Nas primeiras décadas do século XX no EUA pessoas foram socialmente divididas por um regime atroz de segregação racial; nos anos que antecederam a Segunda Guerra, milhares de judeus perdiam o direito de frequentar certos locais a cada dia na Alemanha de Hitler e na URSS indivíduos tinham suas vidas sufocadas por Estado, o qual não permitia a possibilidade de ser confrontado. Posto esses exemplos históricos, é inegável que grande parte dos horrores vividos na história humana possuem uma relação direta ao desrespeito a liberdade do indivíduo. Diante desse contexto, a teoria política mais expressiva pós Revolução Francesa, a qual tem como fundamento a luta por essa mesma liberdade do indivíduo, é o liberalismo, que será a vertente dissertada neste trabalho. Nesse sentido, o liberalismo, ao meu ver, é o mais eficiente no viés de ser o que melhor - não perfeitamente- se adequa a natureza humana e equilibra elementos essências na política, os quais são inversamente proporcionais: igualdade e liberdade. Sob esse prisma, cabe citar Tocqueville (principal autor do liberalismo do século XX) e seu livro Democracia na América, nesse é discutido como seria uma democracia liberal e demonstra como se dá esse equilibro entre igualdade e liberdade. Logo, o autor alerta dos perigos de uma igualdade radicalizada, pois essa criaria uma ditadura da maioria, matando as individualidades (diferenças étnicas, religiosas etc.), da mesma forma que os nazistas fizeram pela obsessão monstruosa com raça pura e perseguindo minorias (judeus, negros, homossexuais e ciganos). Assim, Tocqueville conclui que ao superestimar a igualdade, não há democracia, já que para de fato ser um “governo de todos” é necessário que as minorias tenham a liberdade de existir. Por outro lado, o autor adverte sobre uma real necessidade de existir uma preocupação com a igualdade na medida certa. Sob esse viés, é importante que haja esse equilibro entre opostos (liberdade e igualdade) para um Estado eficiente; ao existir igualdades políticas e civis, as liberdades individuais e políticas são potencializadas, uma vez que, é dado oportunidade a todos de fazerem uso dessas. Nessa lógica, caso a liberdade seja o foco e a igualdade seja completamente esquecida, para Tocqueville, o jogo político entraria em crise, em virtude de que todos precisam ter suas necessidades básica amparadas para buscarem a liberdade. Ademais, tal igualdade é beneficiada pelo conjunto de ideias que governam uma democracia liberal, em função dessa seguir elementos do liberalismo econômico. Desse modo, essa vertente é responsável por uma maior geração de riquezas as quais bancam a igualdade pagando pelos direitos sociais necessários para atingi-la. Diante disso, acredito que o liberalismo é um modelo político extremamente distante da perfeição, porém o mais prudente à sociedade quanto aos demais sistemas. Dessa forma, ao apenas se importar com a liberdade, ela não chega a todos e se apenas olharmos à igualdade, essa elimina o diferente e a possibilidade existir as liberdades individuais. Dado que, o liberalismo foca na defesa à liberdade como a finalidade da existência do Estado, ele acaba englobando a busca pela igualdade também, visto que essa se torna um meio o qual se chega ao objetivo final: a liberdade do indivíduo.