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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distancia

Tema: Resolução de questões.

Luísa Fernando Mussengue

Código: 708191860

Curso: Administração Publica


Disciplina: Teoria geral do estado e
relações internacionais.
Ano de frequência: 2° ano

Beira, Outubro de 2020


1.

 No que respeita a emergência do realismo, importa referir que, este movimento surge a
partir da segunda guerra mundial e teve como reprecursores Tucidedes e Maquiavel, pese
embora acreditar - se que a sua origem foi encontrada na obra de Nicolau Maquiavel,
denominado "o príncipe" que estabeleceu que as relações internacionais passavam a ser regidas
pelo grau de poder de cada estado. Também o movimento realista considerou que a politica
interna era diferente da politica internacional e que o estado era o único actor reconhecido.

 Com relação ao cepticismo realista do direito internacional Wilsoniano cabe me referir


que este aconteceu de uma forma antagonica, pois, os realistas não acreditavam no modelo
Wilsoniano por considerar que a paz pelo direito e a segurança colectiva prevalece somente
quando nao colidir com os interesses dos estados que dispõem de recursos para impor seus
interesses aos demais, deste modo, os realistas ao desdenhar em este modelo assentam que o
direito ECA ordem internacional decorre diretamente da correlação de forças entre aqueles que
tem maior poder.

Para os realistas, a configuração do sistema internacional constitui a determinante essencial da


conduta dos Estados, sendo a natureza do regime político irrelevante. Ideia oposta é defendida no
âmbito da dita “teoria da paz democrática” ou “paz liberal”. Na verdade, os defensores desta
teoria seguindo uma linha antissistémica sustentam que a determinante essencial do
comportamento estadual não se encontra no desenho do sistema, mas na natureza dos regimes
políticos, que ocupa então um lugar central na sua investigação e ensino.

Os defensores da mesma teoria exponenciada contemporaneamente em Michael doyle, da


Universidade de Colúmbia ou em bruce russett, da Universidade de Yale – convocam em sua
defesa kant e os respetivos “artigos definitivos para a paz perpétua”. Recorde-se que, segundo o
primeiro desses artigos, epigrafado “a constituição civil de cada Estado deve ser republicana”
isto é, fundada “segundo os princípios da liberdade dos membros de uma sociedade (enquanto
homens); em segundo lugar, em conformidade com os princípios da dependência de todos em
relação a uma única legislatura (enquanto súbditos); e, em terceiro lugar, segundo a lei da
igualdade dos mesmos (enquanto cidadãos)”, só tal constituição permite “o resultado desejado, a
saber, a paz perpétua”.

Nesta linha, e no quadro de um caracteristicamente wilsoniano centramento da disciplina nas


“causas da guerra e da paz”, destaca-se o nome de russett. Este, no âmbito de uma influente
“epidemiologia dos conflitos internacionais” isto é, de uma verificação daquelas causas que com
maior probabilidade podem causar ou evitar os mesmos conflitos, refere a democracia como uma
“restrição kantiana” (Kantian constraint) ao uso da força entre Estados, associando-lhe duas
explicações: (i) o funcionamento das democracias depende em grande medida da negociação e
do compromisso, sendo provável que as mesmas se socorram de tais meios nas suas relações
internacionais e, mais ainda, que reconheçam correspondente capacidade a outras democracias,
temendo-as menos; (ii) a responsabilização democrática dos líderes pode ser efectivada,
desincentivando os de aventuras militares cujos custos são suportados pela generalidade dos
cidadãos.

 A pretensão cientifica realista em contraposição ao idealismo Wilsoniano assenta que os


estados são os principais actores das relações internacionais, entendendo que os atores não
estatais sempre vinculam se ao estado. Assim sendo, a partir desta posição, os realistas acreditam
que os estados são considerados atores racionais pois de leccionam as decisões que maximizam a
sua utilidade em prol do interesse nacional. Ou seja, os teóricos realistas apontam a segurança
como o assunto mais importante na pauta dos estados. Posição diferente assumida pelo idealismo
Wilsoniano que aponta segurança colectiva como um principio de direito internacional público
contemporâneo que compele uma organização internacional com apoio obrigatório dos seus
membros, a implementarem medidas coercitivas que impedem a violação do pacto internacional.
 Os realistas equacionam a realidade internacional como uma anarquia tomada em sentido
forte, isto é, enquanto estado actual ou potencial de guerra de todos contra todos, em cujo âmbito
os Estados se empenham na prossecução de interesses irredutíveis definidos em termos de poder.
Haverá, pois, uma radical diferença entre a ordem interna de cada Estado e a desordem
internacional. Em tal desordem, os Estados apenas podem contar consigo mesmos, obedecendo
pois a realidade internacional a um estrito princípio de autotutela.

E uma vez que os Estados procurarão sempre garantir que a situação internacional de poder não
lhes é desfavorável, a mesma realidade será dominada por um princípio de equilíbrio de poder.
Em lógica realista, a perpetuidade ou insuperabilidade de uma realidade internacional com estas
marcas explica-se ultimamente por referência à natureza humana. Ao equacionar assim a
realidade internacional, o discurso realista assumiu-se como um discurso desafiador, não apenas
do discurso idealista de relações internacionais, como também do discurso de Direito
Internacional5.

Com efeito, na sua distinção entre (des)ordem internacional explicável em razão da efectiva
desvinculação dos Estados a quaisquer normas não coincidentes com os seus interesses e ordem
interna de cada Estado, os realistas acabam por se inserir numa linha teórica bem identificável e
que genericamente se designa como tese negacionista do Direito Internacional (ou do Direito
Internacional como Direito em sentido próprio). Trata-se, esta, de linha com uma radicação clara
em hobbes, na medida em que este haja descrito a “lei civil” a única identificável com efectivo
Direito positivo, não por referência a um qualquer critério substantivo de validade, mas antes por
referência a uma autoridade normativa centralizada assistida por um aparelho coercivo,
relegando reflexamente o Direito Internacional para o plano da inutilidade ou mesmo da
inexistência enquanto Direito.
2.

 Neorrealismo descarta o uso de conceitos essencialistas do realismo clássico como a "


natureza humana" para explicar a política internacional. Os pensadores neorrealistas acreditam
que as restrições estruturais, não a estratégia, o egoísmo, ou a motivação irão determinar o
comportamento dos Estados nas relações internacionais. O neorrealismo sustenta que a natureza
da estrutura internacional é definida pelo seu princípio de primeira ordem a anarquia e pela
distribuição de recursos (medidos pelo número de grandes potências no sistema internacional). O
princípio de ordem anárquica da estrutura internacional é descentralizada , ou seja, não existe
nenhum centro formal de autoridade ; cada Estado soberano é formalmente igual no sistema.
Estes Estados agem de acordo com a lógica da auto-ajuda, ou seja, os Estados buscam os seus
próprios interesses em detrimento dos interesses dos outros Estados.

 A teoria da escolha racional é um modelo de entendimento voltado à analise de


comportamentos sociais e económicos. a racionalidade interpretada em linhas gerais, como
“querendo mais, em vez de menos, de um bem” é amplamente utilizada como pressuposto de
comportamento de indivíduos. seu uso teve origem no desenvolvimento de modelos
macroeconómicos no que se refere à tomada de decisão dos agentes. Golsmith & Posner (2008)
apontam para o facto de que, a respeito das criticas ao seu trabalho anterior The limits of
international law (2006), há um consenso de que se consolidou uma nova geração de académicos
do direito internacional, apoiando-se em conceitos fundamentais da ciência política. os autores
nomeiam essa nova geração de New International Law Scholarship (NIL).

3. A proposta de Huntington de um novo paradigma da política internacional (centrado na idéia


de "civilizações") em substituição ao paradigma do realismo. Demonstra-se que se trata, na
realidade, de um subparadigma do realismo e, portanto, a ele subordinado. Aplica-se isso à
mudança da concepção estratégica de "contenção", que passa a aplicar-se às civilizações não-
ocidentais e não mais ao expansionismo soviético.
A política internacional saiu das esferas da diplomacia para tornar-se uma atividade acadêmica
após a Primeira Guerra Mundial, ao tomar-se consciência de que eventos internacionais tinham
efeitos significativos não apenas na conduta externa de um país mas também em suas dimensões
políticas e econômicas internas. Essa secularização da política internacional logo manifestou-se
em numerosas concepções. Em particular, duas grandes concepções marcaram o debate: a
concepção realista e a concepção idealista. A concepção idealista teve um período de rápido
sucesso entre as duas guerras mundiais. Pensava-se, então, que a solução do problema da guerra
e da paz pudesse ser elaborado no contexto de um sistema de crenças que incluía a idéia da
harmonia de interesses entre os homens e as nações. Em conseqüência, assumia-se que as
questões políticas deveriam ser conduzidas por valores éticos, fazendo do domínio da política
uma área da ética.

Os princípios da bondade natural e da natureza cooperativa dos homens eram vistos como
organizadores do sistema internacional e, assim, da construção de arranjos institucionais que
pudessem dar-lhes corpo na comunidade das nações. Foi sob a égide dessa concepção que nasceu
a Liga das Nações. No entanto, a Segunda Guerra Mundial colocou sérias dúvidas sobre a
eficácia e a plausibilidade destas pressuposições para formular políticas capazes de elaborar uma
organização do sistema internacional que proporcionasse equilíbrio e estabilidade duráveis. A
partir de então, durante todo o período da Guerra Fria, a concepção realista predominou
praticamente incontestável e foi responsável pela formulação dos mais importantes quadros de
análise e explicações dos eventos internacionais. A concepção realista moderna assenta-se em
várias pressuposições: de que o Estado é a entidade básica do sistema internacional, que as
principais características destas entidades são o egoísmo e o interesse, que elas comportam-se no
sentido de otimizar esses interesses e que o método de equilíbrio do poder, juntamente com um
sistema de valores, funciona como um mecanismo pelo qual o sistema internacional se organiza
numa configuração de equilíbrio estável.

Neste contexto pretendo mostrar que Huntington não está desafiando o realismo político,
representado pelo que chama de paradigma da Guerra Fria, mas apenas modalidades ou
subparadigmas do próprio paradigma realista. Assim, minha tese central é de que sua concepção
não passa de uma outra modalidade de realismo político. Não passaria de um caso, um modelo,
ou ainda (para manter sua terminologia) um subparadigma do realismo político. Com o objetivo
de esclarecer a proposta de Huntington introduzo, inicialmente, uma concepção mais geral de
realismo político. Em seguida, apresento como modalidades ou modelos desta concepção básica
aquilo que se convencionou chamar de diferentes concepções de realismo político. Pode-se
ganhar em clareza e precisão sob este aspecto fazendo uso de uma outra linguagem a respeito de
concepções, além daquela centrada na idéia de paradigma.

Refiro-me portanto a uma concepção mais geral de realismo como "teoria realista da política
internacional" e às suas instâncias como "modelos" desta teoria. Faço uso intercambiável deste
dois tipos de linguagens: do paradigma e da teoria. Em seguida, faço uma exposição geral da
concepção de Huntington para um novo paradigma da política internacional e de sua defesa em
face das críticas apresentadas. Finalmente, elaboro minha tese, de que Huntington pode estar
propondo apenas um novo modelo de realismo político ou, para não fugir da sua semântica
metodológica, um paradigma interno (subparadigma) ao paradigma do realismo político e não
um paradigma competidor deste.

Defendo, assim, que Huntington pode estar deslocando, dentro do próprio realismo político, a
ênfase para uma nova unidade política, e trazendo para o primeiro plano o papel da dimensão
cultural nas questões de relação de poder entre essas unidades. Dessa forma, a unidade civiliza-
cional (a unidade básica para Huntington) estaria substituindo aquela dos estados nacionais e
blocos econômicos, e a característica relevante desta nova entidade, a dimensão cultural,
adquiriria maior importância em relação à militar, ideológica e também econômica. Esses seriam
os principais componentes a serem utilizados nas explicações dos eventos e conflitos globais,
assim como nas considerações e sugestões normativas para organizar o arranjo institucional do
sistema internacional.
4. a) Vantagens.

Para Moçambique, a participação numa organização inter-regional significa poder chegar a um


número de consumidores mais vasto, de forma mais facilitada e menos dispendiosa, pois as
trocas comerciais entre os países aderentes tende a intensificar-se e a reduzir os custos de
transacção resultantes da harmonização dos procedimentos jurídicos e dos quadros reguladores.
Na prática, significa que os planos da SADC relativos ao estabelecimento de uma União
Aduaneira poderão de facto beneficiar Moçambique e o tecido empresarial nacional, pela via do
aumento da quota de exportações na região. Todavia, e apesar de nos últimos dez anos ter havido
significativos desenvolvimentos no comércio.

Outra forma de ler as vantagens da integração regional passa pela evolução do investimento
estrangeiro nos países membros, que tende a intensificar-se como resultado da assinatura de
protocolos comerciais entre os vários governos. Em Moçambique, tem-se registado nos últimos
anos um aumento claro do investimento proveniente da SADC, nomeadamente o que tem origem
na África do Sul e que abrange vários sectores de actividade. Entre os mais relevantes está a
Sasol, maior empresa nacional, detida em 50% por capital sul africano, que opera no sector
energético; a Mozal (15% de capital sul africano), que se dedica à produção de alumínio; o
Banco Austral e o Standard Bank no sector bancário e as cadeias de distribuição Shoprite, Game
e Mica.

Desvantagem

do ponto de vista do "custo de oportunidade", Moçambique, assim como Angola e outros países
da comunidade da África Austral, têm recolhido poucos benefícios em pertencer a uma qualquer
organização de integração regional, como é o caso da SADC. A verdade é que hoje as trocas
comerciais de Moçambique com os restantes membros da comunidade são praticamente nulas.
As exportações para os países da SADC (quando excluída a África do Sul) representam cerca de
5% do bolo total e as importações não vão além dos 0,3%.
Mesmo assim, o Governo tem estado empenhado na integração regional, como sendo uma
maneira de evitar a marginalização na economia mundial e de introduzir mais eficiência no
sector produtivo interno. E é sob este testemunho e objectivo que Moçambique assumiu no
último Comité da SADC a presidência da comunidade. Contudo, os especialistas não deixam de
alertar para os riscos desta envolvência. Desde logo apontam reticências para o potencial efeito
prejudicial que a crescente concorrência regional possa vir a ter sobre o sector industrial, hoje
ainda muito fragilizado, visto a SADC encorajar especificamente os fluxos transfronteiriços dos
investimentos. Este risco é real, pois ao colocar em competição economias com diferentes graus
de desenvolvimento, a integração pode, se não for devidamente controlada e acompanhada,
aumentar o fosso entre os países mais avançados e os países mais pobres, potenciando a eventual
marginalização das economias menos desenvolvidas da região.

Desafios

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral enfrenta uma série de problemas que vão
além das variáveis macro-económicas. Desde as calamidades naturais - como é o caso de
situações de seca violenta - à elevada taxa de infecção do virus HIV e a pobreza extrema. A
erradicação destes e outros problemas estão entre as principais metas da comunidade.

Todavia, é importante destacar que o fluxo de investimentos registado nos últimos anos não se
deveu em exclusivo a qualquer protocolo comercial celebrado no seio da SADC. Mesmo assim, é
notório que todos estes investimentos "têm influência na criação de um ambiente propício à
integração regional, uma vez que contribuem para o aproveitamento de potencialidades
existentes no país e ainda para a capacitação e capitalização de pequenas e médias empresas
fornecedoras de serviços e produtos aos empreendimentos estabelecidos", refere o governo no
documento "Estratégia de Moçambique para o processo de integração regional na SADC".
5. A teoria monista se caracteriza pela unicidade da ordem jurídica interna e da internacional.
Esta teoria se dividiu em duas correntes. Uma se caracteriza pela primazia do direito
internacional sobre o direito interno; e a outra pela primazia do direito interno sobre o direito
internacional.

Isso quer dizer que, para a aplicação do direito internacional no direito interno, não é necessário
nenhum processo de transformação, ou seja, o direito internacional aplica-se imediatamente, pois
tanto um como o outro estaria apto a reger as relações dos indivíduos. logo, o do direito
internacional público seria o maior e o círculo do direito interno o menor, de modo que um esteja
dentro do outro, ou seja, “É dizer, não existem dois círculos contíguos que não se interceptam,
mas, ao contrário, dois círculos superpostos, (concêntricos) em que o maior representa o direito
Internacional que abarca por sua vez o menor representado pelo direito interno.”

Para os dualistas, o direito interno e o direito internacional são sistemas totalmente distintos, ou
seja, não há uma relação entre um direito e outro, pois cada um é independente de modo que não
há interferência. Isso quer dizer que, quando o representante do Estado, no nosso caso o
Presidente da República, assume um compromisso em âmbito internacional, participando de um
tratado ou convenção por exemplo, esse compromisso firmado no exterior, fica no Exterior, não
interferindo na esfera do direito interno.

Porém isso não quer dizer necessariamente que aquela norma nunca será aplicada em nosso
ordenamento pátrio. Para que ela comece a valer dentro do direito pátrio, ela precisa ser “aceita”
ou “adotada” pelo direito interno. Para os dualistas, o direito internacional está a serviço do
Estado e não o contrário, esse entendimento acaba por definir uma hierarquia entre os dois
ordenamentos jurídicos, destacando o direito interno como superior ao direito internacional. Por
esse motivo, caberia ao direito nacional, autorizar a incorporação da norma estrangeira ao seu
ordenamento.

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