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Formas de governo

As formas de governo dizem respeito ao modo como os governos são organizados, variando de acordo com a forma
como os elementos estatais são organizados.

As formas de governo dizem respeito ao modo como um determinado governo organiza os poderes e aplica o poder
sobre os governados. Nesse sentido, temos uma concepção de que a organização que um determinado governo faz
dos elementos estatais é a forma de governar.

Os escritos mais antigos sobre o assunto remontam a Aristóteles, que elaborou, em sua obra intitulada Política, uma
classificação das formas básicas de governo de acordo com as experiências políticas vividas na Grécia Antiga. Para
Aristóteles, havia seis formas de governo diferentes, sendo três legítimas (monarquia, aristocracia e democracia)
e três ilegítimas, que eram degenerações das formas legítimas (tirania, oligarquia e demagogia).

Na modernidade, temos duas concepções de formas de governo que ganham destaque: a de Maquiavel e a de
Montesquieu. Para Maquiavel, só existiam duas formas de governo, a saber, república e principado; já Montesquieu
percebeu três formas de governo, sendo elas república, monarquia e despotismo.

O que são as formas de governo?


A divisão de poder e a quantidade de pessoas que exercem a soberania estão diretamente relacionadas ao modo como
um governo organiza o Estado e os elementos estatais, de modo a criar diferentes relações entre governante,
governados e a "máquina estatal”. É importante salientar que Estado é diferente de governo. Enquanto o primeiro
tende a ser algo fixo e pouco alterável, pois diz respeito à ideia de nação que ocupa um determinado território, o
governo é algo mais passageiro e tende a durar bem menos do que o Estado.

Formas de governo para a Filosofia


Listamos a seguir as formas clássicas dividias por Aristóteles, Maquiavel e Montesquieu:

• Classificação aristotélica:

1. Monarquia: forma de governo em que o poder concentra-se nas mãos de uma pessoa, o monarca, e a soberania
encontra-se concentrada naquela figura. Para Aristóteles, o monarca deveria ser uma pessoa apta ao cargo,
com inteligência, estratégia e senso de justiça. Caso o monarca não tenha esses atributos, há uma tendência à
degeneração do governo.
2. Aristocracia: forma de governo legítima em que há um corpo de pessoas aptas a governar e, por isso,
estabelecem-se enquanto casta política. Se esse grupo não governar com justiça e competência ou legislar em
causa própria, a aristocracia degenera-se e torna-se uma oligarquia.
3. Democracia: outra forma legítima, a democracia é o poder político dissolvido entre a massa de cidadãos.
Todos aqueles que, por alguma razão intrínseca ao sistema político, possuem a "cidadania" (ou seja, podem
participar da cidade) também exercem o poder soberano.
4. Tirania: é uma degeneração da monarquia que ocorre quando o monarca passa a agir com injustiça e
incompetência, exercendo o poder de forma extremamente arbitrária.
5. Oligarquia: quando a aristocracia passa a legislar em causa própria e não se preocupa com as ações justas ou
com o bem comum, há uma degeneração que resulta na oligarquia.
6. Demagogia: quando a massa de cidadãos preocupa-se apenas com aqueles que estão no poder ou quando se
preocupa apenas com a massa, deixando as elites de lado, o sistema democrático torna-se uma demagogia.

• Classificação de Maquiavel:

1. República: pode abranger a democracia e a aristocracia. É uma forma de governo em que o poder é plural.
2. Principado: o poder aqui é singular, ou seja, é uma forma de monarquia em que o príncipe concentra o poder
em suas mãos.

• Classificação de Montesquieu:
1. República: pode ser uma democracia ou uma aristocracia, e o fundamental é o fato de a "soberania residir
nas mãos do povo"[2]. As ideias de pátria e igualdade entre os concidadãos são princípios basilares para o
pensamento republicano, ressalta Bonavides a respeito da obra O Espírito das Leis, de Montesquieu.
2. Monarquia: é o governo de apenas uma pessoa por meio de um corpo de leis fixas. O monarca legítimo não
pode alterar as leis arbitrariamente e nem infringi-las.
3. Despotismo: diz respeito ao monarca que desrespeita as leis, que abusa de sua autoridade e que age à revelia
daquilo que é estabelecido na Constituição.

Diferenças entre monarquia e república.

Monarquia

“Monarquia” vem do grego “mono” e “arkhía” que significam “um” e “líder”. Ou seja, é o sistema de governo em
que apenas um líder controla o Estado. As principais características desse sistema são:
• O cargo máximo do governo é ocupado pela figura do Rei/Imperador/Monarca;
• O poder do Rei é vitalício, ou seja, ele governa até a morte;
• Existe uma hereditariedade na ocupação dos cargos: a família real e seus descentes são os que irão suceder ao Rei
(Há uma rara exceção, em monarquias eletivas);
• São modelos que conservam tradições e cerimônias fortemente;
• Não há partidos políticos ou obrigatoriedade de vínculos políticos/econômicos para governar;
• Os possíveis sucessores da família real são educados desde criança para ocupar o cargo na maioridade.

O Brasil passou por dois períodos de Monarquia. Um na época do Brasil Colônia subordinado à coroa portuguesa e
outro já como país independente. Esse segundo se estendeu desde a proclamação da independência (1822) até a
proclamação da República (1889).

República

“República” vem do latim “res publica” que quer dizer “bem comum” ou “coisa pública”. É um regime bem popular
no ocidente e o mais usado atualmente, porém ele já data da época das Cidades-Estados romanas e gregas.

Elas se limitavam às cidades porque tinham estruturas menores e continham grande influência cultural. No século
XVIII que os filósofos Voltaire, Rousseau e Montesquieu criaram os ideais republicanos em meio às revoluções. As
principais características eram:

• Vontade popular deve ser soberana


• Voto como fator necessário (seja ele direto ou indireto)
• Limitação do poder do governante pela constituição
• Tempo máximo permitido para atuação do governante
• Existência de partidos políticos
• Divisão de poderes

A república foi criada para ser um contraponto à monarquia absolutista que dominava na época, por isso ela sempre
busca limitar os poderes do governante. Além disso, eles foram os mesmo que criaram os 3 poderes numa tentativa
de colocar o líder ainda mais limitado, pois as funções antes centralizadas em suas mãos, agora seriam exercidas por
órgãos separados.

Diferença entre forma de governo e regime de governo


Essa distinção é simples, porém pode causar muita confusão. Enquanto as formas de governo dizem respeito ao
número de governantes e a quantidade de pessoas que exercem o poder, o regime de governo é um atributo de cada
governo em particular, que adjetiva o modo como aquele governo/governante comporta-se.

Como regimes de governo, temos como exemplo os regimes democráticos, autoritários e totalitários. Os regimes
democráticos são aqueles em que as ações políticas são tomadas em conjunto por um corpo de cidadãos que
compreende a maioria. Um regime autoritário é aquele em que o corpo de cidadãos é excluído das decisões políticas
e o poder é exercido autoritariamente por um grupo de pessoas ou por uma pessoa, passando por cima das leis e
controlando a vida e a atividade política. Já os regimes totalitários, como os ocorreram na Europa no século XX
(nazismo, stalinismo e fascismo), são regimes em que todos os aspectos da vida pública e da vida privada são
controlados por um governo extremamente autoritário por meio de um processo de hiperinflação do Estado.

Formas de governo no Brasil


Desde 1822, o Estado Brasileiro formou-se como uma nação independente de Portugal. A partir de então, algumas
formas de governo assumiram o poder, deixando diferenças elementares entre vários períodos. A partir da
independência, Dom Pedro I tornou-se imperador do Brasil e, em 1824, foi consolidada a primeira Constituição
brasileira. Nesse período, o Brasil era uma monarquia e, a partir de 1824, passou a contar com uma Constituição e
com um Parlamento, tornando-se uma monarquia parlamentar. A existência ou não de um Parlamento diz respeito ao
sistema político, e não a uma forma de governo.

Em 1889, um golpe republicano foi organizado por militares, destituindo do poder o imperador Dom Pedro II, o que
tornou o Brasil uma república presidencialista. Desde então, nunca deixamos de ser uma república presidencialista
com a atuação efetiva dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Porém, em alguns momentos, os governos
republicanos foram autoritários.

O que é tirania?

Tirania é uma forma autoritária de governo em que não costuma existir democracia. São características da tirania:
abuso de poder, opressão do povo, crueldade, dominação através de violência e ameaça a quem se opõe ao governo.

Para se manter no poder é comum que os governantes tiranos tornem os regimes cada vez mais cruéis e opressores.
Outra característica da tirania é a violação ou o descumprimento de leis que já existem. O governante na tirania é
chamado de tirano porque costuma ser uma pessoa que governa sem senso de justiça e sem respeito às liberdades e
direitos individuais e coletivos.

Tirania na história

O conceito de tirania vem da Grécia Antiga e de governos não legítimos que aconteceram nesse período. Era comum
que um governo tirano fosse estabelecido através de um golpe de Estado ou como consequência de uma revolução.

Iságoras é um exemplo de governador tirano da Grécia Antiga. Suas medidas tirânicas provocaram uma violenta
reação do povo de Atenas e, para tentar se manter no poder, Iságoras convocou a ajuda do exército de Esparta.
Aristóteles definiu a tirania como uma forma impura e corrompida da monarquia. Isso porque na tirania o governo é
mais focado nos interesses dos governantes do que nas necessidades do povo, mesmo que a vontade do governante
seja contrária à lei ou aos interesses da nação.

Mas os governos tiranos não existiram apenas na Grécia. A história mundial tem muitos registros de governos
considerados tiranos, como Ivan IV (Rússia), Leopoldo II (Bélgica), Stalin (União Soviética), Hitler (Alemanha) e
Saddam Hussein (Iraque).

Tirania moderna

Atualmente tirania tem o significado de um governo antidemocrático, que pode ser comparado a governos ditadores
ou absolutistas. Hoje em dia um governante tirano é aquele que não se preocupa com as necessidades e o bem-estar
dos cidadãos que vivem no país governado por ele.

Uma característica da tirania moderna é um governo que se aproveita do poder e do Estado em benefício dos próprios
interesses. Também são atitudes tiranas: exercer um grande controle sobre o que é publicado na imprensa, sobre a
liberdade de expressão e a livre circulação de informações.

Há países que ainda hoje vivem sob governos que são considerados como tiranos (ou ditadores), mesmo que os
regimes oficiais do país não sejam chamados assim. São alguns exemplos: Coreia do Norte, China, Arábia Saudita,
Coreia do Sul e Irã.
Oligarquia

Na ciência política, oligarquia (literalmente, "governo de poucos”, onde oligi, que quer dizer poucos, e arqui, que
significa domínio) é a forma de governo em que o poder político está concentrado num pequeno número pertencente
a uma mesma família, um mesmo partido político ou grupo econômico ou corporação.

A oligarquia é caracterizada por um pequeno grupo de interesse ou lobby que controla as políticas sociais e
econômicas em benefício de interesses próprios. O termo é também aplicado a grupos sociais que monopolizam o
mercado econômico, político e cultural de um país, mesmo sendo a democracia o sistema político vigente. Em sua
configuração original, a palavra oligarquia indica o “governo” (archein) “de poucos” (oligos). Contudo, o pensamento
político ligado à oligarquia não esteve rigidamente submetido a essa única forma de compreensão.

História da oligarquia

Ao longo da história, algumas oligarquias foram tirânicas, sustentadas na servidão pública, embora outras tenham
sido relativamente benignas. Os escritores políticos da Grécia antiga empregaram o termo para designar a forma
degenerada e negativa de aristocracia (literalmente, "governo dos melhores").

Aristóteles foi o primeiro a usar esta palavra como sinónimo do governo pelos ricos, embora o termo exato neste caso
seja plutocracia. Na oligarquia nem sempre é a riqueza que governa: os oligarcas podem ser qualquer grupo
privilegiado, que não precisa estar conectado por laços de sangue como numa monarquia. Algumas cidades-estados
da Grécia antiga foram oligarquias. Na História do Brasil, o termo oligarquia é costumeiramente empregado para se
fazer menção às primeiras décadas do seu regime republicano. Em tal período, compreendido entre 1894 e 1930, os
grandes proprietários de terra utilizavam de sua influência política e econômica para determinar os destinos da nação.

Apesar da presença de um sistema representativo, a troca de favores, a corrupção do processo eleitoral e outros
métodos coercitivos impediam a ascensão de outros grupos políticos. Mesmo vivendo em um sistema democrático, é
possível notar que algumas práticas oligárquicas ainda podem ser detectadas. Muitas vezes, as ações administrativas
de um representante político se mostram vinculadas ao benefício de uma parcela reduzida da população. Dessa forma,
outras parcelas da população acabam por experimentar as mais diversas situações de exclusão.

As oligarquias são grupos sociais formados por aqueles que detêm o domínio da cultura, da política e da economia de
um país, e que exercem esse domínio no atendimento de seus próprios interesses e em detrimento das necessidades
das massas populares; num país pós-colonial, como o Brasil, os interesses oligárquicos estão diretamente relacionados
aos interesses do imperialismo (o domínio de um país para o atendimento das necessidades — também oligárquicas
— de um outro país, este dominante); o imperialismo, por sua vez, participa diretamente da sustentação daqueles
grupos sociais oligárquicos no domínio do ‘seu’ país: os oligarcas de um país dominado são, portanto,
‘subdominantes’. Oligarquias são grupos fechados e pequenos que detêm o controle do poder, geralmente formadas
por familiares de grandes proprietários.

Atualmente, os Estados Unidos são considerados como um país oligárquico e desde o colapso da União Soviética em
dezembro de 1991, empresas multinacionais de capital fechado na Rússia, incluindo produtores de petróleo, gás
natural e metal, levaram à ascensão de oligarcas russos, segundo alguns analistas. No Brasil, as oligarquias agrárias
já desfrutavam de poder econômico. A economia global também tem se tornado cada vez mais oligárquica.
ATIVIDADE – CIDADANIA E RESPONSABILIDADE SOCIAL – 12/03/24
1. O Brasil adota a forma de governo republicana, que se caracteriza

A) pelo sistema eleitoral baseado no voto censitário.


B) por ser um sistema fundamentado na sucessão hereditária.
C) pelo caráter eletivo e transitório dos representantes políticos.
D) pela dependência entre os Poderes Executivo, Legislativo e Presidencial.

2. Sobre as formas de Governo, assinale a alternativa correta:


A) Na monarquia, o governo é realizado pela família real. Nesta forma de governo, o povo tem poder de escolha sobre
quem o representa, podendo indicar outra família real, caso entenda pertinente e necessário.
B) A República Presidencialista possui como características: eletividade; temporariedade; responsabilidade do Chefe
de Estado.
C) Entre as características da monarquia podemos citar: hereditariedade; vitaliciedade; responsabilidade.
D) A República Presidencialista é o regime em que o governante é eleito pelo povo.

3. A cidadania e a democracia são pilares fundamentais da sociedade. A cidadania implica direitos e deveres
dos cidadãos, enquanto a democracia visa garantir a participação e o poder do povo nas decisões políticas.
Sobre os conceitos de cidadania e democracia, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) A cidadania é um conceito exclusivamente político, relacionado aos direitos e deveres dos cidadãos em relação ao
Estado.
( ) A cidadania é um conceito dinâmico que evolui ao longo do tempo e varia de acordo com as diferentes sociedades
e contextos históricos.
( ) A democracia é uma forma de governo em que todos os cidadãos têm o direito de participar diretamente nas
decisões políticas.
( ) A noção de cidadania se reporta à de Nação; esta entendida como espaço para a realização individual e coletiva,
organizada no Estado.
F, V, F, F.

4. João, estudante de direito, tinha muitas dúvidas em relação à conhecida classificação das formas de governo
oferecida por Aristóteles. Após ampla digressão teórica, o Professor explicou corretamente a João que o
referido pensador

A) distinguia as formas de governo normais das anormais, o que decorria de um critério ético, baseado no atendimento
ao interesse geral.
B) situava as formas de governo nos referenciais de democracia, teocracia e clerocracia, conforme o seu fundamento
fosse o povo, a nobreza ou o clero.
C) lastreava as formas de governo direcionadas ao bem comum em referenciais de base axiológica, explicitados nos
valores de honra, moderação e virtude.
D) concebia o governo de maneira monolítica, lastreado na vontade popular, o que caracterizava a democracia, sendo
plúrimo o seu modo de exercício.
E) concebia duas formas de governo, que expressavam a concepção de república própria dos antigos, sendo dividida
em república aristocrática e república democrática.

5. O Estado e o Governo, a partir do Estado de Direito, possuem a seguinte correlação:

A) Governo e Estado são sinônimos, identificando-se os membros do governo como pessoas do Estado.
B) Governo é função do Estado de alternância periódica, cujos membros são distintos do Estado e sujeitos à
responsabilidade.
C) O Estado se sujeita irrestritamente ao governo, ainda que este seja composto por alternância periódica.
D) Os membros do povo possuem, perante o Estado, qualidade de súditos, mas, perante o Governo, possuem a
qualidade de cidadãos/indivíduos.

6. As características de ser uma instituição política, transitória, independente, que exerce o poder, sendo considerado
um instrumento, remetem ao conceito de
Alternativas
A) Estado.
B) administração pública.
C) governo.
D) nação.

7. As cidades-estados gregas, em geral, evoluíram da monarquia para a oligarquia. Atenas evoluiu da


monarquia para a oligarquia, depois para a tirania, e, por fim, para a democracia. Relacione as formas de
governo as suas devidas especificações:
a) Monarquia
b) Oligarquia
c) Tirania
d) Democracia
( ) Do grego “týrannos”, que significa líder ilegítimo, a _________ é uma forma de governo autoritária em que
determinada população é oprimida e tem seu livre arbítrio anulado.
( ) Sua principal ferramenta era a Assembleia, por meio do voto, era decidido, como funcionaria a política externa,
que leis seriam aprovadas ou reprovadas e como seriam administradas as finanças da cidade.
( ) o poder político deixava de ser centralizado em um rei e passava a pertencer a um pequeno grupo de pessoas,
geralmente aristocratas.
( ) o rei (que tinha poder absoluto) governava com a ajuda de conselheiros.

C D B A

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