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IGREJA BATISTA IMBIRIBEIRA

ESCOLA BÍBLICA RAÍZES

A SEDUÇÃO DO SUCESSO
(Capítulo quatro do livro “DEUSES FALSOS” - Timothy Keller)

INTRODUÇÃO

Keller apresenta algumas citações que nos fazem refletir (p. 91-93):
➔ “Minha ambição na vida origina-se desse medo horroroso de ser
medíocre. (...) Porque embora tenha me tornado alguém, ainda preciso
provar que sou alguém. Minha Luta nunca terminou e provavelmente
jamais terminará” (Madonna);
➔ “Satisfação! Tenho 24 anos e jamais a conheci. Vivo eternamente em
busca de algo, embora não saiba do que corro atrás.” (Personagem do
filme Carruagens de fogo);
➔ “A realização é o álcool do nosso tempo. (...) Hoje em dia, pessoas de bem
não abusam do álcool. Abusam da própria vida. (...) O vício em realização
em nada difere de qualquer outro tipo de dependência” (Mary Bell -
conselheira que trabalha com altos executivos).

😔
QUE DECLÍNIO É ESTE EM QUE O HOMEM SE SUBMETEU EM BUSCA DA
PRÓPRIA SATISFAÇÃO?

I - A IDOLATRIA DO SUCESSO (p. 93 - 96)

➔ O sucesso e a realização pessoal levam a uma percepção de que somos


Deuses, que nossa segurança e valor se baseiam em nossa própria sabedoria,
força e também em nosso desempenho;
➔ A falsa sensação de segurança origina-se da deificação1 de nossa realização e
da expectativa de que ela nos mantenha protegidos dos problemas da vida de
um modo que só Deus consegue fazer ;
➔ A visão distorcida de nós mesmos faz parte da cegueira da realidade que a
Bíblia diz sempre acompanhar a idolatria - Sl 135:15-18: “Os ídolos das nações
são prata e ouro, obra de mãos humanas. Têm boca e não falam; têm olhos e
não vêem; têm ouvidos e não ouvem; pois não há alento de vida em sua boca.
Tornam-se semelhantes a eles os que os fazem, e todos os que neles confiam”;
➔ O principal indicador de que estamos envolvidos com idolatria do sucesso é
acharmos que não conseguiremos manter a nossa autoconfiança na vida a
menos que permaneçamos no auge de nossa área de atuação;

1
Ato ou efeito de deificar ou de se deificar. = DIVINIZAÇÃO, ENDEUSAMENTO - Dicionário Priberam da
Língua Portuguesa, disponível em: https://dicionario.priberam.org/deifica%C3%A7%C3%A3o
[consultado em 22-04-2023].
➔ “Vencer fazia-me sentir alguém, fazia-me sentir bem. Era como depender de
uma droga. Eu precisava das vitórias, do aplauso, para ter uma identidade” -
(Chris Evert - uma das principais tenistas das décadas de 1970 e 1980 nos
Estados Unidos).

II - UMA CULTURA DE COMPETIÇÃO (p. 96-97)

➔ Desde os primeiros anos, uma aliança entre pais e escolas cria uma panela de
pressão de competição, planejada para gerar alunos que sejam excelentes em
tudo. David Brooks2 chama isso de “mecanismo orgânico monstruoso”;
➔ A família se tornou o berçário onde o Anseio por êxito começa a ser cultivado;
➔ “Na sociedade do trabalho e do desempenho de hoje, que apresenta traços de
uma sociedade coativa3, cada um carrega consigo um campo, um campo de
trabalho. A característica específica desse campo de trabalho é que cada um
é ao mesmo tempo detento e guarda, vítima e algoz, senhor e escravo. Nós
exploramos a nós mesmos. O que explora é ao mesmo tempo explorado. Já
não se pode distinguir entre algoz e vítima. Nós nos otimizamos rumo à morte,
para melhor poder funcionar. Funcionar melhor é interpretado, fatalmente,
como melhoramento de si-mesmo. A autoexploração é muito mais eficiente do
que a exploração estranha, pois caminha de mãos dadas com o sentimento de
liberdade. Paradoxalmente, o primeiro sintoma do Burnout é a euforia.
Lançamo-nos eufóricos ao trabalho. Por fim, acabamos quebrando (HAN,
Byung-Chul; Sociedade do Cansaço, p. 115).

SE NOSSA CULTURA INTEIRA INCENTIVA-NOS COM VEEMÊNCIA A ADOTAR


ESSE DEUS FALSO DO SUCESSO E DA EXCELÊNCIA, COMO FUGIR DELE?

III - O DEFUNTO BEM-SUCEDIDO (p.97-99)

➔ 2 Reis 5:1 : “Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era grande homem
diante do seu senhor e de muito conceito, porque por meio dele o Senhor
tinha dado a vitória à Síria. Ele era herói de guerra, porém sofria de lepra”;
➔ A lepra, na Bíblia, abrangia uma diversidade de enfermidades dermatológicas
fatais e devastadoras que aleijavam e desfiguravam devagar suas vítimas até
matá-las;
➔ Naamã tinha tudo - riqueza, habilidade atlética, aclamação popular - mas, sob
todas essas coisas, ele estava literalmente caindo aos pedaços;
➔ A natureza contagiosa da doença de pele de Naamã fizeram dele um
forasteiro. Todo seu sucesso era inútil, uma vez que não podia superar sua
alienação social e o desespero emocional;
➔ A lepra de Naamã representa a realidade de que o sucesso não tem como
entregar a satisfação que procuramos.

2
David Brooks é um jornalista, escritor e comentarista político américo-canadiano.
3
. Que tem força ou poder para coagir. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa; disponível em:
https://dicionario.priberam.org/coativa [consultado em 22-04-2023].
IV - PROCURANDO NOS LUGARES ERRADOS (p.99-102)

➔ 2 Reis 5: 2-6: “Tropas saíram da Síria, e da terra de Israel levaram cativa uma
menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã. Um dia a menina disse à
sua senhora: — Quem dera o meu senhor estivesse na presença do profeta que
está em Samaria; ele o curaria da sua lepra. Então, Naamã foi contar isso ao
seu senhor, dizendo: — Assim e assim falou a jovem que é da terra de Israel. O
rei da Síria respondeu: — Vá! Eu enviarei uma carta ao rei de Israel. Então
Naamã partiu e levou consigo trezentos e quarenta quilos de prata, setenta e
dois quilos de ouro e dez mudas de roupa. Levou também ao rei de Israel a
carta, que dizia: "Tão logo esta carta chegar a você, saiba que eu lhe enviei
Naamã, meu servo, para que você o cure da sua lepra."
➔ Naamã esperava obter a cura pelas cartas de máxima recomendação
endereçadas de um rei a outro. Pensou que poderia usar o próprio sucesso
para lidar com seus problemas. Não entendia que algumas coisas só Deus
pode fazer;
➔ Quando o rei de Israel bradou: “Sou um deus?” “Posso matar e trazer a vida?”,
ele tocou no cerne do problema de Naamã, que havia feito do sucesso ídolo;
➔ Naamã busca um Deus que possa tornar-se seu devedor, mas este é um Deus
de graça, a quem todos são devedores. Naamã está buscando um Deus
particular, um Deus para si, mas não para todos, mas esse é o Deus de todo
mundo, quer o reconheçamos, quer não.

V - ALGO DIFÍCIL (p. 102 - 104

➔ 2 Re 5:8-13
➔ Aparentemente insensível à honra prestada a Naamã, o profeta não foi até a
porta. Limitou-se a mandar seu servo falar com ele (v. 10);
➔ Naamã esperava que Eliseu pegasse o dinheiro e realizasse algum ritual de
magia. Ou, pensou ele, se Eliseu não aceitasse o dinheiro, ao menos exigiria
que Naamã fizesse algo difícil para merecer a cura;
➔ Naamã estava sendo confrontado por um Deus que só atua com base na graça
em suas relações com os seres humanos. Ninguém pode controlar o verdadeiro
Deus, porque ninguém é capaz de conquistar, merecer ou alcançar a bênção e
salvação concedidas por Ele;
➔ Somente se compreendesse a graça de Deus, Naamã veria que seus sucessos
eram, em última análise, dons de Deus. (...) Ele dependera da Graça de Deus a
vida toda mas não enxergava isso;
➔ “Lava-te apenas”, portanto, era uma ordem difícil por ser fácil demais. Para
executá-la, Naamã tinha que admitir sua impotência e fraqueza e receber a
salvação como dom gratuito.
VI - A PEQUENA SERVA SOFREDORA ( p. 104-106)

➔ 2 Reis 5:3
➔ Temos uma personagem muito importante nessa história: a escrava
da esposa de Naamã, capturada durante um ataque militar dos
sírios;
➔ Ela está no fundo do fundo da estrutura social da Síria. Trata-se de
uma forasteira, de uma escrava, de uma mulher - e jovem,
provavelmente entre 12 e 14 anos. Sua vida está arruinada por
completo. E quem é responsável por isso? O marechal de campo
Naamã, comandante militar supremo. No entanto, como ela reage
ao descobrir que seu maior inimigo foi acometido de lepra?
➔ Há empatia e preocupação em suas palavras (v.3);
➔ O que ela sabia podia salvá-lo, e, ao esconder a informação,
poderia fazê-lo sofrer terrivelmente. (...) Essa heroína desconhecida
não buscou vingança; confiou em Deus para seu juiz de tudo aquilo.
Perdoou Naamã e tornou-se veículo de sua cura e salvação.

VII - O GRANDE SERVO SOFREDOR (p. 107 - 108)

➔ Isaías 53 - Jesus cumpre as profecias do Servo Sofredor que veio para salvar
o mundo.

VIII - O FIM DA IDOLATRIA (p. 109-110)

➔ Naama humilhou-se e entrou no Jordão. O resultado foi


surpreendente:
➔ “Então, Naamã desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra
do homem de Deus; e a sua pele se tornou como a pele de uma criança, e ficou
limpo. Depois ele voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva. Veio,
pôs-se diante dele e disse: — Eis que, agora, reconheço que em toda a terra
não há Deus, a não ser em Israel. E agora, por favor, aceite um presente deste
seu servo.” 2 Reis 5:14,15;
➔ A história bíblica da salvação ataca nossa adoração ao sucesso do início ao
fim. para ser curado, Naamã teve de aceitar a palavra de uma serva e, mais
tarde, de um servo de Eliseu e, por fim, dos próprios servos. (...) Deus enviou a
mensagem de salvação por meio deles. A resposta não veio do palácio, mas
das acomodações dos escravos!
➔ “Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os
sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. E
Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que
não são, para reduzir a nada as que são, a fim de que ninguém se glorie na
presença de Deus”. 1 Coríntios 1:27-29

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