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LINHA DE TEMPO:
1. O surgimento do socialismo e a sua crítica ao Estado Liberal; 1 Guerra Mundial; crise dos anos 20; Crash da bolsa de 29; O New Deal de
Rooselvelt; O Keynesianismo; A emergência dos Estados Totalitários; Os países fascistas: Alemanha e Itália; A União Soviética de Stalin;
2 Guerra Mundial; Guerra fria; progressiva inclusão de questões da agenda social/trabalhista; Fim da Guerra Fria e a vitória do Estado
Liberal democrático; O neoliberalismo e a reforma do Estado.
LIBERALISMO: Para compreendermos o surgimento do Estado liberal, é necessário antes de mais nada compreendermos o surgimento do
liberalismo. O Liberalismo, em termos gerais, é a crença que o objetivo máximo da política é o de preservar os direitos individuais e o de maximizar
a liberdade de escolha. O liberalismo emerge da conjunção de três fatores: Iluminismo, Revolução Industrial e das revoluções políticas do século 17
e 18. Primado do privado sobre o público: consequência do surgimento do Estado Liberal. Ocorrem os limites dos poderes do Estado (Estado de
Direito) e os limites das suas funções (Estado mínimo).
● Definição Estado de Direito: Estado em que os poderes públicos são regulados por normas gerais e devem ser exercidos no âmbito das leis
que o regulam, salvo o direito do cidadão de recorrer a um juiz independente para que seja reconhecido e refutado o abuso de poder.
Neste contexto histórico, o debate entre a superioridade do governo das leis e a superioridade do governo dos homens acaba com a vitória do
primeiro. No Estado absolutista enquanto o soberano não estava sujeito às leis positivas que ele próprio emanava, mas estava sujeito às leis divinas
ou naturais e às leis fundamentais, no Estado Liberal verifica-se a constitucionalização dos direitos naturais, ou seja, a transformação desses direitos
em direitos jurídicos e logo, assegurados e protegidos.
Sobre a revolução - Hannah Arendt: A obra examina duas revoluções principais na história moderna: a Revolução Americana de 1776 e a
Revolução Francesa de 1789. A obra é uma reflexão profunda sobre os dilemas políticos enfrentados pelos movimentos revolucionários e as
consequências de suas escolhas.
INTRODUÇÃO: GUERRA E REVOLUÇÃO
● Arendt começa discutindo o significado da palavra "revolução": revolução significa começar algo novo, criar um novo começo, é uma
novidade histórica. Ela discute como as revoluções do século XX fracassaram em criar algo novo e caíram em padrões conhecidos. As
revoluções se tornaram um meio para fins políticos em vez de um novo começo. 0 aparecimento da liberdade. Liberdade diferente
Libertação. têm o potencial de transformar radicalmente a sociedade.
Natureza conflituosa da revolução: Arendt argumenta que a revolução é inerentemente conflituosa e tumultuosa. Ela descreve como as revoluções
muitas vezes envolvem a quebra das estruturas de poder existentes, levando a um estado de guerra civil e agitação.
Consequências da guerra revolucionária: A autora discute as consequências da guerra que frequentemente acompanham as revoluções. Isso inclui a
destruição física, a desintegração social e as mudanças drásticas na ordem política.
A tensão entre liberdade e autoridade: Arendt aborda a tensão entre a busca pela liberdade e a necessidade de autoridade durante as revoluções. Ela
destaca como encontrar um equilíbrio adequado entre esses elementos é um desafio fundamental.
● Arendt afirma que a Revolução Americana e a Revolução Francesa foram as únicas revoluções que criaram algo novo. Elas fundaram
novas instituições políticas baseadas nos princípios da liberdade e da igualdade. Enquanto a Revolução Russa de 1917, apesar de ter
grandes ideias, fracassou em criar algo novo e caiu em padrões totalitários. Isso porque a revolução russa se baseou em uma ideologia, em
vez de princípios políticos. Para uma revolução ser bem-sucedida, ela precisa criar novas instituições políticas duradouras baseadas em
princípios, não em ideologias.
Hannah Arendt acreditava que revolução e guerra eram dois fenômenos distintos, mas muitas vezes eram confundidos.
Arendt argumentou que a revolução era uma força positiva para a mudança, pois permitia a criação de novas estruturas políticas e o empoderamento
de grupos oprimidos. No entanto, ela também reconheceu que a revolução poderia levar à violência e destruição se não estivesse fundamentada em
um senso de responsabilidade e um compromisso com valores democráticos. A guerra, por outro lado, era sempre destrutiva e nunca poderia ser
justificada como um meio para um fim. Essa confusão entre guerra e revolução, minava a possibilidade de uma mudança política genuína.
"Origens do Totalitarismo" é uma obra publicada em 1951. O livro examina as raízes e o desenvolvimento do totalitarismo no século XX, focando
especialmente no nazismo na Alemanha e no stalinismo na União Soviética. Totalitarismo não é movimento nacional mas internacionalista. É um
movimento ilimitado pois ele dá um significado para a vida das pessoas, e esse significado não pode terminar do nada, ele deve ser seguido de outras
formas. Prefácio: como o totalitarismo funciona em prática.
Arendt argumenta que o totalitarismo é uma forma muito perigosa de governo porque é baseado na ideia de que o ser humano não é um indivíduo
com seus próprios pensamentos e sentimentos, mas apenas uma peça na máquina do Estado. Arendt analisa as raízes do totalitarismo nazista e
stalinista, argumentando que ambos compartilhavam características fundamentais. Ela argumenta que o totalitarismo é uma forma única e terrível de
governo que procura controlar todos os aspectos da vida humana e esmagar a individualidade.
O livro é dividido em três partes: "Antissemitismo“ ; "Imperialismo" e "Totalitarismo": A primeira parte analisa as origens do antissemitismo
moderno. Arendt argumenta que o antissemitismo não é apenas preconceito, mas uma ideologia política.
A segunda parte examina o imperialismo europeu do século XIX e como isso levou ao declínio do Estado-nação e à crise da autoridade. Isso criou
um vácuo de poder que o totalitarismo procurou preencher.
A terceira descreve em detalhes como o totalitarismo nazista e stalinista emergiu e operou. Arendt descreve como o totalitarismo busca o domínio
total sobre a esfera pública e privada, esmagando a vontade individual e a dissidência.
3 elementos chaves do totalitarismo:
1. Ideologia: regimes totalitários são baseados em um única e abrangente ideologia que é utilizada para justificar as ações do regime;
2. Terror: regimes totalitários utilizam o terror para controlar e oprimir a população;
3. criação de movimentos de massa: regimes totalitários procuram mobilizar a população inteira para atingir os objetivos do regime.
o que é importante em nosso contexto é que o governo totalitário é diferente das tiranias e das ditaduras
DESAFIOS PARA A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL: Ausência de informação ou transparência. Incentivos para “trapacear” e medo de ser
trapaceado. Instituições Internacionais incentivam a interação e providenciam informações acerca das intenções dos demais países, mitigando graças
a transparência, o medo dos Estados serem “trapaceados” em ações colaborativas. Neoliberais estudam quais desenhos de instituições são mais
efetivos para evitar “trapaças”.
Dificuldades para o desenho de instituições: Poder relativo e Barganha; Traição;“ carona”; Autonomia/soberania.
KEOHANE:
● Keohane argumenta que a interdependência global está em ascensão, e os Estados estão cada vez mais ligados entre si através de uma rede
complexa de relações econômicas, políticas e sociais. Essa interdependência crescente desafia as abordagens tradicionais que enfatizam a
autonomia e a soberania dos Estados.
Na política mundial, a interdependência se refere a situações caracterizadas por efeitos recíprocos entre países ou entre atores em diferentes países.
Esses efeitos muitas vezes resultam de transações internacionais - fluxos de dinheiro, bens, pessoas e mensagens através das fronteiras
internacionais. A interdependência estratégica entre a União Soviética e os Estados Unidos, decorria da ameaça mútua de destruição nuclear.
O poder pode ser considerado como a capacidade de um ator fazer com que os outros façam algo que eles não fariam de outra forma.
● Keohane distingue entre três tipos de interdependência: (a) interdependência econômica, que envolve a dependência mútua nas transações
econômicas; (b) interdependência social, que se refere à interação em questões culturais e sociais; e (c) interdependência política, que
surge quando os Estados estão ligados por acordos políticos formais.
● Keohane propõe a ideia de regimes internacionais como mecanismos que facilitam a cooperação entre Estados em um ambiente de
interdependência.
Para entender o papel do poder na interdependência, devemos distinguir entre duas dimensões: sensibilidade e vulnerabilidade. A sensibilidade
envolve quão rapidamente as mudanças em um país resultam em mudanças custosas em outro e quão grandes são os efeitos custosos. A
vulnerabilidade pode ser definida como a capacidade de um ator de sofrer custos impostos por eventos externos mesmo depois que as políticas foram
alteradas.
Pensamento Soviético das Relações Internacionais na Guerra Fria
KISSINGER: Na perspectiva de Nixon e seus assessores, a melhor estratégia era demonstrar que a capacidade da União Soviética de fomentar crises
não se equiparava à sua habilidade em solucioná-las.
Na busca desse objetivo, os Estados Unidos adotaram duas políticas complementares: bloquear todos os movimentos árabes resultantes do apoio
militar soviético ou que envolvessem uma ameaça militar soviética e assumir o processo de paz, quando a frustração com o impasse levara alguns
importantes líderes árabes a se dissociarem da União Soviética e voltarem-se para os Estados Unidos. Essas condições emergiram após a Guerra do
Oriente Médio, de 1973. A estratégia americana baseava- se na ideia de que a União Soviética precisava chegar à escolha de separar-se dos seus
clientes árabes radicais ou aceitar a redução de sua influência. No final, essa estratégia cortou a influência soviética e deixou os Estados Unidos
centrais na diplomacia do Oriente Médio.
Lênin: imperialismo, estágio superior do capitalismo: Para Lenin, o imperialismo é a fase superior do capitalismo, caracterizada pela
concentração de capitais, formação de monopólios e expansão territorial das potências capitalistas. Segundo ele, o imperialismo surge quando o
capitalismo atinge um estágio de desenvolvimento em que a competição entre as empresas se intensifica e leva à formação de monopólios. Esses
monopólios buscam expandir seus mercados e controlar recursos naturais em todo o mundo, resultando em uma divisão territorial entre as potências
imperialistas. O imperialismo também envolve a exportação de capitais para investimentos em outros países, visando obter lucros e explorar mão de
obra mais barata. Lenin argumenta que o imperialismo gera contradições e crises inerentes ao sistema capitalista, além de intensificar a luta de
classes entre a burguesia e o proletariado. Ele defende que a única solução para acabar com o imperialismo é a revolução socialista.