possibilidade de aproveitamento de cada um desses períodos para fins de carência e para a
implementação do tempo de contribuição necessário à aposentadoria.
CASO 5

BRASILIANA DE TAL, solteira, iniciou sua vida profissional trabalhando como faxineira,
empregada de um supermercado, de abril de 1986 a janeiro de 1993. Após, esteve desempregada até
janeiro de 1996. Nesse ano de 1996, mais precisamente no mês de fevereiro, obteve novo emprego
como faxineira de um condomínio. Trabalhou neste emprego por oito meses, até setembro, quando
foi despedida.
Transcorrido dois meses da despedida, sentindo-se doente por problemas respiratórios, requereu ao
INSS o benefício de auxílio-doença, que foi indeferido por dois fundamentos: a) por falta de
carência; b) porque, conforme a perícia médica realizada pela autarquia, a doença não a impedia de
exercer outras atividades profissionais, desde que mais leves, que não exigissem esforço físico.
Brasiliana não conseguiu mais trabalho, vindo a falecer oito meses depois do desligamento do
emprego, sendo a causa do óbito o enfisema pulmonar.
O pai de Brasiliana, viúvo, desempregado, requereu administrativamente ao INSS a pensão por
morte da filha, benefício que foi indeferido sob os seguintes fundamentos: a) a “de cujus” não era
mais segurada da Previdência Social quando faleceu, pois estava desempregada; b) era
indispensável prova de que o requerente dependia economicamente da filha, o que no caso não
havia; c) o requerente já percebia um benefício de pensão pela morte da esposa, sendo incabível o
deferimento de outra pensão.
Aprecie o indeferimento dos dois benefícios independentemente um do outro, posicionando-se
quanto ao seu acerto ou não, considerando cada um dos respectivos fundamentos expostos à luz da
legislação aplicável.
CASO 6
SINFRÔNIO LABORATÍCIO, nascido a 1º de maio de 1952, trabalhou na roça com seus pais, em
regime de economia familiar, comprovado por testemunhas, desde os dez anos de idade até 01-06-
1970, quando iniciou a prestação do serviço militar, que se estendeu até 03-07-1971. Após sua baixa
do Exército, passou a exercer a atividade de balconista em uma ferragem. Nessa, a sua relação de
emprego perdurou doze anos e meio, sendo que, a partir do quinto ano, gozou do benefício de
auxílio-doença por dois anos e meio. Rescindido o seu contrato de trabalho, ficou desempregado
por um período de dezoito meses. Ao depois, empregou-se em uma oficina de chapeação e pintura,
onde exerceu atividade laboral insalubre durante cinco anos. Cessado o seu contrato de trabalho
naquela atividade, após aprovação em concurso público, passou a exercer o cargo de escriturário da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em regime estatutário, permanecendo na referida função por
um período de dois anos e meio. Por fim, estabeleceu-se com escritório de advocacia nesta Capital,
contribuindo como autônomo até 17-12-1996. Em 31 de dezembro de 1998, requereu aposentadoria
por tempo de serviço. A autarquia Previdenciária indeferiu o seu pedido pelos seguintes motivos: a)
desconsideração do tempo de serviço rural, porquanto o requerente não exibiu prova documental da
atividade rurícola em nome próprio, mas no de seu pai; não recolhimento das respectivas
contribuições previdenciárias e, ainda assim, somente poderia contar o tempo de serviço rural a
partir dos 16 anos de idade; b) ser insuficiente para a aposentadoria o tempo de serviço prestado nas
demais atividades; c) não cumprimento do período de carência necessário à sua concessão; d) não
implemento da idade mínima para o benefício; e) já havia perdido a qualidade de segurado bem
antes de 31-12-1998.
Pergunta-se: estão corretos os fundamentos da decisão do INSS?
CASO 7
Paulo ajuizou, em 1995, reclamação trabalhista contra uma empresa, pleiteando o reconhecimento
de vínculo empregatício, pelo regime da CLT, no período de 5-10-71 a 31-10-73. Na audiência de
conciliação e julgamento foi firmado termo de conciliação em que a empresa reconheceu que o
reclamante foi seu empregado no mencionado período, tendo, então, procedido a anotação na
carteira de trabalho dele. O Termo de Conciliação foi homologado por sentença que transitou em
julgado. Com base nesta sentença e na anotação em sua carteira de trabalho, Paulo requereu ao
INSS a averbação do referido tempo de serviço, para fins de aposentadoria. O INSS indeferiu o
pedido sustentando os seguintes argumentos:
a) que não estava obrigado a cumprir a sentença homologatória, porque não integrou a lide na
reclamação trabalhista proposta por Paulo;
b) que a prova exclusivamente testemunhal não é suficiente para averbação de tempo de serviço,
sendo indispensável a apresentação de documentos contemporâneos do período trabalhado; 
d) que o tempo de serviço do requerente não foi reconhecido por sentença, uma vez que houve
apenas uma homologação de acordo.
Analise, de forma sucinta mas fundamentada, os argumentos do INSS e conclua pela procedência,
ou não, dos mesmos.
CASO 8
João tinha quarenta anos de idade e residia com os filhos Marcos e Paulo, com dezoito e dezenove anos
de idade, respectivamente. Dos vinte aos trinta anos de idade, João trabalhou como servente de pedreiro
em uma construtora no interior do estado de Pernambuco. Entre os trinta e trinta e seis anos, não
exerceu atividade remunerada. Após esse período afastado do mercado de trabalho, João foi nomeado
para ocupar exclusivamente cargo em comissão do município de Recife. Esse vínculo perdurou de junho
a novembro de 2016 e o município não pagou a João os vencimentos referentes aos últimos três meses
da atividade laborativa. Diante do inadimplemento, João buscou a justiça do trabalho e propôs demanda
judicial requerendo a condenação do município ao pagamento das remunerações em atraso. A petição
inicial não foi acompanhada de documento probatório do seu vínculo laboral. A despeito disso, na
audiência inicial de conciliação, o município propôs acordo, que foi aceito por João: pactuaram o
pagamento das requeridas remunerações em atraso. O município não honrou o acordo, e João ficou
desempregado de dezembro de 2016 a fevereiro de 2017. Em março de 2017, João participou de uma
empreitada criminosa, tendo sido preso em flagrante em dez de março de 2017. Sua prisão foi
convertida em prisão preventiva em onze de março de 2017. Em vinte e dois de março de 2017, os
filhos de João encaminharam o pedido administrativo de auxílio-reclusão. Na oportunidade, juntaram
apenas as certidões de nascimento; não havia nenhum documento comprobatório do período laboral do
pai perante a municipalidade. O INSS negou a concessão do benefício, sob as seguintes justificativas: a)
João não era segurado do INSS ao momento do encarceramento; b) o município não havia recolhido as
contribuições previdenciárias de João nem as contribuições previdenciárias patronais; c) a ausência de
indício de prova material do vínculo de João com o município impedia o reconhecimento da qualidade
de segurado de João pelo INSS; d) João não se enquadraria no conceito de segurado de baixa renda para
efeito de concessão do benefício do o auxílio-reclusão, tendo em vista que a sua última remuneração no
município de Recife era maior que o próprio teto do regime geral de previdência social; e) havia
registros de recolhimentos de contribuições previdenciárias como segurados facultativos em nome de
Marcos e Paulo ao momento da prisão, o que indicaria ausência de dependência econômica dos filhos
em relação ao pai recluso. Em quinze de maio de 2017, durante uma rebelião no presídio estadual onde
João estava recolhido, houve conflito armado e ele foi morto por outros detentos. Em dois de junho de
2017, os filhos de João procuraram a Defensoria Pública da União para requerer indenização decorrente
do óbito do pai, eventuais benefícios previdenciários e valores devidos pelo município. Os filhos
levaram à Defensoria os seguintes documentos de João, que até então não eram do conhecimento do
INSS: portarias do diário oficial do município com as respectivas nomeação e exoneração do falecido,
cartões de ponto e atestado de permanência carcerária. Diante da situação hipotética acima exposta,
redija uma dissertação analisando, necessariamente, os seguintes aspectos: I os fundamentos normativos
do enquadramento do regime previdenciário da atividade laboral de João; II a competência jurisdicional
para conhecer a pretensão: II.1) dos valores devidos pelo trabalho de João no município, à luz da
jurisprudência do STF; II.2) indenizatória pelo óbito de João no cárcere; II.3) relativa aos pedidos dos
benefícios previdenciários e respectivos beneficiários; III a negativa do INSS ao pedido de auxílio-
reclusão feito pelos filhos de João — enfrente cada justificativa da autarquia para essa negativa e
exponha eventuais correções à luz do texto legal e da jurisprudência dos tribunais superiores e da Turma
Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais; IV os requisitos e as
medidas jurídicas cabíveis para garantir que Marcos e Paulo recebam eventuais verbas previdenciárias;
V o atual posicionamento do Supremo Tribunal Federal, de forma fundamentada, a respeito da pretensão
de indenização dos sucessores em razão da morte de João.

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