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capitalismo
Busca-se pensar na ideia e na Teoria do Bem-Estar Social, atrelando-as à Teoria Geral
do Estado, de forma não exauriente, a fim de compreender como tal construção se deu na
complexidade da estrutura social.
Para pensar no Estado de Bem-Estar deve-se falar da crise do Estado Liberal, decorrente
das revoluções burguesas, a exemplo da Revolução Francesa. Nesse sentido, em detrimento dos
ideários de Igualdade e Fraternidade, a realidade que as premissas libertárias provocaram no meio
social pautaram-se na ampliação das desigualdades sociais já existentes.
Dessa forma, apesar da massa de proletários, mulheres e outras parcelas menos
privilegiadas terem sido importantes para a constituição de um Estado sem o poder absolutista,
tais parcelas não foram substancialmente agraciadas com os direitos formalmente instituídos com
o Estado Liberal, agora pautado não mais pela vontade do soberano, mas pelo Princípio da
Legalidade. Nesse viés, as vontades e imposições da nobreza, haviam sido substituídas pelas
demandas burguesas encobertadas pela Lei, que legitimava tal poder, por meio da instituição do
Estado Democrático de Direito (RODRIGUES, 2005).
No entanto, essa forma de Estado começa a enfraquecer devido as fortes oposições e
insatisfações das massas nos movimentos de reivindicações por direitos, sobretudo no Período
das Revoluções Industriais, por condições para uma vida digna, na busca do bem-estar coletivo,
que se contrapunha aos valores individualistas do liberalismo. Como demonstra Priscilla Cardoso
Rodrigues:
No momento em que a classe trabalhadora se estabelece como um oponente político
forte e ameaçador à burguesia, inicia-se uma verdadeira crise de legitimação do Estado
Liberal (…) Para manter sua legitimação, o Estado Liberal passou, então, a ceder às
pressões exercidas pelos trabalhadores, intervindo na liberdade do mercado e protegendo
os direitos dessa classe, tanto, assim, conter suas crescentes reivindicações dentro de
certo limite aceitável. (RODRIGUES, 2005, p. 252)