Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo liberalismo
O liberalismo, uma corrente nas Relações Internacionais, fundamenta-se em diversas
premissas básicas. Isso inclui uma visão positiva da natureza humana, a convicção de que as
relações internacionais podem ser cooperativas em vez de conflituosas e a crença no
progresso. Originando-se de pensadores como John Locke, a tradição liberal associa-se ao
surgimento do Estado liberal moderno, promovendo o progresso humano na sociedade civil e
na economia capitalista.
A revolução intelectual, caracterizada pela fé na racionalidade e razão humana, forma
a base do pensamento liberal, que aplicou a razão às questões internacionais. Os liberais
defendem a existência de interesses comuns entre os indivíduos, possibilitando ações sociais
cooperativas tanto nacional quanto internacionalmente. Conflitos e guerras são evitados
quando a razão é utilizada para alcançar cooperação benéfica mútua.
O liberalismo clássico, focando na liberdade, cooperação, paz e progresso, destaca a
importância do progresso para o bem-estar dos indivíduos. O Estado é visto como uma
entidade constitucional que estabelece e impõe o estado de direitos, sendo parte do interesse
racional dos estados constitucionais a adesão ao direito internacional em suas políticas
externas.
O liberalismo republicano, uma vertente normativa do liberalismo clássico, destaca
que as democracias liberais não entram em guerras entre si, baseando-se em valores nacionais
de resolução pacífica de conflitos, valores morais comuns e ligações mutuamente benéficas
de interdependência e cooperação econômica. Essa linha de pensamento é otimista,
promovendo a promoção da democracia no mundo para alcançar a paz.
Pontos-chave do liberalismo incluem a ênfase no indivíduo como ponto de partida, a
análise das coletividades como Estados, corporações e organizações, a crença na cooperação
benéfica mútua por meio da razão humana, e a divisão dos argumentos liberais em quatro
partes: liberalismo sociológico, liberalismo da interdependência, liberalismo institucional e
liberalismo republicano.
Waltz e o Neorrealismo
Kenneth Waltz propõe que uma teoria eficaz das relações internacionais se concentre
na estrutura do sistema, suas unidades interativas e seus atributos permanentes e dinâmicos.
No paradigma neorrealista, a estrutura do sistema, externa aos atores, é o elemento analítico
central, diminuindo a importância dos atores, pois são condicionados pela estrutura a agir de
maneiras específicas.
No realismo de Waltz, as relações internacionais são baseadas em uma estrutura
descentralizada de anarquia entre os estados, que são similares em todos os aspectos
funcionais, diferenciando-se apenas em suas capacidades variadas. Essas variações
influenciam as mudanças na balança de poder e explicam as relações internacionais.
As grandes potências desempenham um papel crucial na determinação das mudanças
na estrutura do sistema internacional. A possibilidade de guerra é uma constante em um
sistema anárquico. Assim, Waltz argumenta que os sistemas bipolares são mais estáveis do
que os multipolares, proporcionando melhor garantia de paz e segurança. Portanto, ele
valoriza uma ordem internacional que só pode ser alcançada em um sistema bipolar.
Waltz parte do pressuposto de que os Estados têm como foco principal a segurança e a
sobrevivência, considerando as guerras como seu principal problema e estabelecendo a
manutenção da paz e da segurança como uma tarefa fundamental das relações internacionais.
No entanto, o autor se distancia do realismo clássico ao enfatizar a estrutura do
sistema em detrimento dos agentes que o operam. Para Waltz, não há espaço para a
formulação de uma política externa independente da estrutura do sistema. Líderes estatais, na
condução de sua política externa, se aproximam de uma atuação mecânica moldada pelas
barreiras estruturais internacionais, pois a estrutura define a política.
Ele argumenta que as grandes potências têm amplo interesse em seu sistema e
administrá-lo é compensador. Portanto, Waltz busca apresentar uma abordagem explicativa e
científica das relações internacionais, fundamentada em aspectos normativos do realismo
tradicional.