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Conteúdo

1. As formas de governo.......................................................................................................2
2. Os regimes políticos.........................................................................................................3
Tipos de governo..................................................................................................................3
Vantagens e inconvenientes.................................................................................................4
3. Os sistemas de governo....................................................................................................5
V - REPRESENTAÇÃO POLÍTICA, PARTIDOS POLÍTICOS E SISTEMAS ELEITORAIS.........................12
1. A representação política.................................................................................................12
2. Sistemas eleitorais..........................................................................................................14
3. Partidos políticos................................................................................................................24
1. As formas de governo
Formas de governo são uma categoria ou pouco abrangente ou excessivamente abrangente.
Atualmente, não nos diz muito, é uma leitura que diz respeito à instituição do Chefe de Estado
e assenta na contraposição entre monarquias e repúblicas.

Jorge Miranda olha para as organizações políticas a partir de alguns critérios: legitimidade,
representação, participação política, separação de poderes e pluralismo. Vitalino Canas
acrescenta o critério da ideologia.

Com base nos critérios, analisamos a forma como as comunidades políticas estão
organizadas. Há tipologias de formas de governo mais complexas, e sobrepõe-se à classificação
dos regimes políticos, variedade de formas de organização política.

Pegando nos critérios, Jorge Miranda divide as formas de governo em:

Monarquias absolutas – forma dominante antes da Revolução Francesa no contexto


europeu. Legitimidade tipo monárquico. Sem separação de poderes.

Governo Representativo Clássico/Liberal - antecedente das democracias representativas - a


partir da Revolução Francesa, típicos do séc. XIX: Legitimidade democrática, liberdades
políticas e representação política, direitos e liberdades políticas são muito importantes, tem
direito ao voto, sufrágio censitário, limitado aos homens, nem todos estão habilitados a
participar. Separação de poderes: o poder pertence a todos mas todos não podem exercer o
poder então escolhem os seus representantes. Estes representantes exercem o poder em
nome do povo, o mandato representativo: os representantes, os que são eleitos representam
todo o povo e não o círculo eleitoral. Renovação, eleições para as pessoas serem renovadas
nos órgãos. É o modelo típico do estado liberal.

A democracia Jacobina é a forma de governo com características próprias (em Rosseau,


temos o período da convenção em França que se manifestou numa constituição). Há
legitimidade democrática, mas é quase levada às últimas consequências, não há a ideia de
representação (ou seja, a ideia de que o povo tem o poder e deve de manter o poder, o povo
deve tomar decisões diretamente). Rejeitasse a ideia de representação e a ideia de separação
de poderes (o poder máximo deve caber ao povo através de uma assembleia que por sua vez
deve ter todos os poderes), concentração de poderes as assembleias. Limitação, e não havia
pluralismo político.

Governo tipo Cesarista - forma de governo inspirada por Napoleão, que introduziu - inspirado
em Júlio César. Assenta na soberania popular, legitimidade democrática. Há concentração de
poderes no imperador, apesar de formalmente não se rejeitar a separação de poderes, na
prática há concentração. Limitação de liberdades pessoais. Ideia de representação mitigada
porque as decisões são submetidas a consultas populares que são uma forma de garantir a
legitimidade do Chefe de Estado, do Imperador - são utilizadas para que as pessoas
manifestem o seu apoio ao governante que mostra a lógica unilateral do poder (ex.: uma
constituição é feita e proposta e o povo só aceita).

Monarquia Limitada: baseada no critério de legitimidade tipo monárquico, o monarca tem


poderes mas estão limitados porque aceitou autolimitar-se designadamente através de
constituições (Cartas Constitucionais - cartas dadas pelo Monarca). É parecido com o governo
representativo clássico, mas a diferença é o princípio de legitimidade (Democracia - Governo
Representativo Clássico) o rei tem mais relevância, ainda tem um poder político importante
mas partilha o seu poder com o parlamento (que representa a comunidade), ainda não é um
governo representativo. Típica da Alemanha e da Áustria no séc. XIX.

Democracia Representativa - modelo dominante na europa e no ocidente desde a 2gm. A


Legitimidade reside no povo, o povo escolhe os seus representantes. A representação política
é central. Representantes escolhidos por eleições, o sufrágio é universal, universalização do
sufrágio. Os partidos são importantes na organização política. Há pluralismo e a lógica da
maioria do poder e a minoria, ideia de alternância. A eleição serve para escolhermos também
formas de governo e decisões. Há a separação e interdependência de poderes - "regime
político democrático".

Governo Leninista - modelo russo instaurado com a revolução de 1917 e que se difundiu.
Legitimidade, o poder pertence ao povo, à classe trabalhadora. Não há deia de representação.
Há concentração de poderes, formalmente nos sovietes mas, na realidade o Partido Comunista
que é o dinamizador da vida política, governa o país. Centralismo democrático: há órgãos
eleitos, mas na verdade temos um sistema fortemente centralizado que não permite
pluralismo e onde vigora uma concentração de poderes e uma rejeição do pluralismo político

Governo Fascista - o paradigma é o italiano e o alemão; fascismos peninsulares


(modalidades + atenuadas). Não há legitimidade democrática popular, o poder pertence à raça
eleita ou ao Estado [que é o bem supremo]. Não há separação de poderes. Não há pluralismo

Governo Islâmico fundamentalista - República do Irão 1979. Comunidade política por


referência à comunidade de crentes. A legitimidade pertence às pessoas que partilham a fé.

2. Os regimes políticos
Um regime político é um tipo de forma política. Uns afirmam que traduz a ideia de direito
existente numa comunidade; outros dizem que tentam compreender qual a fonte de
legitimidade. Os tipos de governo estudam-se na CP, e são uma forma de relacionar
governantes e governados. Ao longo das HIP, foram dadas várias classificações.

Tipos de governo
A forma de governo pode ser dividida em duas acessões: institucional ou complexa.

Atualmente, utilizamos a forma institucional de governo: de acordo com esta classificação


simples, contrapõe-se monarquia e república; tem em conta o chefe de Estado, consoante são
ou não eleitos. Esta distinção torna-se visível, sobretudo, a partir do séc. XX. Até ao séc. XVIII, a
monarquia era o governo de um só (governo de um, associado à ideia de uma pessoa que
governa por si próprio e detém o poder a quem os súbditos devem obediência).

As monarquias absolutas foram concentrações de poderes com muito poucas limitações.


Com as monarquias constitucionais (com uma constituição a limitar o poder), o titular do
poder é o povo, e há vários órgãos que governam para o povo. Assim, nesta altura, surge o
conceito de monarquia limitada ou monarquia constitucional. O monarca passa a ser um órgão
ao lado de outros órgãos. A legitimidade do chefe de Estado continua a existir, mas ele ou é
designado de forma hereditária ou de forma a ser designado por via eleitoral.
Ou o monarca é um órgão ao lado dos outros, o seu poder está limitado; nuns casos, o poder
está mais acentuado e, noutros, menos acentuado. Este princípio monárquico vai-se atenuado
e, em resultado, as monarquias e as repúblicas têm como principal diferença a forma de
designação do chefe de Estado.

Atualmente, contrapõe-se monarquia e república com base na legitimidade e no período de


cargo. Na república, o representante é eleito de forma eleitoral; na monarquia, o chefe de
estado é designado por via hereditária.

Associada a esta, temos o modo de exercício: numa monarquia, é tipicamente vitalício (a


menos que o chefe morra ou renuncie mantém-se no poder); em república, o chefe de Estado
é eleito por um determinado período predefinido.

Vantagens e inconvenientes
O chefe de estado em monarquia permite a estabilidade. Contudo, pode ser uma
desvantagem – as vantagens da monarquia podem ser vistas como os inconvenientes da
república. O povo não pode escolher os governantes na monarquia.

O mais compatível com o princípio democrático é a forma republicana de governo. Contudo,


pode-se contra-argumentar, dizendo que, atualmente, muitas monarquias têm chefes de
Estado monárquicos sem poder político efetivo. Este órgão é designado por uma via efetiva,
hereditária. Há quem olhe para a república como uma determinada forma de exercer o poder,
com eleições periódicas, respeito pelos Direitos Fundamentais e prestação de contas pela
forma como se exerce o poder. Assim, a república aproxima-se muito da democracia.

No entanto, no Estado Novo, tínhamos uma república que não era democracia.

Correntes republicanistas ou neorepublicanistas

O princípio do Estado laico é o princípio no qual as repúblicas são sistemas em que o Estado é
laico.

No art.º 288º, verificamos que é a forma republicana de governo a do nosso país. Não se usa,
na constituição, a denominação de “chefe de Estado”, mas “presidente da república”. Quem
pertenceu a uma família que reinou não pode ser chefe de Estado (algo que estava presente
na constituição de 1911, mas na de 76 não há nada semelhante, por causa do princípio da
igualdade). As pessoas não devem eternizar-se no poder (art.º 118) – separação temporal de
poderes (o poder não deve estar sempre concentrado na mesma pessoa, evitando que o poder
se concentre e que os titulares “abusem”, é uma técnica de limitação do poder). A única
exceção são os antigos presidentes da república no conselho de Estado.

Há quem entenda que continua a fazer sentido utilizar as formas de governo, mas de uma
forma mais complexa. Por exemplo, o prof. Jorge Miranda entende que, para classificarmos
uma forma de governo, temos de utilizar critérios já conhecidos: legitimidade, existência ou
não de separação de poderes e pluralismo e a representação política (perceber se as pessoas
participam no poder e estão representadas no poder). Atualmente, predominam formas de
legitimidade democrática. O poder pertence ao povo de forma a traduzir o que entende que
deve ser o governo: limitado e respeitando os direitos fundamentais. Durante muito tempo, a
conceção foi a de que o monarca era absoluto e devia governar porque era ele que sabia o que
era melhor para o povo.
Há entendimentos diferentes quanto à liberdade política e ao pluralismo. Há regimes que
reconhecem expressamente pluralismo e outros que não o reconhecem, como regimes
comunistas. Sabe-se que, em regimes totalitários e autoritários, há compressão do pluralismo.
O reconhecimento constitucional mostra esta ideia de alternância (quem, num determinado
momento, é maioria, pode não ser no momento seguinte – art.º 114/2). A própria constituição
dá direitos às minorias parlamentares importantes no funcionamento do parlamento.

Em relação à participação política, os sistemas podem permitir ou não a participação. As


democracias são tipicamente representativas, sendo através da eleição que se manifesta esta
representação. Para haver representação política, ela pode ser feita pelos partidos políticos,
isso pode afastar as pessoas do poder, porque sentem que há uma barreira entre elas e o
poder. Para haver participação política, são necessários direitos políticos, como o sufrágio e
liberdades em geral.

Por fim, a separação de poderes, princípio estudado desde Montesquieu, já não é


interpretada como era no autor. Com o desenvolvimento do estado social, esta separação de
poderes tornou-se mais complexa. Podemos ter a mesma função a ser desempenhada por
vários órgãos e um órgão a ter mais do que uma função (por exemplo, o parlamento português
tem a função executiva e legislativa, dividida entre parlamento e governo e parlamentos das
RAs). A mesma função está repartida por vários órgãos, e o mesmo órgão pode ter várias
funções. Faz todo o sentido continuar a estudar a ideia da separação de poderes, pois o poder
não deve ser concentrado e os órgãos controlam-se de forma recíproca. O núcleo fica lá, mas
tornou-se mais complexa. Por exemplo, os parlamentos são os órgãos legislativos por
excelência, e os tribunais têm, por excelência, a função de aplicar a justiça, embora possam
estar organizadas de uma forma mais complexa.

3. Os sistemas de governo
SISTEMAS DE GOVERNO

É a classificação que atende as relações que se estabelecem entre os órgãos de governo, ou


seja, entre os órgãos que detêm funções políticas. É uma classificação interna - olhamos para
dentro do poder política.

Classificação restrita interna: deixamos de parte a função judicia e olhamos para os órgãos que
exercem o poder: Assembleias, Parlamentos; Governos; Chefes de Estado - em relações
diferentes entre si.

Vemos as relações entre os órgãos da função política, olhando quer as normas que definem
os seus poderes quer à realidade política (dimensão jurídica – as normas), mas também a
realidade política (o que cada órgão efetivamente faz, e como a dinâmica da vida política
influência o funcionamento do sistema). As normas são as mesmas mas a forma como a
realidade política se desenvolve pode variar. Análise jurídico-constitucional e Ciência Política

CRITÉRIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES

Sistemas de governo com separação e interdependência de poderes. Temos países que


adotam a separação de poderes mas que se organizamos internamente de forma diferentes.

Separação de poderes + Relação que se estabelece entre os órgãos do sistema de poder


Vemos que órgãos estão dependentes, que órgãos nomeiam outros, que órgãos prestam
contas a outros (= Responsabilidade Política: critério que traduz a ideia se um órgão está
obrigado a prestar contas a outro e perceber se o outro órgão tem a confiança no órgão que
lhe presta as contas - ex.: quantas vezes o governo vai à Assembleia da República, realizar
reuniões; presença do governo na Assembleia da República para debate - manifesta a relação
de prestação de contas e a dependência do Governo perante o Parlamento).

JORGE MIRANDA - estabelecer os modelos e tentar concretizar nos países-tipo tendo em conta
que a realidade é muito mais rica.

COM SEPARAÇÃO DE PODERES, temos o poder concentrado num órgão e a responsabilidade


política é menos complexa: todos o outros órgãos que existam estão dependentes dele.

PRESIDENCIAL: Sistema dualista. Só temos dois órgãos de governo. Chefe de Estado e


Parlamento. Tem a sua matriz no sistema dos EUA. Não há distinção entre Chefe de Estado e
Governo. Há governo mas não é um órgão autónomo, é um conjunto de secretários que
auxiliam o Chefe de Estado. O Chefe de Estado é o chefe do executivo (designa o presidente e
os seus ministros). O Presidente tem poderes - forma de eleição - eleito democraticamente,
tem legitimidade democrática. Se é eleito e o Parlamento também o é, eles tem o mesmo tipo
de legitimidade. Nos EUA, o Chefe de Estado não é eleito diretamente, é eleito por um colégio
eleitoral (na prática funciona como um sistema de eleição praticamente direta). O presidente é
eleito e está na base do estatuto de poderes reforçados. Não respondem reciprocamente, não
há relações de responsabilidade política entre eles: o executivo não é responsável perante o
parlamento nem vice-versa. Há mecanismos de interdependência e a possibilidade de o
Parlamento responsabilizar o Chefe de Estado, por exemplo de violar a constitucionalidade. O
Parlamento não pode destitui o Presidente por ele achar que não está a governar bem.
Separação e interdependência de poderes. MAURICE DUVERGER fala num casamento sem
divórcio: no Sistema Presidencial, o poder legislativo e governamental estão separados. Temos
dois poderes fortes e pode acontecer que a maioria de suporte ao Chefe de Estado não tenha
representação maioritária no parlamento - como compatibilizamos dois órgãos. Modalidades:
sistema americano é um sistema presidencial perfeito. O único órgão constitucional é o
Presidente que é coadjuvado pelos Ministros. Há sistemas que prevê Ministros com poderes
próprios ainda que estejam totalmente dependentes do Chefe de Estado - Sistemas
Presidencialistas Imperfeitos. América Latina, África. Funciona de forma mais instável e tem
um risco pois há o reforço dos poderes dos presidentes e a certa altura o sistema funciona
como um Sistema Hiper Presidencialista. Alguns autores afirmam que o sistema pode mudar
no sentido ditatorial - sentido de concentração de poderes do presidente.

Sistema parlamentar

Em termos históricos, a origem é o parlamentarismo britânico. Muitos sistemas adotam o


parlamentarismo - Espanha e Itália. Do ponto de vista ?, Monarquias adotam o sistema
parlamentar - do ponto de vista de forma de governo é uma Monarquia que estabelece a
legitimidade do Chefe de Estado mas que não tem poderes para governar. Como
características, assenta no Chefe de Estado (que existe mas não é politicamente ativo), sobre o
Governo e o Parlamento. A relação política é entre o Governo e o Parlamento: o Governo é
única e exclusivamente responsável perante o Parlamento = a relação de confiança política e
confiança pública fundamental é a que existe entre o governo e parlamento. O Governo sai do
Parlamento = o governo forma-se de acordo com os resultados das eleições parlamentares.
Não há eleições para o Governo mas há eleições para o Parlamento. Muitas vezes exige-se que
os membros do Governo tenham sido candidatos às legislativa. Governo indireto - não foi
eleito, o órgão eleito é o Parlamento mas os ministros saem do parlamento, ou seja, foram
candidatos ou eleitos deputados - indiretamente, apesar de não terem sido eleitos ministros,
foram sufragados pelo povo. Não há hierarquia no executivo: o Chefe de Estado não é Chefe
de Governo. São órgãos autónomos. Quem tem efetivamente os poderes governativo é o
Governo - exemplo britânico: mudando o centro da atividade política do rei para o governo.
Referendo Ministral - o governo assina os atos do Chefe de Estado e responsabiliza-se pelos
atos lei - o rei não nasce sozinho porque o governo assume a responsabilidade dos atos, o rei
nunca age sozinho. "The king reins but does not rule" - o rei governa mas não manda. O Chefe
do Governo normalmente é o líder da maioria parlamentar, o parlamento pode fazer cair o
governo - o Governo depende da confiança do Parlamento. O Chefe de Estado não tem de ser
um rei, mas pode ser eleito (quando é eleito, muitas vezes é eleito pelo parlamento - não tem
legitimidade democrática direta. Se tiver legitimidade democrática direta, faz sentido que
tenha mais poderes (ex.: sistema português). Se não tiver legitimidade democrática direta, é
coerente que não tenha tantos poderes, tem alguns poderes mas são poderes que não exerce
autonomamente: poder de dissolver o parlamento, mas depois percebemos que o poder é
exercido a pedido do Governo ou então que é um poder referendado do Governo; os poderes
que tem não são efetivos.

O problema do sistema parlamentar

Instabilidade governativa: o Governo está sempre dependente do Parlamento. Fatores que


fazem com que o sistema seja instável: o Governo é responsável perante o Parlamento, se no
Parlamento houver muitas forças políticas, pode haver instabilidade. Se as forças políticas se
juntarem, podem expulsar o Governo. Mas se os partidos políticos que apresentam maioria
absoluta for de acordo com a política do governo, é mais difícil fazer com que o governo caia.
Pode funcionar de formas diferentes de acordo com o sistema partidário. Se houver uma
fragmentação partidária, um governo nunca tem uma força de estabilidade. Estabilidade pode
ser resolvida através de um sistema de partidos que podem ser bipartidários: permitem ao
governo governar com uma base sólida no parlamento. Caindo um Governo, é necessário um
novo governo - uma das formas de evitar o uso obstrutivo das moções de censura é exigir que
se apresente uma alternativa à moção de censura também, ou exigir que a moção de censura
seja apresentada por um determinado número de deputados. Mecanismos de racionalização:
mecanismos destinados a evitar a instabilidade.

Modalidades: (i) sistemas parlamentares puros ou de assembleia (o ascendente está na


Assembleia) - a primazia cabe ao Parlamento que tem mais formas de controlar o Governo,
bloqueando a sua ação, mas o Governo não pode dissolver o Parlamento. Dado que o Chefe de
Estado não tem grandes poderes, não pode também dissolver o Parlamento. Pode gerar
instabilidade política (ex.: constituição de 1911). É um sistema parlamentar só que o
Parlamento tem mais poderes e pode destabilizar constantemente a ação do Governo.
Continua a haver divisão de poderes; (ii) Sistemas parlamentares de gabinete
(gabinete=governo) (ex.: britânico) - o ascendente está no Governo e na figura do primeiro-
ministro que tem grandes poderes. É um sistema em que muitas das decisões passam pelo
Parlamento, mas o fulcro da vida política é o primeiro-ministro e o seu gabinete [Governo] (o
primeiro-ministro é o partido que vence as eleições). O Parlamento governa com o governo e
não tem quase nenhuma autonomia; (iii) Sistema parlamentar racionalizado (para evitar a
instabilidade) - é um sistema parlamentar só que dá alguns poderes a alguns órgãos para
manter a estabilidade: permite ao Chefe de Estado intervir em alguns casos para evitar que o
Parlamento desestabilize o Governo, permite-se que dissolva o Parlamento - moção de
censura construtiva: um partido que apresente uma moção para destituir o governo, tem de
apresentar uma moção de censura acompanhada de uma alternativa - mais difícil. Modelo por
exemplo da Alemanha – modelo do tipo dualista; (iv) sistema diretorial (na verdade é parecido
com o presidencial): há dois órgãos autónomos mas interdependentes. A diferença jurídica
principal é que o órgão do poder executivo é um colégio, o Chefe de Estado é colegial. Tem o
nome de "Diretório". Um Ex.: Suíça - único exemplo vivo - Parlamento Bicameral e um
Conselho - desempenha as funções de chefe de estado. A forma como funciona é semelhante
ao presidencial

Sistema semipresidencial (temos vários tipos)

o Ex.: Portugal. Combina elementos do Parlamentarismo e do Presidencialismo. Embora


seja uma evolução do Parlamentarismo. Sistemas parlamentares que foram sendo
modificados. Experimentado pela primeira vez: constituição de Weimar. Sistema de governo
com Chefe de Estado eleito e poderes efetivos a par de um Governo responsável perante o
Parlamento. MAURICE: estuda este sistema partindo da observação - havia países com
constituições com esta característica: Parlamento e Presidentes eleitos, os Presidentes tinham
poderes efetivos, e havia também Governos que eram responsáveis perante o Parlamento.
Presidente eleito com poderes próprios - sistema presidencial - mas também tem um Governo
chefiado por um primeiro-ministro e que responde perante um Parlamento - Sistema
Parlamentar. São sistemas que combinam aspetos do Presidencialismo com os Parlamentares.
Semipresidencialismos - na prática, os sistemas são muito variados: a primeira consciência é
que não falamos de um formato único. A forma como funciona depende dos poderes do
presidente tem, do sistema eleitoral, do sistema de partidos. Consoante a forma como o
presidente entende os seus poderes. Combinar a visão política com a jurídica. Há um
Presidente, um Chefe de Estado eleito por sufrágio universal, tem poderes efetivos.
Parlamento eleito por sufrágio universal. Dois órgãos com a mesma legitimidade. O Chefe de
Estado não se confunde com o Governo - são órgãos autónomos - diarquia no Executivo: o
poder executivo é partilhado pelo Chefe de Estado e pelo Governo (autores dizem que é
essencial, outros não consideram essencial). O Governo e duplamente responsável perante o
Chefe de Estado e perante o Parlamento - podem fazer cair o governo. O Presidente tem o
poder de dissolver o parlamento e pode controlar o Governo - tem poderes perante o
parlamento e perante o governo. Sistema trialista - 3 órgãos políticos ativos. As funções podem
estar repartidas de forma diferente, pode assumir muitas modalidades, tem uma grande
variabilidade interna. Princípio de equilíbrio: articulação entre os 3 órgãos. Pode funcionar
mais ao lado parlamentar ou ao lado presidencial. Portugal – Parlamentar. PROBLEMA:
compatibilização e perceber a articulação sobretudo quando a maioria que suporta o chefe de
estado e o governo - coabitação: a maioria que suporta o Governo e o Presidente não é a
mesma - cria mais instabilidade mas é nesta altura que o semipresidencialismo funciona
melhor devido à necessidade de ter de equilibrar os poderes.

SEM SEPARAÇÃO DE PODERES/ COM CONCENTRAÇÃO DE PODERES: reações complexas entre


os diferentes órgãos
• MONARQUIA LIMITADA

Concentração de poderes no Chefe de Estado. A separação de poderes é ténue: o poder na


prática assenta na figura do Monarca

SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO SIMPLES

Ex.: França Napoleónica em que o Imperador era Chefe de Estado. Legitimidade democrática
mas há concentração de poderes no Chefe de Estado

SISTEMA CONVENCIONAL (sistema de convenção, concentração de poderes numa


Assembleia)

Pode ter legitimidade democrática em que o poder pertence ao povo porque ele está
representado na Assembleia. Concentração de poderes compatíveis com legitimidade
democrática- França - não há partido único - Convenção em França. Sistema de governo
soviético - o poder formalmente está concentrado em Assembleias, mas na realidade está
concentrado no partido. Sistemas de concentração de poderes em Assembleias e não há
propriamente deputados porque não há representação política - os membros da Assembleia
não são representantes do povo.

É importante fazer a distinção entre formas de governo, sistemas de governo, formas de


eleição, etc.

Há uma distinção entre as funções presidenciais e de governo: o Governo tem dupla


responsabilidade política; face à AR, o Presidente tem o poder de dissolução (art.º 133). O
artigo 187 diz-nos que a forma de criação do governo é a nomeação pelo Presidente da
República, com base nas últimas eleições. Este art.º 187 não permite ao PR nomear um
governo por si só.

A demissão não se confunde com a exoneração.

As leis que o governo faz são enviadas ao PR, que pode vetar ou aceitar. A promulgação está
contemplada no artigo 136, e no 278 fala-se em enviar a lei ao TC. Em relação ao PR, o
governo pode submeter alguns dos seus atos a referenda. O presidente tem mais poder em
relação ao governo do que vice-versa.

Para estar plenamente em poderes, o governo tem de ser aceite pela AR (art.º 188). Antes da
aprovação do programa, o governo limita-se ao estritamente necessário, não estando em
plenitude de funções, mas em gestão (governo de gestão, contemplado no 186/5). Só se o
programa for aprovado é que o governo fica em plenitude de funções.

Quem exonera o primeiro-ministro é o presidente da república (art.º 186). A aprovação de


uma moção de censura implica a demissão se for aprovada por maioria absoluta.

O parlamento também fiscaliza atos do governo e tem o poder de apreciação parlamentar.


Sobre a relação PR-AR, o PR não interfere no início da vida da assembleia, mas pode influenciar
o seu fim. De facto, a dissolução está no art.º 172. O Presidente pode ainda dirigir mensagens
à AR.

A AR certifica a tomada de posse; não é igual, mas é o paralelo no nosso sistema perante o
“impeachment”.

A CP diz-nos que a figura do PM se tem evidenciado ao longo dos anos, destacando-se em


relação ao próprio governo em termos políticos. Polsby diz que podemos ter parlamentos
transformativos e parlamentos arena.

Nos parlamentos arena, são importantes as reformas legislativas. Os partidos têm tendência
a serem os atores principais, e o papel do deputado apaga-se. O partido passa a ser mais
importante do que o deputado. Diz-se que os parlamentos funcionam mais como órgãos de
partidos do que de deputados, dando origem à “partidocracia” (o poder pertence ao partido),
diferentemente de democracia (onde poder pertence ao povo). Para alguns autores, o
parlamento português é essencialmente um partido arena.

Podemos pensar, com base nesta situação, se faria sentido revitalizar o papel do parlamento.

Também há variáveis ligadas à postura do presidente que afetam o governo. Há autores que
dizem que, durante o período da pandemia, o PR assumiu maior protagonismo, e o sistema
passou a ter uma prática mais presidencialista, e isto tem a ver com circunstâncias e
características do PR, pessoais, e não jurídicas.

Entre o partido e o presidente, o último não se assume como líder do partido, como
acontece, por exemplo, em França.

Estudamos as normas, mas o sistema pode funcionar de formas diferentes consoante fatores:
por exemplo, o governo tem ou não maioria absoluta de apoio no parlamento? Como é vista a
figura do PM? Qual a relação entre o PR e os partidos?

Alguns autores, pegando nestes elementos, identificam vários períodos pós 25 de abril:
períodos de coabitação vs. coincidência de maiorias. A coabitação é um período em que a
maioria de apoio ao governo e ao PR não são a mesma. O PR pode ser de tipo antagonista ou
cooperante. Vitalino Canas, sobre sistemas de governo, ler: p

Para alguns autores, não faz sentido falar de coabitação em Portugal, pois só faz sentido
quando o PR se assume como líder da maioria partidária. No entanto, podemos continuar a
olhar para o sistema de governo e perceber se a maioria de apoio ao presidente é a mesma do
governo. Ao longo da história constitucional, tivemos os dois (governos de António Guterres
que coincidiam com Presidentes ou a experiência atual).

Quando o governo tem maioria absoluta, tende a governar o parlamento com estabilidade, e
o papel do PR tende a reduzir-se. Quando isto não acontece, há maior instabilidade, e o papel
do PR é maior. Se não há uma maioria absoluta clara em eleições, o PR pode nomear quem
quiser para haver estabilidade. O mesmo acontece em relação ao veto: se o presidente vetar,
devolve o diploma ao parlamento.
Os autores dizem que, quando não há maiorias absolutas, a componente do presidente
torna-se mais forte, e vice-versa. Há uma governamentalização, e o sistema tende a funcionar
como um sistema semipresidencialista de PM: sistema semipresidencialista de chanceler (na
Alemanha, o chanceler é o primeiro-ministro). A ideia é mostrar que, esses momentos, quem
lidera é a figura do PM.

Durante os estados de exceção, tipicamente quem fica com poderes reforçados é o


executivo.

No dia a dia da vida democrática, há maior pendor para o governo. Na CP, faz-se muito a
distinção entre dois tipos de sistemas semipresidenciais. É uma distinção de Shugart e Carey,
que falam dos sistemas (i) “semipresidencialistas premier presidenciais” e (ii)
“semipresidencialistas presidenciais parlamentares”.

Duverger dizia que os semipresidenciais assentavam na ideia de um estado eleito com(?)

O funcionamento dos sistemas políticos é muito variado, e os autores introduziram algumas


diferenças: que poderes tem o PR? Como se articula com a AR e com o Governo?

Nem todos os sistemas são iguais, e funcionam de formas diferentes. Podemos ver que
poderes o parlamento tem, consoante estão previstos e são exercidos.

(i) Sistemas de PM: avulta a sua figura, e o chefe de estado tem menos poderes que o governo;
o presidente nomeia o primeiro-ministro, que nomeia o governo, e o parlamento pode
destituir o governo e primeiro-ministro. É o parlamento que tem o poder de destituir o
governo, com moções de censura ou confiança.

(ii) Sistema de CE: o chefe de estado tem mais poderes (nomeação e demissão do governo) e
efetivamente o governo pode ser demitido quer pelo parlamento quer pelo chefe de estado. O
presidente e o parlamento podem demitir o governo.

Na versão inicial da constituição, o sistema nosso era o segundo, e o governo era duplamente
responsável; depois da revisão de 82, os poderes presidenciais foram atenuados: o presidente
continua a poder demitir o governo, mas em situações excecionais (184/2). Na verdade, quem
tem o poder de fazer cair o governo, verdadeiramente, é o parlamento.

Do ponto de vista jurídico, o governo pode ser demitido pelos dois. Do ponto de vista
político, o parlamento tem um poder forte de demissão do governo, ao passo que o presidente
só pode fazer cair o governo em circunstâncias excecionais. É por isso que muitos autores
dizem que temos o segundo sistema de governo. Esta é uma leitura que não corresponde à
realidade do que é dito na CRP.

Quanto à questão da diarquia do executivo, como se relaciona o PR e PM? Do ponto de vista


jurídica, não há diarquia. No entanto, alguns autores entendem que existe: o poder executivo
em Portugal tem duas cabeças: o governo e o presidente. Diferentemente do que acontece em
frança (o presidente e primeiro-ministro competem), isso não acontece em Portugal, pois o
líder da maioria parlamentar é o primeiro-ministro, e o presidente tem apenas poderes de
controlo. Esta é uma diarquia assimétrica, com pendor para a figura do primeiro-ministro. O PR
tem poderes importantes, como o veto (bloquear uma política governamental). Os autores
dizem que um desses é o poder da palavra: vir a público falar diretamente com as pessoas e
estabelecer uma relação direta com o eleitorado, numa espécie de ativismo presidencial. Isto
tem a ver com características presidenciais e com o papel que o PR tem a nível de
popularidade, o que pode fazer com que o presidente tenha mais capacidade de influenciar a
vida política (ou não).

No nosso semipresidencialismo, está claro que a figura do primeiro-ministro tem vindo a


destacar-se, que passa a ser não apenas um membro do governo, mas uma figura do órgão
colegial.

É importante: conhecer bem as normas e perceber como funcionam e têm funcionado ao


longo dos anos; é normal haver opiniões diferentes.
V - REPRESENTAÇÃO POLÍTICA, PARTIDOS POLÍTICOS E
SISTEMAS ELEITORAIS
1. A representação política
Vamos recuperar a ideia de representação, voltando ao tema da representação política. Em
democracias representativas, o poder pertence ao povo, que escolhe os seus representantes
através da eleição. Esta relação que se estabelece no momento da eleição é a relação de
representação política. Falamos em dois tipos de mandato:

(i) Mandato imperativo: que tipo de vínculo se estabelece entre os eleitores e eleitos? Se se é
eleito, tem se de fazer exatamente o que o eleitor pede e, se não o fizer, é destituído. Esta
figura é inspirada na conceção de Rousseau. A soberania não se representa, é do povo e
continua a ser do povo.

(ii) quando alguém escolhe um representante, têm de agir em nome do interesse público
mas podem afastar-se dos interesses particulares de quem os elegeu. A partir do momento em
que é eleito, tem de encontrar a melhor solução para o interesse público e vida institucional.
Este é o princípio que a constituição adota (152/2). A representação é essencialmente feita
através de partidos, mas alguns autores dizem que a representação foi capturada pelos
partidos e são eles que têm o poder. As pessoas participam no poder com o direito de sufrágio,
direito de petição direito de informação, ação popular, iniciativa legislativa, liberdade de
expressão e associação, etc., que são direitos muito importantes para a participação ativa das
pessoas na vida política.

O direito que se destaca mais é o direito de sufrágio. O sufrágio é uma escolha de pessoas
(titulares de órgãos; eleição), de ideias (referendo).

Eleição e referendo são duas modalidades de sufrágio. Alguns autores dizem que “o sufrágio
é o direito político máximo”. Por sua vez, as eleições são essenciais para um regime ser
democrático. Contudo, não basta haver eleições. É preciso que elas sejam livres, competitivas
(diversas propostas em confronto), com prazos e eleição com voto democrático (livre,
democrático, direto).

Interessa estudar o sufrágio e olhar para as próprias eleições, percebendo como se


processam. Como se faz a campanha? Quem a financia? Como votam as pessoas? Quais são o
índices de abstenção e o que a explica?

O sufrágio é uma forma de designação de titulares de cargos políticos. há várias modalidades


de sufrágio: quanto aos sujeitos (a todos é universal, a alguns é restrito) ou critérios (quando
são sobre rendimentos ou impostos, é censitário; capacitário quando está relacionado com
habilitações literárias). Até ao início do séc. XX, o sufrágio era restrito, mas a partir dessa altura
foi-se globalizando o sufrágio universal.

Uma das restrições feita ao sufrágio era o género (as mulheres não tinham direito de voto e,
quando começaram a tê-lo, só a título excecional). A idade (entende-se por causa da
maturidade, não é uma discriminação, mas uma limitação; se o limite de idade fosse 30 anos,
não faria sentido). A universalização do sufrágio fez com que mais pessoas votassem, e surgem
assim os partidos de massas.
O sufrágio pode ser único, múltiplo ou plural. É único se cada eleitor tem um voto (também
chamado de simples). É múltiplo se a mesma pessoa vota várias vezes na mesma eleição (tem
tantos votos quanto as qualidades que a permitem votar: por exemplo, votam os cidadãos, os
titulares de determinado cargo, os estudantes e idosos, etc.; chegou a vigorar na Grã-
Bretanha). No plural, a mesma pessoa tem vários votos a seu cargo (alguém que vota em seu
nome e em nome dos seus filhos; chegou a existir na Bélgica). Se todos os eleitores têm um
voto igual, é o voto igualitário. O voto das pessoas, quando não vale o mesmo, é o voto
desigualitário.

Quanto ao exercício, o sufrágio pode ser obrigatório (com sanção caso não votem) ou
facultativo. A questão tem implicações jurídicas: a obrigação de votar é uma restrição do
direito de voto. Mas não parece ser essa a leitura da CRP, que consagra o direito de voto como
se fosse uma liberdade, um dever que não está associado a uma sanção. Há quem discuta se
devíamos ter sistemas de voto obrigatório.

Pode também ser corporativo (se é atribuído a um grupo e exercido por esse grupo), como
uma família. Não é o voto dado a cada pessoa, é um voto dado a uma pessoa porque ela
representa o seu grupo.

Pode ser uninominal ou plurinominal: o primeiro acontece se, quando votamos, votarmos
numa pessoa (num nome). Em cada círculo eleitoral, escolhemos uma pessoa. No entanto, os
círculos eleitorais em que vamos votar podem ter vários candidatos, e aí é o voto plurinominal,
que se pode exercer sem lista. Os candidatos podem ser apresentados pelo partido e o mais
votado elege os lugares, ou os deputados vão sendo eleitos na proporção de votos que tiver.
Se o partido A tiver metade dos votos, tem metade dos lugares. Aqui, os deputados são
apresentados a título individual, designados consoante o voto que o seu partido obtiver.
Assim, podem ser apresentados em lista fechada ou sem ser em lista. Neste caso, elegemos
deputado a deputado.

Esta classificação está relacionada com a das divisões eleitorais. O território está dividido em
zonas: divisões eleitorais. Círculo uninominal: elege-se um deputado para todas as zonas;
círculo plurinominal: elege-se vários deputados para cada zona.

Em Portugal, temos muitas normas de direito eleitoral. 48, 49 (sufrágio), 13, 113 (dedicado
ao direito), 288. Sabemos que a CRP adota um modelo de sufrágio universal, direto, periódico.
Também temos variadas leis em matéria eleitoral, a legislação eleitoral.

Capacidade eleitoral

A capacidade eleitoral traduz a possibilidade jurídica de participar em eleições; na CRP, é um


direito fundamental. A capacidade eleitoral diz-se ativa quando é o direito de eleger, e passiva
quando se é eleito. Os dois são, na CRP, direitos fundamentais: têm capacidade eleitoral
cidadãos portugueses e cidadãos portugueses residentes no estrangeiro, assim como
estrangeiros (art.º 15: permite o reconhecimento da capacidade eleitoral a estrangeiro em
eleições locais, estrangeiras, ou possibilidade de terem direitos políticos cidadãos que
beneficiem de acordos de reciprocidade). Há pessoas que não podem votar por serem
incapazes, pois não têm capacidade de exercer o direito de voto. No caso português, quem
não tem capacidade para votar são os cidadãos que possuem (i) incapacidade ativa e (ii)
incapacidade eleitoral passiva ou inelegibilidade. Estas inelegibilidades impedem as pessoas de
se candidatar, não devem ser confundidas com incompatibilidades (não pode exercer um
porque exerce outro). A incompatibilidade é temporária, a incapacidade é eterna. Por
exemplo, se aguem é eleito como deputado e é designado como ministro, tem de deixar de ser
deputado.

Estas regras podem resultar da CRP (123º), mas, em regra, resultam da legislação, variando
consoante as leis eleitorais. Um caso muito específico é a limitação de mandatos: nalguns
órgãos, como o PR, não pode ser indefinitivamente reeleito. Desde a revisão de 2004, art.º
118, a lei pode determinar limites à sucessão de cargos e dos mandatos. A lei 46/2005 de 29
de agosto estabelece limites à renovação de mandatos consecutivos aos presidente da Câmara
e Junta. Isto é uma manifestação do princípio da manifestação e da separação pessoal de
poderes.

O art.º 113/2 explica regras sobre o recenseamento eleitoral. É importante por uma questão
de segurança jurídica, assim como em termos de transparência. O recenseamento eleitoral é
oficioso, mas as operações de recenseamento estão mais atualizadas.

Quem não tem capacidade eleitoral: no art.º 2, pessoas que notoriamente apresentem
alteração grave de funções mentais. Isto está presente na Lei Eleitoral para a AR.
Inelegibilidades: o PR é inelegível para a AR; diretores e chefes de repartição e ministros de
religião (?).

Encontramos regulado o sistema de eleição na lei (art.º 16), e como se faz a conversão de
votos em mandatos. O sufrágio nas legislativas (art.º 79). Não se confunda a possibilidade de
votar antecipadamente para quem está mobilizado (art.º 79/A/B).

Quanto à representação política, como se organizam os sistemas para escolherem as


pessoas?

2. Sistemas eleitorais
Um sistema eleitoral é um conjunto de regras e de procedimentos que governam a eleição
num determinado país. No sentido restrito, “a vontade dos eleitores traduz-se no resultado” e,
neste sentido, é também a vontade eleitoral.

Quem vota? Como está dividido o território em questão de voto? Quantos deputados vamos
eleger? Em listas abertas ou fechadas?

Há muitas alternativas, os resultados a que levam também são diferentes. P.e., como é que
os votos se traduzem em lugares? Nalguns sistemas, é o princípio maioritário (quem tem mais
votos fica com tudo). Há o princípio proporcional (os lugares são distribuídos de acordo com os
votos). Os sistemas também podem distinguir-se de acordo com os círculos eleitorais. Há
muitas possibilidades.

A primeira distinção é aos círculos eleitorais: todo o país funciona como um círculo eleitoral
ou estar dividido territorialmente em círculos eleitorais (parciais) ou os dois. Os círculos
eleitorais podem ser uninominais (um mandato) ou plurinominais (vários mandatos). O tipo de
círculo eleitoral pode condicionar o sistema eleitoral que adotamos. Por outro lado, se
tivermos um círculo único e o princípio da proporcionalidade, há maior facilidade. Quanto
maior o número de deputados que possam ser escolhidos, melhor é a proporcionalidade. A
forma como os círculos eleitorais estão desenhados não é indiferente.
A forma com que os círculos são feitos influencia as minorias. Este desenho ficou conhecido
como “gerrymander”. Simplificando, os círculos distinguem-se em círculos maioritários,
proporcionais e mistos. Os proporcionais visam que no parlamento as várias tendências sociais
e políticas estejam representadas da forma mais ampla possível. A maioritária pretende
estabilidade, conseguindo a formação de maiorias estáveis, tipicamente maiorias absolutas no
parlamento. Isto leva os autores a falar nas democracias maioritária ou consensuais, adotam
sistemas proporcionais. No maioritário, é eleito o que tem mais número de votos. Se ganhar a
maioria simples, é um sistema maioritário de uma volta (“first pass the post” ou “the winner
takes it all”). Às vezes, na primeira volta, tem de se conseguir a maioria absoluta e, se ninguém
conseguir, tem de haver uma segunda volta (sistema maioritário a duas voltas). Passam à
segunda volta os mais votados e, na segunda volta, ganha a eleição quem tiver mais votos. O
objetivo de exigir esta segunda volta é garantir estabilidade e, se reduzirmos o número de
pessoas que passam à segunda volta, impedimos a fragmentação. Este sistema funciona
normalmente com círculos uninominais, mas não tem de funcionar (nos plurinominais, a lista
que tiver mais votos leva os cinco).

O objetivo da representação proporcional é que o parlamento seja o espelho mais fiel


possível das várias tendências sociais e políticas de cada país. Na representação maioritária,
queremos maiorias absolutas nos parlamentos, normalmente porque queremos governos que
sejam monopartidários ou com apoio monopartidário forte. Se não for um partido, pelo menos
uma associação de partidos, tentando alcançar a estabilidade.

Isto leva os autores a falar em dois tipos de democracia:

Lijphart diz que podemos saber quem pode governar. Num sistema maioritário, adota-se se
uma maioria. Se a representação for o mais plural possível, é o minoritário. As democracias
maioritárias com maioria absoluta são chamadas democracias maioritárias. As democracias
consensuais ou consociativistas (???) compartilha, dispersa e limita o poder e caracteriza-se
pela abrangência, negociação e concessão.

Nos maioritários, consideramos eleito quem tem maior número de voto expresso. A distinção
importante é se exigimos uma maioria simples (quem levar a maioria dos votos leva a maioria
dos lugares) – “plurality” – ou se exigimos maioria absoluta (se nenhum tiver maioria absoluta,
segue-se para uma volta) – sistema maioritário a duas voltas, “majority”. Podem continuar,
apesar de serem normalmente a duas voltas. Só passam tipicamente à segunda volta os
candidatos mais votados ou que atingirem determinado plafond de votos, para evitar a
fragmentação, induzindo, por exemplo, a coligações.

VOTO MAIORITÁRIO

Funcionam tipicamente com círculos uninominais, mas não há impedimento para que
funcione com círculos a mais para mais de um deputado.

Círculos uninominais. Normalmente, temos um círculo eleitoral, um deputado, um voto.


Estes candidatos são, normalmente, de um partido.

Esta não é a única forma de eleger deputados. Por exemplo, ainda dentro (…) o voto
alternativo ou preferencial: o eleitor ordena os candidatos, ou seja, tem o boletim de voto e
estabelece a sua ordem de preferências, assinalando a primeira preferência, ou ordenando
todos os candidatos, podendo haver mudança entre os candidatos. Estas preferências vão ser
levadas em conta: para cada candidato, quantas preferências teve?

Se um candidato consegue MA com as primeiras preferências, ele é logo eleito. No entanto,


se nenhum deles tiver MA, vamos ter de continuar, indo ao candidato que tendo menos
preferências, eliminando-o. Aquele cujas pessoas escolheram menos em 1º é eliminado, vendo
as preferências que estes eleitores escolheram. Redistribuindo estas preferências, se algum
conseguir a MA, está eleito. Se não o conseguir, vamos novamente ao menos votado, pegamos
nas preferências dele e distribuímos pelos candidatos. Alguns autores dizem que isto pode ser
um sufrágio a duas voltas ou não com o mesmo boletim de voto. Um sistema deste género é
utilizado, por exemplo, na Austrália, e acaba por favorecer a criação de coligações.

Mas o sistema maioritário também pode funcionar com círculos plurinominais. P.e.,
elegemos 5 deputados em lista bloqueada (o que lhes é apresentado é uma lista bloqueada, ou
seja, o eleitor não vai interferir no conteúdo das listas, a única coisa que vai fazer é escolher
uma lista ou outro). A lista com mais volta ganha. Pode ser preciso ir à segunda volta.

Há sistemas em que a lista é apresentada ao eleitor de forma incompleta, e quando o eleitor


vai votar o número de candidatos é inferior ao volume em eleição (no caso, seria menos de 5).
Aqui, faz-se a votação e ganha a lista mais votada. Cada lista apresenta ao eleitor 4 candidatos,
e a lista mais votada ganha. Assim, o outro lugar vai ser buscado a uma lista que não teve a
maioria. O objetivo é conseguir representar as minorias. A vantagem disto é a formação de
maiorias, dando oportunidade à lista que não ganhou de designar alguém.

A lista ainda pode estar completa e não ser composta: o “Panachage”. Neste caso, cada
eleitor vai compor a sua própria lista. A grande vantagem deste sistema é tentar personalizar o
voto, pois o problema é que as listas fechadas condicionam.

SISTEMAS DE VOTO INDIVIDUALIZADO

São sistemas em que os eleitores são chamados a pronunciar-se pode ser uma situação de
voto bloqueado, em que temos tantos votos quanto os mandatos a atribuir, mas cada pessoa
só pode dar um voto a candidatos diferentes.

Nos sistemas cumulativos, a pessoa pode dar todos os seus votos a um candidato, o que faz
com que um candidato maioritário consiga ter votos suficientes para ser eleita.

No sistema eleitoral proporcional, o objetivo é conseguir uma representação das diferentes


correntes de opinião, traduzindo no parlamento o peso que têm junto dos eleitores. O objetivo
é assegurar a proporcionalidade entre o peso social do partido e a sua representação. Nunca
se consegue fazer isto completamente. Em sistemas com grande enviesamento eleitoral. A
proporcionalidade não funciona muito bem. Há várias formas de fazer este sistema funcionar.
Quer-se estabelecer uma proporcionalidade entre votos e os lugares que as forças obtiveram.

Depois temos alguns mecanismos importantes. O grande problema do sistema proporcional


e que leva a muita fragmentação: se as coisas funcionarem com a lógica proporcional, vai ser
difícil haver uma decisão parlamentar. O grande risco é a instabilidade. Os mecanismos que as
pessoas costumam propor para contornar estes problemas. P.e., sabemos que, quanto
maiores os sistemas eleitorais, mais elevada será a proporcionalidade, aumentando a
possibilidade de pequenos partidos elegerem representantes. Se quisermos evitar a
representação de muitas forças no parlamento, pode diminuir-se a dimensão dos círculos
eleitorais. Podemos modificar as condições de acesso aos lugares, regras onde tem de se
estabelecer número mínimo de eleitores.

Em regras, estes sistemas estão associados a círculos plurinominais ou listas. Pode funcionar
num círculo eleitoral nacional, num círculo eleitoral regional, onde várias circunscrições têm
listas diferentes.

Os sistemas eleitorais proporcionais com listas têm de utilizar um mecanismo para atribuir os
mandatos correspondentes aos votos expressos. Estes mecanismos podem ser: sistemas do
quociente eleitoral e método do divisor comum (método de Hondt), usado em PT.

QUOCIENTE ELEITORAL

Temos 20k votos, 20 mandatos, como distribuir? Neste sistema, apuramos o quociente
eleitoral dividindo o total dos votos expressos pelo nº de mandatos. Depois, vamos aos votos
que cada partido teve e quantas vezes o quociente eleitoral cabe nesses votos.

CE com 5 listas

A: 30 000 – só leva um deputado

B: 45 000 – leva dois deputados

C: 5 000 – não leva deputados

D:

O total é 90 000 votos. O quociente é dividido pelo nº de lugares a atribuir, 4. Isto dá 22500

SISTEMA DE DIVISOR COMUM

Este é um sistema onde identificamos divisores, adotando determinada lista de divisores.


Essa lista já está dada, e dividimos o nº de votos de cada candidatura por uma série contínua
de divisores, distribuindo os candidatos de acordo com as médias mais altas.

No método de Hondt, dividimos os votos que cada partido teve por 1, 2, 3, 4, etc.

Há outro método, como (colocar o nome do método), que divide por 1, 3, 5, 7, etc.

Também temos o método imperiali, que divide por 2, 4, 5, etc.

CE 4 mandatos

85 000 votos

A: 30 000 – 15 000 – 10 000

B: 25 000 – 12 500 – 8 333

C: 21 000 – 10 500 – 7 000

D: 9 000 – 4500 – 3 000


O partido que teve menos esforço foi o mais votado. Este sistema faz com que as listas mais
votadas consigam ter mais deputados. Este sistema é prejudicial para as minorias. Se
tivéssemos um empate entre a lista D e a A, podíamos utilizar vários critérios: quem tem um
mandato leva outro, para a estabilidade; normalmente, o adotado é o inverso: leva quem não
tiver um representante ou quem tiver menos.

O grande problema dos sistemas eleitorais é a dificuldade em representar as minorias.


Muitas vezes se tenta encontrar uma forma de representar estas minorias.

Um sistema proporcional muito utilizado no mundo anglo-saxónico: é o voto único


transferível. Não é bem um sistema proporcional, mas um misto. Os círculos são plurinominais,
mas cada eleitor vota num só candidato, e ordena-os de acordo com a sua preferência. Apesar
de ser proporcional de base, cada eleitor só vai escolher uma pessoa. Podemos ter
proporcionalidade a funcionar com círculos uninominais. Pasquino dá outro exemplo:

5 lugares no sistema proporcional com o quociente eleitoral (determinado número deve ser
atingido, imaginemos que é 5+1), e os votos que tiver a mais são distribuídos para os outros
candidatos de acordo com as preferências que os eleitores manifestarem. Os votos já não
necessários para eleger ninguém são redistribuídos para outros candidatos. Na prática, é
proporcional, mas para cada pessoa é um escrutínio uninominal, sendo mais um sistema misto
do que proporcional.

Os sistemas divisores não são indiferentes: o método de Hondt favorece os partidos


maioritários, e é o que favorece mais. É por isso que a referência ao método de Hondt não
devia estar na CRP.

Começamos a falar de sistemas proporcionais que, de alguma forma, têm uma espécie de
corretivos: alguns autores chamam-nos de sistemas mistos. É o caso do sistema alemão:
sistema misto/sistema proporcional corrigido.

É correto incluí-lo nos sistemas proporcionais, mas introduz-se um elemento maioritário.


Cada eleitor tem dois votos e apenas um boletim (nas assembleias). No mesmo boletim, usa
dois votos, porque da assembleia metade dos membros são eleitos por sufrágio nominal
maioritário e a outra metade, por escrutínio proporcional. Dos membros do parlamento, o
número mínimo são 598. A outra metade é eleita por maioritário e a outra por proporcional. O
voto 1 dos eleitores é o voto que usa para votar num candidato na sua circunscrição (o
território eleitoral está dividido em circunscrições e cada um escolhe um). O voto 2 é usado
para votar numa lista. A pessoa vota simultaneamente num deputado (sistema maioritário) e
numa lista (sistema proporcional).

Neste sistema, existe a cláusula barreira: fixação de um mínimo que os partidos têm de ter
para participar nas eleições. Evita a fragmentação, mas limita a possibilidade de os pequenos
partidos se apresentarem em eleições. O caso alemão é paradigmático: só têm representação
parlamentar os partidos que tiverem pelo menos 5% dos votos ou 3 candidatos nas
circunscrições, para evitar a dispersão de partidos no parlamento.

As duas eleições vão ter de se articular, e pode acontecer vários cenários.

Os candidatos nos uninominais e nos partidos. Se tiverem o mesmo número no voto 1 e 2,


está resolvido; se o número de deputados que elegeu através do voto 2 for superior aos
deputados do voto 1 (uninominal maioritário), temos de corrigir: fica com os votos que obteve
no escrutínio, mas vamos dar-lhes mais lugares (lugares adicionais) para que tenha os votos
completos que obteve no voto 2, acrescentando deputados até chegar ao resultado.

Se o partido teve mais votos no 1 do que no 2, o partido fica com os deputados que elegeu
através do voto 1, mas os outros partidos não podem ser prejudicados, pelo que o número de
lugares no parlamento seja aumentado para conseguir a proporcionalidade global. Tem 598
deputados, mas pode ter mais. Em 2021, chegou a mais de 700. Por isso, a proporcionalidade é
um corretivo. Não há limites para o número de deputados. Ele ainda é proporcional porque o é
de forma global. Nenhum partido perde deputados se obtiver mais num do que noutro, mas há
partidos que podem ter mais deputados para garantir a proporcionalidade global.

Estamos a eleger pessoas por círculos uninominais, então a ligação entre o eleitor e a política
é maior, vantagem dos círculos uninominais; também se garante uma proporcionalidade dos
lugares.

A verdade é que as pessoas votam mais por partido do que pessoa e, na prática, tem gerado
maiorias relativas e governos que precisam de coligações. Este sistema é proporcional, mas
alguns autores dizem que é um sistema misto (representação maioritária e proporcional), e
normalmente prevalece o lado proporcional ou o maioritário.

No Japão, havia um sistema misto com prevalência do sistema maioritário a uma volta. 3/5
dos deputados passam e os 2/5 são atribuídos em circunscrições com sufrágio de lista a
funcionar de forma proporcional.

Os sistemas também tentam encontrar formas de ajudar as minorias: listas incompletas (as
listas que os partidos apresentam estão incompletas, e é a pessoa que escolhe. Mas a lista que
ganhar só leva 4 deputados, e o sistema diz para quem vai este 1 voto; voto cumulativo: cada
eleitor tem tantos votos quantos mandatos o círculo elege, mas pode concentrar todos num
único candidato, e pode concentrar-se num candidato minoritário para que possa ser eleito.
Por exemplo, a nossa lei eleitoral diz que o mandato, em caso de empate, vai para a lista com
menos mandatos, tentando corrigir o sistema maioritário e proporcional.

Os sistemas eleitorais têm vantagens e desvantagem: as de um são as de outro. Na base, está


uma ideia diferente do que é a participação política: maioria vs. todas as ideias numa
sociedade. O sistema influencia o comportamento dos eleitores e sistemas de partidos, estão
relacionados com o sistema de governo (o parlamentar funciona de forma diferente consoante
o sistema; o maioritário favorece a formação de maiorias).

Por outro lado, nos semipresidencialismos, a eleição direta do PR e a forma como está
pensada também influencia o sistema. No sistema francês, o presidente tem uma ligação
partidária, ao contrário do caso português. Contudo, também é eleito por causa dos poderes
que tem e como forma de os legitimar. O tipo de sistema eleitoral também se reflete nas
condições de governabilidade (capacidade de governação). Como vantagem, o maioritário
evita a fragmentação partidária. Os pequenos partidos raramente têm participação, e o
sistema tende para o bipartidarismo. Isto acontece nos sistemas de matriz britânica, que
adotam muitas vezes sistemas maioritários que favorecem bipartidarismos, e isto é visto como
algo positivo. Apesar de ser uma redução do pluralismo, é uma maior estruturação do sistema.
Os maioritários, como tendem a favorecer maiorias parlamentares, os sistemas têm apoio nos
parlamentos, sobretudo nos de maioria simples, que acabam por favorecer os grandes
partidos. É muito difícil que partidos pequenos fiquem com muitas opções. É uma vantagem,
porque os proporcionais favorecem uma dispersão de partido nos parlamentos. Pode ser visto
como um problema, mas também como uma vantagem, pois o governo tem bases de apoio
mais transversais.

O caso português tem um sistema de apoio proporcional mas já gerou maiorias absolutas.
Muitos sistemas que não conseguem maiorias absolutas conseguem coligações que viabilizam
grandes reformas propostas pelo governo. Outra vantagem dos sistemas maioritários é que
promovem a moderação política, entende-se que os maioritários tendem a conquistar as faixas
centrais do eleitorado, porque não permitem representar partidos maioritários mais
extremistas ou nas pontas do espectro político.

O sistema proporcional tem a vantagem de conseguir um “Parlamento Espelho”, porque o


parlamento espelha a realidade das sociedades. É, no fundo, o sistema ideal para conseguir
uma assembleia à imagem do eleitorado. Isto não acontece nos maioritários: tem de haver
algum consenso, apoio e coligação de esforços para ganhar alguma volta. Mas nos sistemas a
uma volta isso não acontece. No proporcional, é o modo que temos de representar de forma
mais fiel o eleitorado, mas é impossível que isso aconteça 100%. O facto de não permitir criar
maiorias obriga a negociações entre partidos e forças políticas. É um sistema mais sensível às
mudanças de opinião, e traduz melhor sociedades com forças e correntes políticas muito
diferentes. Acaba por favorecer a representação das minorias e evitar a formação de grandes
blocos partidários, o que também pode ser uma desvantagem (desfragmentação partidária e
não cria estabilidade). O que pode ser visto como vantagem é também o seu inconveniente.

Há mecanismos que permitem lidar com esta instabilidade: cláusula barreira (para se
conseguir ter um deputado no parlamento, é preciso uma representatividade mínima; ao fazer
isto, distorcemos a proporcionalidade; a CRP não permite cláusulas barreira, 152/1: a lei não
pode estabelecer limites à conversão de votos em mandatos). Na prática, há círculos eleitorais
em que os mais pequenos não conseguem eleger um deputado, relacionado com a dimensão
dos círculos eleitorais. Uma forma de controlarmos a fragmentação é ter círculos eleitorais
mais pequenos: há uma relação clara entre os partidos, o número de mandatos e a
representação e círculos eleitorais.

Outro mecanismo que permite controlar a estabilidade é a moção de censura construtiva: é


natural que os partidos queiram bloquear as propostas governativas e apresentar moções de
censura ao governo; às vezes, as legislações exigem que, quando se apresenta uma moção de
censura, se dê uma alternativa. Também se pode favorecer a cooperação entre partidos, que
facilita as coligações e reduz a fragmentação e dispersão. Um dos aspetos mais estudados tem
sido a relação entre sistemas eleitorais e sistemas de partidos.

LEIS DE DUVERGER

Duverger diz que o sistema eleitoral que se adota e influencia o sistema de partidos. Ele
tentou perceber como funciona isso, estabelecendo leis. Os sistemas eleitorais favorecem os
grandes partidos e reduzem o número de partidos que estão presentes. Mas Duverger
trabalhou esta relação de uma forma amais profunda. Em 51, em “Les Partis Politiques”;
formula as leis de Duverger.

São leis sociológicas que dizem que a representação maioritária a uma volta origina um
bipartidarismo perfeito rígido, dois partidos independentes que alternam no poder.
Representação maioritária a duas voltas leva a multipartidarismo flexível, temperado por
alianças eleitorais, os partidos tendem a fazer coligações.

A representação proporcional leva a multipartidarismo com partidos rígidos e


independentes.

Estas leis foram muito discutidas e criticadas, mas podemos entendê-las não como leis mas
como tendências. Basta olhar para a experiência portuguesa para perceber que podemos ter
representação proporcional em que há dois grandes partidos que acabam por se destacar.
Estas leis têm de ser adaptadas às circunstâncias concretas de cada situação.

Um fator que influencia muito é o sistema partidário: influencia o sistema eleitoral. Desde
que não olhemos para as leis de forma determinista, podemos continuar a utilizá-las para
identificar tendências nos sistemas eleitorais e de partidos.

--

SARTORI

Criticou as leis, e diz que, para que um sistema maioritário a uma volta dê lugar a
bipartidarismo, é preciso que o sistema de partidos esteja bem estruturado e que não haja
partidos com potencial de coligação. Por isso, o que diz é que temos de levar em conta a
estrutura do sistema de partidos. É preciso que os eleitores tenham um padrão de voto
semelhante. Se num círculo eleitoral houver um círculo mais pequeno com uma base de apoio,
pode ser eleito, e se acontecer em vários círculos eleitorais podemos ter uma força política
nova.

Chega mesmo a apresentar uma proposta de leis, mas também foi muito criticada.

Não podemos olhar só para o sistema de partidos e eleitoral como diferentes.

O próprio Duverger ressalgou que a sua lei não se refere a sistemas eleitorais em que só dois
candidatos passam, pois este sistema não favorece nenhum formato partidário específico, o
que favorece é coligações.

DOUGLAS REA

A maior parte dos sistemas eleitorais favorece os grandes e prejudica os pequenos. A


proporcionalidade aumenta se os círculos eleitorais forem maiores. É preciso ver que
dimensão têm; quanto maiores forem, maior é a probabilidade de maior representação.

NOHLEN

Diz que os sistemas eleitorais são apenas um dos fatores que podem influenciar os sistemas
de partidos. Podemos apenas falar em tendências e não em leis. A tendência é que os sistemas
maioritários reduzam o número de partidos e os proporcionais representem vários partidos.
Por outro lado, por exemplo, a ideia da fragmentação partidária também depende do tipo de
ideologias, das circunstâncias culturais, religiosas e políticas de determinado estado. Isto
reflete-se no tipo de forças políticas e na forma como a representação se vai fazer. É um
elemento a ter em conta, mas não o último. Podemos usar as leis de Duverger não como leis
mas como tendências.
Princípios Eleitorais do Sistema Português

Não existe um código eleitoral, o que torna muito complicado compreender as normas
existentes que se aplicam às eleições. Grande parte estão previstas na constituição e outras
em leis avulsas. Há dois artigos muito importantes na CRP para compreendermos: o art.º 10 e
o art.º 113. Este retoma os princípios aplicáveis ao sufrágio, estabelece regras sobre o
recenseamento, princípios aplicáveis à campanha eleitoral, o dever dos cidadãos de colaborar,
regra geral de converter os votos em mandatos de acordo com a representação proporcional,
no ato de dissolução de órgãos colegiais que são eleitos têm de ser marcadas novas eleições
(princípio da estabilidade eleitoral), e o princípio do controlo jurisdicional.

Estes princípios acabam por se aplicar, em geral, a todos os atos eleitorais. Para alem destes
artigos, também temos o 118 (princípio da renovação), 288/h (limites materiais de revisão da
constituição, não podemos alterar o sistema de sufrágio), 49 (direito de sufrágio) e 50 (direito
a acesso a cargos públicos).

Conseguimos identificar um conjunto de princípios aplicáveis às eleições quanto ao eleitor e


às eleições em si (o procedimento eleitoral), que essencialmente estão no 113. Estes são os
princípios gerais, mas também temos previstos atos eleitorais (121 e seguintes, 148 e
seguintes, 239 autárquicas e 241 regionais). Estão também previstas as eleições europeias
(15/5). O TC entendeu que os princípios gerais de direito eleitoral também se aplicam às
europeias.

No 115, temos previsto o sufrágio do referendo. Estas matérias estão reguladas nas leis
eleitorais, aprovadas pela AR. No art.º 164, vemos que são matéria de reserva absoluta (o
governo não pode legislar, a AR não pode sequer autorizá-lo a legislar). Estas leis têm ainda
especificidades. As leis orgânicas revestem estas leis, ou seja (166/2), têm valor reforçado
(respeitadas por outras leis) e há uma série de especificidades no seu procedimento.

Um dos princípios relativos ao direito eleitoral é o do recenseamento. 113: é oficioso


(promovido pelas autoridades), permanente e único, 121, no que diz respeito ao voto de
portugueses no estrangeiro.

A regra que podemos retirar é oficioso, permanente e obrigatório e único.

Novo regime jurídico do recenseamento eleitoral

(Lei 13/99)

No caso dos eleitores portugueses residentes no estrangeiro, o recenseamento é voluntário,


podem cancelar a inscrição. É isso que resulta do art.º 3. Esta questão remete-nos para outra:
o sufrágio. Afinal, quem vota? À partida, todos os cidadãos votam, sendo indiferente que
estejam no território ou não (art.º 14 CRP). Podem exercer os direitos e estão sujeitos aos
deveres, pelo que temos o voto externo ou de emigrantes. São pessoas que estão
permanentemente no estrangeiro, com residência. A regra é que estas pessoas podem votar.
Quando Portugal adotou esta postura, era o princípio da territorialidade. As coisas alteraram-
se: as pessoas podem não estar cá mas manter o interesse: a pessoalidade.

Esta possibilidade de votar no estrangeiro levanta alguns problemas: todos somos cidadãos,
mas uns estão cá e outros não, e quem não está não deve participar na nomeação dos órgãos
políticos.
O que se entende é que as pessoas podem estar fora e manter o interesse. Se estão fora, não
sabem o que se passa”: atualmente, com tanta informação e articulação nos órgãos das
comunidades portuguesas, a informação passa, e as pessoas podem ter interesse em participar
na designação dos órgãos.

A opção portuguesa foi sempre a de reconhecer o voto externo: temos grande níveis de
emigração. Na versa original, esta possibilidade não era permitida para nas eleições
presidenciais. Ainda assim, o que acontece é que temos o voto externo nas legislativas e
presidenciais mas não o temos nas autárquicas ou regionais, e continua a haver uma diferença.

Como é que as pessoas votam? Por regra, é presencial. No entanto, para quem está fora,
votar presencialmente pode implicar andar quilómetros até poder votar. Tem-se discutido a
forma como as pessoas votam, permitindo outras formas de voto.

VOTO POSTAL: já é admitido nas legislativas, mas não nas presidenciais.

VOTO ELETRÓNICO

Muitas vezes, a rede diplomática é muito má (poucos postos onde se pode votar), só se
admite o presidencial. E o voto postal funciona com muitas dificuldades (é admitido com
muitas reservas). Para garantir o exercício do voto, não faria sentido falar no voto eletrónico à
distância através de uma aplicação?

Temos a situação contrária: estrangeiros que residem em Portugal: podem votar em


condições de reciprocidade nas autarquias locais, em eleições ao parlamento europeu se
estiverem abrangidos numa igualdade de direitos políticos (ex.: Brasil). Este é o princípio da
equiparação. A única questão é que, votando nas nossas eleições, não participam nas outras.
Temos as duas situações. Temos de determinar de que forma é que isso é relevante para dar
direitos políticos.

No caso português, temos um sistema eleitoral maioritário a duas voltas, no PR (121 e


seguintes). 126: estabelece o sistema eleitoral. Um aspeto importante é a proposição das
candidaturas: propostas por cidadãos eleitores, a ligação do presidente é ao seu eleitorado, é
daqui que resulta a sua legitimidade.

Para a AR, temos previsto o sistema eleitoral proporcional (art.º 149): círculos eleitorais
geograficamente estabelecidos na lei, assegurando a representação proporcional e o método
da média mais alta em Hondt. O número de deputados é proporcional ao número de cidadãos
e eleitores nele inscritos. As candidaturas são apresentadas em partidos políticos, e as listas
podem apresentar independentes. Os residentes no estrangeiro podem optar por votar por
correspondência ou presencialmente. Segredo de voto também está contemplado.

Lei da Paridade

Se introduzirmos medidas para garantir minorias, estamos a discriminar? É preciso distinguir


entre igualdade formal e material/real. Para alguns, isto é um privilégio; para outros, é uma
diferenciação, que podem e devem existir se forem justificadas. Se queremos que a
participação corresponda à realidade portuguesa, devíamos ter mais mulheres em lugares
políticos do que temos. Olhamos para o princípio da igualdade a tratar de forma diferente com
base nessa característica.

A participação política é uma forma de garantir que as pessoas são ouvidas. No art.º 109, a
lei deve promover, mandando o legislador tomar medidas na ação positiva. Este artigo autoriza
e até impõe estas medidas. A lei que temos é a lei da paridade. As listas são compostas de
modo a assegurar a representação equilibrada. Foi alterada em 2019: as listas de candidaturas
são compostas de modo a assegurar a paridade (40% de cada um dos géneros). Se isto não for
cumprido, a lista é rejeitada.

Ao usarmos a palavra “paridade”, estamos a respeitar a liberdade formal, e dizemos que tem
de haver uma composição equilibrada, e visa afastar a ideia do privilégio. Em termos práticos,
sabemos que o objetivo é promover a participação política das mulheres.

Esta lei é uma restrição para os partidos, que também têm direitos fundamentais, por isso,
esta lei também é uma opção que o legislador tomou para promover a participação política.

A CRP estabelece, no art.º 9, que é tarefa fundamental do Estado (c e f), mas no art.º 109,
estabelece que a participação ativa (ler o artigo).

3. Partidos políticos
O partido alimenta o sistema, escolhe e propõe candidatos, mas não faz só isto. Tem também
uma função de dinamização política, pedagógica, dinamização da função política, etc. a sua
função não se esgota quando alimentam o sistema.

Estávamos a ver a evolução histórica dos partidos. Os primeiros partidos eram de elites, de
notáveis (partidos de quadros), ligados à atividade dos parlamentos. Mais tarde, nos finais do
séc. XIX, surgem os grandes partidos (de massas ou de militantes), que representam atores
tipicamente afastados da política, como se surgissem fora do sistema – origem externa. São
grandes, precisam de uma organização estável e uma disciplina interna mais estruturada. Os
militantes são muito importantes para este tipo de partidos, que coincidem com o fenómeno
do alargamento do sufrágio.

Foi a Duverger que se deveu a distinção de partidos de massas (?).

Muitos partidos extinguiram-se na II GM, vimos as experiências totalitárias e autoritárias, e


acabou por se desenvolver um tipo d diferente de partido: um que domina a realidade política,
ao ponto de o poder e o partido se confundirem. São partidos de massas fortemente
centralizados.

Depois da IIGM, o panorama alterou-se com a instauração de regimes democráticos, também


se alterou o sistema e panorama de partidos, porq a democracia assenta no pluralismo
partidário. Muits partidos de quadro adaptaram-se, alargaram-se, e aproximaram-se de
partidos de massas. A mobilização das pessoas faz-se a partir de melhorias sociais, apoio nos
trabalhos, etc., e os partidos mobilizam-se.

Um estado de partidos é um estado onde os partidos tem um papel muito importante na


vida política. Encontramos um ator que faz a mediação entre a relação eleitor-eleito, que são
os partidos. Alguns autores dizem que, em vez de termos mandato representativo, passamos a
ter mandato imperativo – os deputados não representam interesses, mas cumprem ordens, já
não do eleitor, mas do partido.
O facto de termos um estado de partidos mostra como a representação política se faz.
Naturalmente, os partidos vão representar, refletir esta heterogeneidade entre classes sociais.
A função dos partidos tamb é de mediação entre estas forças sociais e de poder. A grande
discussão é “esta mediação é importante, mas ofusca o eleitor?”

Há vários outro tipos de partidos que se foram desenvolvendo.

Anos 60: espécie de evolução dos partidos anteriores, os partidos de eleitores (ou partidos
eleitorais de massas). O foco destes partidos são os eleitores, e este é um eleitorado muito
diversificado, o que faz com que os partidos adotem programas genéricos para chegarem ao
máximo de grupos possível, que diz alguma coisa a várias partes do eleitorado. Este partidos
tamb são muitas vezes chamados uma variação dos “catch all parties” (partidos que tentam
agarrar todos, e tem de ter programas tao vastos que qualquer pessoa tenha algum interesse
nestes). Podemos distingui-los, porque não são tao ideologicamente ténues. Atuam muito em
momentos eleitorais e pré-eleitorais, ligados a valores fortes, conservadores; um ex. é o
partido republicano dos EUA.

Os atores também falam noutras figuras, classificação de partidos: partidos de contestação


(anos 79), surgem da desilusão, da perda de conteúdo ideológico dos partidos clássicos, há
pessoas que sentem que há questões que ficaram esquecidas, perdidas, surgem partidos com
questões muito específicas, e questões novas, como questões ecológicas, direito para minorias
ou para mulheres. Estes partidos surgem muitos vezes mais à esquerda; não tem propriamente
a vontade de conquistar o poder, mas para funcionar como contrapoder, contestação. Mas
muito deles acabam por atingir o poder e por ter o papel de reflexão sobre o que está a
acontecer aos grandes partidos.

Há outras tipologias: partidos “media”, partidos que, como o próprio nome indica, são
partidos que vivem nos meios de comunicação social, apostam tudo na projeção mediática do
seu líder (que quando se afasta o seu líder não sobrevivem muito).

Partidos pós materialistas de esquerda, ligados às causas. Partidos industriais (?) que se
aproximam de partidos existentes em regimes autoritários (como por exemplo Vitalino Canas
diz…)

Há mais terminologias. Podemos olhar para os partidos numa perspetiva dinâmica, estática.
Podemos encontrar sistemas de classificação muito diferentes, baseado na ideologia, nos
eleitores, etc.. o mesmo acontece com os sistemas de partidos.

Sistemas de partidos são uma tentativa de arrumação da realidade partidária dos partidos
que existem num determinado sistema político, como se relacionam entre si, etc. vamos
encontrar diferentes sistemas partidários. O mais difuso foi o critério quantitativo (quantos
partidos existem?). foi Duverger que começou a tratar este critério. Um partido só, o sistema é
monopartidário. Se for em dois, bipartidário. Se for vários, é multipartidário. Dentro destes
monopartidários, podemos ter sistema de partido único (só existe um partido) ou liderante
(até pode existir mais do que um, mas há um partido que se destaca). Para Duverger, a
existência de um sistema bipartidário estava relacionado com o sistema eleitoral adotado, que
influenciava o resultado, o númer de partidos que estavam nos casos políticos.

Entre nós, MRS juntou este critério quantitativo, o critério da dimensão eleitoral e a forma
como se expressam no sistema político e disse

Sistema de partido único: só existe um partido e ele é que tem o poder (URSS)
Sistema de partido liderante: existe mais do que um partido, mas só um deles é que
realmente exerce o poder.

Sistemas bipartidários: não temos necessariamente de ter dois partidos, mas dois partidos
que se destacam dos demais, por causa da dimensão eleitoral. Normalmente o que importa
para este efeito é o parlamento.

1. Sistema bipartidário perfeito, temos claramente dois partidos dominantes.


Juntando os dois, têm 85 a 90% de mandatos. Um destes partidos governa.
2. Sistema bipartidário imperfeito: se os dois maiores tiverem a 75 a 80% dos
mandatos. Neste caso, é possível que o mais votado não tenha uma maioria
suficientemente confortável para governar sozinho, e poderá ter de fazer uma
coligação

Sistemas multipartidários: mais do que dois partidos relevantes. Se todos se equivalem em


termos de representatividade, os sistema está muito pulverizado (multipartidário perfeito).
Muitas vezes, estes partidos têm de fazer coligações amplas para conseguirem estabilidade.

Sistemas multipartidário imperfeito: na verdd há um partido que se destaca.

Mas o critério quantitativo sozinho não chega. Mesmo nesta proposta, não está exatamente
sozinho, ligamo-lo ao fator capacidade de coligação.

Sartori, partindo do critério de Duverger, achou importante inserir alguns fatores


relacionados com a relevância dos partidos: potencial de coligação (capacidade que um partido
tem para formar coligações). Se este partido for visto como partido que tem capacidade para
formar coligações. Também temos partidos sem potencial de coligação, muitas vezes têm um
“potencial de intimidação”. São partidos que não são tao apetecíveis para coligações
governamentais, mas tem o poder de influenciar essas coligações, por terem um númemr de
mandatos até grande, outros interesses, etc.

Temos o critério da polarização: tenta perceber como o sistema funciona em termos


ideológicos. Alguns partidos estão tao distanciados em termos ideológicos que o facto de
fazerem uma coligação não faz sentido. Por exemplo, os partidos de extremos são muito
polarizados e não têm tanto potencial de coligação. Mas podem influenciar a tomada de
decisões e a atuação dos governos.

Sartori diz que, no fundo, temos de integrar tudo isto.

A distinção que faz é entre sistemas concorrenciais (ou competitivos) ou não concorrenciais
(não competitivos). Nos primeiros, há eleições periódicas (sabemos quando há eleições, que os
órgãos tem um mandato limitado e que haverá renovação, e determinam quem chega ao
poder). Nos dois, as eleições ou não existem ou, quando existem, não são verdadeiramente
elas que dizem quem vai para o poder. Nestes, encontramos, com o critério quantitativo, os
sistemas monopartidários e os sistemas hegemónicos. (i) existe um só partido; (ii) até pode
existir mais do que um, mas há efetivamente um partido liderante que não é substituído por
nenhum outo.

Nos concorrenciais, temos muitas possibilidades. (i) sistema de partido predominante, que
funciona de forma competitiva mas há um que se destaca, obtém maiorias sucessivamente,
consegue governar sozinho; (ii) sistemas bipartidários, onde alguns parecem multi mas
funcionam como bi. São bi se dois partidos e sempre os mesmos estão em condições de
concorrer a maiorias absolutas. Há um deles que normalmente consegue essa maioria e há
uma certa lógica de alternância no funcionamento do sistema (ora está um, ora outro). O
sistema pode ser multipartidário pq há vários partidos, mas funcionar numa logica bipartidária.
O que percebemos é que estas perspetivas são mais dinâmicas, tentam perceber como o
sistema funciona. (iii) sistemas multipartidários: (1) altamente pulverizados, são tantos que
nenhum consegue uma percentagem de votos consistente para governar; (2) multipartidários
limitados (?), três a cinco partidos que conseguem governar; (3) multipartidarismo extremo
(mais de 5 relevantes, muito polarizados, o sistema é tao polarizado que não conseguimos
perceber uma lógica de alternância).

Polarização, extensões ideológicas, fragmentação (se são mt dispersos ou se há concentração


de votos). Em países culturalmente mais diversificados ou uma lógica regional mt forte, a
fragmentação partidária é maior. Volatilidade: que tipo de votos é que os partidos captam – os
eleitores votam no mesmo partido? Ou o seu voto é volátil?

Todos estes aspetos, dizem alguns autores, como Bacelar Gouveia, influenciam o
funcionamento do sistema de partidos.

Portugal: bipartidário na forma como funciona ou de multipartidarismo limitado. O sistema


tem estado estável desde o pós-25 de abril. A partir de 2015 há algumas inovações, uma
posição diferente em questão de sistemas governativos (partidos de esquerda contribuem
para uma solução de governo). A verdade é que os sistema funciona normalmente em dois
partidos, polarizadores, governando só, em coligações por vezes, alternando, o sistema
funciona principalmente em torno de PS e PSD.

Então, os partidos são de alguma forma uma realidade regulada pelo direito ou não? Sim,
mas nem sempre foi assim. Atualmente vivemos no estado de partidos, o estado democrático
reconhece o papel dos partidos e enquadra-o normativamente. Isto com base no pressuposto
de que os partidos contribuem de forma decisiva para o funcionamento do sistema político.
São reconhecidos e regulados pelo direito. No fundo, desempenham uma função pública,
dinamizam o sistema constitucional. São pessoas coletivas jurídicas, com um estatut próprio,
que resulta de ll constitucionais.

No início, porem, as associações políticas não eram reguladas, nem reconhecidas. No reino
unido, reconhecia-se 2 desde o séc. XVII, mas em geral não existia esse reconhecimento. Os
primeiros partidos vão ganhando reconhecimento, mas as constituições não os reconhecem.

Começam de facto a ser reconhecidos na lei nas constituições com o estado de direito. Na
segunda metade do sec. XX, este reconhecimento torna-se muito alargado. Um autor, Triepel
(?), mostra esta evolução.

IMPORTANTE: A Partir da 2ª metade do séc. XX, temos uma incorporação dos partidos nas
normas jurídicas. Temos normas constitucionais e legais que acolhem os partidos. A nossa
constituição é um bom exemplo disto, reconhece os partidos políticos no seu texto
constitucional, de várias formas.

Nas disposições iniciais, temos o art.º 2 (ideia do pluralismo, organização política, remete
para uma ideia de pluralismo partidário). Art.º 10/2 (reconhecimento dos partidos). Associado
ao direito de sufrágio. Encontramos também os partidos protegidas na parte dos direitos
fundamentais, dentro dos DLG (pessoas, políticos e dos trabalhadores). Nos políticos, temos o
art.º 48 e seguintes, encontramos o 41, associações e partidos políticos, é um direito especial
(já temos liberdade de associações, já caíam no 46), mas a CRP achou por bem criar um art.º
específico para o efeito, o art.º 51. No art.º 46, temos uma limitação mt importante à
liberdade de associação: não há associações armadas, etc. este limite aplica-se a todas as
associações e organizações. Estes princípios do estado de direito limitam o pluralismo que, à
partida, existiria sem estes limites. Estas normas explicam-se para salvaguardar alguns valores
fundamentais da CRP e a nossa herança histórica.

51: resultam alguns princípios essenciais sobre a organização partidária.

Art.º 51: liberdade de associação, prevista em termos genéricos no 46, compreende (o resto
do artigo); 1, 2: proibião de discriminação, 2 temos o princípio importante, da proibiçã de
dupla filiação. 3, 4, 5, 6. O art.º 51 é muito importante para compreendermos a organização e
regulação dos partidos políticos. há outros artigos, como o art.º 40, estabelece que os artidos
políticos t~e, direito a tempos de antena, 2 e 3.

O prof. JM diz que, se olharmos para a CRP, retiramos princípios importantes:

Princípio da liberdade de associação: pertencer, não pertencer e criar associações políticas,


liberdade de se desvincular. Há a regra da dupla filiação.

(art.º 51) Princípio da democracia interna (os partidos, como são associações, tem liberdade
para se organizar, mas esta liberdade tem limites, e o 51/5 há os limites. É verdade que têm
liberdade de se organizar, mas têm de respeitar estes princípios constitucionais). A
democraticidade tamnem entra nos partidos.

Princípio de publicidade: a atividade é de forma pública ou transparente.

Princípio da participação eleitoral (formação da vontade

Temos alguns outros aspetos importantes. Art.º 164, compete à AR legislar sobre associações
e partidos políticos. (164/h). é importante também ter em conta o art.º 114, 1; 2 (a oposição
está protegida na CRP, relacionado com direitos fundamentais como liberdade de expressão e
de ter opiniões diferentes em matéria política). A oposição tem direito de informação e a ser
informada (114/3), para influenciar a ordem do dia, etc. a oposição tem um estatuto específico
regulado por lei.

Art.º 180, os deputados eleitos podem constituir-se em grupo parlamentar (espécie de


representação institucional no parlamento). Os deputados tem determinados poderes, mas os
grupos parlamentares também (180). Temos esta figura do grupo parlamentar regulada na
CRP.

popular e dos órgão políticos)

Tudo acima está (não da mesma forma) no art.º 51.

Lei do Tribunal Constitucional

Na lei do TC, há uma parte dedicada à fiscalização dos partidos (Subcapítulo VI, título V). art.º
103 e seguintes. Encontramos os poderes que o TC tem para apreciar algumas questões
relativas a partidos. A extinção de partidos políticos. O TC tem poderes muito importantes na
fiscalização dos partidos. É feita pelo TC, essencialmente.
Nod ireito pt, temos a crp e duas leis: lei dos partidos polítios e lei do financiamento dos
partidos políticos.

Entre nós, os partidos políticos também estão regulados na lei. Atualmente, é a lei orgânica
2/2003. Tem um procedimento especial de aprovação. Fins dos partidos políticos (art.º 2),
PASSAR DEPOIS. Art.º 3: personalidade jurídica, são constituídos por tempo indeterminado.
Art.º 4, a constituição de partidos é livre e sem dependência de autorização, mas há requisitos
a cumprir (encontramo-los sobretudo nos art.º 14 e seguintes). Depende da inscrição no TC
(art.º 14). O reconhecimento é feito perante registo existente no TC, controla de alguma
forma o nascimento dos partidos políticos. Tem de ser adquirida por pelo menos 7500
cidadãos eleitores. Da mesma forma, também controla a sua extinção. Pode ocorrer por
dissolução (art.º 17) ou judicial (art.º 18).

Esta lei também se articula com a crp. Temos o princípio democrático (art.º 5). No art.º 6
temos o princípio da transparência. No 46/4 temos o mesmo do art.º 8. Caráter nacional, art.º
12. Princípio da liberdade de filiação (art.º 19). Estabelece os órgãos que devem estar previstos
(art.º 25).

Dada a importância dos partidos, a lei estabelece algumas regras que devem ser observadas.
Como já vimos, as eleições partidárias estão previstas (art.º 33?). o TC fiscaliza a atuação dos
partidos (art.º 34).

Esta figura dos partidos em Portugal qualifica-se… são associações de direito privado, mas
não conseguem ser apenas isso, têm de ser…?

Mesmo que considerem que são associações privadas,

Modelos de financiamento

É uma questão relacionada com a vida dos partidos e especificamente com as campanhas
eleitorais, ligada ao tipo de eleições e ao seu caráter competitivo. É preciso que o sistema faça
com que os aprtidos tenham igual oportunidade de aceder às campanhas.

Que financiamento, que quantidade eve estar disponível e como para que a eleição possa ser
uma luta não desigual? Inicialmente viviam de financiamento privado, militantes e etc.

Podemos simplificar e dizer que temos três possibilidades: financiamento público (os
partidos têm uma função pública, por isso faz sentido que haja financiamento não só às
campanhas mas à própria estrutura), financiamento privado (pode ter riscos, porque pdemos
ter os partidos reféns dos interesses privados, que os financiam, e pode criar grandes
desigualdades, porque uns podem conseguir atrair vários financiamentos e outros não), e
financiamentos mistos (públicos e privados, e estabelecem algumas restrições, regulam a
forma como o dinheiro pode ser obtdo e gasto, em geral e nas campanhas eleitorais).

Em Portugal, temos legisçação para este efeito. A lei 19/2003, que já teve algumas
alterações, é a lei do financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais. O art.º 2
estabeçece qie compreendem receitas próprias e financiamento privado e público. Art.º 3 e 4
explica o que é; o art.º 4 e 5 explica subvenções. O art.º 5 explica como é que elas funcionam.
É o chamado financiamento direto (a cada partido é concedida uma subvenção anual). Art.º 7.
Art.º 7, angariação de fundos, art.º 8 financiamento proibidos (anónimos, etc.).

Está também prevista a possibilidade de benefícios fiscais: os partidos não pagam IRC. Isso é
também uma forma de financiamento para os partidos. Devem pssuir contabilidade
organizada (12), órgãos de fiscalização interna (14?9.

Nos art.º 15 e seguintes, a lei regula o financiamento das campanhas. São receitas de
campanha donativos, subvenções estatais, etc (art.º 16). O que é importante perceber é que
há limites para estas despesas (art.º 20). O TC tem poderes de apreciação e fiscalização destas
contas. Está prevista nos art.º 23 e seguintes, cabe ao TC e à entidade das contas e
financiamentos políticos.

Entre nós, em Portugal.

O sistema de partidos

Sobre a evolução

No constitucionalismo liberal (1926) temos essencialmente partidos parlamentares, ou seja,


vivem da vida parlamentar, dinamizam-na (partidos de quadros). Até `aprimeira república,
eram mt pouco definidos, com ideologia pouco definida, pequenos, pouco estruturados. A
rimeira república foi implantada pelo partido republicano, partido pequno. Durante o
constitucionalismo autoritário, o regime do estado novo era antiparlamentar e
antirepresentação partidária; em vez das clivagens que os partdios possuíriam, a logica do
estado novo era orgânico corporativa (a representação fazia-se através da corporação). Na
prática, não havia liberdade partidária (embora a constituição não a proibisse expressamente).

O regime criou uma associação cívica de apoio (?) e a açao nacional popular. para alguns
autores, ano era um partido político, não tinha consistência política, não tinha uma estrutura
interna de natureza partidária, naot inha propriamente a função de combater ppelo exercício
do poder ou intervir ativamente na vida política. Outros entendem que podemos ter um
partido de sistema liderante. Os candidatos que chegaram a ser propostos foram patrocinados
por este partido liderante. O partido acabava por ter uma função de indicação de candidatos.

Em 1969, foram admitidas comissões eleitorais para apoio a deputados na assemleia


nacional (?).

76, reconhecimento de partidos que até aí eram clandestinos, como o comunista e o


socialista, houve um crescimento. O numero foi-se reduzindo, esteve estável durante muito
tempo, e de há uns anos para cá surgiram novos partidos com representação parlamentar,
como o PSD, o PS, o PCP, o CDS, o PRD (anos 80). Aqui, em 1999, surge o bloco de esquerda,
que surge como movimento de contestação, o PAN, entra no parlamento em 2015, IL, 1
deputado em 2019, CHEGA, elegeu 1 deputado em 2019 e o LIVRE. A partir de 2015, temos
algumas mudanças no panorama político e partidário.

Alguns autores debruçaram-se sobre este tema e chegaram a 2 perspetivas: estática e como
evolui. Muitos dizem que o nosso sistema se estabilizou após o 25 de abril. A hipótese de
congelamento dos partidos (porque o sistema estabiliza a seguir ao 25 de abril e manteve-se
idêntico). Após 2015, qnd o BE e o PCP puderam articular-se com o PS na governação. Para
alguns autores, aqui muda o sistema de partidos. Mas outros dizem que não mudou nada,
porque o bipartidarismo continuou. Foi um momento importante, mas não mudou a natureza
do sistema.

Outros fatores: alguns partidos vao perdendo apoio (PP ou PCP), novos partidos que elegem
deputados e reconfiguração da Direita em Portugal. Depois, a forma como o sistema evolui
não é clara. Temos variáveis que ainda interferem. Em Portugal, temos círculos eleitorais
relativamente pequenos. Isto limita a possibilidade de serem eleitos pequenos partidos. O
próprio tipo de sistema dificulta esta situação. O sistema de partido continua a orientar-se em
torno dos grandes partidos. Apesar de o sistema ser proporcional, por vezes conseguem obter
maiorias absolutas. Temos aqui que levar em conta o sistema eleitoral que temos.

Olhando do lado da procura, ou seja, o que as pessoas procuram. Há questões que em outros
partidos têm dividido os eleitorados e aqui não: questões pós-materiais. Como o PIB é baixo,
as pessoas procuram respostas relacionadas com os problemas do dia a dia, do que com
grande clivagens como fim de vida, menos radicalizadas quanto à questão da UE, movimentos
migratórios, etc. por isso, o sistema tem-se mantido relativamente estável.

O sistema pode estar a mudar. É preciso perceber como se vai evoluir e se a polarização se
vai acentuar. É preciso discutir a crise dos partidos ou a reforma dos partidos. A questão é que
é preciso olhar para a realidade dos partidos e olhar para ela à luz das mudanças sociais, como
a menor participação política (abstenção). Mitos partidos existem há muitos anos e podem
eventualmente causar algum cansaço, dificuldade de captar novos militantes. Será que os
partidos conseguem captar as ideologias da sociedade? Os sindicatos também passam por esta
questão. Crítica à partidocracia – a representação pode estar capturada pelos partidos, ou seja,
alguns mais radicais dizem que já não representamos, mas escolhemos partidos, não temos
representação política mas partidária, condicionando a atuação dos deputados. Uma
orienteção mais moderada entende que há espaço para as duas coisas (representação
mediatizada pelos partidos mas que não diminua completamente a voz dos deputados.

Há outras questões relativas ao próprio funcionamento interno dos partidos, relação entre os
militantes e os partidos, se os partidos devem ter eleições abertas para não militantes
poderem tomar opções, etc. há uitos movimentos no sentido de abrir os partidos para a
sociedade.

Os partidos são mt importante nos sistema pluralista, têm muitas funções de dinamização do
sistema político. Pode haver novas eprspetivsa de análise do sistema partidário (reforçar o
controlo da atividade partidária, monopólio de candidaturas, as pessoas podem apresentar
candidatuas mas tem de estar apresentadas em listas, etc). temos também de pensar na forma
como os partidos funcionam internamente.

Outro aspeto é vermos o papel dos partidos num contexto ais amplo (há outras formas de
participação democrática), também se acentua a democracia participativa (possibilidade de
nos envolvermos ativamente nas decisões políticas), e isso influencia a vida política.

FIM :D

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