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Código: 708191860
No que respeita a emergência do realismo, importa referir que, este movimento surge a
partir da segunda guerra mundial e teve como reprecursores Tucidedes e Maquiavel, pese
embora acreditar - se que a sua origem foi encontrada na obra de Nicolau Maquiavel,
denominado "o príncipe" que estabeleceu que as relações internacionais passavam a ser regidas
pelo grau de poder de cada estado. Também o movimento realista considerou que a politica
interna era diferente da politica internacional e que o estado era o único actor reconhecido.
E uma vez que os Estados procurarão sempre garantir que a situação internacional de poder não
lhes é desfavorável, a mesma realidade será dominada por um princípio de equilíbrio de poder.
Em lógica realista, a perpetuidade ou insuperabilidade de uma realidade internacional com estas
marcas explica-se ultimamente por referência à natureza humana. Ao equacionar assim a
realidade internacional, o discurso realista assumiu-se como um discurso desafiador, não apenas
do discurso idealista de relações internacionais, como também do discurso de Direito
Internacional5.
Com efeito, na sua distinção entre (des)ordem internacional explicável em razão da efectiva
desvinculação dos Estados a quaisquer normas não coincidentes com os seus interesses e ordem
interna de cada Estado, os realistas acabam por se inserir numa linha teórica bem identificável e
que genericamente se designa como tese negacionista do Direito Internacional (ou do Direito
Internacional como Direito em sentido próprio). Trata-se, esta, de linha com uma radicação clara
em hobbes, na medida em que este haja descrito a “lei civil” a única identificável com efectivo
Direito positivo, não por referência a um qualquer critério substantivo de validade, mas antes por
referência a uma autoridade normativa centralizada assistida por um aparelho coercivo,
relegando reflexamente o Direito Internacional para o plano da inutilidade ou mesmo da
inexistência enquanto Direito.
2.
Os princípios da bondade natural e da natureza cooperativa dos homens eram vistos como
organizadores do sistema internacional e, assim, da construção de arranjos institucionais que
pudessem dar-lhes corpo na comunidade das nações. Foi sob a égide dessa concepção que nasceu
a Liga das Nações. No entanto, a Segunda Guerra Mundial colocou sérias dúvidas sobre a
eficácia e a plausibilidade destas pressuposições para formular políticas capazes de elaborar uma
organização do sistema internacional que proporcionasse equilíbrio e estabilidade duráveis. A
partir de então, durante todo o período da Guerra Fria, a concepção realista predominou
praticamente incontestável e foi responsável pela formulação dos mais importantes quadros de
análise e explicações dos eventos internacionais. A concepção realista moderna assenta-se em
várias pressuposições: de que o Estado é a entidade básica do sistema internacional, que as
principais características destas entidades são o egoísmo e o interesse, que elas comportam-se no
sentido de otimizar esses interesses e que o método de equilíbrio do poder, juntamente com um
sistema de valores, funciona como um mecanismo pelo qual o sistema internacional se organiza
numa configuração de equilíbrio estável.
Neste contexto pretendo mostrar que Huntington não está desafiando o realismo político,
representado pelo que chama de paradigma da Guerra Fria, mas apenas modalidades ou
subparadigmas do próprio paradigma realista. Assim, minha tese central é de que sua concepção
não passa de uma outra modalidade de realismo político. Não passaria de um caso, um modelo,
ou ainda (para manter sua terminologia) um subparadigma do realismo político. Com o objetivo
de esclarecer a proposta de Huntington introduzo, inicialmente, uma concepção mais geral de
realismo político. Em seguida, apresento como modalidades ou modelos desta concepção básica
aquilo que se convencionou chamar de diferentes concepções de realismo político. Pode-se
ganhar em clareza e precisão sob este aspecto fazendo uso de uma outra linguagem a respeito de
concepções, além daquela centrada na idéia de paradigma.
Refiro-me portanto a uma concepção mais geral de realismo como "teoria realista da política
internacional" e às suas instâncias como "modelos" desta teoria. Faço uso intercambiável deste
dois tipos de linguagens: do paradigma e da teoria. Em seguida, faço uma exposição geral da
concepção de Huntington para um novo paradigma da política internacional e de sua defesa em
face das críticas apresentadas. Finalmente, elaboro minha tese, de que Huntington pode estar
propondo apenas um novo modelo de realismo político ou, para não fugir da sua semântica
metodológica, um paradigma interno (subparadigma) ao paradigma do realismo político e não
um paradigma competidor deste.
Defendo, assim, que Huntington pode estar deslocando, dentro do próprio realismo político, a
ênfase para uma nova unidade política, e trazendo para o primeiro plano o papel da dimensão
cultural nas questões de relação de poder entre essas unidades. Dessa forma, a unidade civiliza-
cional (a unidade básica para Huntington) estaria substituindo aquela dos estados nacionais e
blocos econômicos, e a característica relevante desta nova entidade, a dimensão cultural,
adquiriria maior importância em relação à militar, ideológica e também econômica. Esses seriam
os principais componentes a serem utilizados nas explicações dos eventos e conflitos globais,
assim como nas considerações e sugestões normativas para organizar o arranjo institucional do
sistema internacional.
4. a) Vantagens.
Outra forma de ler as vantagens da integração regional passa pela evolução do investimento
estrangeiro nos países membros, que tende a intensificar-se como resultado da assinatura de
protocolos comerciais entre os vários governos. Em Moçambique, tem-se registado nos últimos
anos um aumento claro do investimento proveniente da SADC, nomeadamente o que tem origem
na África do Sul e que abrange vários sectores de actividade. Entre os mais relevantes está a
Sasol, maior empresa nacional, detida em 50% por capital sul africano, que opera no sector
energético; a Mozal (15% de capital sul africano), que se dedica à produção de alumínio; o
Banco Austral e o Standard Bank no sector bancário e as cadeias de distribuição Shoprite, Game
e Mica.
Desvantagem
do ponto de vista do "custo de oportunidade", Moçambique, assim como Angola e outros países
da comunidade da África Austral, têm recolhido poucos benefícios em pertencer a uma qualquer
organização de integração regional, como é o caso da SADC. A verdade é que hoje as trocas
comerciais de Moçambique com os restantes membros da comunidade são praticamente nulas.
As exportações para os países da SADC (quando excluída a África do Sul) representam cerca de
5% do bolo total e as importações não vão além dos 0,3%.
Mesmo assim, o Governo tem estado empenhado na integração regional, como sendo uma
maneira de evitar a marginalização na economia mundial e de introduzir mais eficiência no
sector produtivo interno. E é sob este testemunho e objectivo que Moçambique assumiu no
último Comité da SADC a presidência da comunidade. Contudo, os especialistas não deixam de
alertar para os riscos desta envolvência. Desde logo apontam reticências para o potencial efeito
prejudicial que a crescente concorrência regional possa vir a ter sobre o sector industrial, hoje
ainda muito fragilizado, visto a SADC encorajar especificamente os fluxos transfronteiriços dos
investimentos. Este risco é real, pois ao colocar em competição economias com diferentes graus
de desenvolvimento, a integração pode, se não for devidamente controlada e acompanhada,
aumentar o fosso entre os países mais avançados e os países mais pobres, potenciando a eventual
marginalização das economias menos desenvolvidas da região.
Desafios
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral enfrenta uma série de problemas que vão
além das variáveis macro-económicas. Desde as calamidades naturais - como é o caso de
situações de seca violenta - à elevada taxa de infecção do virus HIV e a pobreza extrema. A
erradicação destes e outros problemas estão entre as principais metas da comunidade.
Todavia, é importante destacar que o fluxo de investimentos registado nos últimos anos não se
deveu em exclusivo a qualquer protocolo comercial celebrado no seio da SADC. Mesmo assim, é
notório que todos estes investimentos "têm influência na criação de um ambiente propício à
integração regional, uma vez que contribuem para o aproveitamento de potencialidades
existentes no país e ainda para a capacitação e capitalização de pequenas e médias empresas
fornecedoras de serviços e produtos aos empreendimentos estabelecidos", refere o governo no
documento "Estratégia de Moçambique para o processo de integração regional na SADC".
5. A teoria monista se caracteriza pela unicidade da ordem jurídica interna e da internacional.
Esta teoria se dividiu em duas correntes. Uma se caracteriza pela primazia do direito
internacional sobre o direito interno; e a outra pela primazia do direito interno sobre o direito
internacional.
Isso quer dizer que, para a aplicação do direito internacional no direito interno, não é necessário
nenhum processo de transformação, ou seja, o direito internacional aplica-se imediatamente, pois
tanto um como o outro estaria apto a reger as relações dos indivíduos. logo, o do direito
internacional público seria o maior e o círculo do direito interno o menor, de modo que um esteja
dentro do outro, ou seja, “É dizer, não existem dois círculos contíguos que não se interceptam,
mas, ao contrário, dois círculos superpostos, (concêntricos) em que o maior representa o direito
Internacional que abarca por sua vez o menor representado pelo direito interno.”
Para os dualistas, o direito interno e o direito internacional são sistemas totalmente distintos, ou
seja, não há uma relação entre um direito e outro, pois cada um é independente de modo que não
há interferência. Isso quer dizer que, quando o representante do Estado, no nosso caso o
Presidente da República, assume um compromisso em âmbito internacional, participando de um
tratado ou convenção por exemplo, esse compromisso firmado no exterior, fica no Exterior, não
interferindo na esfera do direito interno.
Porém isso não quer dizer necessariamente que aquela norma nunca será aplicada em nosso
ordenamento pátrio. Para que ela comece a valer dentro do direito pátrio, ela precisa ser “aceita”
ou “adotada” pelo direito interno. Para os dualistas, o direito internacional está a serviço do
Estado e não o contrário, esse entendimento acaba por definir uma hierarquia entre os dois
ordenamentos jurídicos, destacando o direito interno como superior ao direito internacional. Por
esse motivo, caberia ao direito nacional, autorizar a incorporação da norma estrangeira ao seu
ordenamento.