Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BRASIL
Aula 3
Nesta terceira aula da disciplina de Estado e serviço social no Brasil conversaremos sobre o
Estado Liberal e o Welfare State, conhecido no Brasil como Estado de Bem-Estar Social. Esses
conteúdos são a continuação da nossa aula anterior, já que o Estado Liberal não deixa de ser a
consolidação ou a evolução das teses dos teóricos contratualistas já estudados, dentre eles Kant,
Hobbes e Locke (Rousseau enveredou mais para a senda do socialismo utópico do que para o
liberalismo).
originou e quais eram as suas principais premissas. Na sequência, falaremos brevemente sobre o
ideário liberal de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, fazendo a devida análise crítica de como
estes conceitos foram incorporados, já que até os dias atuais esse lema é utilizado erroneamente até
Entraremos, então, em uma análise crítica do Welfare State, perpassando as condições de seu
surgimento em várias perspectivas, pela sua crise e desmonte e, por fim, por uma discussão sobre se
Conhecer essa trajetória histórica é fundamental para os futuros assistentes sociais, pois vocês
atuarão numa realidade e num padrão de proteção social que é fruto dessa movimentação do Estado
CONTEXTUALIZANDO
Leia a reportagem a seguir para que após nossos estudos sobre o Welfare State, tenhamos
condições de avaliar se as políticas trabalhistas de Getúlio Vargas podem ser consideradas como
“Consolidação das Leis Trabalhistas, criada por Vargas, completa 70 anos” <https://age
ncia.fiocruz.br/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-trabalhistas-criada-por-vargas-completa-70
-anos>
PESQUISE
O Estado Liberal, de acordo com Moraes (2014), começou a ser desenhado por volta do século
XVII e seguiu transformando-se até o Século XX. Dessa forma, não é possível datar exatamente ou
estabelecer um marco ou um fato específico que seja o ponto inicial do liberalismo. O que se pode
afirmar com certeza é que o Estado Liberal surge junto com o movimento iluminista, em forte
Embora haja um sem fim de definições e conceitos para o Estado Liberal, é consenso em quase
todas elas de que o liberalismo tem como principal pauta o exercício das liberdades individuais,
orientadas pela razão humana, ou seja, o direito de realização de ações próprias, livres e
racionalmente orientadas. Esta liberdade seria o centro para a satisfação das necessidades, interesse
e desejos humanos. Esta pretensa liberdade perpassaria pelo aspecto econômico, político e social.
No liberalismo, nem o Estado, nem a religião ou qualquer outro ente deveria influenciar a ação
atuação política. Alguns autores defendem que não apenas as liberdades individuais eram exaltadas,
mas também a liberdade dos povos como um todo e é neste contexto, advindo das teses liberais,
que surgem as primeiras discussões e declarações dos direitos humanos, como veremos nas
próximas aulas.
Podemos encontrar os primeiros escritos sobre o liberalismo na obra de Kant, que foi o primeiro
liberalismo. A autora afirma que para Locke, diferentemente de Hobbes e Rousseau, a propriedade
privada é um direito natural do homem e não foi criada pelo Estado; o Estado é que foi criado para
preservá-la, mantê-la e legitimá-la. Isso porque as teses de Locke vinham ao encontro dos anseios da
burguesia ascendente na Europa do século XVII e início do século XVIII, a qual reivindicava o seu
direito de propriedade contra a nobreza e a realeza, que, por sua vez, defendiam a questão da
Além da propriedade, Locke também defendeu a liberdade e a própria vida como direitos
naturais. Lembramos que o autor entendia a propriedade privada como fruto do trabalho e, para ele,
o trabalho era dom dado por deus aos homens e por isso, a propriedade privada advinda deste
trabalho seria um direito natural. Assim, no seu contrato social, o Estado surge para legislar e
propriedade privada para afrontar a nobreza da época, que mantinha a posse por hereditariedade.
Assim, segundo Chauí (2000), os burgueses reivindicavam seu direito à propriedade a qual foi
sociedade. Porém, não era apenas da nobreza que o Estado Liberal deveria defender os burgueses,
mas também dos pobres, que eram considerados “perdulários” porque gastavam todo o seu salário e
Marilena Chauí explica que depois de Locke muitos outros autores vieram a aprimorar as teses
sobre o Estado Liberal, em especial após a Revolução Francesa, quando se defendeu, como afirma
Moraes (2014), o Estado como garantidor dos direitos dos indivíduos contra as arbitrariedades dos
governantes.
Chauí (2000) monta um esquema pautado nos escritos sobre o Estado Liberal do sociólogo Max
Weber, que, segundo ela, foi um dos maiores estudiosos deste tema após Locke e os teóricos da
Revolução Francesa. Nesse esquema, a autora conclui que seriam três as grandes funções do Estado
Liberal:
1. Garantir do direito natural de propriedade, por meio da legislação e, se necessário, do uso legal
da violência, sem interferir na vida econômica. Esta não-interferência é defendida pelo fato de
que se não foi o Estado que instituiu a propriedade privada, ele também não pode interferir
nela. Os proprietários privados têm o direito de fazer as suas regras e normas para reger as
atividades econômicas.
2. Arbitrar os conflitos entre os membros da sociedade civil. A sociedade civil é livre para
relacionar-se, cabendo ao Estado apenas dirimir conflitos, utilizando-se primeiramente das leis
Assim, a partir destes três pressupostos, ao Estado competiria defender as liberdades individuais,
executar as leis para dirimir conflitos e legislar sobre tudo aquilo que é público, ou seja, legislar na
esfera daquilo que é do próprio Estado. É consenso entre muitos autores que o liberalismo se dava
Até aqui fica mais que evidenciado que o Estado Liberal serviu para atender aos interesses da
burguesia, ajudou a acentuar as desigualdades sociais e, por isso mesmo, foi alvo da crítica e de
reações de correntes socialistas e comunistas. A crise do liberalismo, segundo Moraes (2014), teve
seu início após o final da Primeira Guerra Mundial, quando se viu em vários países estratégicos da
O “fracasso” final do Estado Liberal veio após a Segunda Guerra Mundial, quando a crise
econômica fez acentuar ainda mais as desigualdades, gerando a demanda para o Estado de atender a
população, como veremos mais adiante sobre o Welfare State. O Estado apenas como garantidor das
liberdades já não dava mais conta das demandas da população, sendo necessário, portanto, expandir
suas funções, conforme afirma Soares (2013), para o próprio bem e continuidade do projeto
capitalista.
Sobre esse assunto, façamos a leitura do artigo “A evolução histórica do Estado Liberal ao
32358.pdf?sequence=1>
as categorias deste lema com categorias das teorias críticas. A exemplo, o próprio Código de Ética do
Assistente Social em vigência (Resolução nº 273/1993 – CFESS), em seus princípios fundamentais, traz
0>
Alguns chamam de lema, outros de três direitos fundamentais, mas o fato é que este trinômio
Liberdade – Igualdade – Fraternidade surgiu no seio da Revolução Francesa, ocorrida em 1789. Esta
revolução, que se pretendia ser de parcelas mais empobrecidas e não proprietárias, acabou sendo
A partir Revolução Francesa é que o ideário liberal ganha força, como citamos no tema anterior,
e é nessa revolução que surgiu o lema.
Liberdade: nele, a liberdade da qual se fala não é aquela mesma entendida pela teoria crítica de
Marx, a exemplo, mas sim aquela liberdade vinculada ao direito natural à propriedade e a fazer o que
bem entender dela. Nesse conceito de liberdade também está inserida a ideia da não interferência do
uns sobre os outros no sentido da lei – a mesma lei deveria valer para todos.
Fraternidade: a fraternidade, por sua vez, era a solidariedade entre os homens, no sentido da
solidariedade política, para garantir a liberdade e a igualdade e a manutenção de uma pretensa
Assim, importante frisar aqui que esta liberdade nada tem com a não alienação pretensa na
teoria crítica; a igualdade não se refere à distribuição de bens, renda e acesso, mas sim à sujeição às
leis; e por fim, a fraternidade também não está relacionada com altruísmo ou qualquer coisa similar,
mas sim às condições de colaboração coletiva entre os homens para garantir os ideários liberais.
O Welfare State foi um modelo de Estado implantado em quase todo o mundo a partir dos anos
de 1940, e é fruto, como já dissemos, da crise e do fracasso do Estado Liberal. Chauí (2010, p. 555) faz
um panorama histórico do surgimento deste Estado:
O Estado do Bem-Estar Social (Welfare State) foi implantado nos países capitalistas avançados do
um contraponto para as desigualdades e injustiças do capitalismo, tudo isso levou a prática política
Pela citação você já pode depreender que optamos por uma análise mais crítica do Welfare State,
como um modelo de Estado surgido a partir da demanda do próprio capitalismo e não para atender
as demandas dos trabalhadores ou das parcelas mais empobrecidas da população. Nesse contexto, o
Estado assume um caráter mais intervencionista de atuação, intervindo na economia, regulando os
Apesar das várias vertentes de análise do Welfare State, Nogueira (2001) indica que em todas
elas a principal perspectiva de análise é a da oferta de padrões mínimos de sobrevivência, afiançados
pelo Estado, na condição de direito político, saindo da senda da caridade e da benevolência. Porém, a
crítica a ser feita é do porquê da oferta desses direitos sociais ou políticos ao cidadão.
Para a autora, existe uma explicação econômica e uma explicação política para o surgimento da
Welfare State. No bojo das explicações econômicas, podemos encontrar as de vertente durkeimiana e
a marxista:
Na explicação durkeimiana, o Welfare State nasce com a função de dar integração e coesão ao tecido social, uma vez que
os mecanismos tradicionais (tais como a família e as instituições tradicionais, como a igreja) que garantiam essa coesão já
Já as explicações econômicas de origem marxista partem do pressuposto de que o Welfare State nasce para atender as
demandas do próprio capitalismo e das crises cíclicas pelas quais ele perpassou.
Em qualquer uma das duas explicações fica evidenciado não haver nenhuma intenção moral na
fundação do Welfare State. Ou seja, nem mesmo as análises mais conservadoras defendem que ele
tenha surgido por uma obrigação moral de minimizar as desigualdades sociais e garantir qualquer
direito humano.
Seguindo com Nogueira (2010), há também a explicação do surgimento do Welfare State a partir
dos argumentos políticos. Esse argumento traz em si uma noção de cidadania e garantia de direitos,
Os direitos políticos estariam consolidados no direito ao voto, meio pelo qual os cidadãos
participariam da política, votando e sendo votados; a autora lembra que foi neste período do
Welfare State que muitos segmentos conquistaram o direito de participação política, tais como
os trabalhadores não proprietários e as mulheres.
É consenso entre grande parte dos estudiosos que o Welfare State não se consolidou da mesma
forma em todos os países do mundo, sendo que foram criadas três categorias de implementação
deste Estado: o Liberal (ou Residual), o Conservador (ou Meritocrático) e o Social-Democrata.
Conheça cada uma dessas categorias de Estado assistindo à videoaula que está disponível no
material on-line!
Mas, será que o Welfare State perdurou ao longo do tempo? Será que o Estado e o capital
A resposta é: não.
Sobre essa questão, façamos a leitura do artigo “Estado de Bem-Estar Social: origens e
desenvolvimento” de autoria de Vera Maria Ribeiro Nogueira. <https://periodicos.ufsc.br/index.php/k
atalysis/article/viewFile/5738/5260>
É consenso entre os estudiosos do Estado e do Welfare State, que a crise deste modelo teve seu
apogeu na década de 1980. Seibel (2005) e Draibe e Henrique (1988) fazem uma análise das várias
vertentes que explicam essa crise, sendo a primeira delas a que vincula da crise do Welfare State à
crise do Estado-nação, destacando o fim da economia nacional como sendo o responsável pelo
Uma segunda tendência de explicação para a crise do Welfare State, mais conservadora, afirma
que a crise se deve ao elevado gasto público causado pelo Estado de Bem-Estar Social, causando a
Seibel (2005) afirma que a partir do final dos anos de 1980 as concepções de políticas sociais
deixam de ter um caráter de proteção mais universalizante para ter uma concepção focada na
da renda das famílias, com uma intervenção cada vez menor do Estado.
Estados parece ter gerado um conflito entre política econômica e política social destruindo aquele
“círculo virtuoso do pós-guerra”. Mais ainda, parece ter sido definitivamente abalado o consenso
quanto à possibilidade de se assegurar o crescimento econômico conjugado com a tentativa de
gerenciamento, pelo Estado, dos vários desequilíbrios, dado o declínio mesmo da capacidade de
governar, seja por envelhecimento dos mecanismos de política, seja pela profunda crise de
confiança que afeta a relação governantes-governados.
Os mesmos autores vinculam a crise do Welfare State à crise do modo capitalista de reprodução
da riqueza pautado na produção, vivenciada nos anos de 1980 e início dos anos 1990. O Estado não
arrecadaria mais o suficiente para manter os gastos sociais, gerando déficits públicos, e assim
também não poderia investir para acelerar a economia e o desenvolvimento do capital.
Outras vertentes defensoras do fim do Welfare State chegaram a afirmar, de forma mais
conservadora ainda, que este modelo de Estado desestimulou os cidadãos ao trabalho, caindo, assim,
a produção. Outro argumento na mesma linha era a grande crítica ao modelo porque ele passou a
onerar a todos os cidadãos e em especial as empresas privadas com alta carga de impostos para
portas para o fortalecimento das teses neoliberais, que têm como fundamento o chamado Estado
mínimo, que será estudado em momento oportuno.
Sobre o assunto deste tema, há o texto “Welfare State, crise e gestão da crise: um balanço da
Para esta seção, utilizaremos como base a dissertação de mestrado, de tema análogo, escrita e
defendida por Benevides (2011). Para analisar o Estado de Bem-Estar Social no Brasil, é necessário,
[...] a configuração do Estado de Bem-Estar Social em cada país é determinada pelo padrão e o nível
social sem se recorrer a uma concepção linear de desenvolvimento das políticas sociais. O caso
brasileiro, sob esse ponto de vista, torna-se um padrão, dentre os vários existentes, de intervenção
e regulação social do Estado. Ou seja, a intervenção do Estado Brasileiro é específica, mas preserva
Considerando que dos anos 1930 até por volta de 1970 o Brasil foi caracterizado pelo
e trabalho, não havendo, num primeiro momento, uma perspectiva de proteção social mais geral de
garantia de direitos.
Os alicerces do sistema de proteção social brasileiro são constituídos nesse mesmo período, tendo
o autoritarismo como uma de suas principais marcas, visando regular aspectos concernentes à
organização dos trabalhadores assalariados dos setores mais modernos da economia, utilizando-se
No sentido dessa proteção social mais conservadora, focada na relação capital e trabalho,
surgem no Brasil, a partir da década de 1930, uma série de políticas trabalhistas, de previdência
Seguindo com a mesma autora, nas décadas de 1950 e 1960, o Brasil apresenta políticas de
cunho social fragmentadas, grande parte delas voltadas ao trabalhador, com discretos avanços com a
criação do Instituto Nacional de Previdência Social – INPS (1966) que unificou os sistemas de
“[...] ocorreu, no período, ampliação de serviços e programas, porém com uma maior seletividade
do público beneficiário, pulverização das ações e segmentação do usuário por faixas etárias,
necessidades e problemas” (BENEVIDES, 2011, p. 65).
Naquele sentido, apesar de se dizer universal, essas políticas de proteção social acabavam por
não beneficiar a classe média trabalhadora, a qual se deslocou cada vez mais para o atendimento de
suas necessidades na área privada, em especial na área de saúde e de educação. Até aí se destacava
o papel centralizador da esfera federal na execução e no financiamento dessas políticas, com ofertas
fragmentadas e sem nenhum caráter de redistribuição de renda.
Com a promulgação da chamada Constituição Cidadã, em 1988, uma série de direitos sociais
“O direito social foi visto como o fundamento da política, com um comprometimento do governo
com o sistema de proteção, projetando um acentuado grau de provisão do Estado, cabendo ao
Com a instituição da Seguridade Social, amplia-se a atuação estatal para além do caráter
contributivo do trabalhador, gerando direitos sociais também àqueles que não estão no mundo do
trabalho. Assim, na análise de Benevides (2011), somente quando o Welfare State estava já em sua
crise mundial é que no Brasil ele consegue se estabelecer, já que a autora não considera as décadas
que antecederam ao final dos anos de 1980 como sendo de Estado de Bem-Estar Social consolidado,
pois as políticas eram fragmentadas, não universais e restritas à relação capital e trabalho.
Brasil.
[...] vários aspectos do ainda insatisfatório nível de bem-estar social no Brasil suscitam o debate
se existiria ou não um Welfare State no país, tais como as altas taxas de pobreza e desigualdade, a
cobertura insuficiente e a qualidade baixa nos serviços prestados na saúde e educação, a taxa elevada
de trabalhadores no mercado informal, dentre outros. (Idem, p. 81)
Conheça o trabalho integral de Cláudia Maria Benevides: “Um Estado de Bem-Estar Social no
Brasil?”
TROCANDO IDEIAS
A partir do que você acabou de aprender sobre o Welfare State e observando as políticas sociais
Discuta a respeito com seus colegas e poste suas considerações no fórum disponível no AVA!
NA PRÁTICA
Primeiramente, assista à videoaula que está no material on-line para conhecer a questão que
proporemos a você.
Leia o artigo “O Programa Bolsa Família no contexto das políticas de proteção dos estados
Agora, confira as considerações da professora Carla sobre essa questão assistindo à videoaula
SÍNTESE
Nesta aula, como prosseguimento da evolução histórica da aula anterior, vimos a formação do
Estado Liberal, demarcado pela não influência e a baixa intervenção do Estado na economia e na vida
social, assegurando o direito às liberdades individuais, dentre elas (e principalmente) a liberdade
econômica, dando ao Estado um papel de legislador e executor de leis, devendo intervir apenas
quando as relações entre a sociedade civil estiverem em conflito, demarcando claramente a esfera do
Vimos também que apesar de o liberalismo pregar a liberdade e a igualdade, esses termos
ficaram apenas no âmbito da sujeição dos homens às mesmas leis, já que o Estado Liberal e sua
desregulação da economia só fizeram crescer as desigualdades sociais por todo o mundo, fazendo
É neste sentido que vimos então a eclosão do Welfare State – conhecido no Brasil como Estado
de Bem-Estar Social – que se caracterizou por uma forte intervenção estatal (em especial na área
social), com políticas de amparo ao trabalhador e de proteção à população mais empobrecida, com a
pública.
Estudamos a crise do Welfare State, a qual para a maioria dos autores está vinculada também à
crise do capitalismo focado na produção e ao alto nível de gastos públicos, o que acabou onerando a
iniciativa privada com altos impostos para a sua manutenção.
Por fim, vimos sobre o Estado de Bem-Estar Social no Brasil, apontando elementos para
pensarmos se este modelo de intervenção chegou ou não a consolidar-se em nosso país, concluindo
que dos anos de 1930 até a década de 1980 as políticas de proteção eram fragmentadas e voltadas
apenas para os trabalhadores, sendo que mais tarde passaram a ter um caráter extremamente
seletivo, sendo alvo destas políticas de proteção apenas os efetivamente mais necessitados,
passando, posteriormente, a um novo padrão assistencial a partir da Constituição Federal de 1988,
com a universalização dos direitos, não mais restritos ao caráter contributivo com a implementação
REFERÊNCIAS
http://www.proac.uff.br/cede/sites/default/files/EBES_no_Brasil__2_dissertacao_benevides.pdf. Acesso
em 10/03/2016.
DRAIBE, S.; HENRIQUE, W. Welfare State, crise e gestão da crise: um balanço da literatura
internacional. Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo, v. 2, n. 6, fev. 1988, p. 1-23. Disponível
sua relação com o constitucionalismo dirigente. Revista de Informação Legislativa. Brasília, v. 51, n.
Disponível em http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/do-estado-liberal-ao-estado-regulador-
História e comunicação na ordem internacional [on-line]. São Paulo: UNESP; São Paulo: Cultura
Acadêmica, 2009. Disponível em http://books.scielo.org/id/b3rzk/pdf/vicente-9788598605968-08.pdf.
Acesso em 10/03/2016.