Você está na página 1de 45

Divisões da REPÚBLICA NO

BRASIL
São 5 divisões

Primeira República ou República Velha – 1889 até 1930

ERA VARGAS – governo Vargas (1930 até 1937) e Estado Novo – “ditadura de Vargas”(1937 até 1945)

Período Democrático ou Populismo – 1945 até 1964

Período da Ditadura Militar ou Ditadura Cívico-Militar - 1964 até 1985

Redemocratização- 1985 até aos dias atuais.


Primeira República no
Brasil
( 15/nov/1889 até 1930)

PROF.ª ISLÉIA ROSSLER STREIT


O que é uma república?

República é uma forma de governo onde o povo ou seus representantes elegem, por


meio de voto livre e secreto, um chefe de Estado para governar por tempo limitado. O
chefe de Estado é chamado de presidente da república e permanece no poder pelo
período de quatro anos, que pode ser estendido por mais quatro anos, caso haja uma
reeleição.
(Fonte: www.meusdicionarios.com.br/republica/)

Immanuel Kant é o Iluminista da modernidade a defender o conceito de República.


Relaciona a República, ao Estado organizado para a realização do progresso e do
aperfeiçoamento da espécie humana.
Características Políticas.

1) No Brasil em 15 de novembro um grupo de civis e militares adeptos da causa republicana depôs D. Pedro II
e declarou o fim do regime monárquico no Brasil.
Constata-se divergências entre civis e entre os militares de qual seria o perfil da República no Brasil.
Consenso era da necessidade da instalação de uma REPÚBLICA FORTE e CENTRADA NO PODER EXECUTIVO.
2) República da Espada (predomínio do poder Executivo por militares/insatisfações civis e também entre os
militares, especialmente da Marinha. (autonomia dos estados do sistema federativo X centralismo militar)
Deodoro da Fonseca (1889-1891) e Floriano Peixoto (1891-1894).
3) Divergências ideológicas entre os líderes da República:
Grupo dos republicanos históricos -
Grupo dos positivistas –
Grupo dos republicanos radicais e monarquistas.
Características Políticas.
4) Política do Encilhamento e o incentivo à industrialização que não deu certo. (Rui Barbosa)
5) Revolta da Armada em 1893, segundo levante da Marinha insatisfeita com a ação centralizadora de Deodoro e também
de Floriano Peixoto.
6) Revolta da Chibata - 1910 (Marinha descontente) João Cândido.

7) República Oligárquica marcada pela presença de governos civis. Se inicia com a eleição do paulista Prudente de Moraes.
São características: (pag. 531)
A) política dos governadores.
B) presença dos coronéis.
C) do voto de cabresto.
d) da política do café com leite.
Características econômicas
1) Sua majestade O CAFÉ
2) Borracha e o desenvolvimento da região amazônica. Auge de extração entre 1890 e 1910 que
provocou grande enriquecimento da região de Manaus e Belém do Pára (25% das exportações)
3) Desenvolvimento industrial (lucros do café, práticas imigrantes, mão-de-obra livre).
4) Reformas urbanas (surge o conceito de urbano) e modernização dos espaços (eletrificação,
fotografia, saneamento)
5) Revoltas urbanas quanto às transformações (Revolta da Vacina e o autoritarismo)
“Os sinais de enriquecimento do estado eram visíveis embora a cotação internacional do café
caísse constantemente. A safra de 1901- 1902 superou o consumo em 1 milhão de sacas (Nosso
Século, 1980). Durante todo o período da Primeira República a produção cafeeira será mantida e
expandida às custas da política econômica do governo federal garantindo preços aos produtores
e subsidiando as exportações agravando consideravelmente o endividamento nacional.”
(Barata, 2000. Ciência e Saúde Coletiva)
Apesar da crise dos preços do café, a farta mão-de-obra imigrante que afluía para as cidades, as
facilidades de crédito e a modernização dos transportes deram impulso definitivo à
concentração industrial.
As indústrias vão transformando as cidades. Cafeicultores paulistas como os Prado e os Álvares
Penteado começam a diversificar seus investimentos dando origem aos impérios industriais.
Mas, a maioria dos industriais em São Paulo constituía-se de europeus enriquecidos nas
atividades comerciais como os Jafet, Crespi, Street e Scarpa no ramo de tecelagem; Siciliano e
D’Andrea nas máquinas agrícolas; Duchen, nos biscoitos; Klabin no papel; Ramenzoni na
confecção de chapéus e os Matarazzo em inúmeros ramos industriais (Nosso Século, 1980).
No início do século, São Paulo tinha 240 mil habitantes e para cada dois italianos havia um
brasileiro.
Ao final da década a população atingia 450 mil dos quais cerca da metade eram imigrantes
europeus (Nosso Século,1980)
Revoltas urbanas por
melhores condições de
infraestrutura;

Revoltas no campo contra o


poder local econômico e
político dos coronéis;

Revoltas sociais de
trabalhadores e operários
Características sociais
1) Modernidade e exclusão: movimentos messiânicos ou messianismo (movimento social
coletivo, com um líder que representa um Messias, um salvador com objetivo de construir um
mundo novo)
2) São exemplos de movimentos messiânicos:
Antônio Conselheiro e o Arraial de Canudos ( separação da Igreja e do Estado) (comunidade
fundada em 1893, na Bahia) que deu origem a Guerra de Canudos ( 1896-1897) com o violento
“cerco a Canudos”.
Cangaço e os cangaceiros (final do século XIX até 1930) agiam a margem da lei desafiando o
poder dos coronéis.
João Maria e a Guerra do Contestado, envolvendo famílias camponesas e empresas
estrangeiras extratoras de madeira. (1910-1916)
A gripe espanhola – 1918.
Sem maior destaque, lê-se em duas notas publicadas em O País, em 1Q e 5 de agosto de 1918,
que a "doença espanhola grassa com intensidade notável", colocando "meia Lisboa na cama" e
aumentando o preço do limão "descaradamente". Mais de um mês depois, a 23 de setembro, os
jornais anunciaram o adoecimento de 55 brasileiros que se achavam a bordo de navios da
Divisão Naval, no porto de Dakar, em operações de guerra. A "espanhola" já se difundira pela
península Ibérica e pelo litoral da África. Tinha sido diagnosticada como dengue pelo chefe do
corpo de saúde naval, que não descartava a possibilidade de se tratar de "uma espécie de tifo".
O ministro da Marinha, Alexandre de Alencar, comunicou que o governo enviaria médicos e
enfermeiros para atender às vítimas.
Enquanto chegavam notícias sobre a difusão da epidemia pelo Nordeste e Norte do Brasil, a 7 e 8 de
outubro ela era identificada em Niterói, em trabalhadores residentes em casas de cômodos, e na
capital federal, entre 88 soldados da Vila Militar. Teria sido trazida pelo navio Demerara, proveniente
também de Dakar e ancorado no porto do Rio desde 23 de setembro. Embora os jornais criticassem o
chefe da Inspetoria de Profilaxia dos Portos, dr. Jaime Silvado, cuja negligência estaria relacionada à "fé
positivista" que o impedia de "crer em micróbios", o fato não gerou maior inquietação. O aumento do
número de casos em locais de grande concentração — quartéis, escolas e repartições públicas — foi
percebido como o "curso natural da epidemia de influenza". No dia 11 de outubro de 1918, os jornais
deram grande destaque à sessão da Academia Nacional de Medicina em que o diretor de Saúde
enfatizou a tese da benignidade da gripe: não passava de "simples influenza", doença multissecular que
de vez em quando percorria o globo, e contra a qual se deviam empregar as precauções habituais e sais
de quinina como preventivo. Encerrou a palestra com uma propaganda da vacina contra varíola,
comentando que tinha efeitos imunizantes contra a gripe em alguns indivíduos (Correio da Manhã,
11.10.1918).
Os 440 doentes internados no Hospital do Exército em 10 de
outubro, no início ainda da epidemia, subiram para vinte mil,
quatro dias depois. Diariamente, os jornais publicavam
estatísticas desse quilate, resultantes, ao que tudo indica, de
informações dispersas colhidas em hospitais, postos de socorro
e cemitérios.
A influenza espanhola chega ao Brasil Em 1918, no front da Primeira Guerra Mundial, soldados começaram a ser
vitimados por uma doença até então desconhecida. Foi denominada de “Gripe Espanhola”, e recebeu este nome
porque foram os jornais da Espanha, país neutro na guerra, que começaram a divulgar o surto que estava vitimando
combatentes. Nos países diretamente envolvidos no conflito, notícias foram censuradas para não arrefecer a moral
das tropas. Foi considerada a maior epidemia da história. Nas palavras de Liane Maria Bertucci-Martins, “nada matou
tanto em tão pouco tempo” (2003, p. 106). Há suspeitas que os primeiros casos ocorreram no estado do Kansas,
Estados Unidos, e se espraiaram pela Europa por soldados estadunidenses. Em poucos meses, a doença alcançou
várias partes do mundo, atingindo além da América, a África, Ásia, Oceania e Europa. Só algumas ilhas do Pacífico,
Nova Guiné e Santa Helena não foram atingidas. Apesar das dificuldades de precisão dos números, cálculos
modestos apontam que a gripe matou 20 milhões de pessoas em todo o mundo (Bertucci-Martins, 2005; Jaskulski,
Jaskulski, & Guilhermano, 2012; Santos, 2006; Souza, 2005). Matou mais gente do que os quatros anos sangrentos da
Primeira Guerra Mundial, de 1914-1918, que vitimou, aproximadamente, oito milhões de pessoas (Bertucci-Martins,
2005; Jaskulski, Jaskulski, & Guilhermano, 2012). Conhecida como “terrível mal”, “ciclone maldito”, “flagelo”,
“epidemia nefasta” “hecatombe” e “moléstia”, a epidemia durou quase dois anos. Com pequenas diferenças, os/ as
autores/as falam em três ondas com intensidade e temporalidades distintas. A primeira onda foi a mais branda e
durou menos tempo, entre os meses de março e julho de 1918. A segunda, foi considerada a mais virulenta e
ocasionou o maior número de mortes, teve início em agosto e foi até janeiro de 1919. A última onda se estendeu de
fevereiro de 1919 e, em alguns lugares, foi até 1920 (Bertucci-Martins, 2003; Martino, 2017; Souza, 2008).
Os primeiros brasileiros contaminados foram integrantes da missão médica brasileira que prestaram assistência aos
soldados aliados a bordo do navio La Plata, que, ao atracar em Dacar-Senegal, foram contaminados, o que resultou
na morte de 156 pessoas (BertucciMartins, 2003, 2005; Castro, 2019; Goulart, 2005; Martino, 2017; Souza, 2005).
Em terras brasileiras, a gripe espanhola chegou em setembro a bordo do navio inglês Demerara, que trouxe
pessoas infectadas da Europa e atracou nos portos de Recife, Salvador e Rio de Janeiro. A partir dessas cidades, os
deslocamentos de passageiros em navios, trens e barcos fizeram com que a “espanhola” saísse do litoral e se
espraiasse por todo o país. Apesar dos esforços da comunidade médica e de pesquisadores da época, havia
desconhecimento sobre a doença, cujo contágio era acelerado e com alta incidência de letalidade. Adriana da Costa
Goulart (2005) argumenta que os conhecimentos da medicina sobre o agente infeccioso, formas de transmissão e
terapêutica se dispersavam em múltiplas interpretações. A falta de conhecimento da medicina e da ciência sobre o
contágio, diagnóstico e tratamento e a lentidão dos governos em darem respostas satisfatórias fizeram com que as
pessoas se sentissem entregues à própria sorte. Em algumas cidades, especialmente, Rio de Janeiro e São Paulo, o
contágio e morte ocorreram aos borbotões.
Sem se ocupar da subnotificação, Luiz Henrique Torres (2009) apresenta números sobre a pandemia.
Segundo o autor, a influenza espanhola vitimou 300 mil pessoas no Brasil. Outros autores apresentam
números específicos. Calcula-se que 1% (aproximadamente 5.331) da população de São Paulo tenha
falecido. (Bertucci-Martins, 2003). Na cidade do Rio de Janeiro (com quase um milhão de habitantes),
segundo as estimativas, morreram 15.000 pessoas (Santos, 2006). Em Salvador, cerca de 130 mil pessoas
entre os 320 mil habitantes foram infectadas. (Souza, 2005). Esta alta taxa de óbitos atingiu especialmente
os mais pobres, moradores de cortiços, vilas operárias e comunidades, com maior letalidade da faixa-etária
de 20 a 40 anos. Christiane Cruz de Souza (2005), examinando dados de Salvador, sintetiza as
características socioeconômicas da população atingida: “acossada pela carestia, abatida pela fome,
desalojada pelas reformas urbanas (aglomerada em lugares mal arejados, úmidos e escuros) e alquebrada
por epidemias precedentes” (Souza, 2005 p. 92)
Movimentos urbanos
1) Formação da classe operária. Greve geral de 1917.
2) Anarquismo e o anarcossindicalismo.
3) O comunismo e a fundação do PCB em 1922
4) O tenentismo ( movimento) e as Revoltas Tenentistas dos anos 1920.

A Revolta dos 18 do Forte de


Copacabana foi uma revolta tenentista
ocorrida na cidade do Rio de Janeiro
(capital do Brasil na época) em 5 de
julho de 1922. Foi a primeira revolta
tenentista da República Velha. Teve a
participação de 17 militares e um civil.
A Coluna Prestes foi um movimento
político, liderado por militares, contrário ao
governo da República Velha e às elites
agrárias. Este movimento ocorreu entre os
anos de 1925 e 1927. Teve este nome, pois
um dos líderes do movimento foi o capitão
Luís Carlos Prestes. 
 
Causas principais
 
A principal causa foi a insatisfação de parte
dos militares (tenentismo) com a forma que
o Brasil era governado na década de 1920:
falta de democracia, fraudes eleitorais,
concentração de poder político nas mãos
da elite agrária, exploração das camadas
mais pobres pelos coronéis (líderes
políticos locais).
Abaporu – 1928.
Semana da arte moderna de 1922 – inaugura o
modernismo brasileiro, um movimento de ruptura com
as reformas tradicionais de representação e criação na
arte.

Manifesto Antropófago – lançado por Oswald de


Andrade em 1928. A solução para a identidade brasileira
seria a “deglutição” ou apropriação das técnicas e
formas estrangeiras que invadiram o cenário nacional,
assimilando o que interessasse e descantando o resto.
Morro da favela -Tarsila do Amaral-1924
Café, Cândido Portinari, 1935
•Floriano Peixoto: estado de sítio em vigor por 295 dias;
•Prudente de Morais: estado de sítio em vigor por 104 dias;
•Rodrigues Alves: estado de sítio em vigor por 121 dias;
•Hermes da Fonseca: estado de sítio em vigor por 268 dias;
•Venceslau Brás: estado de sítio em vigor por 71 dias;
•Epitácio Pessoa: estado de sítio em vigor por 132 dias;
•Artur Bernardes: estado de sítio em vigor por 1287 dias;
•Washington Luís: estado de sítio em vigor por 87 dias.

O estado de sítio é um dispositivo burocrático definido pela


nossa Constituição para ser exercido em momentos em que a
ordem do Estado Democrático de Direito está gravemente
ameaçada. Essa medida de exceção deve ser autorizada pelo
Congresso Nacional e já foi utilizada em diversos momentos de
nossa história republicana.
•Obrigação de permanência em localidade
determinada;
•Detenção em edifício não destinado a acusados ou
condenados por crimes comuns;
•Restrições relativas à inviolabilidade da
correspondência, ao sigilo das comunicações, à
prestação de informações e à liberdade de imprensa,
radiodifusão e televisão, na forma da lei;
•Suspensão da liberdade de reunião;
•Busca e apreensão em domicílio;
•Intervenção nas empresas de serviços públicos;
•Requisição de bens.
•Rui Barbosa usou sua posição para defender a abolição do trabalho escravizado,
sendo um dos políticos mais atuantes pela causa. Além disso, ele era um defensor de
um ensino gratuito, laico e obrigatório. Ele acreditava que o crescimento do Brasil
passava, obrigatoriamente, pelo desenvolvimento científico e educacional.

•No campo estritamente político, Rui Barbosa era um monarquista. Além disso, ele era
um federalista e favorável à descentralização do poder no Brasil. Ele não via com bons
olhos a centralização promovida pela monarquia e rejeitou cargos para os quais foi
convidado por conta dessa discordância.

•Rui Barbosa foi um dos últimos nomes a aderir à conspiração que resultou na 
proclamação da república, em 15 de novembro de 1889. Ele se reuniu com
republicanos no dia 10 de novembro e, no dia seguinte, decidiu se envolver com o
movimento em curso. Com a proclamação, Rui Barbosa se transformou em um dos
grandes políticos brasileiros e atuou diretamente na consolidação da república em
nosso país.
Rui Barbosa graduou-se em Direito no ano de 1870, decidindo retornar para a Bahia. De volta a
sua terra natal, dedicou-se a dois ofícios: advocacia e jornalismo. Ele, inclusive, usou desses
ofícios para defender suas posições a respeito da escravidão — era abolicionista e defendia o
fim do trabalho escravizado no Brasil.
Benjamin Constant

Político e militar fluminense (1833-1891).

Um dos fundadores da República, é autor da divisa Ordem e


Progresso da bandeira brasileira.

Benjamin Constant Botelho de Magalhães (18/10/1833-22/1/1891) nasce em Niterói e em


18)2 ingressa no Exército. Estuda engenharia na Escola Central e astronomia no Observatório
do Rio de Janeiro, na mesma época em que ensina matemática no Imperial Colégio Pedro II.
Em 1887 funda o Clube Militar, importante centro de propaganda republicana do qual se torna
presidente. Em 9 de novembro de 1889 preside a sessão na qual os membros do Clube Militar
decidem pela queda da Monarquia. Após a proclamação da República assume a pasta da
Guerra no governo provisório e, em 1890, é aclamado general-de-brigada em comício público.
Nesse mesmo ano passa a chefiar o Ministério da Instrução Pública, Correios e Telégrafos.
Elabora uma reforma no ensino baseada nos princípios do positivismo,
corrente filosófica que considerava a educação uma prática anuladora das
tensões sociais. Morre no Rio de Janeiro.
A Pátria, Tela de Pedro Bruno, 1919

Você também pode gostar