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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
1 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ...................................................................... 4
1.1 Formas de Governo ........................................................................................ 4
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2.5 Poder Judiciário ............................................................................................ 39
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INTRODUÇÃO
Prezado aluno,
Bons estudos!
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1 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Nesses termos, Dalmo de Abreu Dallari define Estado como “a ordem jurídica
soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado
território. Nesse conceito se acham presentes todos os elementos que
compõem o Estado, e só esses elementos. A noção de poder está implícita
na de soberania, que, no entanto, é referida como característica da própria
ordem jurídica. A politicidade do Estado é afirmada na referência expressa ao
bem comum, com a vinculação deste a um certo povo e, finalmente, a
territorialidade, limitadora da ação jurídica e política do Estado, está presente
na menção a determinado território”. (DALLARI. p. 118. apud LENZA, 2021)
1) Monarquia:
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a) Vitaliciedade: O monarca não exerce seu poder por um determinado período de
tempo, mas sim enquanto viver ou mantiver condições de governar, podendo também
abdicar., pelo que o próximo da linha sucessória assumirá a posição.
2) República:
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a) Temporariedade: O chefe do governo recebe um mandato com determinado prazo
e, para evitar repetidas eleições da mesma pessoa criando similaridade com
monarquia, introduziu-se a vedação de reeleições sucessivas.
b) Eletividade: O chefe do governo é eleito pelo povo, pelo que a sucessão hereditária
ou qualquer forma que impossibilite o povo de participar das eleições não são
admitidas.
[...] embora não seja uma cláusula pétrea expressa, segundo a doutrina
francamente majoritária e segundo o Supremo Tribunal Federal, a República
é uma cláusula pétrea implícita. Até mesmo José Afonso da Silva, único
constitucionalista de escol que adotava posição diversa, mudou de opinião
em edições mais recentes de seu Curso de Direito Constitucional.
Segundo o autor: “Os fundamentos que justificam a inclusão da República
entre as cláusulas intangíveis continuam presentes na Constituição, que só
os afastou por um momento, a fim de que o povo decidisse sobre ela. Como
o povo o fez no sentido de sua preservação, todos aqueles fundamentos
readquiriram plena eficácia de cláusulas intocáveis por via de emenda
constitucional. Não se trata, no caso, de simples limitação implícita, mas de
limitação que encontra no contexto constitucional seus fundamentos, tanto
quanto o encontraria se a limitação fosse expressa”. Nesse mesmo sentido
posiciona-se Gilmar Ferreira Mendes: “A periodicidade dos mandatos é
consequência do voto periódico estabelecido como cláusula pétrea. Uma
emenda não está legitimada para transformar cargos políticos que o
constituinte originário previu como suscetíveis de eleição em cargos vitalícios
ou hereditários. Isso, aliado também à decisão do poder constituinte originário
colhida das urnas do plebiscito de 1993 sobre a forma de governo, gera
obstáculo a uma emenda monarquista” [...] (SILVA; MENDES. apud NUNES
JR., 2019)
- Estado Composto:
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1) Federação: Quando há divisão espacial de poderes (são repartidos no espaço
territorial), vários centros de poder autônomo convivem distribuídos regionalmente. É
regida por uma constituição e não pode ser dissolvida (não há direito de secessão).
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com uma pequena população, como, por exemplo, o Vaticano, que se tornou
soberano em 1929 com a assinatura do Tratado de Latrão.
a) Administrativa
Diz respeito aos serviços públicos. De acordo com Sahid Maluf, “embora
descentralizados em municípios, distritos ou departamentos, tais divisões são de
direito administrativo. Não têm esses organismos menores uma autonomia política”.
(MALUF. apud NUNES JR, 2019)
b) Política
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Como lembra José Luiz Quadros de Magalhães, “não é necessário se
reportar ao Poder central. [...] Quanto mais competências forem transferidas
para os entes descentralizados, mais ágil e mais democrática a
administração. A doutrina europeia tem ressaltado a necessidade da eleição
de órgãos dirigentes dos entes territoriais descentralizados como
característica essencial de sua autonomia em relação ao poder central”.
(MAGALHÃES. apud NUNES JR., 2019)
- Estado Regional: Menos centralizado que o Estado Unitário, mas sem chegar ao
extremo da descentralização federal. É uma forma intermediária, tentando conciliar a
ideia de descentralização ou autonomia. Geralmente tem subdivisões territoriais
chamadas regiões. Também é frequentemente referido como um Estado Unitário com
autogoverno.
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distribuem nas partes menores da nação, "de cima para baixo". Ao contrário ocorre
um grau de organização “de baixo para cima” no modelo autônomo de forma a
oferecer às unidades autônomas um maior grau de representação. As províncias se
unem para formar uma região e, por meio de uma assembleia, elaboram o seu estatuto
de autonomia, que assumirá todas as competências delegáveis pelo poder central (as
que a região não aceitar, permanecem com o poder central nacional). Esse estatuto
deverá passar pela aprovação do Parlamento espanhol.
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1.2.1 Características da Federação
Com as formas apresentadas, passemos então a um melhor detalhamento da
forma federativa, a adotada atualmente no Brasil.
A palavra "federação" vem do latim foedus, foederis, que significa pacto, aliança.
A federação se caracteriza pela coexistência de um poder soberano e várias forças
políticas autônomas unidas por uma constituição. Ou seja, os entes são autônomos,
mas ao contrário da confederação, existe apenas um poder soberano.
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1.2.2 Os entes federativos do Brasil
1.2.2.1 União
1.2.2.2 Estados-membros
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art. 1º, I a V; art. 2º, art. 3º, I a IV; art. 4º, I a X; art. 5º, I, II, III, VI, VIII, IX, XI, XII, XX,
XXII, XXIII, XXXVI, LIV E LVII; arts. 6º a 11, art. 93, I a XI; art. 95, I a III.
2) Autogoverno
3) Autoadministração
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a) Incorporação ou fusão: Dois ou mais Estados se unem sob um nome diferente, a
personalidade jurídica original de cada um se extingue e uma nova é criada.
1.2.2.3 Municípios
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1.2.2.3.1 Formação dos Municípios
1) Criação de Lei Complementar Federal que, de forma geral, estipula o prazo possível
para a constituição de novos municípios. A lei ainda não foi editada, pelo que o § 4 do
art. 18 possui eficácia limitada, dependendo, portanto, da complementação.
2) Lei ordinária federal que define os requisitos gerais aplicáveis, bem como a
apresentação e a publicação de estudos de viabilidade municipal.
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22, XVII (O Poder Judiciário do DF é gerido pela União, o que limita sua autonomia).
Também, é vedado ao DF se dividir em municípios (art. 32, caput).
1.2.2.5 Territórios
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Diante de tal princípio, quatro pontos são estabelecidos:
Competência Administrativa:
MORAES, 2020.
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Aos Estados cabe a competência remanescente, logo, o que não for da União
(art. 21), dos municípios (art. 30) e nem de competência comum (art. 23), é
competência dos Estados. Dessa forma, é conferido ao Estado uma maior autonomia,
já que a competência da União é numerus clausus e a dos Estados é aberta,
excetuando-se assim, apenas o previsto constitucionalmente (rol taxativo).
A teor ao art. 22, parágrafo único, a União pode delegar aos Estados matérias
legislativas privativas de sua competência. Para isso, deve respeitar três requisitos:
1) Requisito formal: A delegação deve ocorrer via lei complementar (votada por
maioria absoluta no Congresso Nacional)
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3) Requisito implícito: Pelo art. 19, III, é vedado o tratamento preferencial entre os
entes federativos, de modo que, ao delegar competências legislativas, a União deve
fazê-lo indistintamente para todos os Estados membros, sob pena de violação do
princípio da igualdade.
a) Cumulativa: Não há limitações entre os entes, todos eles legislam livremente sobre
questões concorrentes.
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O rol do art. 24 é taxativo e suas matérias não podem ser delegadas aos demais
entes.
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responsáveis pela edição das normas de transito e transporte intermunicipal (art. 25,
§ 1) - Competência remanescente.
Ex.: Ordenação de uso do solo, coleta de lixo, polícia das edificações, horário de
funcionamento do comércio local, etc.
d) Competência suplementar
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Logo, compete ao DF: Editar a própria lei orgânica (art. 32, caput), a
competência remanescente dos Estados-membros (art. 25, § 1º), a delegada pela
União (art. 22, parágrafo único), a concorrente-suplementar dos Estados-membros
(art. 24, §§ 2º e 3º), a enumerada do município (art. 30, I, II a IX) e a suplementar do
município (art. 30, II).
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- Sistema diretorial
- Parlamentarismo
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Poderes. Já o Chefe de Governo, figura central desse sistema, exerce o Poder
Executivo. É comumente indicado pelo Chefe de Estado e deve ser aprovado pela
maioria dos membros do parlamento.
- Semipresidencialismo
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“parece seguro que a Constituição Portuguesa de 1976 não acolheu uma
forma de governo ‘quimicamente pura’ (presidencialismo, parlamentarismo)
antes procurou articular dimensões próprias de várias formas de governo”.
O sistema português tem traços do regime parlamentarista (autonomia do
governo – liderado pelo Primeiro-Ministro; responsabilidade ministerial, com
a possibilidade de moção de censura pelo Parlamento) e traços do regime
presidencialista (Presidente da República eleito pelo voto popular; veto
político do Presidente da República). No sistema português, o chefe de
governo é o Primeiro-Ministro, enquanto o Presidente é o chefe de Estado.
Segundo Canotilho, há uma interdependência que caracteriza as relações
entre o Presidente da República e o Primeiro-Ministro (e, através dele, o
governo): “o Primeiro-Ministro, embora responsável politicamente perante o
Presidente da República, é definidor de uma política governamental
autônoma, pode-se dizer que há uma interdependência institucional entre
Presidente da República e Primeiro-Ministro com autonomia governamental”.
(CANOTILHO. apud NUNES JR., 2020)
- Presidencialismo
c) O Presidente é eleito pelo povo: Em regra, por sufrágio direto, embora haja o
exemplo do presidencialismo estadunidense onde a eleição é feita por Colégios
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Eleitorais, o que pode impedir que o candidato detentor de mais votos da população
se eleja, por não possuir a maioria de votos entre os delegados.
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O governo é ‘irresponsável’ e o parlamento ‘indissolúvel’. Daí o afirmar-se que
os poderes são poderes separados. De todo o modo, existem alguns
elementos de ‘contrapeso’: o Presidente pode ser destituído através do
processo de impeachment e o Senado tem de dar o seu assentimento à
nomeação dos secretários de Estado e altos funcionários do Executivo. Por
sua vez, o Presidente dispõe do direito de veto relativamente aos atos
legislativos mas com possibilidade de superação do veto político por cada
uma das câmaras através de deliberação” por quórum qualificado.
(CANOTILHO. apud NUNES JR., 2020)
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nova mudança ao parlamentarismo. Ademais, entende-se doutrinariamente que tal
mudança dependeria de aprovação popular (plebiscito ou referendo).
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conhecido sistema de freios e contrapesos (um poder tem fundamento para resistir à
influência negativa dos outros e para conter os exageros alheios). Tudo isso garante
a permanência da separação de poderes e do sistema democrático (evita-se o
autoritarismo de um único poder).
As mesas são eleitas entre seus membros e por eles mesmos, para mandato
de 2 anos, não sendo possível reeleição para o mesmo cargo.
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2.3.2 Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados é composta pelos representantes do povo eleitos
para um mandato de quatro anos pelo sistema de representação proporcional ao
número de eleitores de cada Estado e do DF.
2.3.4 Funções
Ao repartir os poderes, a Constituição deu a cada um dos Poderes funções
típicas e atípicas.
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Funções atípicas: Administrar e julgar. O próprio Congresso se administra
internamente, ditando as regras sobre suas operações internas, cargos e promoções.
A função julgadora ocorre, por exemplo, ao julgar o Presidente da República por crime
de responsabilidade.
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Repristinação: Fenômeno que ocorre quando uma lei revogada por lei posterior, tem
sua validade reafirmada por uma legislação mais recente ou por uma que revogue
aquela que a revogou. Não existe no Direito Constitucional brasileiro. As normas
revogadas não retornam. No entanto, existe a possibilidade na LINDB – Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro, art. 2°, § 3°: “Salvo disposição em
contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.”
(Grifo nosso)
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5) Determinação de buscas e apreensões (podem determinar às polícias a realização
de buscas de elementos probatórios).
O TCU tem sede no DF, com suas funções dispostas no art. 71.
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2.4.1 Presidente e vice-presidente da República
2.4.1.1 Eleições
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República [...]
(BRASIL, 1988)
2.4.1.2 Posse
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No caso da vacância, os substitutos serão provisórios até a realização de nova
uma eleição direta no prazo de 90 dias. No entanto, se ela ocorrer nos últimos dois
anos do mandato, a eleição para presidente e vice deverá acontecer 30 dias após a
abertura da última vaga e não serão eleitos por voto popular, mas sim pelo Congresso
Nacional (única hipótese de eleição indireta no Brasil).
XVIII - Convocar e presidir o Conselho de Defesa Nacional (parte final do inciso XVIII)
XVI - Nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição (primeira parte
do inciso XVI)
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legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização
nacional
XXII - Permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente.
III - Iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução
XII - Conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei
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XIV - Nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Governadores de Territórios,
o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros
servidores, quando determinado em lei (parte do inciso XIV)
XVII - Nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII
XXVI - Editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62
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2.4.1.4 Atribuições do vice-presidente
2) Sucessão em caso de vaga do Presidente (art. 79). A vaga, por sua vez, ocorre em
casos de falecimento, renúncia, extinção ou cassação do mandato;
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Há, ainda, outras atribuições distribuídas na Constituição e na lei (art. 87,
parágrafo único), também, “a lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e
órgãos da administração pública” (art. 88).
No entanto, a Constituição determina em seu art. 5º, XXXV, que nenhuma lesão
ou ameaça aos direitos não será excluída da apreciação do judiciário. Portanto, a
autoridade judiciária exerce o monopólio da aplicação da lei, exceptuando a utilização
apenas quando for opção da parte interessada (ex.: processos administrativos e
arbitrar).
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Competência recursal: art. 102, II e II;
Membros: Os Ministros do STF são nomeados pelo Chefe do Executivo (art. 101,
parágrafo único).
Membros: Os Ministros do STJ são nomeados pelo Chefe do Executivo (art. 104,
parágrafo único).
a) TRF:
Membros: Compostos por juízes do TFR (concursados conforme art. 93, I) + 1/5 dentre
advogados e membros do Ministério Público Federal, nomeados pelo Presidente da
República (art. 107).
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2ª Região (Rio de Janeiro e Espírito Santo)
b) Juízes Federais:
Membros: Juízes com ingresso na carreira por meio de concurso público (art. 93, I).
Membros: Os Ministros do TST serão nomeados pelo Chefe do Executivo (art. 111-
A), e os juízes têm ingresso na carreira por meio de concurso público (art. 93, I).
A competência dos Tribunais deve ser conferida por Lei Complementar (art.
121). E os membros do TSE são escolhidos nos termos do art. 119 (eleição pelo pleno
do STF) e do TER pelos do art. 120.
A competência também é definida por lei (art. 124), e seus membros são
Ministros do Superior Tribunal Militar (STM), nomeados pelo Chefe do Executivo (art.
123), e os juízes tem seu ingresso por concurso público (art. 93, I).
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- Dos Tribunais e Juízes dos Estados
- Nomeação pelo Chefe do Executivo: Ministros do STF (art. 101, par. único), STJ (art.
104, par. único), TST (art. 111-A) e STM (art. 123, par. único), Juízes do TRF (art.
107).
O magistrado não poderá ser removido ou promovido a não ser por interesse
próprio, quando houver possibilidade no quadro da carreira ou por motivo de interesse
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público, na forma do art. 93, VIII (decisão por voto da maioria absoluta do respectivo
tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa).
3) Irredutibilidade de subsídio:
Ressalvado o teto salarial dos Ministros do STF, ou seja, os juízes que estejam
acima do teto poderão ter seus subsídios reduzidos.
Teto salarial:
4) Proibições:
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3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 36 ed. São Paulo: Atlas, 2020.
NUNES JÚNIOR, Flávio Martins Alves. Curso de Direito Constitucional. 3 ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2019.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo:
Malheiros, 2013.
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