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Nome: Andrey Braga da Silva

Disciplina: Teoria Politica Aplicada as Relações Internacionais


Resenha 1
1- Alexis Tocqueville

Quando analisamos a obra de Alexis de Tocqueville podemos primeiro analisar o


mesmo como um grande defensor da democracia, em sua obra pode-se perceber seu
pragmatismo que visa estabelecer parâmetros dentro da ciência politica para uma sociedade
que se baseie na democracia. O autor argumenta que a democracia só poderia ser alcançada
através da soma da igualdade e da liberdade.

Tendo isso em mente o autor ia contra noções revolucionarias pois considerava que
elas geravam privações de liberdades, ao passo que também criticou a aristocracia e sua
resistência para com a igualdade. Para o autor a política tem um papel emancipador e a
construção da ordem política liberal com esses alicerces de igualdade e liberdade resultaria
numa sociedade homogenia. Entretanto vale ressaltar que essa conjuntura desconsidera a
diversidade de muitas sociedades.

Ainda dentro dessa ideia o autor considerava a liberdade muito mais frágil do que a
igualdade, advogando que embora a igualdade possa ser construída em um período mais a
amplo, as liberdades podem ser cerceadas facilmente o que desencadearia a tirania, que é seu
grande receio.

Além disso Tocqueville desenvolve seu sistema conceitual através de combinações de


conceitos opostos mas contínuos em níveis distintos assim como a democracia que seria
subsequente da aristocracia.

Além disso o autor também faz críticas ao processo democrático com especial ao que
ele observa no caso dos EUA , ao qual a maioria acaba por com bater o individualismo de
forma silenciosa, mitigando o desenvolvimento intelectual. Isso retoma seu receio de que a
democracia pode se tornar uma tirania quando a liberdade do indivíduo for cerceada. Mas
mesmo assim Tocqueville continuou sendo um grande defensor da democracia pois acreditava
que esta era a melhor forma de educar um grande número de indivíduos nos valores
independentes.
2- John Stuart Mill

Quando analisamos a obra de John Stuart Mill, podemos primeiro afirmar que este
acreditava que as conclusões só seriam verdadeiras através de observações profundas além
de evidencias. Em sua obra o autor tem como o objetivo o alcance do bem estar ao qual
também pode se dizer a felicidade. Para o autor um governo só seria bom na mesma
grandeza que seus cidadão prosperassem.

Devemos lembrar que o contexto em que Mill vivia, já no período pós revolução
industrial no Reino Unido no qual a classe operaria quase não possui direitos políticos, com
isso ele defende a representatividade e o foto universal inclusive do sufrágio feminino. Com
isso para o autor a sociedade seria livre e prosperaria por meio da inclusão.

Tais ideias defendidas por Mill consistem no utilitarismo, todavia o utilitarismo de


Mill difere do inaugurado Bentham. O utilitarismo de Mill pregava que as soluções para
alcançar esse bem estar da população poderiam ser experimentadas e provisórias devido a
natureza imprevisível do homem. Isso ia em choque ao utilitarismo clássico que pregava
respostas inalteráveis.

Outro ponto importante de salientar é que o autor valorizava as individualidades e


temia os efeitos de coerção das pressões sociais. A razão e a tolerância seriam essências para
que não houvesse um declínio do pensamento intelectual e a oposição seriam imprescindível
para manter a verdade viva. A única ressalva feita pelo autor sobre exercer poder de coerção
seria em caso de prevenção a danos a outros, ou seja, em que um indivíduo prejudica outro.

Por fim, Mill possuía algumas ressalvas para com a democracia, como este era cético
as formulas inflexíveis gerou certa reticencia para como os partidos vigentes. O autor
desconfiava que a democracia seria a única forma de governo justa visto que a centralização
do poder pois isto geraria uma uniformidade de pensamento que supriria pensamentos,
condutas e ações minoritários tornando a democracia potencialmente opressiva. Com isso a
sociedade falhou em detrimento da coesão social ao invés de tornar os homens civilizados.
3- Opinião

Em termos comparativos ao analisar as obras dos autores citados acima podemos


chegar a algumas posições. É obvio o caráter liberal que ambos autores possuem em suas
obras. Ao passo que Mill possuem um objetivo melhor voltado ao bem estar dos indivíduos,
Tocqueville dialoga de forma mais abrangente de situações macroscópicas.

A liberdade é um tema chave para ambos os autores, pode se perceber o compromisso


de ambos no desenvolvimento intelectual e na proteção de liberdades individuas ao passo que
também são defendidas certas homogeneidades na sociedade. Todavia essa noção de
homogeneidade não deve ser confundida como algo supressor, ela na verdade esta muito mais
ligada em quesitos de igualdade de direitos, deveres e oportunidades. Ambos possuem suas
críticas a pressões majoritárias de pensamento em detrimento das minoritárias.

Todavia avalio que Mill é um defensor maior das noções de igualdade justamente
devido ao contexto de felicidade que esta ligado a sua ideia de sucesso de um governo. Isso
não é tão evidente na obra de Tocqueville pois o mesmo considera a igualdade sem liberdade
como um realidade negativa.

Outro ponto que possuem em comum é a ressalva de ambos para com a democracia.
Mill se mostra mais receoso no papel centralizador dos estados ao passo que Tocqueville
teme a tirania, entretanto o motivo da ressalva de ambos é ligado a supressão de direitos
individuais. Ambos defendem a livre circulação de ideias mesmo que opostas pois isso que
resultaria em um sistema politico liberal bem estruturado.

Por fim acho que posso afirmar que mesmo que os autores não sejam exatamente
iguais, ambos podem ser englobados em uma ótica complementar de noções liberais para a
nossa sociedade.
Nome: Andrey Braga da Silva
Disciplina: Teoria Política Aplicada as Relações Internacionais
Resenha 2
1 - Karl Polanyi
Quando analisamos a obra de Polanyi podemos logo de inicio analisar claras críticas
aos ideais do livre mercado e da auto regulação do mercado. A problemática para o autor
dentro das ideias do livre mercado é que quando transformamos o trabalhador em apenas uma
mão de obra e transformamos a natureza em terra ambos passam a ser apenas produtos e são
objetificações e assim ambos passam a ser vulneráveis. Além disso o autor considera que
algumas característica intervencionistas são esquecidas quando defendemos o livre mercado.
Toma se o exemplo da moeda que não passa de uma mercadoria de troca, entretanto a mesma
é uma criação de Estados e bancos centrais e faz com que as trocas sejam facilitadas e feitas
de forma indireta, isso é uma clara medida regulatória que caracteriza uma intervenção. Para o
autor o liberalismo econômico na forma do laissez-faire seria uma utopia.
Também é necessário salientar a opina o do autor sobre outros papeis da classe
trabalhadora, a mesma teria sido utilizada pelas burguesias em seu processo de ascensão em
detrimento do feudalismo, mas após alcançar tais objetivos ela era deixada de lado e
negligenciada. Entretanto a classe trabalhadora construiu com o tempo uma consciência
politica independentemente de situações favoráveis ou não o que culmina na consciência de
classe. Com isso o trabalhador passa a poder se utilizar de sua força de trabalho, sobretudo
industrial, como uma arma politica para alcançar seus objetivos.
O autor ainda diferencia o caso inglês em comparação com o resto da Europa. Como o
Reino Unido se torna o berço da revolução industrial , esse processo ocorre de maneira
diferente. No resto da Europa com forte ressonância dos ideias da Revolução francesa a
transição da servidão para a o posição de operário e seguida pela participação política o que
não ocorre da mesma forma no Reino Unido. Isso pode ser percebido sobretudo pelos direitos
ao voto que chegam mais cedo em partes da Europa do que no Reino Unido.
Além disso o autor ainda advoga em favor da ideia do desenvolvimento político das
classes trabalhadoras ao citar os casos ocorridos após a Primeira Guerra cita os casos que
ocorrem na Europa. Muitos dos países que surgiram do fim do conflito aboliram suas
monarquias mesmo sem possuir um movimento republicano bem disseminado, isso porque os
a organização dos trabalhadores era uma das poucas que ainda estava suficientemente bem
organizada no caos que se seguiu. Entretanto a mesma foi excluída posteriormente pois as
elites temiam que esta poderia culminar em uma ruptura rumo ao socialismo.
2- Karl Marx

Eu sua grande obra “O Capital”, Karl Marx, o pai do socialismo, discorre sobre como
o sistema capitalista se organizou, como a burguesia e o proletariado se correlacionavam entre
si e como os bens de consume e mercadorias eram utilizados nesse processo.

Com isso no final de seu primeiro capitulo Marx disserta sobre o fetichismo da
mercadoria que foi criado dentro do sistema capitalista. É preciso entender com isso duas
ideias, a de alienação e a de fetiche. O fetiche se dá do caráter extraordinário de algo e a
alienação do desconhecimento.

Para o autor ao pegar um material trivial como um mineral ou uma madeira e


transformamos em um objeto ou utensílio é atribuído um valor a este objeto, todavia esse
valor se da pelo tempo e trabalho utilizados pois o objeto continua tendo a mesma substancia.
Uma carteira só é uma carteira pois o couro foi transformado na mesma mas duas carteiras de
couro continuam sendo duas carteiras de couro. O fetichismo se da quando se atribui um valor
que é desproporcional a esses objetos, um valor que excede o valor do trabalho. Essa situação
ocorre devido a alienação. Quando um individuo tem conhecimento dos meios de produzir
objetos ou ao mesmo tem contato com as pessoas que produzem os mesmos, ele tem
conhecimento do seu real valor. Todavia quando produto são feitos pela indústria, ocorre um
distanciamento entre o produto e o indivíduo e é neste processo que nasce o fetichismo da
mercadoria.

Embora Marx não tenha vivido na atualidade essa noção só vem crescendo. No mundo
contemporâneo podemos observar uma sofisticação sem precedentes na forma como
produzimos e com a globalização a cadeia produtiva foi fragmentada em inúmeras partes ao
redor do mundo. Com isso o fetichismo da mercadoria foi elevado a níveis nunca visto pois é
extremamente difícil ter contato com os indivíduos que de fato produzem algo fazendo com
que a produção seja mistificada. Podem nos utilizar de exemplos complexos como um
computador , ao qual a complexidade da produção é conhecida por poucos individuas o que
abre caminho para o fetiche em torno do mesmo. Mas podemos ir a um exemplo ainda mais
trivial, que é o consumo de animais, este por sua vez se tornou muito diferente pois distanciou
o consumidor da forma que os animais eram batidos por séculos de forma mais doméstica.
Como isso é feito em larga escala perdemos ate a noção de que aquilo foi um ser vivo e muito
menos como que os mesmo são produzidos.

Com isso Marx foi e continua sendo extremamente atual.


3-Opinião

Ao analisar as obras de ambos os Karls, minha primeira impressão vem sobre a


relação de ambos com as questões do proletariado e os problemas gerados pelo sistema
capitalista. Marx inaugura o debate em torno da relação entre proletariado-burguesia ao passo
que Polanyi tem a oportunidade de desenvolver tais ideias num período de tempo mais atual.

Pode se observa nos autores uma nítida critica as relações de trabalho e de exploração
da mão de obra. Quando Polanyi explica a forma que o livre mercado transforma o
trabalhador em apenas uma mão de obra, fazendo uma objetificação do mesmo podemos
retornar as ideias que Marx desenvolve da exploração praticada pelos que controlam os meios
de produção.

Quando analisamos as ideias da mercadoria podemos ainda relacionar a critica


de Polanyi ao livre mercado, pois o mesmo para o autor seria utópico e gera uma serie de
discrepâncias e especulações. A ideia da autorregulam do mercado, tem clara relação com a
ideia do fetichismo da mercadoria. Nesse contexto o mercado se da como algo divino “a mão
invisível” que se ajusta automaticamente devido aos acontecimentos dentro do mesmo, de
certa forma isso afasta o homem do real funcionamento do mercado que passa por muitas
intervenções do Estado.

Para mim um exemplo seria a forma como as bolsas de valor operam, se constituindo
apenas da especulação de algo que não possuem um valor material ou associável ao trabalho,
são apenas valores extremamente suscetíveis a forma como o mercado reage. Essa ideia é
claramente ligada ao conceito do fetichismo.

Por fim gostaria de levantar outro ponto comum do autores que é a organização da
classe trabalhadora. De certo modo podemos analisar em ambas as obras que a classe
trabalhadora passa a integrar os processos políticos e assim passa a ter voz. É através desse
processo que que tanto a utopia do livre mercado quanto o fetichismo da mercadoria podem
ser desvendados pois estes não são fruto do trabalho mais sim do capitalismo. Ambos
mostram como a organização da classe trabalhadora pode se tornar não só uma ferramenta
política mais também uma ferramenta de libertação de ideais que impedem uma maior
igualdade social.

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