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Licenciatura em direito
Licenciatura em direito
1. Introdução............................................................................................................................ 4
CAPITULO I .............................................................................................................................. 5
2. Separação e Independência de Poderes, como pressupostos do Estado de Direito............. 5
2.3. A separação dos poderes .............................................................................................. 5
3. O Poder Legislativo em mocanbique .................................................................................. 7
3.3. Directrizes de actuação ................................................................................................ 8
CAPITULO II ......................................................................................................................... 9
4. O Poder Judiciário ............................................................................................................... 9
4.3. Funções principais da Justiça ..................................................................................... 10
CAPITULO III ......................................................................................................................... 11
5. O Poder Executivo ............................................................................................................ 11
6. Conclusão .......................................................................................................................... 13
7. Bibliografia........................................................................................................................ 14
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1. Introdução
A separação de poder é algo oposto à unidade de exercício de poder (concentração), que foi
uma das primeiras formas históricas do poder, como acontecia nas monarquias absolutas.
Segundo GOUVEIA vê a separação de poderes como um subprincípio do princípio do Estado
de Direito, a par de tantos outros, como é o caso do princípio da dignidade da pessoa humana,
por exemplo. Por sua vez, Marcello CAETANO entende que “a separação e a divisão dos
poderes foram concebidas como fórmulas práticas de obter a limitação efectiva do poder
político e a garantia dos direitos individuais”.
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CAPITULO I
Visando à actuação estatal livre de arbítrios e com respeito aos direitos fundamentais dos
cidadãos, a distribuição das funções estatais é efectuada de forma a permitir que cada órgão
actue com autonomia, mas sempre em harmonia com os demais, que lhes controlaria, sem,
contudo, invadir a esfera de competências próprias do fiscalizado. Estamos nos referindo à
separação dos poderes do Estado, cuja teoria, sistematizada por Montesquieu, remonta à
antiguidade.
Contudo, a teoria da separação de poderes sofreu deturpações ao longo do tempo. Seu real
conteúdo é resgatado por Wodon (1995) apud MENEZES,1992, p.255)3 e Visshcer (1992)
apud MENEZES, 1992, p. 256), cujos excertos transcrevemos a seguir:
I. Não é tanto à separação dos poderes – expressão que ele não emprega uma só vez que
Montesquieu dá importância para o estabelecimento da liberdade política, senão ao
seu equilíbrio, isto é, segundo sua expressão já posta em relevo, aquilo por que o
poder detém o poder.
Destarte, Montesquieu atribuía ênfase ao equilíbrio entre os poderes, de forma que eles
exercessem suas atribuições livremente, mas com constante fiscalização, fiscalização exercida
pelos outros poderes instituídos. Discorrendo acerca da separação de poderes, ocasião em que
se dedica à discussão acerca da tese que melhor se coaduna com a realidade, isto é, se se trata
de separação de poderes ou separação de funções, Clèmerson Merlin Clève (2000, p. 29-31)
tece as seguintes assertivas:
Função típica do Poder Legislativo em qualquer das esferas de governo, é cediço, é legislar.
Em outras palavras, sua função inerente é a elaboração de leis. De acordo com os abalizados
ensinamentos de Aderson de Menezes (1992, p. 250-251), o poder legislativo é o que tem a
função precípua de elaborar as leis, para a vida do Estado e conduta de seus jurisdicionados.
De qualquer maneira, o seu órgão, que nunca deixa de ser plural, representa permanentemente
a vontade popular na feitura das leis e na reclamação de outras medidas necessárias à causa da
colectividade. Não obstante isso, conforme afirmamos linhas atrás, os poderes estatais
exercem algumas funções que tipicamente pertencem a outro dos poderes instituídos. São as
funções atípicas.
A Assembleia da República corporiza um dos três pilares do poder de Estado, a saber, o poder
legislativo, consagrado constitucionalmente nos artigos 133 a 135 e subsequentes do capítulo
III. A Constituição da República define-a como sendo “o mais alto órgão legislativo na
República de Moçambique”. Constituído por Deputados eleitos por um sufrágio universal, ela
desempenhou em diferentes fases da história de Moçambique o papel congregador de
cidadãos de diferentes regiões e camadas sociais do país para materializar a noção de que “a
soberania reside no Povo”.
os escalões até a Assembleia Popular que era composta por 227 membros. Nesta época, as
eleições eram directas na base, isto é, para as Assembleias do Povo e indirectas nos restantes
escalões.
CAPITULO II
4. O Poder Judiciário
De acordo com a célebre separação dos poderes, cabe ao Judiciário dizer o direito, isto é,
dizer o direito aplicável às lides que lhe são postas. Trata-se da função jurisdicional, que lhe é
ínsita. Para Aderson de Menezes (1992, p. 252-253), função peculiar do poder judiciário é
julgar “as contendas derredor de direitos e interesses, fazendo a interpretação da lei e a
distribuição da justiça”. No tocante às funções atípicas do Poder Judiciário, podemos citar, à
guisa de exemplo, a organização dos serviços que lhe são inerentes e a nomeação de seus
próprios servidores.
Poder Judicial, ou Judiciário é algo que tem a ver, antes de mais, com Justiça, com
administração da Justiça. É possível elaborar uma visão da Justiça basicamente a partir de
dois ângulos ou perspectivas: institucional ou funcional.
A mais comum tem sido a que releva de um critério institucional, que é aquela que faz o
desenho da justiça a partir de organogramas, ou seja, da organização das estruturas e das
instituições da justiça, enfim, do(s) aparelho(s) envolvido(s) na administração da justiça. O
que vos proponho é que em vez de se abordar a justiça como conjunto de estruturas ou
instituições se aborde o sector a partir das funções que lhe estão cometidas, para verificar se
estas estão a ser cumpridas satisfatoriamente, por um lado, e se não, quais os reajustamentos,
reformas ou outras formas de mudança requeridas ao nível institucional para que as funções
sejam plenamente realizadas.
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I. A função jurisdicional;
II. O Ministério Público;
III. A representação e defesa (advocacia, patrocínio) do Estado;
IV. A investigação criminal;
V. A advocacia privada;
VI. O patrocínio e a assistência jurídica pública aos mais carenciados;
VII. A reeducação, reintegração e ressocialização dos delinquentes;
VIII. O controlo da constitucionalidade e da legalidade das leis e das normas;
IX. O controlo dos actos administrativos do Estado;
X. A fiscalização das contas públicas;
XI. A fiscalização da legalidade dos processos eleitorais.
Não temos como finalidade desta comunicação analisar todas estas funções, mas apenas as
principais, aquelas que são importantes para a caracterização e definição do Poder Judicial:
II. A função jurisdicional - De entre todas as funções, há uma que é essencial ao Poder
Judicial: é, sem dúvida, a função jurisdicional. O que é a função jurisdicional? Em
termos simples, significa a função de dirimir conflitos, resolver diferendos, solucionar
disputas, punir as violações a legalidade. Em suma, é a função que compete
geralmente aos tribunais, desde logo, aos tribunais judiciais comuns e aos demais
tribunais previstos na Constituição.
Sendo incumbência dos tribunais e dos juízes, concorrem, todavia, para o exercício da função
jurisdicional, como funções auxiliares, o Ministério Público, a defesa pública ou privada e
outras funções. Quais as questões que se colocam em relação à função jurisdicional no quadro
da administração da Justiça? São várias, contudo vejamos as mais importantes:
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I. Como garantir o acesso à justiça a todos os cidadãos para que estes possam defender e
exercer os seus direitos?
II. Como punir as violações à legalidade e reprimir os actos ilícitos criminais para
assegurar a paz social e fazer a prevenção criminal?
Além destes princípios comuns a várias ordens jurídicas, há ainda a considerar no caso
específico do nosso país:
CAPITULO III
5. O Poder Executivo
Superada essa fase, passando-se para o Estado social, em que há maior intervenção do Estado
na ordem económica, o Poder Executivo passou a acumular cada vez mais atribuições. O
Estado, então, assumiu a realização de obras de infra-estrutura e de assistência social; a
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Não obstante a assunção de maiores atribuições pelo Estado, a clássica divisão de poderes,
cuja sistematização tal qual a conhecemos hodiernamente foi elaborada por Montesquieu, não
foi abalada. Destarte, ao Poder Executivo cabe, ainda hoje, precipuamente, a função
administrativa, ou seja, a administração do Estado, nos limites estatuídos nas leis elaboradas
pelo Poder Legislativo. Esta é sua função típica. Na sempre abalizada doutrina de Aderson de
Menezes (1992, p. 251), “o Poder executivo é o que tem a função primordial de administrar a
coisa pública, aplicando a lei e adoptando outras providências subsequentes”.
À vista disso, uns preferem a expressão poder administrativo, enquanto outros propendem
para a expressão poder governamental, ambas as expressões também deixando a desejar,
porque se na sistemática estadual, a exacta acepção de governo compreende todos os poderes
políticos, também é certo que o legislativo e judiciário, e não somente o executivo,
desempenham misteres administrativos. (grifos do autor). Da mesma forma que ocorre com os
demais poderes instituídos, o Poder Executivo possui, além das funções que lhe são precípuas,
outras que não lhe são inerentes, designadas pela doutrina de funções atípicas.
6. Conclusão
Concluísse desta forma que a separação de poder é algo oposto à unidade de exercício de
poder (concentração), que foi uma das primeiras formas históricas do poder, como acontecia
nas monarquias absolutas. Sendo comummente aceite o princípio de que o poder, mesmo que
legítimo, tem de ser limitado, adoptam-se várias técnicas para o limitar, sendo uma delas a
divisão funcional do poder. Ela consiste na separação das três funções do Estado: a função de
legislar, de administrar (ou executar) e a de julgar, atribuindo-lhes três órgãos, ou grupos de
órgãos, reciprocamente autónomos que vão exercer tais funções com exclusividade.
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7. Bibliografia
NOVAIS, Jorge Reis, (1987). Contributo para uma Teoria do Estado de Direito: do Estado de
Direito Liberal ao Estado Social e Democrático de Direito, Almedina, Coimbra.
PEREIRA, António Pinto, (2013). Princípios Gerais de Direito, 1ª Edição, Coimbra Editora,
Coimbra.