O documento descreve a crise do Antigo Regime na França no século XVIII, que levou à Revolução Francesa em 1789. A crise foi resultado de fatores de longo prazo, como as reformas religiosas e a urbanização, e de curto prazo, como a crise fiscal e as más colheitas. A Revolução começou com três revoluções em 1789 - a Revolução Parlamentar, a Revolução Municipal e a Revolução Camponesa. Isso levou ao Terror de 1793-1794 para reprimir os inimigos da Revolução.
O documento descreve a crise do Antigo Regime na França no século XVIII, que levou à Revolução Francesa em 1789. A crise foi resultado de fatores de longo prazo, como as reformas religiosas e a urbanização, e de curto prazo, como a crise fiscal e as más colheitas. A Revolução começou com três revoluções em 1789 - a Revolução Parlamentar, a Revolução Municipal e a Revolução Camponesa. Isso levou ao Terror de 1793-1794 para reprimir os inimigos da Revolução.
O documento descreve a crise do Antigo Regime na França no século XVIII, que levou à Revolução Francesa em 1789. A crise foi resultado de fatores de longo prazo, como as reformas religiosas e a urbanização, e de curto prazo, como a crise fiscal e as más colheitas. A Revolução começou com três revoluções em 1789 - a Revolução Parlamentar, a Revolução Municipal e a Revolução Camponesa. Isso levou ao Terror de 1793-1794 para reprimir os inimigos da Revolução.
A crise do Antigo Regime (I) • No tempo longo: • As Reformas (católica e protestante) destruíram os laços entre a superstição popular e a religião oficial. • A urbanização e a erosão dos senhorios no campo, diminuíram o controle que as classes senhoriais possuíam sobre a população plebeia. • A Crise da consciência europeia. “a convulsão intelectual sem precedentes que começou em meados do século XVII, com o surgimento do Cartesianismo e a subsequente divulgação da “Filsofia mecânica” (...) (ISRAEL, 2009, p. 41) promoveu a descristianização e a secularização entre as elites. • A expansão econômica do século XVIII teria gerado uma burguesia com poder econômico, mas sem poder político. • LABROUSSE, 1973, CHARTIER, 2009, ISRAEL, 2009 A crise do Antigo Regime (II) • No tempo curto, particularmente na França: • Reformas na legislação sobre a comercialização dos cereais, na administração das províncias e no funcionamento dos tribunais estimularam os debates e a politização dos clubes literários e dos círculos filosóficos. Consolidação de uma opinião pública politizada a partir de c.1750. • A crise fiscal (1774-1789) leva à substituição sucessiva de ministros das finanças e a tentativas de reforma na estrutura fiscal. Essas tentativas esbarraram na resistência das ordens privilegiadas à taxação. Os Estados Gerais são convocados em 1789 para resolver o impasse. • As más colheitas de 1787-1789 produziram fome e ampliaram o mal estar popular. • CHARTIER, 2009, VOVELLE, 2012, LABROUSSE, 1983, LADURIE, 2007. As três Revoluções: • A Revolução Parlamentar: o debate sobre o tamanho e a representação do Terceiro Estado, provocou impasses entre a monarquia e os deputados eleitos, os últimos decidem formar uma Assembleia Constituinte. A notícia da chegada de um reforço de soldados a Paris e a demissão de Necker provocou um levante popular e a queda da Bastilha (14/07/1789). • A Revolução Municipal: o povo de Paris destrói as bases do poder tradicional no município e institui um governo “patriota”. O movimento espalha-se pelo interior, é organizada uma guarda nacional burguesa que se torna o braço armado da Revolução. • A Revolução Camponesa: Surge em Paris o tema da conspiração aristocrática. No mundo rural, o boato é que os senhores querem matar o povo pela fome. Os campos são tomados por notícias de bandidos a serviço dos nobres. Sucedem-se assim revoltas agrárias que garantem a vitória da Revolução no interior e a abolição do “feudalismo”. (O Grande Medo) • (VOVELLE, 2012, SOBOUL, 1981 e 1974, LEFEBVRE, 1979) De Paris para o resto do Mundo • Entre 1789 e 1791 a Revolução encaminha-se para um regime liberal, de monarquia constitucional, baseado numa participação política de corte censitário. • A constituição civil do clero é um foco de tensões entre os revolucionários, os religiosos (com grande influência social) e o papado. • Movimentos patrióticos e conspirações burguesas alastram-se pelas periferias da França (Saint Domingue, Avignon, Saboia) e, mais tarde, por várias capitais europeias. • O rei e as facções contra-revolucionárias na Corte conspiram com as outras potências para sufocar o levante, com concentração de emigrados nas fronteiras. • Paradoxalmente, os contra-revolucionários e as lideranças moderadas dos patriotas (Lafayatte e os brissotinos) desejam uma guerra por motivos diferentes. • A fuga do rei (1791) e a guerra contra a Áustria levam à suspensão e posterior destituição de Luis XVI. • VOVELLE, 2012, ANDRESS, 2007, SOBOUL, 1981 As bases do Terror • Entre 1792 e 1793, a extinção da monarquia, os fracassos na condução da guerra, o início da sublevação da Vendeia e as disputas entre os partidos (Girondinos x Montanha) preparam o clima para o terror. • É eleita uma Convenção, governo de transição que também deveria redigir uma nova constituição, considerando o fim da monarquia. • Os massacres de Setembro (1792), em Paris, produzem o receio entre o governo revolucionário da perda de iniciativa política frente às massas da capital. “É preciso ser terrível para que o povo não seja” (Danton?). • As tensões entre os defensores de um governo descentralizado, com o apoio nas províncias, e dos que defendem a preponderância de Paris, apoiados pelos radicais da capital, levam ao expurgo (2/6/1793) dos primeiros (girondinos). A guerra civil se alastra pelas províncias (revolta federalista). • A iniciativa política passa para o clube dos cordeliers, os comitês seccionários e a comuna de Paris. VOVELLE, 2012, ANDRESS, 2007, SOBOUL, 1981 O Terror (1793-1794) • Novas instituições são criadas (abril de 1793). Tribunal Revolucionário, comitê de salvação pública, comitê de segurança geral, submetem os ministérios e controlam a máquina de repressão que se enraíza no interior. • Leis de controle econômico, máximo geral, imposição de um controle de preços e combate aos especuladores. • Lei de Suspeitos (setembro de 1793), permite prender sem julgamento os suspeitos de infidelidade política. • Apesar de encampar as demandas sans-culotes, o governo terrorista desmonta as associações populares e clubes políticos radicais e executa (março de 1794) suas principais lideranças, os Herbertistas. • Em seguida, os indulgentes que defendiam o desmonte da máquina do terror, liderados por Danton, também são processados e presos. • As vitórias militares e a eliminação da facção exaltada dos jacobinos facilitou a reação: a 9 de termidor (27 de julho de 1794), os robespierristas foram eliminados por uma aliança entre os indulgentes sobreviventes e demais rivais pessoais de Robespierre do interior do Comitê de Salvação Pública e principalmente do Comitê de Segurança Geral. • “O balanço geral – 10 mil executados após julgamentos em toda França, mas muito mais, se incluirmos as vítimas da repressão nos focos de guerra civil (estimam-se 128 mil na Vendeia)”. (VOVELLE, 2012, p. 47). • VOVELLE, 2012, ANDRESS, 2007, SOBOUL, 1981 e 1974. • Bibliografia Básica:
• ANDRESS, D. O Terror. Rio de Janeiro: Record, 2007.
• CHARTIER, R. Origens culturais da Revolução Francesa, São Paulo: Ed. da Unesp, 2009. • FURET, F. Pensando a Revolução Francesa. São Paulo, Paz e Terra, 1986. • ISRAEL, J. Iluminismo Radical. São Paulo: Madras, 2009. • LABROUSSE, E. La crisis de la economía francesa al final del antiguo regimen y al principio de la revolución. in: Fluctuaciones económicas e historia social. Buenos Aires: Editorial Tecnos, 1973. • LADURIE, E. História dos Camponeses Franceses 2 Vols., RJ, Civilização Brasileira, 2007. • LEFEBVRE, G. O Grande Medo de 1789. Rio de Janeiro: Campus, 1979. • SOBOUL, A. História da Revolução Francesa. 3ª ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981. • SOBOUL, A. Camponeses, Sans-culottes e jacobinos. Lisboa: Seara Nova, 1974