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TEMA: Grupos sociais e projetos políticos na Revolução Francesa

REVOLUÇÃO FRANCESA I –

Brevemente as nações esclarecidas colocarão em julgamento aqueles que têm até aqui
governado os seus destinos. Os reis fugirão para os desertos, para a companhia dos
animais selvagens que a eles se assemelham; e a Natureza recuperará os seus direitos.
— Saint-Just; Sur La Constitution de la France, Discours prononcé à la Convention, 24
de abril de 1793

Segue abaixo os principais grupos participantes da Revolução Francesa:

1. Alto clero, ou Primeiro Estado:


– Representava zero vírgula cinco por cento da população francesa, era
identificado como bispos, abades e cônegos, descendentes de famílias nobres.

2. Nobres, ou Segundo Estado:


– Composta pela camada palaciana ou cortesã, que sobrevivia à custa do Estado.
Aproximava-se de um vírgula cinco por cento dos habitantes.

3. Burgueses, Sans-Culottes, Camponeses, Pequena Burguesia e Baixo Clero, ou


Terceiro Estado:
-Os Sans-Culottes eram também compostos por artesões, aprendizes e proletário,
que recebiam esse nome graças às calças simples que vestiam, ao contrário das calças
com culotes e de tecidos nobres usada pelos nobres.

A Revolução Francesa é muito importante porque ela marca a transição da Idade


Moderna para a Idade Contemporânea. Para a historiografia tradicional, que por sinal
foi criada por franceses no período iluminista, nós temos as gavetinhas: Idade da Pré-
História, Antiga, Média, Moderna, Contemporânea. Nesta perspectiva, o marco
escolhido para terminar a Idade Moderna e iniciar a Idade Contemporânea foi a
Revolução Francesa. Qual o episódio mais especifico: 14 de Julho de 1789 – Queda da
bastilha, tomada da Bastilha. Quando revoltosos, populares da cidade de Paris
invadiram a prisão real da Batilha que era um dos símbolos do Absolutismo. A partir
deste episódio se espalha pelo território francês várias outras manifestações violentas e
que acabaram desencadeando a derrocada do Absolutismo Frances.

MOTIVAÇÕES QUE LEVARAM GRUPOS INSURGENTES A REAGIREM A


UMA FRANÇA CAÓTICA:
 Crise econômica, miséria:
Aqui no século XVIII nós temos uma França com problemas financeiros, com queda na
produção, inflação alta, descaso das autoridades em aplicar verba pública para sua
própria população carente. Existem características Feudais: onde uma população muito
mais camponesa do que urbana nesta França. Trabalhadores rurais que não possuíam
salário: Eles eram servos, a maior parte do que produzia ficava para o dono da terra. A
maior parte das terras estava nas mãos da Aristocracia ou da Nobreza Francesa. Onde
80% da população era camponesa, ainda sobre regime Feudal, eram servos galera.
Então era uma França com problemas financeiros, inflação alta (alta dos preços). Com
um Governo Tirano, Absoluto, que cobrava abusivos impostos desta população
castigada, miserável. Vale lembrar também:
 A Guerra dos Sete anos (1756 – 1763):
Uma guerra que de fato durou 7 anos. Professor, mas esta guerra não foi travada lá na
América do Norte? Foi, e dai? Daí que os franceses que guerrearam nestes sete anos
contra os Ingleses, lutaram na América do Norte por disputa territorial. A França gastou
dinheiro, gastou verba, investiu força militar, investiu produção bélica, enfim, gastou
muita grana em uma guerra que foi perdida. E mais, a região de Quebeque, no Canadá,
que era Frances, após a Guerra passa a ser Britânico, Inglês. Então, a França além de
perder esta Guerra, ela perdeu muito dinheiro, investiu forças pra tentar enfraquecer os
Britânicos, que era a grande força mundial, a toda poderosa Inglaterra. Detalhe: as
tropas francesas entraram em contato com alguns colonos do atual Estados Unidos e lá
trocaram ideias, críticas contra tiranias e abusos de Governos. Percebam que não
demora muito para a Independência dos Estados Unidos. DESTACA-SE ABUSIVOS
GASTOS E A PERCA TERRITORIAL.
 Alta Carga Tributária:
É uma França castigada, miserável. Onde pequenos comerciantes urbanos pagavam
abusivos impostos, para um governo absolutista. Poder Tirano, Total na mão de um Rei.
Esta população carente, explorada, incentivada por uma teoria que surgia no momento
(o iluminismo), vão se rebelar
 Nobres e Clero:
Para manter nos privilégios da nobreza e do Clero (Igreja Católica), o governo cobrava
altos impostos. Vale ressaltar que além de ser isenta de impostos, a Igreja ainda era
proprietária de uma grande quantidade de terras. Os nobres são donos de terras,
aristocracia e a nobreza real (os Burbons – O Rei Luis XVI, Maria Antunieta e seus
familiares), Demais nobres: Condes, Marquesas, Duques. Possuiam a maior parte das
terras da França, junto a Igreja Católica. Além de controlarem boa parte da produção
rural, além de transformarem a população rural francesa em servos, pra manter seus
recursos, seu luxo, sua pompa, sua boa vidinha, eles cobravam muitos impostos da
população francesa.
Chega um momento que esta população vai se revoltar.
 Pensamento Iluminista:
O iluminismo da liberdade, da igualdade, da fraternidade. Aqueles caras muito
importantes: Roussel, Diderot, Voltaire, Montesquieu. Criticavam o absolutismo,
criticavam o poder total na mão de um Rei, de uma família real. Criticavam as terras
serem controladas por um pequeno número de pessoas. Criticavam a ideia de uma
obrigação religiosa. Todo cidadão francês deveria ser católico (monopólio cultural) –
Obs. Os Huguenotes (calvinistas) eram aceitos neste período francês. Mas quem tinha o
controle, o acesso ao governo estava ligado ao Catolicismo.
Os iluministas diziam que o povo francês (as pessoas do mundo) deveriam ser
livres. Ninguém deve ser escravizado, ninguém deve ser servo de ninguém. Deveria
existir uma igualdade social e econômica, uma igualdade perante a lei (Todos são iguais
perante a lei). E a fraternidade – irmandade, humanidade. Os iluministas defendiam a
Democracia e a ideia de uma sociedade Laica. Eu tenho uma religião se eu quiser ter
uma religião. Então estas ideias fazem parte dos revolucionários. Quem liderou esta
revolução? A Burguesia. E com o discurso iluminista, a burguesia consegue cativar a
população carente, marginalizada, explorada na França.
Escrever no quadro a pirâmide
1º Clero
(1%)
2º Nobreza
(2%)
3º Burguesia +
Camponeses + Sans
Culotes (97%)

A França estava dividida em três Estados Sociais: 1º O Clero: A Igreja Católica;


2º A nobreza: os donos de terra, a família real; 3º Burgueses, Camponeses, Sans Culotes
(trabalhadores urbano de Paris). Três por cento da população tinha 97% das terras.
Noventa e sete por cento da população estão fora do governo porque não existe
democracia, não existe debate político. O governo está restrito, nas mãos da nobreza
com apoio do clero.
O terceiro Estado conseguiu derrubar o primeiro e o segundo. Mas alguém liderou
este grupo: Os burgueses. Com isto eles passaram a ser a nova elite francesa. Eles
começaram a brigar entre si pelo poder da França (Jacobinos e Girondinos). A burguesia
se utiliza da fragilidade social e econômica de sans culotes (trabalhadores urbanos de
Paris) e camponeses para subir ao poder. Uma elite emergente derrubando um elite
dominante.
CHARGE: Está representando o primeiro e segundo estado. Montam, castigam e
exploram, abusam deste senhor que está representando o terceiro estado. A exploração
do trabalho. Vai chegar o momento em que este senhor aqui que representa o 3 Estado,
irá se levantar e derrubar os dois estados e cortar a cabeça de alguns deles. Fase mais
radical da Revolução Francesa. O povo se revoltando contra os abusos. Por que muitos
tem pouco e poucos tem muito? Após a Revolução qual a realidade do povo?
FASES DA REVOLUÇÃO FRANCESA:

 Assembleia Nacional (1789 – 1791);


O rei Luis XVI convocou um representante de cada Estado. Esta reunião deveria
discutir a reforma dos impostos na França. A proposta do Rei era aumenta os impostos.
A proposta do Terceiro Estado era fazer uma consulta popular. Luis XVI, tirano,
absolutista não aceita a proposta de consulta popular. Não aceita a ideia de voto por
cabeça. Não tendo suas ideias aceitas, o terceiro Estado cria a Assembleia Nacional,
composta apenas por ele. Discutiriam a respeito de uma possível constituição para a
França. O Rei só reconheceu esta Assembleia em 1789 com a tomada da bastilha (com
medo de perder a cabeça). Onde o povo manifestava contra a inflação alta, altos
impostos.
Neste período passa-se a construção da constituição e a carta dos direitos do homem e
do cidadão francês.
 Monarquia Constitucional (1791-1792);
Fim do Absolutismo, da tirania. O Rei reina, mas não governa sozinho. Governa junto
com um parlamento. O que diz nesta carta constitucional de 1791? - Monarquia
constitucional. – O voto é censitário (voto por renda - Apenas dos homens ricos votam).
Alguns privilégios da nobreza e do clero foram abolidos, mas o povo continuou fora das
decisões políticas. Monarquia liderada pelos Girondinos (republicanos moderados) –
Dialogavam com a nobreza e com os donos de terras. Esta foi a fase do fechamento da
Constituição Francesa.
Luís XVI foi considerado traidor por apoiar a Prússia e a Áustria a invadirem a
França e trazerem novamente o regime político do Absolutismo. Napoleão Bonaparte
juntamente com os Sans-culottes expulsam os Prussianos e Austriacos.
 Convenção Nacional (1792-1795);
Os Jacobinos lideram esta república ou convenção. Todos os homens poderiam votar.
São liderados por Robespiere. Responsável pela fase Era do Terror. Radicalismo.
Aproximadamente 17 mil pessoas foram guilhotinadas, perderam suas cabeças. Todos
os setores da sociedade tiveram pessoas que perderam suas cabeças, inclusive o Rei e a
família real. Se nas outras fases os Jacobinos e Girondinos estavam juntos, aqui eles
começam brigar entre si.
É criado aqui o Comitê da salvação com a finalidade de salvar a economia: Reforma
Agrária, Abolição da Escravatura nas colônias francesas, tabelamento dos preços. Uma
nova constituição foi elaborada aqui com Robespiere. Com tal radicalismo, até o
calendário francês mudou (o nome dos meses).
O calendário revolucionário francês ou calendário republicano foi criado pela
Convenção Nacional em 1792, durante o período revolucionário para simbolizar a
quebra com a ordem antiga e o início de uma nova era na história da humanidade. O
calendário tinha características marcadamente anticlericais e baseava-se no ciclo da
natureza.
Os meses
No outono:
Vindemiário (vendémiaire): 22 de setembro a 21 de outubro
Brumário (brumaire): 22 de outubro a 20 de novembro
Frimário (frimaire): 21 de novembro a 20 de dezembro
No inverno:
Nivoso (nivôse): 21 de dezembro a 19 de janeiro
Pluvioso (pluviôse): 20 de janeiro a 18 de fevereiro
Ventoso (ventôse): 19 de fevereiro a 20 de março
Na primavera:
Germinal (germinal): 21 de março a 19 de abril
Floreal (floréal): 20 de abril a 19 de maio
Prairial (prairial): 20 de maio a 18 de junho
No verão:
Messidor (messidor): 19 de junho a 18 de julho
Termidor (thermidor): 19 de julho a 17 de agosto
Frutidor (fructidor) : 18 de agosto a 20 de setembro.

Esse calendário só vigorou de 22 de setembro de 1792 a 31 de dezembro de 1805,


quando Napoleão Bonaparte ordenou o restabelecimento do calendário gregoriano.

 Diretório (1795-1799).
Tivemos aqui o Golpe ( 18 de Brumário) dentro da revolução. Os Girondinos com a
ajuda dos militares deram um golpe e derrubaram os Jacobinos. Robespiere também
teve a sua cabeça cortada aqui. As ideias do Comitê da Salvação foram abolidas.
Retornam as ideias de 1791. Esta alta burguesia apoiou os militares sobre a liderança de
Napoleão Bonaparte.

PARTIDO POSICIONAMENTO GRUPOS SOCIAIS


Jacobinos Republicanos radicais Pequena burguesia e classe
média. Apoio dos Sans-
Culottes
Girondinos Republicanos moderados Grande burguesia
Cordeliers Republicanos radicais Sans-Culottes
Feuillants Monarquistas Membros do Clero e
Constitucionais Nobreza que apoiou a
revolução
Pântano ou Planície Oposição ao radicalismo Remanescentes dos outros
grupos

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