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19/01/2024
MPB no Vestibular
prof.vcb@gmail.com
Rádio Guilhotina
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França pré~Revolucionária
• País mais populoso da “Baseados no costume e antigos
acordos feitos com a monarquia e
Europa (cerca 28 fixados em leis, esses privilégios eram
percebidos no século XVII como
milhões de habitantes, “liberdades”. Exemplo disso era o
responsável por 20% da direito de isenção do imposto territorial
(a Taille), que valia para a nobreza e
população europeia e para o clero e, em alguns casos, para
4% mundial); toda a população de determinadas
regiões e localidades. Da mesma forma,
o privilégio de legislar concedido
• Extensa desigualdade algumas províncias e cidades fez com
que, contra os interesses da monarquia,
regional e social; o Reino da França estivesse, ainda nos
anos 1780, longe de ser plenamente
centralizado e unificado: não existia,
• Reinado de Luís XVI, por exemplo, um sistema métrico único
e ainda se faziam presentes cerca de
rei fraco e vacilante, 360 códigos de leis e 300 sistemas
num reino não regionais de tarifas e impostos”
plenamente unificado. (MORAES, Luís Edmundo. História
Contemporânea: da Revolução Francesa à
Primeira Guerra Mundial)
França pré~Revolucionária
• Sociedade de Ordens: sem “A França era um país
majoritariamente católico: no reino, a
mobilidade social e Igreja Católica era uma vasta corporação
marcada pela diferença; detentora de terras e estava isenta de
muitos impostos, como a taille, principal
imposto direto. A porcentagem de terras
• Sociedade dividida em nas mãos da Igreja variava desde 5 ou 6%
em regiões do oeste e do sul até 20% em
estados: regiões do Norte da França. Em 1789, o
clero contava com cerca de 406 mil
• Primeiro Estado: Clero (280 membros. Quase todos os bispos, cardeais,
arcebispos eram nobres de nascimento.
mil pessoas – 1%): Enquanto isso, os vigários e os curas, isto é,
os padres das paróquias, provinham de
• Alto (cardeais, bispos e estratos menos prestigiosos e eram figuras-
abades) e Baixo clero chave no cotidiano da população. Eram os
(padres, frades e monges); curas, por exemplo, que mantinham os
registros de estado civil. Assim, enquanto a
• Possuíam muitas terras; população nutria simpatia pelos padres e
freiras que atuavam nos hospitais, havia
• Direito a cobrança do dízimo, um desgosto popular cada vez mais forte
taxas de batismo, casamento com relação ao alto clero”
e sepultamento. (CARVALHO, Daniel Gomes de. Revolução Francesa)
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França pré~Revolucionária
• Sociedade dividida em estados:
• Segundo Estado: Nobreza (560 mil pessoas –
2%):
• Nobreza cortesã (viviam na corte), provincial (viviam em
grandes propriedades rurais) e togada (burgueses que
compravam títulos de nobres);
• Vivia à custa do Estado ou da exploração do trabalho dos
camponeses.
França pré~Revolucionária
• Sociedade dividida em estados:
• Terceiro Estado: Comuns (26 milhões e 880 mil
pessoas – 97%):
• Burguesia: donos de manufaturas, indústrias, casas de
comércio e bancos;
• Trabalhadores Urbanos: comerciantes, artesãos e
operários;
• Camponeses: trabalhavam na produção agrícola, formavam
80% da população francesa (cerca de 21 milhões de pessoas);
• Sans-culottes: identidade política associada a
desempregados e trabalhadores intermediários ou pobres;
• Trabalhavam para gerar riquezas e pagar impostos.
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França pré~Revolucionária
“O traje típico de um sans-culotte era
a carmagnole (uma espécie de jaqueta curta,
uma calça listrada e um boné vermelho, o
barrete frígio. O boné vermelho havia sido
usado durante o império Romano pelos
escravos que tinham conseguido a
emancipação de seus mestres e cujos
descendentes eram, por esta razão, cidadãos
do império. O pique no punho e o sabre de lado
indicavam o cidadão armado para defender a
população a Revolução. Um sans-culotte
chama o outro apenas de ‘você’ (‘tu’ em
francês) em vez de ‘senhor’ e refere-se ao
próximo como ‘cidadão’ e ‘cidadã’. O
igualitarismo e a fraternidade sans-culote se
definem em oposição ao ‘aristocrata’.
Enquanto o sans-culote tem por ideal a Sans-culotes em armas, de Jean-
reunião das virtudes públicas e privadas (o Baptiste Lesueur (1793-94)
‘bom cidadão’, o ‘bom filho’ e o ‘bom pai’), o
aristocrata é visto como alguém corrupto na
vida pública e libertino na vida privada”
(CARVALHO, Daniel Gomes de. Revolução Francesa)
França pré~Revolucionária
“O traje típico de um sans-culotte era
a carmagnole (uma espécie de jaqueta curta,
uma calça listrada e um boné vermelho, o
barrete frígio. O boné vermelho havia sido
usado durante o império Romano pelos
escravos que tinham conseguido a
emancipação de seus mestres e cujos
descendentes eram, por esta razão, cidadãos
do império. O pique no punho e o sabre de lado
indicavam o cidadão armado para defender a
população a Revolução. Um sans-culotte
chama o outro apenas de ‘você’ (‘tu’ em
francês) em vez de ‘senhor’ e refere-se ao
próximo como ‘cidadão’ e ‘cidadã’. O
igualitarismo e a fraternidade sans-culote se
definem em oposição ao ‘aristocrata’.
Enquanto o sans-culote tem por ideal a
reunião das virtudes públicas e privadas (o
‘bom cidadão’, o ‘bom filho’ e o ‘bom pai’), o Sans-culotes em
aristocrata é visto como alguém corrupto na armas, de Jean-
vida pública e libertino na vida privada” Baptiste Lesueur
(CARVALHO, Daniel Gomes de. Revolução Francesa) (1793-94)
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França pré~Revolucionária
“O traje típico de um sans-culotte era
a carmagnole (uma espécie de jaqueta curta,
uma calça listrada e um boné vermelho, o
barrete frígio. O boné vermelho havia sido
usado durante o império Romano pelos
escravos que tinham conseguido a
emancipação de seus mestres e cujos
descendentes eram, por esta razão, cidadãos
do império. O pique no punho e o sabre de lado
indicavam o cidadão armado para defender a
população a Revolução. Um sans-culotte
chama o outro apenas de ‘você’ (‘tu’ em
francês) em vez de ‘senhor’ e refere-se ao
próximo como ‘cidadão’ e ‘cidadã’. O
igualitarismo e a fraternidade sans-culote se
definem em oposição ao ‘aristocrata’.
Enquanto o sans-culote tem por ideal a Sans-culotes em armas, de Jean-
reunião das virtudes públicas e privadas (o Baptiste Lesueur (1793-94)
‘bom cidadão’, o ‘bom filho’ e o ‘bom pai’), o
aristocrata é visto como alguém corrupto na
vida pública e libertino na vida privada”
(CARVALHO, Daniel Gomes de. Revolução Francesa)
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França pré~Revolucionária
• Sociedade marcada por paróquia
“Nós,
de
habitantes da
Longey-en-Dunois
privilégios: abaixo-assinados, tendo-nos reunido
em virtude das ordens do Rei, na
• Primeiro e Segundo sexta-feira, dia 6 do presente mês de
estado: maio de 1789, resolvemos o que se
segue: Pedimos que todos os
• Isenção de alguns privilégios sejam abolidos.
impostos; Declaramos que se alguém merece
ter privilégios e gozar de isenções,
• Cargos públicos; são estes, sem contradição, os
habitantes do campo, pois são os
• Pensões governamentais; mais úteis ao Estado, porque o seu
trabalho o fazem viver... Desejamos
• Terceiro estado: que os que forem deputados aos
Pagamento de impostos Estados Gerais sejam recrutados na
classe do Terceiro Estado, e não nas
e financiamento da classes do Clero e da Nobreza...”
França. (Abaixo-assinado do habitantes da paróquia de
Longey-en-Dunois)
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França pré~Revolucionária
“Os últimos anos da • Contradições econômicas:
década de 1780 tinham sido, por
uma complexidade de razões, um
período de grandes dificuldades
praticamente para todos os ramos
• Crescimento:
da economia francesa. Uma má • Produção manufatureira (60%) e
safra em 1788 e 1789 e um inverno comércio (400%);
muito difícil tornaram aguda a
crise. As más safras faziam sofrer o
campesinato, pois significavam • Desenvolvimento da indústria de ferro;
que, enquanto os grandes
produtores podiam vender cereais • Crescimento de alfabetizados e da
a preços de fome, a maioria dos produção de livros;
homens em suas insuficientes
propriedades tinha provavelmente
que se alimentar do trigo
• Crise:
reservado para o plantio ou • Intempéries climáticas: inundações e
comprar alimentos àqueles preços,
especialmente nos meses secas na década de 1780;
imediatamente anteriores à nova
safra (maio-julho). Obviamente as • Baixa produtividade do campo;
más safras faziam sofrer também
os pobres das cidades, cujo custo de • Inflação: exportação de grãos e
vida — o pão era o principal aumento do preço do pão;
alimento — podia duplicar”
(HOBSBAWN, Eric. A Era das revoluções) • Desemprego, miséria e fome.
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França pré~Revolucionária
• Crise Econômica: Gastos do
• Elevados custos do Estado francês
Estado: em 1774 Pensões
• Gastos com o Exército; Corte
6%
corte;
• Pensões para os Outros
gastos
Aristocratas; 21%
• Consequência:
crescimento das revoltas
populares. Juros
30%
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França pré~Revolucionária
• Soluções para a crise econômica:
“Ocorre que diante da necessidade de reforma, a Coroa optou política
ambígua que resultou num verdadeiro baile de nomeações e demissões de ministros”
(CARVALHO, Daniel Gomes de. Revolução Francesa)
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A revolução
• Radicalização dos discursos públicos;
• Conflitos esparsos em Paris;
• Manifestantes criam um governo autônomo em Paris que
convoca as pessoas a pegarem em armas;
• Guarda Nacional Francesa:
• Criação de uma milícia popular francesa, sob a liderança de La Lafayette;
• Se opunha ao exército monárquico;
• Surgiu para proteger os “constituintes”;
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A revolução
Despertar do Terceiro
Estado, anônimo (1789)
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Cronologia da Revolução
• Assembleia Nacional Constituinte
(1789-91);
• Monarquia Constitucional (1791-
92);
• Convenção Nacional (1792-95):
• Convenção Girondina (1792-93);
• Convenção Jacobina (1793-94);
• Convenção Termidoriana (1794-95);
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• Manutenção do regime
monárquico, com a forte
presença dos constituintes;
• Criação de novos documentos:
• Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão (1789);
• Constituição Civil do Clero
(1790);
• Constituição de 1791. A jardineira, de Jacques-Louis
David (1789)
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Constituição de 1791
• Reformista, devido a
atuação dos Girondinos;
• Divisão em três poderes;
• Princípios iluministas:
• Fim dos privilégios
aristocráticos e defesa dos
Direitos Naturais;
• Monarquia constitucional:
rei moderado pela
constituição.
Constituição de 1791
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Constituição de 1791
• Princípios burgueses: “Luís XVI
continua sendo rei à
• Liberalismo econômico e frente de uma
proibição de greves e monarquia. No entanto,
sindicatos; ele não é mais soberano
absoluto ‘pela graça de
• Voto censitário e indireto: Deus’, e sim ‘rei dos
franceses’, que lhe
• Cidadãos ativos: homens, confiam esse cargo em
maiores de 25 anos, inscrito na nome da soberania
Guarda Nacional, renda mínima nacional, isto é, do
e residir no mesmo endereço há povo; os súditos se
1 ano;
tornaram cidadãos”
• Cidadãos passivos: camponeses, (VOVELLE, Michel. A
artesãos, operários e mulheres Revolução Francesa explicada
(85% da população). à minha neta)
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Constituição de 1791
“A Revolução é • Novos direitos:
inovadora,
‘revolucionária’ em • Homossexualidade, adultério e
relação à ordem prostituição deixam de ser crime
anterior que foi • Os limites da constituição:
derrubada. Mas, no
momento mesmo de • Exclusão do mais pobres;
sua implantação, • Apesar da liberdade religiosa,
inevitavelmente tende judeus tiveram alguns direitos
a revelar seu negados;
conteúdo
conservador” • Defesa da desigualdade entre
negros e brancos e permanência da
(SILVA, Rogério Forastieri escravidão (até 1794);
da. A Revolução Francesa)
• Exclusão política das mulheres.
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Diretório (1795~1799)
“A inflação alcançava seu
limite extremo, pouco depois da
• Governo republicano composto
instalação do Diretório. [...] as por 5 diretores;
consequências sociais foram
catastróficas para o conjunto das • Voto masculino e censitário;
classes populares. O inverno do
ano IV foi terrível os assalariados
esmagados pela alta vertiginosa • Abolição da escravidão mantida;
dos preços dos preços. Os
mercados permaneciam vazios: a
colheita de 1795 não fora boa [...].
O Diretório teve de fazer compras
• Defesa dos interesses burgueses;
no exterior e de regulamentar
severamente o consumo. A ração
de uma libra (aproximadamente
• Conflito entre os diretores;
500 gramas) de pão diária caiu,
em, Paris, para 75 gramas; foi • Oposição ao diretório:
completada por arroz, que as Monarquistas, Jacobinos e
donas de casa não podiam cozer
por falta de lenha. Durante todo o Populares;
inverno, os relatórios policiais
relatam, com uma monotonia
fatigante, a miséria e o • Marcado por diversos golpes.
descontentamento populares”
(SOBOUL, Albert. A Revolução Francesa)
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“A
Diretório (1795~1799)
Revolução • Fortalecimento e organização do
Francesa não foi feita Exército:
ou liderada por um
partido ou movimento • Defesa da soberania da França;
organizado (...) nem
por homens que • Conquistas e vitórias impensáveis
estivessem tentando na Itália e Egito;
levar a cabo um • Destaque para o general Napoleão
programa estruturado. Bonaparte;
(...) Não obstante, um
surpreendente consenso
de ideias gerais entre • Crise do Diretório:
um grupo social • Repressão e censura aos
bastante coerente deu opositores;
ao movimento
revolucionário uma • Diretores envolvidos em
unidade efetiva” escândalos de corrupção;
(HOBSBAWM, Eric. A Era das
Revoluções) • Profunda crise econômica.
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Diretório (1795~1799)
• Golpe de 18 Brumário
(09/11/1799):
• Napoleão toma o poder e acaba com o
diretório;
• Apoio de girondinos, militares e
população em geral;
• Consolidação da burguesia à frente da
revolução;
• Fim da Revolução Francesa e início da
Era Napoleônica.
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