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A partir da década de 1950, especialmente nos países "desenvolvidos", cada vez mais
prósperos, muitas pessoas sabiam que os tempos haviam realmente progredido, especialmente
quando suas memórias remontavam ao período imediatamente anterior da Segunda Guerra
Mundial. Foi só depois da “Era Dourada”, na conturbada década de 1970, que antecedeu a
miserável década de 1980, que os observadores - especialmente os economistas - se
conscientizaram de que o mundo, especialmente o mundo capitalista avançado, havia passado
por uma fase peculiar de desenvolvimento. Foi um período em que os Estados Unidos
dominaram a economia mundial, em partes porque continuaram a se expandir a partir de um
novo tipo de guerra que não precisava mais de trincheiras ou bombardeios, a Guerra Fria foi
um novo momento de ampliação de sua política bélica. Em todos os outros países
industrializados, mesmo no Reino Unido, cuja economia cresceu lentamente, a Idade de Ouro
quebrou todos os recordes anteriores. A recuperação da guerra era uma prioridade
esmagadora para os países europeus e o Japão, e nos primeiros anos após 1945 eles mediram
seu sucesso pela proximidade com as metas estabelecidas no passado, e não no futuro. O
terrível e inevitável ciclo de prosperidade e depressão, tão fatal entre as guerras, tornou-se
uma sucessão de brandas flutuações, graças a — era o que pensavam os economistas
keynesianos que assessoravam agora os governos — sua inteligente administração
macroeconômica. (HOBSBAWN, 2014)
Este edílico ambiente foi ideal para confirmar como o crescimento econômico pode
garantir estabilidade a democracia se ela estiver aliada a massas socialmente atendidas em
suas demandas. Rapidamente os trabalhadores entenderam que a democracia política lhes
oferecia a oportunidade de realizar seus interesses e, como cidadãos, poderiam reestruturar a
produção e distribuir os lucros. A social-democracia pareceu ser o caminho mais viável
porque se o objetivo era seguir a abordagem proposta pela democracia, os trabalhadores
deveriam fazer do processo eleitoral sua arena, ampliando as formas de confronto direto com
os capitalistas e oferecendo uma alternativa às revoltas que sempre foram violentamente
reprimidas pela burguesia.
Segundo Przeworsky (1989, p.47),
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