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RESUMOS 3º TESTE 11º ANO

SÉCULO XVIII - SÉCULO DAS LUZES OU DAS IDEIAS (RAZÃO)

ILUMINISMO

Neste século, vários filósofos defendem novas ideias, contra o absolutismo:

O Direito natural do indivíduo:


-o direito à igualdade, à liberdade, a um julgamento justo e à propriedade
-o direito à tolerância religiosa

Poder político:
-Rousseau defende a soberania popular (direito de voto da maioria)
- Montesquieu defende a separação dos poderes: legislativo (faz as leis), executivo (executa as leis),judicial (condena
quem não cumpre as leis)

Âmbito Social:
- Voltaire defende o direito à tolerância religiosa
- Separação entre a Igreja e o Estado
- Defesa da dignidade humana (censura do direito penal) e da fraternidade humana

Alguns monarcas e governantes adoptaram algumas ideias Iluministas, desenvolveram a cultura e melhoram a vida do
povo – são os Déspotas Esclarecidos ou Iluminados – Frederico II, Catarina II (em Portugal-D.José I_Marquês
Pombal)

MEIOS DE DIFUSÃO DAS IDEIAS ILUMINISTAS

Estas novas ideias espalharam-se através de:


- A Enciclopédia ou Dicionário Racional das Ciências, das Artes e dos Ofícios (Diderot e D’Alembert) –
constituída por 150 colaboradores e com 35 volumes
- Cafés
- Clubes
- Salões
- Academias
- Livrarias
- Maçonaria (associações secretas)

Divulga-se o saber e a educação, para desenvolver capacidades racionais e formar cidadãos cultos e
esclarecidos, que construam o progresso

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Módulo 5 – O liberalismo
REVOLUÇÃO LIBERAL AMERICANA (1776 a 1783)
Revolta das Colónias Inglesas
Ao longo da costa da América do Norte -treze colónias inglesas, independentes entre si. População cresceu
permanentemente devido a um grande movimento migratório proveniente da Inglaterra, da Irlanda e da Escócia.
Cada colónia tinha a sua administração própria. Presença de um governador inglês, mas gozavam de uma certa
autonomia.
Diversidades: Norte – puritano, burguês, liberal, industrial e comercial
Sul – anglicano, aristocrata, esclavagista e latifundiário

Fatores de Unidade
- Língua inglesa era falada por quase 80 % da população:
- O protestantismo era a religião da grande maioria;
- As necessidades de protecção contra os franceses (Guerra dos Sete Anos), espanhóis e contra os índios.
Esta unidade dos colonos estimulou os sonhos de independência em relação à Inglaterra, sobretudo por parte da
Burguesia.

Do Descontentamento à Ruptura
A principal razão do descontentamento era o regime de EXCLUSIVO COLONIAL, que só permitia às colónias
fazerem comércio com a metrópole.
Inglaterra proibia os colonos de se expandirem para Oeste, apesar desses territórios serem ingleses desde o fim da
guerra dos sete anos, em 1763.
A situação tornou-se explosiva quando:
• Foram impostas novas taxas sobre: o melaço, o açúcar, o chá e o papel selado.
• Suportam as despesas militares inglesas no seu território
• Não obtiveram assento no Parlamento de Londres
Os comerciantes organizaram-se, não pagaram os impostos e boicotaram as importações inglesas.
• Em 1773, um grupo de homens mascarados de índios, lançou à água, no porto de Boston, o carregamento de
chá (Boston Tea Party) transportado pela Companhia das Índias
A Inglaterra respondeu com várias medidas repressivas:
• Envio de tropas , o encerramento do porto de Boston e o pagamento de uma indemnização

O Nascimento dos E. U. A.
Para resistir ao domínio inglês, os representantes das treze colónias reuniram-se em Congresso, na cidade de
Filadélfia, em 1774/5/6. Decidiram criar um exército, o comando foi entregue a GEOGE WASHINGTON.
Em 1776, no dia 4 de Julho, também em Filadélfia foi aprovada a DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA, o seu
autor foi Thomas Jefferson, nesta declaração são defendidos os princípios iluministas.
Proclamada a independência, iniciou-se a Guerra com a Inglaterra.
O exército de Washington começou por ser derrotado, mas com o apoio de muitos europeus entusiasmados com as
ideias de liberdade, saiu vitorioso em Lexington, Princeton e SARATOGA (1778).
A partir de então, a França reconheceu a independência dos Estados Unidos e interveio directamente na Guerra (envio
de armas, barcos, soldados e alimentos), o mesmo aconteceu com a Espanha e a Holanda.
Em 1781, capitulou o principal exército inglês, em Yorktown.
Em 1783, pelo Tratado de Versalhes, a Inglaterra aceitou a independência das suas 13 colónias e cedeu-lhes ainda os
territórios a leste do rio Mississipi.

O Novo Regime Político


Obtida a independência, as antigas colónias tiveram que escolher uma de duas soluções: manter-se independentes
entre si ou unir-se num só estado.
Em 1787, a sua Constituição, instituíu os E.U.A sob a forma de uma REPÚBLICA FEDERAL:
Cada Estado federado conservava a sua autonomia nas matérias respeitantes à administração, justiça, polícia e ao
ensino.
Um governo central ocupava-se das questões comuns, como a defesa e os negócios estrangeiros.
Este regime político mantêm-se inalterado até hoje .
O nascimento desta nação deveu-se aos ideais das luzes
Surge o 1º país descolonizado e a primeira república democrática, que se baseia no voto popular.
Esta revolução foi o estímulo para o deflagrar da Revolução Liberal Francesa.
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ANTECEDENTES DA REVOLUÇÃO FRANCESA

Revolução Francesa - conjunto de acontecimentos que, entre 5 de Maio de 1789 e 9 de Novembro de


1799, alteraram o quadro político e social da França. Em causa estavam o Antigo Regime (Ancien
Régime) e a autoridade do clero e da nobreza. Foi influenciada pelos ideais do Iluminismo e da
Independência Americana (1776). Está entre as maiores revoluções da história da humanidade.

A FRANÇA NAS VÉSPERAS DA REVOLUÇÃO


Crise social
Sociedade de ordens, aristocrática e tradicionalista
- Clero e Nobreza (2% da população)
- não pagam impostos
- ocupam os melhores cargos políticos e diplomáticos
- possuem as melhores terras de França
- Cobram rendas, impostos e direitos feudais
- Clero recebe a dízima eclesiástica
- O Terceiro estado (98% da população) era constituído pelo povo (80%) e pela burguesia
- Camponeses pagam altos impostos e direitos feudais.
- Escassez de alimentos devido a uma onda de frio levou a população a mudar-se para as cidades.
- Povo nas fábricas - constantemente explorado e vida miserável. Vivia à base de pão preto e em casas
de péssimas condições, com muitas doenças e recebia salários miseráveis
- Burguesia (donas das indústrias, comércio e bancos) - elite que participava na vida do Estado e
pretendia um estatuto jurídico semelhante ao dos privilegiados e ocupar altos cargos políticos
- Pequena e média burguesia - instruída e pretendia cargos políticos

Crise económica e financeira


- Maus anos agrícolas - Entre 1715 e 1789, a população francesa cresceu entre 8 e 9 milhões de
habitantes. Como a quantidade de alimentos produzida era insuficiente devido às geadas e
tempestades a partir de 1770, a produção alimentícia reduziu-se (cereais, vinho e gado), o fantasma
da fome e da inflação pairou sobre os franceses.
- Quebra do comércio colonial – devido à Guerra dos Sete Anos (Tratado de Paris – 1763), França
perdeu territórios. Burguesia protesta contra os tratados de comércio (livre-câmbio), que leva a uma
balança comercial negativa.
- Falência industrial e desemprego urbano – Tratado de Eden permitiu a importação de tecidos
ingleses, o que atrasou as indústrias francesas. A produção diminuiu ou foi suspensa. Há desemprego
e salários baixos.
- Crise financeira e bancarrota estatal – Rei Luís XVI tem grandes gastos com os luxos e tenças da
corte, gastos com guerras (sete anos e Revolução Americana), ensino, catástrofes, má administração,
dívida pública (4,5 milhares de milhões e défice orçamental de 126 milhões de francos)
- Descontentamento geral: más condições, aumento da mortalidade, diminuição da natalidade,
vagabundos, mendigos e marginais aumentam.

Crise política
- Existia um regime absolutista, liderado pelo rei Luís XVI, que tentava resolver a crise económica e
financeira.
- Ministro Turgot liberalizou o comércio dos cereais e propôs a substituição da corveia real pela
subvenção territorial – foi despedido
- Em Fevereiro de 1787, o ministro das finanças, Loménie de Brienne, submeteu a uma Assembleia de
Notáveis, escolhidos de entre a nobreza, clero, burguesia e burocracia, o projecto que incluía o
lançamento de um novo imposto sobre a propriedade da nobreza e do clero (subvenção territorial).
O que provoca uma reacção dos notáveis franceses - clérigos e nobres - contra o absolutismo,

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(pretendia fazer reformas administrativas e fiscais, tentando limitar os privilégios desses grupos
sociais).
- No meio do caos económico e do descontentamento geral, Luís XVI da França não conseguiu
promover reformas tributárias, impedido pela nobreza e pelo clero, que não "queriam dar os anéis
para salvar os dedos".
- Os notáveis pediram ajuda à burguesia para lutar contra o poder real - Revolta da Aristocracia ou
dos Notáveis (1787-1789). Eles iniciaram a revolta ao exigir a convocação dos Estados Gerais para
votar o projecto de reformas.
- Por sugestão do Ministro Jacques Necker, o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos Estados
Gerais, instituição que não era reunida desde 1614.
- 8 de Agosto, o rei concordou, convocando os Estados Gerais para Maio de 1789, a decorrer no
Palácio de Versalhes e com vista a acalmar uma revolução iniciada pela burguesia.
- Preparação da reunião dos Estados Gerais, começaram a ser escritos os cahiers de doléances, onde
se registaram as queixas das três ordens, especialmente do Terceiro Estado. O Parlamento de Paris
proclama então que os Estados Gerais se deveriam reunir de acordo com as regras observadas na sua
última reunião, em 1614.
- Terceiro estado lança panfletos defendendo o voto individual inorgânico - "um homem, um voto" - e
a duplicação dos representantes do Terceiro Estado. Várias reuniões de Assembleias provinciais,
como em Grenoble, já o haviam feito.
- Jacques Necker, de novo ministro das finanças, manifesta a sua concordância com a duplicação dos
representantes do Terceiro Estado, deixando para as reuniões dos Estados a decisão quanto ao modo
de votação – orgânico (pelas ordens) ou inorgânico (por cabeça). Serão eleitos 291 deputados para a
reunião do Primeiro Estado (Clero), 270 para a do Segundo Estado (Nobreza), e 578 deputados para
a reunião do Terceiro Estado (burguesia e pequenos proprietários).
- Em Versalhes no dia 5 de Maio de 1789 - reunião dos Estados-Gerais, os deputados da nobreza e do
clero queriam que as eleições fossem por estado (clero, um voto; nobreza, um voto; povo, um voto),
clero e a nobreza comungavam dos mesmos interesses, garantiriam os seus privilégios.
- O terceiro estado queria que a votação fosse individual, por deputado, porque, contando com votos
do baixo clero e da nobreza liberal, conseguiria reformar o sistema tributário do reino. Perante a
impossibilidade de conciliar tais interesses, Luís XVI tentou dissolver os Estados Gerais, impedindo
a entrada dos deputados na sala das sessões.
- Os representantes do Terceiro Estado (burguesia) revoltaram-se e invadiram a sala do jogo da péla
(espécie de ténis em quadra coberta), em 15 de Junho de 1789, e transformaram-se em Assembleia
Nacional, jurando só se separar após a votação de uma constituição para a França (Juramento da Sala
do Jogo da Péla).
-Em 9 de Julho de 1789, juntamente com muitos deputados do baixo clero, os Estados Gerais
autoproclamaram-se Assembleia Nacional Constituinte.
- Essa decisão levou o rei a demitir o ministro Jacques Necker, conhecido pelas suas posições
reformistas.
- A população de Paris mobilizou-se e tomou as ruas da cidade. Os ânimos mais exaltados
incentivavam todos a tomar as armas – revoltas populares contra a cobrança de impostos e direitos
feudais.
- O rei decidiu reagir fechando a Assembleia, mas foi impedido por uma sublevação popular
(jacquerie) em Paris – A Tomada da Bastilha (14/07/1789) - que armazenava o arsenal do exército
francês e era a prisão-fortaleza do absolutismo.
- A bandeira dos Bourbons foi substituída por uma tricolor (azul, branca e vermelha), que passou a ser
a bandeira nacional. E, em toda a França, foram constituídas unidades da milícia (Guarda Nacional) e
governos provisórios (Comuna de Paris).
- Revolução camponesa – fome provoca ataques a castelos, queima de arquivos senhoriais,
assassinatos de senhores – é o Grande Medo (senhores aceitaram a supressão dos direitos feudais)

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Assembleia Nacional Constituinte (1ª etapa)
- Abolição dos privilégios e direitos feudais(1789) – fim das taxas, serviços e privilégios feudais;
extinção da dízima; livre admissão aos empregos públicos e igualdade fiscal das ordens

- A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (26/08/1789) -os delegados formularam os


ideais da Revolução, sintetizados em três princípios iluministas ou direitos naturais: "Liberté,
Egalité, Fraternité" (Liberdade, Igualdade, Fraternidade); defesa da soberania popular , separação
dos poderes, influência da Revolução Americana – fim da sociedade de ordens e igualdade de todos
perante a lei

- A Constituição Civil do Clero(1790) – abolição da dízima eclesiástica, nacionalização dos bens da


igreja, fim das ordens religiosas e dos conventos, diminuição das dioceses, clérigos recebem salários
estatais, assembleias locais elegem os padres, clero obrigado a jurar fidelidade à nação, à lei e ao Rei
– crise religiosa (igreja constitucional ou refractária/romana)

- Reorganização administrativa – divisão em 83 departamentos (distritos, cantões e comunas) –


eleição de orgãos regionais e funcionários pagos pelo estado (policiamento, cobranças, controle do
ensino, obras públicas, aplicam a justiça); todos os grupos pagam impostos (receitas e rendimentos)

- Organização económica – liberdade económica (mercado interno unido,fim das alfândegas internas,
sistema de pesos e medidas, liberdade de cultivo, livre circulação de produtos, liberdade da empresa,
liberdade da compra e venda

- A constituição de 1791
-Monarquia Constitucional
-consagra os direitos do homem e do cidadão,
-Divisão em três poderes (Legislativo – Assembleia legislativa (direita – aristocratas defendem o
veto absoluto, esquerda – os patriotas defendem o veto suspensivo; Executivo – Rei (direito de veto
por 2 anos, escolhe e demite ministros, é o primeiro funcionário do Estado e obedece à constituição);
Judicial – Tribunal superior e outros tribunais)
-soberania popular- voto censitário (cidadãos activos votam – imposto, census, igual a 3 dias de
trabalho e mais de 25 anos- têm voto indirecto, elegem os eleitores – imposto igual a 10 dias de
trabalho – sistema representativo) ; cidadãos passivos (não pagam impostos, não votam, têm direitos
naturais e civis); mulheres não eram cidadãs, mas envolveram-se na revolução

PASSAGEM DA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE À CONVENÇÃO

-Luis XVI, como rei absolutista , nunca colaborou de boa vontade com o terceiro estado e com a
Assembleia Constituinte
1º Feuillants (conservadores,
monárquicos)
dividida em 2 governos
2º Girondinos (Jacobinos e extremistas)
- Foi obrigado a abandonar Versalhes e ir para as Tulherias
- A custo sancionou os decretos de 4 de Agosto
- O rei Luís XVI é preso tentando fugir da França para a Áustria.(09/1791)
- Emigrados nobres fogem da França e conspiram com reis estrangeiros
- Os países Vizinhos (Prússia, Áustria e Saxónia) ameaçam invadir a França e acabarem com a
revolução
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- 20/04/1792 – França declara guerra à Boémia e à Hungria, que têm o apoio da Áustria e da Prússia.
- Há fome e inflação. Povo revolta-se. Chegam a Paris exércitos de federados, que provocam tumultos.
- Luis XVI demite governo girondino
- 10/08/1792 – multidão em armas (Comuna insurreccional de Paris – Marat, Robespierre e Herbert)
tomou as Tulherias, instalou-se na Câmara, invadiu a Assembleia Legislativa e apoderou-se do
governo
- Este golpe de Estado popular põe no poder a Comuna de Paris: prende o rei e a família, dissolve a
Assembleia Legislativa, elege uma nova Assembleia Constituinte – a Convenção Nacional, que
proclama a República

A Convenção Nacional (1792-1795) – 2ª etapa


► 20/09/1792 - Os deputados assumem o poder (governo revolucionário): convenção constituída por
girondinos (moderados) e montanheses (radicais)

► Governo Girondino (1792-1793):


- ofensivas militares para repelir os estrangeiros e atacar os outros países
- espalhar a revolução liberal e criar uma república federalista
► 21/01/1793 Luís XVI é Guilhotinado na Praça da Revolução (acusado de traição por manter
contacto com inimigos da França – montanheses pedem a pena de morte e girondinos pedem um
julgamento justo ou o exílio. Rei é executado)
► Forma-se A Primeira coligação – países europeus viram-se contra a França

► 02/06/1793 Os jacobinos declaram a Convenção Montanhesa:

- jacobinos apoiam-se nas forças populares dos sans-culottes (adeptos da democracia directa)
,defende a comuna de Paris e a revolução violenta
- lideres – Marat, Danton, Hébert, Saint-Just e Robespierre
- originaram o Grande Terror organizado
- Medidas legislativas inovadoras e democráticas:
- recrutamento obrigatório (ganhar guerras externas)
- nacionalização dos bens dos emigrados
- instrução gratuita e obrigatória
- lei do máximo (tabelamento de preços e salários)
- racionamento de bens essenciais
- campanhas contra o cristianismo (calendário republicano – fim dos domingos e feriados
católicos, fecho das igrejas, perseguição dos padres, adoração aos lideres da revolução, instituído o
divórcio)
- lei das suspeitas (para quem se desconfiasse)
- Tribunais revolucionários
- repressão dos movimentos contra-revolucionários internos (perseguem nobres, clérigos,
prendem, matam (Maria Antonieta, Lavoisier) e esmagam revoltas girondinas

- Constituição de 1793 - Âmbitos:


Político Educativo Económico Social

- República -instrução/ensino -tabelamento de preços e Abonos a pobres,


- Sufrágio universal - Ensino primário salários ajuda a doentes, velhos, viúvas e
- Referendo gratuito e obrigatório - Equilíbrio de crianças,
- Liberdade do povo - Criação de escolas fortunas emprego
- Direitos sociais superiores e - repartição das
(Assistência e especiais terras.
trabalho)

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O directório (1795 – 1799)-3ª etapa
Constituição de 1795 (Ano III), que entrega o poder a cinco líderes eleitos pelos deputados (burguesia):
- República
- Sufrágio censitário indirecto
- Poderes: Legislativo ( 2 câmaras – Conselho dos anciãos e Conselho dos quinhentos ); Executivo
(Directório – 5 directores nomeiam ministros, dirigem a administração, exército, polícia,
diplomacia, não dissolvem os conselhos)
- Separação da Igreja do Estado
- Redução dos clubes e sociedades populares
- Liberalismo económico
- Direito à propriedade
- Fim da “lei do máximo”

Directório:
Enfrenta a oposição de forma repressiva (democratas- jacobinos (radicais) e realistas)
Enfrenta uma grave crise económica e financeira:
- Fraca produção agrícola e industrial
- Comércio decai
- Preços sobem (carne e cereais)
- Cofres do Estado vazios
- Miséria (descontentamento e revoltas populares)

Exércitos franceses têm vitórias em todas as frentes externas


- Napoleão, em Itália domina várias zonas ( Piemonte, Lombardia, Mântua) e domina a Áustria
- Devido às vitórias, os militares têm um papel relevante
- Tributos cobrados aos povos vencidos são a única fonte de rendimento para a França
- Anexações territoriais aumentam
- Repressões no interior da França pelo exército continuam
- Origem da 2ª Coligação Internacional (Áustria, Prússia, Rússia, Nápoles, Turquia) Contra a França
(1799)
- Fracassos militares franceses
- 18 de Brumário – Ano VIII (9 de Novembro de 1799) - GOLPE DE ESTADO - Líder é o General
Napoleão Bonaparte

NOVO GOVERNO – CONSULADO (1799 – 1804)

(3 Cônsules – Siéyes, Ducos, Napoleão) – 1º Cônsul (Napoleão – faz as leis e nomeia juízes)
Constituição de 1799 (Ano VIII): - Sufrágio universal
- Centraliza a administração e a justiça
- Administração local – prefeitos e subprefeitos
-Estabelece: - Paz interna (fim das perseguições a realistas e radicais)
- Paz com a Igreja (Concordata)
- Paz exterior (tratados com a Áustria e com a Inglaterra)
- Ordem pública estável
- Patronato controla operários
- Reforma do sistema fiscal (impostos directos)
- Banco da França (emite moeda – franco germinal e empresta)
- Legião de Honra (1802) – condecoração militar e civil
- Criação de Liceus (burgueses e bolseiros)
- aumento da produção agrícola e da industrialização
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- diminuição do desemprego
- Sistema judicial – Código Civil (unificação legal da França)

- Durante o Consulado, Napoleão afirmou o seu poder pessoal e autoritário


- Constituição de 1802 (Ano X) proclama-o Conde Vitalício
- A 28 do Floreal (18 /05/ 1804) é proclamado Imperador Hereditário.
- A 2 de Dezembro, coroou-se Imperador à frente do Papa Pio VII – Inicia-se o Império.

IMPÉRIO (1804-1814)
Napoleão conquista a Europa
- 1805 – Batalha de Trafalgar – derrota naval francesa pelos ingleses
- 1805 – Batalha de Austerlitz – vitória francesa pôs fim ao Sacro império Romano-Germânico e
criou a Confederação do Reno
- Colocou nos tronos da Itália, Holanda, Nápoles, Espanha e Vestefália familiares
-1806 – Bloqueio Continental
-1812 – Invasão da Rússia – gelo e “terra queimada” enfraquecem exército Napoleónico
-1814 – Exército formado pela Áustria, Prússia, Rússia (Santa Aliança) e Inglaterra (Quadrupla Aliança)
conquista Paris e destrona Napoleão (exilado na ilha de Elba)
- Monarquia é restaurada com Luis XVIII (irmão de Luis XVI)
- 1815 – Napoleão foge da ilha-prisão, recupera o poder na França como um Herói (Governo dos Cem
Dias)
- Países aliados anti-Bonaparte derrotaram-no na batalha de Waterloo em 18de Junho de 1815. Foi
preso, enviado para a ilha de Santa Helena, onde morreu em 1821.

AS REVOLUÇÕES DA ERA PÓS-NAPOLEÓNICA

- O Congresso de Viena (1814-1815) tenta restaurar as monarquias absolutistas e decidir o destino


das terras do ex-império napoleónico
- Criação dos estados-tampão dos Países baixos e Piemonte-Sardenha
- Dividiram-se a Alemanha e a Itália (Itália foi unificada em 1870 e a Alemanha entre 1866 e 1871)
- A Rússia, Áustria e Prússia, países absolutistas ganharam mais terras (integraram abusivamente
territórios com ideias independentistas)
- Liberdade e princípio das nacionalidades foram esquecidos.

Tudo isto provocou Movimentos Nacionalistas (NAÇÃO – unidade rácica, linguística, religiosa e
histórico-cultural que se devia gerir a si própria com liberdade e soberania):
-1820-24 – Revoluções liberais na Espanha, Portugal (libertação das colónias americanas,
independência do Brasil – 1822), Nápoles e Grécia.
- 1829-39 – Revolução na França (deposição de Carlos IX e coroação do duque Luis Filipe); Bélgica
independente da Holanda; Polónia revolta-se contra o domínio russo; revoltas na Itália e Alemanha;
Guerras civis (liberais e absolutistas) em Portugal e Espanha
- 1848 – França (Revolução de Fevereiro – republicanos sobem ao poder)
- Império Austro-Húngaro, Alemanha e Itália (revoltas liberais e nacionalistas)

As Constituições foram abolidas, as revoltas nacionalistas foram abafadas e na França, Luis


Napoleão, presidente da 2ª República tornou-se Imperador em 1852.

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ANTECEDENTES DA REVOLUÇÃO LIBERAL PORTUGUESA (1807-1820)

Inícios séc.XIX – Portugal com um Antigo Regime e Monarquia Absolutista fortalecidos

Loucura da rainha D.Maria I Regência de D.João

- Apoio da repressão de Pina Manique (Intendência Geral da Polícia), da Inquisição e da Real Mesa Censória
- Economia atrasada baseada na agricultura e comércio colonial

Burguesia e intelectuais querem mudanças e seguem os ideais franceses, que chegam a Portugal através:
- estrangeirados
- exilados franceses
- exilados portugueses em Londres e Paris
- maçonaria (5 lojas)

Portugal não adere ao Bloqueio Continental imposto por Napoleão

1807 a 1811- 3 invasões francesas (Junot, Soult e Massena) norte do Tejo destruído e massacrado

As invasões francesas provocaram destruição, mortes, roubos de tesouros nacionais e obras de arte e deixaram as
atividades económicas muito afetadas

Rei D.João VI, família e corte retiram-se para o Brasil ( sede de governo) - Portugal torna-se numa colónia
brasileira (Regência do Marquês de Abrantes)

1811- Tropas francesas são expulsas de Portugal pelos ingleses – dominam Portugal como um protetorado inglês
(General William Beresford)

- reestruturou o exército (Generalíssimo), defendeu o país, controlou os funcionários, a economia (Presidente da Junta
Governativa), reavivou a Inquisição e prendeu os suspeitos jacobinos (governo repressivo)

1817 – Beresford executou o General Gomes Freire de Andrade e 11 oficiais , por suspeita de conspiração

Portugal entra em crise económica e financeira aumento das despesas sobre as receitas e atraso agrícola e
comercial devido:
- abertura dos portos brasileiros (1808) ao comércio internacional
- abertura do espaço económico português aos ingleses – Tratado de comércio com a Grã-Bretanha (1810) – produtos
ingleses entram livremente em Portugal e colónias – falência das manufacturas
- fim do exclusivo comercial com o Brasil
- Brasil abastece a metrópole de alimentos (arroz, café e açúcar) e matérias-primas (tabaco, madeira, algodão)

-Burguesia portuguesa muito prejudicada


-Para resolver a crise, governo aumenta os impostos
-Absolutismo acusado de incapaz e o Rei permanece no Brasil (proclamado reino em 1815)
-Tropas inglesas mantêm-se em Portugal

Burguesia desagradada provocou uma Revolução Liberal em 1820

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REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1820

- 1817 – No Porto é fundado o Sinédrio (Manuel Fernandes Tomás e membros da Maçonaria)

- Aproveita-se da revolução liberal espanhola (Constituição de 1812), cuja propaganda chega a Portugal
- Aproveita-se da ida de Beresford ao Brasil (obter dinheiro para as despesas militares e mais poder para controlar a agitação)

Sinédrio alicia militares e faz um Pronunciamento militar, originando a Revolução de 1820 (24/8) – com militares, negociantes,
magistrados e proprietários fundiários

-Lisboa (15/9) – militares, burgueses e povo expulsam os regentes ingleses e formam um governo interino
-Alcobaça (29/9) – governos do Porto e Lisboa juntam-se e formam a Junta Provisional do Supremo Governo do Reino
(presidida por Freire de Andrade)

A Junta governou 4 meses e decidiu:


- término do domínio inglês
- exigência do regresso imediato do rei e dar-lhe a conhecer a situação
- consolidar o novo governo português
- organizar eleições para as Cortes Constituintes – foram reunidas a partir de 24/1/ 1821

Deputados Conservadores / Deputados Radicais

Entram em conflito devido: - religião maioria das


- Cortes Legislativas questões ganhas
- Veto pelos radicais

“Ódio” dos grandes


Medidas que terminam com o Antigo Regime:
- extinção da Inquisição e da censura
- liberdade de imprensa e de ensino
- Banco de Lisboa
- nacionalização dos bens da Coroa
- suspensão dos noviciados
- encerramento de conventos e mosteiros desnecessários
- fim do pagamento da dízima eclesiástica
- fim das justiças privadas (foro)
- reforma dos forais e das prestações fundiárias – libertação dos camponeses dos vínculos
Senhoriais e liberalização dos camponeses e das terras – petições chegadas ao Soberano
Congresso

Constituição de 1822 – Adoptada pelos Vintistas (radicais e democráticos – Fernandes Tomás,


Ferreira Borges e Borges Carneiro)
Estipula: - direitos e deveres dos cidadãos (liberdade, igualdade, propriedade e segurança)
- soberania popular e direito de voto (sufrágio directo)
- divisão dos poderes (legislativo – Cortes; executivo –Rei; judicial - Tribunais)
- nobreza e clero não têm privilégios
- poder real submete-se às cortes legislativas

Legislação vintista foi fraca a nível socioeconómico:


- “Lei dos forais” não foi concluída – rendas diminuem mas tornam-se fixas e em dinheiro (abusos na conversão) e as terras que
não têm carta de foral, mantêm as prestações tradicionais – isto porque a maioria dos deputados eram proprietários de terras
(burguesia rural) e afastavam a concorrência e vendiam os seus produtos, não acabando com os privilégios da Companhia das
Vinhas do Alto Douro

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A DESAGREGAÇÃO DO IMPÉRIO ATLÂNTICO

- 1807 a 1821 – D.João VI e corte viveram no Brasil (sede da monarquia e reino)

Desenvolveu-se a nível económico, político, cultural e populacional (1 milhão de habitantes)

Liberdade das colónias espanholas na América origina ideias de autonomia no Brasil

Rebelião nacionalista em Vila Rica (Ouro Preto)


Estudantes e intelectuais planeiam a independência das Minas Gerais e a
formação de um governo republicano Inconfidência Mineira
Liderada por José da Silva Xavier (Tiradentes)
herói da libertação nacional

D.João VI regressa a Portugal (3/7/1821) e assina a Constituição

Cortes Constituintes - deputados com política antibrasileira (Brasil devia ser uma colónia, perdendo o
estatuto de ”Reino unido”)

Suas leis anulam os benefícios comerciais dados ao Brasil (durante a estada do rei)
Subordinam o Brasil a Lisboa, a nível administrativo, judicial e militar

Golpe no patriotismo brasileiro

D.Pedro é obrigado pelas Cortes a voltar a Portugal (9/ 1821)

Permanece no Brasil contra as Cortes Constituintes

D.Pedro proclama a Independência do Brasil em 7/9/1822 – “O grito do Ipiranga” (Portugal só reconhece


em 1825 pela acção da diplomacia inglesa)

Separação do Brasil atrasa a recuperação económica portuguesa e foi um fracasso para a revolução vintista

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RESISTÊNCIA AO LIBERALISMO

Da reação absolutista à vitória liberal na guerra civil

Revolução vintista teve forte oposição desde 1821 (Cardeal Patriarca de Lisboa recusou-se a jurar as bases
da Constituição e foi exilado em França até 1823)

Descontentes (nobreza e clero conservadores) reúnem-se em torno da rainha D. Carlota Joaquina (não jurou
a Constituição) e de D.Miguel – adeptos da contrarrevolução absolutista

Povo revoltou-se contra o vintismo (adepto da religião e da tradição)

Independência do Brasil desestruturou a balança comercial e a burguesia tem de orientar os negócios em


novos moldes

Revolução de 1820 surge numa nova conjuntura internacional desfavorável – Congresso de Viena e
Quadrupla Aliança contrariam e contêm os excessos da revolução francesa, provocando dificuldades à
diplomacia vintista e apoiando o absolutismo

Oposição interna absolutista cresceu e eclodiu em:

1823 – Vila Francada 1824 – Abrilada

Monarquia absolutista é restaurada Partidários de D.Miguel sequestraram


em Espanha (Fernando VII, irmão da o Rei e o Governo (pretexto de falsa
Rainha). 2 regimentos portugueses são ameaça maçónica)-pretendiam obrigar o
enviados para defender a fronteira e revol- rei a abdicar e a entregar a regência à
tam-se em Vila Franca, com o apoio de rainha
D.Miguel
Revolta terminou quando D.João VI D.João VI interviu com o corpo diplo-
intimou o filho a obedecer-lhe mático e exilou o filho em Viena
Rei substituiu membros do Governo de Áustria
e alterou a Constituição

10/3/1826 – Rei D.João VI morre Problema de sucessão (D.Pedro era Imperador do Brasil e
D.Miguel era absolutista e estava exilado)

Problema resolvido por um Conselho de Regência (presidido pela Infanta D. Isabel Maria) pede ajuda ao
irmão D.Pedro

D.Pedro envia a Portugal uma Carta Constitucional (1826), que anula a Constituição de 1822

D.Pedro abdicou do direito à coroa portuguesa e delegou-a na filha D.Maria da Glória (que deverá casar
com D.Miguel – regressa do exílio e assina a Carta e assume a regência) Em 1828, D.Miguel não
cumpre o prometido

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A GUERRA CIVIL

D.Miguel abusou do poder


Convocou as Cortes à maneira antiga
Fez-se aclamar rei absoluto
Reprimiu o Liberalismo

Fuga de pessoas para França e Inglaterra Início da Resistência Liberal

1831 – D.Pedro abdica do trono brasileiro e luta pela restituição do trono à filha

Ilha Terceira revolta-se contra o domínio absolutista

D.Pedro obtêm apoios diplomáticos na Europa (dinheiro, barcos e homens)

1832 – Forças liberais desembarcam no Mindelo – Ocupação do Porto

Guerra Civil entre Liberais e Absolutistas – Cerco do Porto (1 ano)

Esquadra do Duque da Terceira rumou ao Algarve desembarque do exército que tomou Lisboa (1833)

- povo apoia liberais


- deserções no exército miguelista
- Europa (Revolução de 1830 em França) apoia liberais ibéricos

Perdas miguelistas (Batalhas de Almoster e Asseiceira)

D.Miguel depõe armas e assina a Convenção de Évora-Monte (1834) – exilado para a Itália

Liberalismo Constitucional impõe-se em Portugal

Oposição entre vintistas e cartistas

1834 – D.Pedro IV (Regente do Reino) repôs a Carta Constitucional de 1826

- Rei é o representante natural e por direito próprio da Nação


- Direitos individuais em 2º plano (liberdade, segurança e propriedade)
- Divisão de poderes:
Legislativo Executivo Judicial Moderador

Cortes Rei Tribunais Rei


-nomeia Pares
2 Câmaras: -convoca Cortes
-Deputados (sufrágio -dissolve a Câmara de Deputados
indirecto e censitário) -nomeia e demite governo
-Pares (nomeação -suspende magistrados
régia) -veta resoluções das Cortes

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AÇÃO REFORMADORA DA REGÊNCIA DE D.PEDRO IV

Reformas legislativas de Mouzinho da Silveira (consolida o liberalismo)

Criação de legislação de caráter político, social e económico, cujos objectivos foram:


- salvaguardar as liberdades individuais
- ultrapassar os prejuízos da perda do Brasil, liberalizando a terra

Medidas económicas e sociais:


- libertação da terra , do comércio e fim dos direitos senhoriais (eliminação de
privilégios na organização de actividades económicas)
- abolição dos morgadios (até 200.00)
-abolição dos forais
-abolição dos dízimos
-extinção dos bens da coroa e sua doação
- limitação do imposto da sisa na compra e venda de bens de raiz
-supressão das portagens
- abolição dos direitos de pesca
- supressão dos monopólios do sabão e do vinho do Porto
- liberalização dos produtos de exportação

Medidas de organização administrativa:


- divisão em províncias (prefeitos), comarcas (subprefeitos) e
concelhos (provedores)
- criação do Registo Civil (enquadram a população na
administração pública (figura do Cidadão)

Reformas judiciais:
- surge o júri
-divisão do país em círculos judiciais ou distritos de relação- comarcas-julgados-freguesias
-Supremo Tribunal de Justiça

Reformas das finanças:


-sistema de tributação local eliminado
-surge um sistema de tributação nacional
- Tribunal do Tesouro Público (arrecada impostos)

-Ferreira Borges criou o 1º Código Comercial – livre circulação e livre distribuição de produtos
- Joaquim António de Aguiar – extinguiu SETEMBRISTA
PROJECTOS os conventos, mosteiros e colégios masculinos;
E CABRALISTA
Jesuítas miguelistas expulsos; proibição dos noviciados
- Silva Carvalho – bens da coroa são nacionalizados e vendidos em hasta pública, para
pagamento de dívidas

14
REVOLUÇÃO DE SETEMBRO DE 1836

Lisboa – caráter civil e a seguir com adesão militar - realizada pela pequena e média burguesia, com o apoio
do povo

Reação à miséria após Guerra Civil e à ação do Governo Cartista (acusado de corrupção e de defesa dos
interesses da alta burguesia – enriqueceu pela compra de bens nacionais e pelos títulos nobiliárquicos)

Setembristas propunham o regresso da Constituição de 1822

9 e 10 de Setembro de 1836 chegam a Lisboa deputados eleitos no Norte para as Cortes (vivas à
Constituição)

D.Maria II (falta-lhe o apoio popular e do exército) entrega o poder aos Setembristas

GOVERNO SETEMBRISTA

Constituído por: Visconde de Sá da Bandeira e Manuel da Silva Passos (Passos Manuel)

- Governo mais democrático – valoriza a soberania da Nação


- Reduz a intervenção régia (perde o poder moderador)
- Criou a Constituição de 1838 (conjuga a Constituição de 1822 com a Carta Constitucional de 1826)

• Valoriza os direitos individuais


• Valoriza a soberania da Nação
• Valoriza as 2 Câmaras
• Determina o voto censitário

MEDIDAS ECONÓMICAS SETEMBRISTAS

- Pauta proteccionista
- Associativismo empresarial
- Exploração colonial da África
- Reformas do ensino (primário, secundário – ensino liceal e superior)

Política económica teve algum fracasso, devido à falta de capitais, de vias de comunicação e à
instabilidade política:

- não abolição de taxas aos agricultores


- não aplicação de impostos aos proprietários
- não foram alcançados os objetivos a nível industrial

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O CABRALISMO

Fevereiro de 1842 – O ministro da Justiça António Bernardo da Costa Cabral pôs fim à
Constituição de 1838

Surge o Cabralismo, que se alicerça na Carta Constitucional de 1826 e apostou no


desenvolvimento económico:
- Fomento industrial
- Fomento das obras públicas
- Reforma administrativa e fiscal
- Difusão da energia a vapor
- Companhia das Obras Públicas de Portugal (construção de estradas)
- Código Administrativo
- Eficácia na cobrança de impostos
- Tribunal de Contas (fiscaliza as receitas e despesas do Estado)
- Reformas na Saúde (proíbe os enterros nas igrejas)

O autoritarismo e exigência de Costa Cabral provocou motins populares

De 1846 a 1847 – clima de guerra civil entre cabralistas, setembristas e miguelistas

1ª fase da guerra civil – Revolta da “Maria da Fonte” (Abril e Maio de 1846) em Vieira do Minho

Revolta popular às leis da Saúde, às leis das Estradas e aos papéis para cobrança de impostos
(“papeletas da ladroeira”)

António e José Costa Cabral (Rei do Norte) emigram para a Espanha, onde conspiram e provocam a
2ª fase da Guerra Civil (deposição do Duque de Palmela)

2ª fase da guerra civil – “Patuleia” (Pata ao léu ou soldadesca sem disciplina) – de Outubro de
1846 a Junho de 1847 – Deu-se no Porto e alastrou-se a Aveiro, Coimbra, Santarém e Algarve

Motivo – A “Emboscada” (Costa Cabral de Madrid depõe o Duque de Palmela do Governo com o
apoio da rainha e coloca no poder o Duque de Saldanha) e a rainha não cumpriu a promessa de
realizar eleições por sufrágio direto para a Câmara dos Deputados – pretendiam a deposição da
rainha e implantar uma República

Governo de Lisboa pede ajuda à Espanha e à Inglaterra ao abrigo da Quádrupla Aliança –


Intervenção estrangeira origina a Convenção de Gramido (garante a amnistia e a nomeação de um
governo sem membros dos partidos envolvidos)

- Tropas patuleias rendem-se e força política setembrista termina


- 1849 – Costa Cabral regressa à gerência política (mais moderado)
- não conseguiu conciliar os partidos, nem dar estabilidade política ao país
- A partir de 1850, há estabilidade com a Regeneração

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1ª METADE DO SÉC. XIX
LEGADO DO LIBERALISMO

- Valorização dos direitos naturais: liberdade, igualdade, segurança e propriedade.


- Valorização dos direitos do cidadão: exerce a soberania nacional e representa a vontade da
maioria.
- Liberalismo restringiu o exercício da cidadania aos burgueses ricos e instruídos (Liberalismo
moderado).
- Liberalismo político evita o despotismo através:
* constituição /carta constitucional
* separação dos poderes
*reforço do poder executivo (carta constitucional)
*soberania nacional – representação dos mais sensatos e inteligentes (bicameralismo – Câmara
Alta e Câmara Baixa)
*defesa de um estado laico (separação do poder temporal e espiritual –secularização)

Registo Civil Assistência e ensino laicos Expropriação e


Nacionalização do
Património das ordens
Religiosas

- Liberalismo económico – Adam Smith e o Fisiocratismo defendem a iniciativa individual e a não


intervenção estatal na economia

- Fisiocratismo – agricultura cria riqueza e deve ser livremente cultivada


- Espírito de empresa
- Busca individual de lucro
- Liberdade de produção e de circulação
- Trabalho é fonte de riqueza
- Livre iniciativa
- Acumulação e investimento de capital
- Leis do mercado (livre oferta e livre procura)
- Livre concorrência
- Estado não intervencionista

Thomas Malthus, David Ricardo e Jean-Baptiste Say seguem as ideias de Adam Smith

Liberalismo económico origina o desenvolvimento do capitalismo industrial

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OS LIMITES DA UNIVERSALIDADE DOS DIREITOS HUMANOS

- Liberais definiram como direitos universais:


*propriedade (só a burguesia podia comprar terras);
* igualdade (desigualdade de fortunas, voto censitário, homens são cidadãos e as mulheres
afastadas);
* liberdade (existia tráfico de escravos e escravatura)

ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

FRANÇA E.U.A. PORTUGAL

Assembleia Nacional Escravatura nas plantações Marquês de Pombal


Constituinte (Maio 1791) do sul extinguiu a escravatura na
metrópole
Concedeu direitos civis aos Meados do séc.XIX
homens de cor Séc. XIX terminou o
Revoltas entre tráfico negreiro por pressão
Setembro 1791- põe fim à esclavagistas e inglesa
escravatura em França, abolicionistas
continua nas colónias Visconde Sá da Bandeira
Abraham Lincoln é eleito (setembrista)
Convenção Presidente dos E,U.A. em
1860 Proíbe a importação e
Abole a escravatura nas exportação de escravos
colónias Pretendia o fim da
escravatura
Consulado de Napoleão
(1802) – foi restabelecida Cisão entre o governo da
União (norte) e a
Escravatura terminou na Confederação (sul)
revolução republicana
francesa de 1848 1861 a 65 – Guerra da
Secessão – vitória do Norte
e extinção da escravatura

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